CHAPTER SEVEN - Flight Lesson
CAPÍTULO SETE -
Aula de vôo
"Clary, não incentiva, podemos perder muitos pontos!"
POV NARRADORA
Os alunos da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts estavam alinhados em fileiras, aguardando as instruções de Madame Hooch. O olhar severo da professora acompanhava os estudantes que chegavam atrasados, ofegantes devido à correria.
Enquanto a maioria dos alunos expressava irritação ou desânimo, Clarissa exibia um enorme sorriso, ansiosa pelo início da aula de voo. Ao lado dela, Hermione não compartilhava do mesmo entusiasmo. A ansiedade transparecia em sua expressão, apesar de ter devorado todo material sobre Quadribol.
Harry e Rony trocavam cochichos, mas Clary decidiu não se preocupar com o que estavam tramando, sua prioridade era não perder pontos para a Grifinória.
— Boa tarde alunos, preparados? — Madame Hooch iniciou a aula com um cumprimento, que não foi bem recebido pelos alunos, que olhavam para a mulher um pouco assustados.
Quando a professora notou que os alunos estavam quietos, falou:
— O que estão esperando? Todos ao lado da vassoura. — Gritou em alto e bom tom. — Estiquem a mão direita sobre a vassoura! — Ordenou e assim os alunos fizeram. — Depois digam "Em Pé!".
— Em Pé! — Gritaram todos os alunos juntos, menos Neville, que parecia estar nervoso.
Harry e Draco tiveram suas vassouras erguidas instantaneamente, enquanto a de Clarissa tremia no chão. Impaciente, ela confessou para Hermione:
— Realmente pensei que seria mais fácil.
— Nem tivemos tempo para treinar. EM PÉ! — Hermione exclamou, e sua vassoura levantou suavemente, conquistando um sorriso em seu rosto.
Determinada a não desistir, Clary continuou seus esforços. Após dez minutos exaustivos, ela finalmente alcançou o sucesso. Celebrando sua conquista com uma dança animada, arrancou risadas de alguns colegas, enquanto ela própria ficava envergonhada ao perceber os olhares.
Assim que todos os alunos conseguiram posicionar-se nas vassouras, Madame Hooch deu continuidade à aula, instruindo sobre como montar sem escorregar.
A professora até mesmo comentou que Draco Malfoy segurava a vassoura de maneira errada por anos, gerando risadas de Harry e Ron, a professora repreendeu-os, resultando em menos cinco pontos para a Grifinória.
— Agora, quando eu apitar, dêem um impulso forte com os pés. Mantenham as vassouras firmes, saiam alguns centímetros do chão e soltem a descer, curvando o corpo um pouco para frente. Quando eu apitar... Três... Dois... — Neville, ansioso, deu um impulso antes da contagem, voando descontroladamente.
Os gritos desesperados de Madame Hooch ecoaram, mas Neville continuou a voar, incapaz de controlar a vassoura. Os alunos assistiam com olhares apreensivos, testemunhando sua queda iminente.
Quando Neville finalmente caiu, quase atingiu outros alunos, que habilmente desviaram. Infelizmente, ele saiu machucado, gerando preocupação na turma.
— Será que ele está bem? — Hermione questionou uma colega da Sonserina ao seu lado.
— Não sei, pergunte a ele. — Cassandra respondeu com um leve riso. — Ele não parece estar bem.
Madame Hooch instruiu os alunos a não subirem nas vassouras até seu retorno e saiu com Neville, que mancava e lamentava.
Enquanto a professora estava longe, Draco começou a rir junto com os colegas da Sonserina, pegando o Lembrol que estava caído na grama.
Clarissa recordou que o objeto era de Neville.
— Viram a cara dele? Se o gorducho tivesse apertado isto... Lembraria de cair de traseiro. — Draco zombou, gerando risadas entre os Sonserinos.
— Me dá isso, Malfoy. — Harry exigiu, sua voz repleta de raiva.
Grifinórios se posicionaram atrás de Harry, indicando disposição para uma possível briga. Os Sonserinos fizeram o mesmo com Draco.
— Ai droga, isso não é nada bom... nada bom! — Hermione sussurrou para Clarissa, antecipando um possível conflito iminente.
Clary não deu muita atenção ao que Hermione disse, seu foco estava em tentar ouvir a conversa entre Harry e Draco.
Nessa manhã, Harry não parecia muito animado, exibindo um claro mau humor. Por isso, Clarissa optou por não interagir muito com ele. Estava preparada para mandar Draco Malfoy para longe, mas Hermione segurou seu braço, sussurrando que não valia a pena. Contrariada, Clarissa obedeceu a irmã mais velha, ficando no canto dela com um grande bico no rosto.
— Sai dessa, Potter. Vou deixar em algum lugar para Longbottom encontrar. — Draco subiu em sua vassoura e voou para o alto. — Que tal no telhado? Qual é o seu problema, Potter? É alto demais para você?
Enquanto Draco voava com tranquilidade, dava a impressão de que ele tinha aprendido a voar desde o momento em que nasceu. A habilidade natural dele na vassoura incomodava Clarissa, mas ela manteve sua expressão emburrada, observando a cena se desenrolar.
Harry começou a se preparar para montar na vassoura, ignorando os protestos de Hermione.
— Harry, esquece. Ouviu o que a Madame Hooch disse. Além disso, você nem sabe como voar! — Hermione advertiu, mas Harry ignorou suas palavras e decolou. — Que idiota!
— ISSO, HARRY! VAI LÁ E MOSTRA PARA ESSE LOIRO OXIGENADO DO QUE VOCÊ É CAPAZ! — Clarissa torceu animadamente, ganhando um beliscão repreensivo de Hermione e uma risada divertida de Cassandra.
— Clary, não incentiva, podemos perder muitos pontos! — Hermione alertou, decidida a manter o foco nas regras.
— Mione, Draco merece uma lição! Você viu como ele é bobo? — Clarissa argumentou, mas Hermione optou por manter o silêncio, sua preocupação claramente expressa no olhar.
Os olhares de todos estavam fixos no céu, esperando para ver o desfecho dessa ousada demonstração.
— Aposto um galeão que Harry vai cair de bunda no chão. — Cassandra cochichou para Clarissa, enquanto o suspense crescia diante da arriscada exibição de habilidade em vassoura.
— Aposto que Harry vai voltar perfeitamente bem. — Clary sussurrou de volta, comprimindo a mão de Cassandra numa aposta silenciosa.
Nenhum aluno ousava quebrar o silêncio que envolvia o campo, todos com os ouvidos aguçados, ansiosos para captar cada palavra que ecoava lá no alto.
Harry habilmente girou sua vassoura, ficando de frente para Draco, enquanto os estudantes no solo acompanhavam com olhares ansiosos, incapazes de discernir o diálogo que transcorria nas alturas.
Draco, imperturbável, lançou a bolinha de cristal para o alto com destreza, seu sorriso vitorioso e prepotente era evidente mesmo à distância.
Os olhos de Clarissa e Cassandra permaneceram fixos no céu, ansiosas para não perder um único movimento de Harry e Draco.
Num piscar de olhos, Harry cortou o ar em alta velocidade, estendendo a mão na tentativa de capturar o objeto.
— E agora ele cai... — Cassandra inclinou-se, querendo ter certeza do que se passava em sua mente era real.
A respiração da multidão parecia suspensa, todos os olhos vidrados na cena.
Por um momento tenso, Harry conseguiu alinhar a vassoura verticalmente e pousar suavemente na grama, segurando triunfante o Lembrol salvo.
— O que você estava dizendo? — Clarissa aplaudiu entusiasmada. — Espero que me entregue até o fim do dia. — Clary lançou um sorriso vitorioso para Cassandra, que retribuiu com um tapinha amigável nas costas.
A Grifinória rompeu em aplausos enquanto o sorriso de Draco desaparecia. Clarissa correu em direção a Harry, examinando-o em busca de quaisquer sinais de machucados.
— Pelo Merlin, Harry! Você foi incrível. Está bem? — Mesmo com uma pontada de dor, Harry respondeu com um sorriso, apreciando a afeição preocupada de Clarissa.
Clarissa olhava para Harry com uma mistura de orgulho e preocupação.
— Você fez isso parecer fácil, Harry, mas está mesmo bem? — Perguntou Clary, tocando de leve o ombro dele.
Harry assentiu, ainda sorrindo.
— Um pouco dolorido, mas nada sério. Foi emocionante, né?
— Emocionante é pouco. Draco não sabia no que estava se metendo. — Clary riu, lembrando-se da expressão desconcertada de Malfoy.
Harry pareceu mais relaxado.
— Foi uma sensação incrível. Acho que finalmente estou começando a entender o que há de tão especial no Quadribol.
— Tome mais cuidado, tudo bem? — Clarissa diz olhando para ele.
Harry sorriu para ela, concordando com a cabeça. Ele tinha um sorriso genuíno em seu rosto, feliz por alguém parecer se importar verdadeiramente com ele.
Hermione iniciou sua reprimenda, lançando palavras de desaprovação no ar enquanto Clarissa tentava explicar a situação.
— Harry Potter, como foi irresponsável! — Hermione diz.
No entanto, a chegada repentina da Professora Minerva interrompeu o sermão, trazendo uma aura de autoridade ao local.
— Harry Potter! — A voz da professora cortou o ar, ecoando pelo campo de Quadribol.
Clarissa trocou um olhar com Cassandra, compartilhando a surpresa pela intervenção da Professora McGonagall.
— Professora, juro que não foi culpa dele! Irei contar a senhora o que houve. Depois de Neville cair, o Draco... — Enquanto tentava explicar a situação, Hermione interrompeu Clarissa, tapando-lhe a boca e arrastando-a para trás. — A CULPA NÃO É DO HARRY! — Gritou depois de se livrar de Hermione, mas foi inútil, pois Minerva e Harry já tinham ido.
— Essa Hermione é um pouquinho assustadora, você não acha? — comentou Cassandra com um aluno da Grifinória, tentando aliviar o clima tenso com um toque de humor. — Acho que é como se fosse a versão mais nova da Profa. Minerva.
O primeiranista da Grifinória concordou com uma expressão nervosa.
— E a Professora Minerva também! Isso não parece bom para o Harry, né?
Clarissa suspirou chegando perto dos colegas de escola.
— Eu só queria explicar o que realmente aconteceu. Draco Malfoy é um encrenqueiro. Eu vi tudo!
— Todos vimos. — Cassandra diz de forma óbvia.
O outro aluno parecia intrigado.
— Você vai falar com alguém sobre isso?
Clarissa pensou por um momento.
— Vou tentar, mas acho que a Professora Minerva já está brava demais.
Os murmúrios sobre o episódio se espalharam entre os alunos, criando uma atmosfera de curiosidade e agitação. Clarissa, porém, ainda se sentia inquieta com a repreensão de Minerva.
( . . . )
Clarissa avançava pelos corredores de Hogwarts em direção à sala de Dumbledore quando captou sussurros intrigantes ecoando em um lugar próximo. Seu instinto a guiou até lá, onde vislumbrou uma cena inusitada: o Prof. Quirrell, visivelmente nervoso, murmurava para uma sombra indistinta.
Antes que pudesse protestar, alguém a puxou para trás, tapando sua boca. Ao Prof. Snape puxar Clarissa para trás com uma velocidade surpreendente, o susto dela foi tamanho que seu instinto de autodefesa entrou em ação involuntariamente. Em meio ao sobressalto, Clarissa deu um pisão no pé do professor de poções.
Um gemido discreto escapou dos lábios de Snape, seus olhos estreitando-se momentaneamente com a dor. Ele lançou um olhar frio em direção a Clarissa, mas sua expressão habitualmente imperturbável manteve-se intacta. Com um suspiro audível, Snape continuou conduzindo a situação, ignorando o breve episódio de desconforto.
— Eu ia falar com ele! — Clarissa exclamou, cruzando os braços.
Naquele instante, estavam em uma sala de aula vazia, onde Snape a encarou com seu típico ar sombrio.
— Eu não gosto nem um pouco de você, mas também não quero que você se envolva em situações furadas. Então, me encontre amanhã depois das aulas; tenho muitas coisas para explicar. — Snape falou, saindo da sala com a mesma urgência de sempre.
Clarissa quase riu, percebendo que, ao puxar sua capa, Snape parecia muito como um vampiro dos livros que Clarissa tanto lia. Contudo, reprimiu a risada ao lembrar que Quirrell ainda estava por perto, preferindo não se envolver em encrenca.
Curiosa, mas cautelosa, Clarissa retornou ao salão comunal da Grifinória, com pensamentos intrincados sobre o que Snape teria para contar.
( . . . )
Hermione estava com a boca aberta depois de Clarissa contar tudo o que aconteceu.
— Mesmo assim... Ainda não confio no Professor Snape! — disse ela, com um tom de desconfiança evidente, recebendo uma revirada de olhos de Clarissa.
— Hermione, eu também não confio, mas ele merece uma chance. Vai me dizer que não achou estranho o Professor Quirrell estar falando com uma sombra? — Clarissa falou com determinação. — Lembra do livro que o Prof. Quirrell deixou cair? As peças estão se encaixando, e você só não quer acreditar!
— Claro que é estranho, mas Hogwarts é o lugar mais seguro! — respondeu Hermione, mantendo sua posição.
Clarissa e Hermione pararam de falar assim que Harry e Rony se aproximaram.
— Então... é... poderia me emprestar aquele seu maravilhoso livro de mitos gregos? — Clarissa tentou disfarçar, mas Harry podia sentir algo estranho na sua expressão.
Ele a conhecia há pouco tempo, mas o suficiente para perceber que ela era uma péssima mentirosa. Rony, por outro lado, parecia não ter notado a tensão e cochichou para Harry:
— Deve ser só papo de nerd, vamos sair daqui.
Harry ia protestar, mas Ronald foi mais rápido e o puxou.
— Eu queria contar para ela. — Murmurou aborrecido. Seu objetivo era contar para Clarissa que ele havia se tornado o apanhador da Grifinória, conforme McGonagall. Harry era o apanhador mais jovem da história da Grifinória.
— Você é péssima em improvisação. — Falou Hermione, provocando Clarissa, que respondeu com uma careta.
— Pelo menos eu falei algo; sua cara ficou toda assustada. — Disse Clarissa, imitando a expressão congelada que Hermione havia ficado após os meninos se aproximarem.
Mione revirou os olhos e pegou suas lições. Clarissa suspirou antes de falar, dessa vez de forma séria.
— Só estou preocupada, Mione. Toda essa história com o Professor Quirrell e Snape... Sinto que algo grande está acontecendo, algo que ainda não compreendemos.
— Eu sei que parece loucura, mas acho que Quirrell pode estar envolvido em algo realmente perigoso. E Snape... bem, não confio nele.
— Somos duas então. Apenas fique alerta, Clary.
A menina concordou com a cabeça, não deixando de pensar em tudo que havia acontecido nos últimos tempos. Era muita coisa para ela pensar. A carta misteriosa, o comportamento estranho dos professores e ainda tinha que lidar com todas as obrigações da escola.
( . . . )
O aroma delicioso da macarronada flutuava pelo Salão Principal, anunciando o início do jantar. Clarissa, ansiosa por esse momento, se dirigiu ao longo das mesas e se sentou ao lado dos gêmeos Weasley. O burburinho alegre dos alunos preenchia o ambiente, misturando-se com risadas e conversas animadas.
A macarronada à sua frente parecia uma obra de arte culinária, e Clarissa mal podia esperar para saboreá-la. Enquanto os gêmeos continuavam com suas piadas e palhaçadas que a Granger já estava acostumada.
Naquela noite agitada em Hogwarts, enquanto o salão fervilhava com o burburinho dos alunos, Fred e George Weasley aproveitaram o clima descontraído para treinar suas famosas cantadas. Sentados à mesa da Grifinória, os gêmeos estavam empenhados em aprimorar suas habilidades de conquista.
Rindo entre eles, Fred começou com uma cantada:
— Se beleza fosse tempo, você seria a eternidade, querida.
George, não perdendo o ritmo, complementou:
— Ei, garota, você não é a Grifinória, mas definitivamente está no meu coração.
As piadas e cantadas continuavam, arrancando risadas de alguns colegas e olhares divertidos de outros. Clarissa, ao lado deles, rolava os olhos, entediada com a tentativa dos gêmeos de "arrasar com as gatas".
— Fred aqui acha que Lino está apaixonado por Cassandra.
Os gêmeos riram novamente, como se partilhassem um segredo extremamente hilário. Enquanto isso, a mesa começava a se encher de pratos suculentos, com aromas que faziam o estômago de Clarissa roncar cada vez mais.
Quando ouviu o que George havia falado a respeito da suspeita de Fred, ela arqueou a sobrancelha, meio cética.
— A Whitmore? Sério? — Questionou ela, bem surpresa.
— Ela é tão... linda... — começou Lino antes de ser interrompido por Fred.
— Não se esqueça que ela é Sonserina. Se lembra da pegadinha que fizemos na comunal deles? Acho que ela não vai gostar de você por isso.
Lino colocou a mão no queixo e parou para pensar.
— Já pensou nesse casalzinho? — Fred diz maliciosamente.
— Não seja bobo, Fred. Cassandra não daria a mínima para alguém como o Lino. — George riu.
— Não seja rude, George. — Clarissa repreende.
Ela logo aproveitou para experimentar a macarronada deliciosa à sua frente.
— Essa comida está incrível! — exclamou, satisfeita.
Os gêmeos trocaram olhares conspiratórios.
— Ah, Clary, sempre focada no essencial: comida. — Fred bateu levemente no ombro dela.
— E vocês sempre focados nas confusões e paqueras alheias. — Clarissa riu.
Enquanto os irmãos Weasley riam, Clarissa, imersa em pensamentos, estava perdida em algum lugar na parede. Fred e George, percebendo sua distração, a trouxeram de volta à realidade.
— Clary, alô, terra chamando Clarissa. — Fred estalou os dedos na frente dela, provocando risos ainda mais intensos.
Clarissa piscou algumas vezes antes de sorrir para os irmãos.
— O que foi? — perguntou ela, ainda tentando se recuperar do breve devaneio.
— Estava pensando em algo importante ou só em comida mesmo? — provocou George, rindo.
— Comida, definitivamente. Mas agora que mencionou, tem algo importante que estavam falando?
George fez uma careta dramática.
— Importante é relativo.
— Ei, Clary, me passa o molho de pimenta? — perguntou Fred.
— Claro, aqui está. Mas cuidado, não exagere, senão vai acabar chorando mais do que rindo — alertou ela, passando a garrafa.
— Quer ouvir uma cantada irada? — indagou Fred, na direção de Clary, com um sorriso malicioso.
Clarissa rolou os olhos, já prevendo que algo peculiar estava prestes a acontecer.
— Não... — tentou dizer, mas Fred não lhe deu a chance de completar.
— Veja e aprenda. — Fred dirigiu sua atenção para Lino Jordan, que estava sentado do outro lado da mesa. — Gata... Me chama de Dementador, que eu te mostro meu beijo fatal. — Finalizou com um sorriso de conquistador.
Clarissa fez um esforço enorme para conter o riso diante do ruivo. O olhar entre ela e Lino Jordan foi o suficiente para que se entendessem sem precisar dizer uma palavra.
— Droga, Fred! Era para eu ter dito isso antes. — George exclamou, com uma expressão de decepção evidente.
— Olha, George, acho que isso não é um ponto a favor nas paqueras. — Clarissa provocou, ainda rindo da tentativa de Fred. — Não concorda, Lino? — Dirigiu-se ao colega, que ainda estava um tanto atordoado.
Lino coçou a cabeça, parecendo sem jeito.
— Bem, não sei... achei meio estranho, mas... diferente? — sugeriu, hesitante.
— Diferente é uma forma educada de dizer bizarro. — Clarissa riu, fazendo com que até mesmo os gêmeos Weasley se rendessem a um sorriso.
George assumiu um tom dramático.
— Ah, minha chance de ouro, arruinada por meu próprio irmão. — Ele fez um gesto exagerado de desânimo.
— Não esquenta, George. Aposto que tem mais uma cantada genial guardada no bolso. — Fred deu um tapa amigável nas costas do irmão.
— E se ela for ainda pior que a do Dementador? — George brincou.
— Impossível. — Fred piscou para Clarissa, mantendo o clima descontraído.
Hermione, que até então estava mergulhada em seu livro, ergueu os olhos ao perceber a movimentação e revirou os olhos com desdém diante das brincadeiras dos gêmeos.
— Vou começar a treinar na próxima semana. Só não conte a ninguém, Oliver quer fazer segredo. — A voz de Harry alcançou Clarissa, que franziu a testa intrigada. O que Potter estava planejando manter em segredo?
Intrigada, Clarissa se inclinou levemente para frente, tentando captar cada palavra do diálogo que se desenrolava. Parecia que Harry estava prestes a revelar algo importante.
Ela achou um tanto estranho Harry estar contando um segredo no meio de uma multidão.
No entanto, o suspense foi quebrado abruptamente pela chegada de Draco, acompanhado por Crabbe e Goyle, apelidados por Clarissa de "o trio maligno".
— Comendo a última refeição, Potter? Quando vai pegar o trem de volta para a terra dos trouxas? — provocou Draco, seu tom carregado de deboche.
Harry, surpreendentemente tranquilo, respondeu:
— Você está bem mais corajoso agora que voltou ao chão e está acompanhado por seus amiguinhos.
A tensão entre Harry e Draco crescia a cada palavra trocada, até que Draco desafiou Harry para um duelo.
— Enfrento você a qualquer hora sozinho. Amanhã à noite, se você quiser. — Draco provocou, desafiando Harry. — Se tiver coragem, é claro. Ou talvez você seja medroso que nem seu amigo do lembrol.
Clarissa, percebendo que a situação estava prestes a escalar, levantou-se rapidamente. Ela conhecia bem o temperamento explosivo de Draco.
— Harry, ignore-o. Ele está apenas com inveja de você ser o centro das atenções e ele não. — Clarissa interveio, posicionando-se ao lado de Harry com os braços cruzados.
— Não se meta nisso, sua sujeitinha de sangue-ruim. — Draco dirigiu suas palavras a Clarissa, apontando o dedo em sua direção. Antes mesmo que o dedo do loiro pudesse chegar perto da Granger, Ronald foi mais rápido e bateu no dedo de Malfoy, recolocando-o em seu lugar.
— Teremos o duelo então. Vou ser o padrinho dele, quem vai ser o seu? — Ronald interrompeu, demonstrando apoio a Harry.
Draco desviou o olhar de Clarissa por um momento e ponderou sobre os dois amigos que estavam ao seu lado.
— Crabbe, amanhã, meia-noite está bem? Nos encontramos na sala de troféus, está sempre destrancada. — Respondeu Draco.
Draco se afastava, mas antes de desaparecer por completo, decidiu falar uma última coisa na direção de Clarissa.
— A propósito, eu sou loiro natural. — E saiu, deixando para trás um rastro de hostilidade.
De volta à mesa, Harry, ainda perplexo com a proposta de duelo, direcionou uma pergunta a Rony.
— O que diabos é um duelo de bruxos? E o que você quis dizer quando se ofereceu para ser meu padrinho?
Hermione, que parecia sempre pronta para oferecer esclarecimentos, respondeu com naturalidade, surpreendendo Ronald, que não percebera sua presença até aquele momento. Ele resmungou algo sobre ela aparecer "do nada" e retomou sua atenção ao pastelão frio.
— O padrinho fica lá para tomar o seu lugar se você morrer. — Hermione explicou. — Mas as pessoas só morrem em duelos de verdade, com bruxos mais experientes do que nós.
Clarissa notou expressão assustada de Harry.
— O máximo que você e Draco conseguirão fazer será atirar fagulhas um no outro. Nenhum dos dois conhece magia suficiente para fazer estragos. Mas aposto que ele esperava que você recusasse. — Comentou Rony com a boca cheia, recebendo uma careta de reprovação de Hermione.
Clarissa varreu o salão com seu olhar aguçado. Uma sensação incômoda começou a crescer dentro dela, como se estivesse sendo observada. Seus olhos finalmente encontraram os do Professor Quirrell, que estava lançando olhares sinistros em sua direção.
A troca de olhares não era comum, e os olhos de Quirrell pareciam carregar uma emoção obscura. Ódio? Raiva? As intenções do professor permaneciam enigmáticas, mas a expressão contorcida em seu rosto aumentou a inquietude de Clarissa.
Um calafrio percorreu seu corpo, como se algo gélido tivesse passado por ela. A atmosfera no salão ficou mais densa, e Clarissa começou a se questionar sobre o motivo pelo qual Quirrell a encarava daquela maneira perturbadora. Uma sensação de desconforto a impelia a se retirar do salão. Voltou-se para Hermione, ao seu lado, e perguntou:
— Hermione, o que acha de subirmos e irmos dormir? Estou me sentindo um pouco mal.
Hermione, pronta para mergulhar nas lições do dia seguinte, considerou por um momento, mas concordou.
Clarissa se aproximou de Harry e Rony, que ainda estavam no salão, e sorriu enquanto se despedia.
— Bem, acho que vou subir e descansar um pouco. Até amanhã, pessoal. — Ela acenou com um leve sorriso, principalmente dirigido a Harry, e virou-se para Hermione.
— Hermione, vamos?
Hermione assentiu, despedindo-se também dos dois rapazes com um aceno breve e formal.
— Até amanhã, Rony, Harry. — A formalidade nas palavras de Hermione era evidente, indicando a distância entre ela e os outros dois.
Ao chegar à porta do salão, Clarissa, ainda inquieta, vacilou antes de se afastar. Seus olhos curiosos lançaram um último olhar para o salão, como se esperassem desvendar algum segredo nas sombras que dançavam nos cantos.
Foi nesse momento que seus sentidos capturaram algo perturbador. Entre as sombras em movimento, Clarissa jurou ter vislumbrado uma figura sombria, algo que parecia se esgueirar sorrateiramente por trás do Professor Quirrell. Um calafrio percorreu sua espinha, e seu coração acelerou, deixando-a totalmente perplexa diante do mistério oculto nas sombras daquela noite em Hogwarts.
Clarissa não conseguia ignorar a sensação de que algo estava além da compreensão normal. Era como se o próprio castelo escondesse segredos sombrios e desconhecidos. Uma sensação de inquietação a acompanhou enquanto se afastava, alimentando ainda mais a curiosidade que a impelia a investigar os mistérios que pairavam no ar.
• Trechos tirados de Harry Potter e a pedra filosofal, créditos a autora (JK Rowling).
• O que estão achando?
• Se a Clarissa tivesse uma segunda casa em Hogwarts, qual vocês acham que seria?
• O que será que o Snape quer falar com a Clarissa?
Ela tem algo de especial que um dia todos irão descobrir...
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