chapter three, quarry.
CHAPTER
THREE !.
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JANE ESTAVA A PONTO de empurrar cada um daqueles garotos da pedreira. Tudo o que eles faziam era competir para quem conseguiria cuspir mais longe daquela altura. Jane apenas observava, enquanto deixava o vestido florido de lado. Nem que fosse sozinha, ela definitivamente iria experimentar o frio na barriga de pular daquela altura.
— Essa foi horrível, eu ganhei! — Richie cantou vitória.
— Você ganhou? A distância não importa, o que interessa é a massa! — Eddie tentou, arrancando risadas de Ben, Bill e Stanley. — É pelo volume da escarrada!
— Jane, me defende! — Richie chamou pela prima e os garotos se viraram para olhá-la.
Eles sequer conseguiam dizer uma palavra. Pelo pouco que conseguiam conhecer de Jane, sabiam que ela era extremamente corajosa e amiga. Mas duvidavam que alguém, do tamanho dela, poderia pular daquela pedreira.
— Vocês vão pular ou não? Só estão enrolando! — Jane chamou a atenção deles, os puxando de volta para o planeta terra. — Porque eu com certeza vou!
— Eu também! — Disse outra voz feminina, mas familiar. Era Beverly Marsh. A ruiva desceu da bicicleta e desabotoou o vestido. Jane sorriu para ela, a encorajando. — Maricas!
Beverly se aproximou de Jane correndo, pegou em sua mão e a puxou para que, juntas, pulassem da pedreira. A Tozier se assustou com a atitude da ruiva, mas a acompanhou em provar para aqueles garotos que, pular dali, não seria um problema para duas garotas. Beverly e Jane enfim saltaram, caindo rumo a água verde claro do lago. Tudo o que os meninos faziam, ainda sobre o paredão de pedras, eram olhar chocados para a atitude delas.
— Que merda... Fomos humilhados por duas garotas! — Richie disse, frustrado.
— Agora a gente vai ter que pular? — Stanley inquiriu, nervoso.
— S-Sim. — Bill sorriu para os amigos.
Já dentro da água, Beverly e Jane jogavam água uma na outra, esperando que os garotos pulassem também. As duas não contavam com isso, mas já sabiam que se dariam muito bem juntas, e talvez fosse por serem as únicas meninas do grupo. Mesmo pela pequena diferença de idade entre elas, estavam se entendendo muito bem.
Ben foi o primeiro pular. As duas riram, jogando água nele assim que ele subiu para a superfície. Bill, Richie, Eddie e Stanley pularam, respectivamente. E notaram que saltar da pedreira não era nenhum problema e que, ao contrário do que pensavam, era um passa tempo muito divertido.
Jane subiu nos ombros de Richie, sentando sobre ele. E Bill fez o mesmo nos ombros de Beverly. Ambos tentavam derrubar um ao outro, e o que parecia ser uma missão impossível, tentar derrubar Bill, acabou se invertendo e ele conseguiu ganhar a brincadeira. E não demorou para que começassem, ali, uma guerra de água. Todos estavam se divertindo, todos estavam tendo paz em um momento tão desesperador de Derry.
Jane se afastou de Beverly, Ben, Eddie, Stanley e Richie para observá-los. Finalmente estava se sentindo parte de alguma coisa, e esperava que fosse duradouro já que apenas passaria o verão ali, e em breve voltaria para a Flórida. Mas era Jane Tozier. Se tinha algo que ela amava em Derry, ela com certeza voltaria algum dia.
— Você v-vai morar a-aqui? — Perguntou Bill, tirando-a de seus devaneios.
— Não... só vou passar o verão. — Jane respondeu com um sorriso triste, e Bill retribuiu da mesma forma.
Jane Tozier nunca esperou gostar tanto dos amigos do primo, e se surpreendeu com o que encontrara na pequena cidade.
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Um rock tocava enquanto os garotos sequer piscavam, olhando Beverly tomava banho de sol deitada sobre a pedreira. Ela mantinha os olhos fechados sob os óculos escuros. A Tozier bufou, mas não estava surpresa. Era típico de homens ficarem quase babando em ver uma mulher tão bonita.
— Perderam alguma coisa na Beverly? — Jane comentou, e os garotos acordaram do transe. Beverly olhou para eles com um sorriso de lado. Os meninos tentaram disfarçar, mas falharam miseravelmente. — Que bom.
— O que é isso? Quem te deu? — Inquiriu Richie, pegando um cartão postal de Derry na mochila de Ben. O loiro, rapidamente o pegou de sua mão. Não satisfeito, Richie pegou uma apostila e a bisbilhotou, vendo que ali tinham notícias e dados de alguns acidentes e fatos estranhos que aconteciam pela cidade durante décadas. — Que lance é esse do projeto de história?
— Quando eu me mudei pra cá, não tinha muito o que fazer. Então passava o tempo na biblioteca. — Respondeu Ben, vendo seu projeto passar das mãos de Richie para as mãos de Bill. Até mesmo Jane ficou curiosa, e sentou ao lado do Denbrough para saber o que Ben tanto fazia.
— Você ia pra lá por vontade própria? — Jane quase riu, pegando a apostila das mãos de Bill para ver melhor.
— Eu quero ver. — Beverly levantou, indo até Jane e sentando ao lado dela sobre a rocha.
— O que é The Black Spot? — Stanley inquiriu a Eddie.
— Eram uma sede que foi incendiada por um grupo racista. — O Kaspbrak respondeu, e Stan o olhou confuso.
Por outro lado, Jane folheava o trabalho de Ben com atenção. Era incrível como o Hanscom gostava e se interessava por história, e Jane passou a admirar isso nele. Ele claramente era o mais inteligente dos 7 ali presentes.
Bill observava Jane atentamente enquanto ela olhava concentrada para as notícias. Mas quando notou que Jane iria olhar ele de volta, mirou os olhos claros na direção de Beverly que estava ao lado da Tozier.
— O s-seu c-cabelo, Beverly... — Bill tentou, mas Ben o cortou assim que percebeu que ele iria elogia-lá.
— O seu cabelo tá lindo, Beverly. — O Hanscom roubou a fala de Bill, e Bev corou. Não sabia como reagir diante de um elogio.
— Obrigada. — Agradeceu. Jane franziu o cenho, percebendo o que estava rolando entre os três. E se sentiu estranhamente incomodada por estar no meio disso.
— Me dá, anda! — Richie quebrou o clima ruim ao notar que a prima estava quieta. Jane passou a apostila para as mãos de Richie, que voltou a folhear o projeto. — Por que tantos mortos e crianças desaparecidas?
— Derry não é como as outras cidades em que já estive. — Ben começou, chamando a atenção de todo o grupo. — Fiz um estudo, e parece que a taxa de desaparecimentos e mortes aqui é seis vezes a média nacional.
— Sério? — Jane inquiriu, apoiando o queixo nas mãos.
— Isso com adultos. Com crianças é pior. — Ben engoliu em seco. — Muito, muito pior. Eu tenho mais coisas, se quiserem ver. — Disse Ben, animado em mostrar o resto das suas pesquisas aos amigos.
Jane rapidamente concordou. Estava curiosa em saber mais sobre o desaparecimento das crianças em Derry, e quem sabe alguma coisa pudesse até ajudá-los em encontrar Georgie, irmão de Bill.
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Juntos, o grupo pedalava rumo a casa de Ben Hanscom. Cruzaram algumas esquinas até chegaram na rua certa. As casas eram simples, mas todas bonitas e aconchegantes. Ben desceu da bicicleta rapidamente, entrando em casa sozinho sem sequer esperar os amigos. Todos apenas deixaram as bicicletas no chão e correram para dentro da casa. Jane quase esbarrou em Bill ao passar pela porta, mas o Denbrough deixou que ela entrasse primeiro.
Jane foi a primeira a entrar no quarto de Ben, sendo seguida por Beverly, Bill e Stan. Richie e Eddie apenas discutiam, totalmente alheios do que estavam fazendo ali.
Haviam papéis espalhados pela cama e pelo chão, impressos com notícias de desaparecimentos e corpos encontrados pelos esgotos de Derry com o passar dos anos. Jane ficou boquiaberta, olhando as folhas coladas nas paredes.
— Caramba... — Foi tudo o que conseguiu dizer.
— Legal, né? — Ben disse, convencido. O grupo se espalhou pelas extensões do quarto, olhando tudo o que havia nele.
— Não tem nada de legal aqui. — Richie deu de ombros, pegando uma das folhas do chão.
— O que é isso? — Indagou Stan, apontando para todos aqueles papéis colados na parede, perfeitamente alinhados.
— É o estatuto do município de Derry. — Respondeu Ben ao tirar a mochila das costas e a colocar sobre a cama bagunçada.
— Alerta nerd. — Jane ironizou.
— Não, é só porque eu acho interessante. — Ele respondeu, fitando a morena. — Todas as 91 pessoas que estavam na fundação de Derry desapareceram sem deixar rastros.
— Todo mundo desapareceu? — Eddie inquiriu, sem acreditar nada naquela história.
— Houve rumores de que foram os índios. — Ben deu de ombros. — Mas não havia sinal de ataque.
Jane apenas ouvia tudo o que Hanscom explicava, se aproximando de um dos papéis para observar ele melhor. Era uma pintura. Haviam inúmeras pessoas conversando, mas uma figura em particular chamou a atenção da garota. Um pouco mais na esquerda na pintura havia um palhaço. Ele conversava com uma mulher. Seu olhar era tenebroso, e seu sorriso era sádico. E Jane Tozier tinha certeza que aquele palhaço estava olhando para ela, coisa que não havia acontecido poucos segundos antes. Jane engoliu em seco, desviando o olhar daquele desenho.
— Apenas tinha um rastro de roupas com sangue até um poço. — Finalizou Ben, antes de olhar para Beverly.
— E o-onde ficava esse p-poço? — Bill inquiriu. Jane sabia exatamente o que ele estava pensando.
— Eu não sei, em algum lugar da cidade. — Ben negou com a cabeça lentamente.
Jane passou os dedos pelas folhas até ver a imagem de uma garota. Sua foto estava estampada em um folheto como desaparecida. Tania McGowan era seu nome, com 6 anos de idade. E ao redor de sua imagem também tinha várias outras crianças. Todas desaparecidas, e todas eventualmente mortas.
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