chapter six, pennywise.

CHAPTER
SIX !

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BILL FOI O PRIMEIRO a entrar na casa, sendo seguido por Jane, Eddie e Richie. Os 4 se separaram, cada um pra uma extremidade da sala para saberem por onde deveriam começar.

— Vocês têm sorte de não ter sido pelo tamanho do pinto! — Richie falou alto, se referindo a seleção que fizeram para saberem quem entraria na casa.

Jane se aproximou de Bill e tocou em seu ombro, chamando sua atenção. O Denbrough a puxou para um abraço apertado. E sendo consideravelmente um pouco mais alto que Jane, ela apoiou a cabeça no peito dele, enquanto o queixo do garoto repousava sobre seus cabelos.

— O-Obrigada por estar aqui, J-Jane. — Ele disse em quase um sussurro.

— Os Otários tem que ficar juntos. — Ela respondeu, separando o abraço. — Vai ficar tudo bem.

      Eles se separaram assim que viram Richie segurar um panfleto. Ele parecia chocado com o que estava vendo estampado naquele pedaço de papel, chegou até a apertar os olhos para saber se estava vendo direito.

— O que é isso? — Indagou Eddie, se aproximando do amigo.

— Aqui diz que eu tô desaparecido. — Richie tremia a voz, segurando o cartaz com força com ambas as mãos. Bill e Jane se aproximaram, vendo o rosto de Richie perfeitamente estampado ali.

— Richie, calma! — Jane pegou o cartaz da mão dele.

— É o meu cabelo, meu nome, minha idade, meu aniversário! — Ele gritava nervoso. Richie tinha medo de desaparecer, e ver seu rosto estampado como uma daquelas crianças só havia duplicado aquilo.

— Richie, olha pra mim! — Jane gritou com ele, segurando o rosto do primo entre as duas mãos. — Isso não é real, tá bom? É o que a Coisa quer que você pense. Fica calmo, por favor.

      Richie balançou a cabeça rapidamente e Jane sorriu de forma grata. Logo, começaram a ouvir uma voz do que seria de uma garota pedindo socorro, chamando por ajuda. Os quatro se entreolharam e Bill seguiu a voz, subindo alguns lances de escada com os outros em seu encalço. Jane e Richie estavam de mãos atadas, como sempre faziam quando queriam se proteger de alguma coisa. Era o jeito deles de demonstrarem afeto um pelo outro. Eles sempre protegeriam um ao outro, apesar de seus medos.

     Os quatro finalmente chegaram ao andar superior da casa, agora ouvindo uma tosse cansada feminina. E Bill conseguiu encontrar quem era, e quase caiu para trás ao ver a dona da voz.

— Betty? — Bill estava com os lábios entreabertos.

— A Ripsom? — Jane sugeriu, olhando para a garota que estava à alguns metros deles, deitada no chão.

       Assim que Jane pensou em dar um passo à frente para tomar uma atitude, Betty foi puxada por algo que estava fora do campo de visão deles. E a última coisa que ouviram foi o grito da garota, e depois o silêncio total. Jane elevou a mão livre a boca para esconder o choque, mas ainda assim eles continuaram a andar lentamente sobre a madeira empoeirada rumo ao cômodo onde, antes, Betty Ripsom estava.

     Entraram no pequeno recinto e examinaram o lugar. Estavam estáticos, sem saberem o que fazer.

— Ela e-estava bem aqui... — Bill comentou mais para si do que para os outros.

     E o bater da porta os despertou daquele transe, e então notaram que Eddie não estava mais com eles, e sim do lado de fora. Jane, por instinto de ajudar o amigo, soltou a mão de Richie e correu para a porta, tentando abri-la com a ajuda de Bill, mas era inútil.

— Eddie! — Jane e Bill gritavam em uníssono, mas Eddie não respondia. Era a Coisa. Ela sabia que eles estavam ali, e havia começado a brincar com eles.

      Jane e Bill, agora silenciosamente, tentavam abrir a porta. Isso até a morena ver o primo chamar por Eddie dentro de outro cômodo. Se afastou de Bill e olhou para o Tozier.

— Richie? — Ela ia acompanha-ló até lá, até que a porta se fechou e trancou Richie dentro de outro quarto. Jane arregalou os olhos e correu até a porta, tentando abri-lá. — Ai, meu Deus! Richie! Você tá bem?

— Richie! — Bill também gritou, tentando chutar a porta.

— Abram logo essa merda! — Ele gritava desesperado, tentando sair dali.

     Jane sentiu os olhos se encherem de lágrimas só de pensar em perder Richie. A todo custo ela tentava abrir a porta, mas estava emperrada. Richie só iria sair dali se a Coisa quisesse que ele saísse. A Tozier se afastou da porta e colocou as mãos na cabeça, começando a chorar de medo, de desespero. O que eram pra ser férias felizes, haviam se transformado em um verdadeiro inferno. De repente, os gritos de Richie cessaram. E então um grito do mesmo.

— Richie! — Ela correu em direção a porta novamente, batendo sem parar. — Que merda! Me fala se você tá bem, cacete!

     Richie nada respondeu, enquanto Bill tentava abrir a porta. Tudo o que Jane ouviu foi um "Beep beep, Richie", sendo proferido pela voz familiar do palhaço que havia a atormentado. Era ele que estava ali dentro com Richie. Depois disso, ela ouviu o grito do primo e, felizmente Bill havia conseguido abrir a porta antes que o pior acontecesse e Richie saiu. O Denbrough fechou rapidamente e Richie bateu diretamente com Jane e os dois se abraçaram.

— Você tá bem? — Jane indagou, preocupada. Richie apenas se limitou a assentir com a cabeça.

— V-Vamos sair daqui! — Bill chamou os dois.

     Juntos, os três se viraram para encontrarem Eddie e saírem da casa, mas o colchão velho, o qual estava posto sobre o chão começou a se mexer, como se algo estivesse dentro dele. E então, ele se rasgou revelando uma cabeça. Mas não era qualquer cabeça: era a de Eddie.

— Vamos brincar de cusparada, otários? — Disse a figura de Eddie, cuspindo sangue.

     Os três olhavam boquiabertos para a visão à frente deles, isso até o que parecia ser um ácido começar a se espalhar pelo quarto, como uma lava, corroendo tudo. Eles recuaram e correram para o lado oposto e se depararam com três portas sujas que indicavam qual caminho eles deviam seguir. Respectivamente, estavam escritas: "sem medo", "com medo", "com muito medo". E, sem hesitar, correram para "sem medo" e abriram a porta, e tudo estava escuro lá dentro. Ouviram a voz de Betty Ripsom os chamando e Bill ligou a luz, e os três se depararam com a garota pendurada pelos braços. Tudo o que restava dela era de sua cintura para cima.

     Jane gritou e fechou a porta fortemente.

— Cadê as pernas dela? — Jane gritou, se abraçando com Richie. Bill se colocou na frente dos dois. E enquanto isso, o ácido preto estava cada vez mais próximo deles.

— I-Isso não é real! L-Lembrem do rosto do menino desaparecido, i-isso também não é r-real! — Bill tranquilizou os dois.

    Jane concordou e se separou do primo. Os três deram as mãos, com Jane ficando no meio dos garotos.

— Prontos? — Bill inquiriu, e os dois concordaram. O garoto abriu a porta e juntos passaram por ela.

     Ouviram a voz de Eddie clamando por socorro e cruzaram alguns cômodos para chegarem até ele. Jane sentia todo o seu corpo tremer conforme se aproximavam. Mas quando finalmente chegaram onde o Kaspbrak estava, viram que ele não estava totalmente sozinho. A Coisa estava com ele. A mão envolvida por uma luva branca repousava no rosto do mais novo, logo que ele se virou para olhar Jane, Richie e Bill.

— Ai, que merda... — Jane disse alto o suficiente para o palhaço ouvir.

— Ainda não sou real o suficiente pra você, Billy? — A Coisa encarou Bill. E o Denbrough nunca sentiu tanto medo e raiva misturados na vida em ver o assassino do seu irmão ali, bem na sua frente. — Eu fui real o suficiente pro seu irmão... — O palhaço riu.

     Pennywise se afastou de Eddie e avançou contra os três, mas os outros membros do Clube dos Otários apareceram no recinto. Beverly, com precisão, acertou uma barra de ferro no olho de Coisa, que o atravessou até o outro lado de sua cabeça. A figura paralisou e Richie, Bill, Jane e Stanley correram até Eddie para ajudá-lo. Um de seus braços estava quebrado, e ele chorava de dor.

     Voltando a se mexer, a Coisa se virou na direção das crianças. Agora seu rosto estava deformado com o golpe de Beverly. Esta última sentiu as pernas vacilarem de medo conforme o palhaço se aproximava, agora projetando garras escuras em uma das mãos. Jane se pôs na frente de Richie para protegê-lo, como se ela fosse o escudo mais poderoso do mundo.

     O Palhaço se virou rapidamente na direção de Mike e Ben, arranhando a barriga do Hanscom com a ponta da barra de ferro. Recuando, Pennywise encarou cada uma das crianças antes de sair daquela sala e desaparecer no escuro.

— N-Não vamos deixar ele f-fugir. — Bill disse convicto, indo atrás do palhaço.

— Bill! — Jane gritou pelo garoto antes de ir atrás dele.

     Viu o Denbrough descer alguns degraus de um porão e não hesitou em seguir ele. Não podia deixar Bill sozinho, não depois de finalmente aceitar a morte de Georgie e conhecer o palhaço mais pessoalmente, além de suas visões no porão de sua casa. Era como um verdadeiro pesadelo, dez mil vezes pior e mais real.

A garota parou ao lado de Bill assim que avistou a Coisa descer pelo poço lentamente, olhando para eles uma última vez. Quando o palhaço já não estava mais ali, Bill encarou Jane como se pedisse por ajuda. Mas tudo o que ela fez foi abraçá-lo, não podia fazer mais e nem menos que isso.

— A gente vai voltar, Bill. Vamos acabar com ele. — Jane prometeu, antes de separar o ato.

Lentamente, Bill aproximou um pouco mais seu rosto do da Tozier. Ela não recuou, pois mesmo sem coragem ela queria aquilo. E quase podia sentir seu coração querer sair do peito. E apesar das circunstâncias, ele a beijou. Seus lábios se colaram em um selinho tímido e inocente, porém significativo para ambos. A garota colocou uma das mãos sobre o rosto de Bill, este que tinha ambas as mãos postas sobre as costas dela.

Assim que se separaram, sorriram um para o outro.

— Bill, Jane! Temos que ajudar o Eddie! — Beverly gritou pelos dois, e rapidamente eles subiram.

Quando chegaram, se depararam com uma gritaria entre Richie e Eddie.

— Eu vou colocar seu braço no lugar! — Richie colocou as mãos sobre o antebraço quebrado de Kaspbrak.

— Não toque em mim! — Eddie gritou de volta, desesperado.

Jane se abaixou perto dos dois, tentando tranquilizar Eddie, mas era uma tentativa obviamente falha. Eddie era muitas coisas, mas calmo não era uma delas. Beverly também estava nervosa, se virando para o lado oposto para não ver a cena de Richie destorcendo o osso de Eddie.

Apenas foi possível ser ouvido o osso sendo estalado e um grito de dor do garoto. Bill e Richie o levantaram e todos correram para o lado de fora da casa, saindo dali com toda a velocidade e desespero que tinham de sobra.

Mas ainda não havia acabado.

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