Tema: aquele em que a sua sogra não gosta de você

pedido de Karolantunesx espero que goste, flor!

Your point of view

Você estava esperando Richard para o jantar com os pais dele, seus nervos estavam a flor da pele. Conhecer os pais dele era um passo gigantesco.

Vocês estão juntos há três meses, você pediu para irem com calma até porque não fazia muito tempo que você havia saído de um relacionamento. Ele respeitou isso, então juntos decidiram que já era hora de conhecer os pais dele.

Uma buzina te tirou dos seus devaneios e um suspiro saiu dos seus lábios, então você pegou a sua bolsa e trancou a casa. Richard te esperava encostado no carro.

― Você está linda, cariño ― ele te deu um selinho ― Nervosa?

― Um pouco, será que seus pais vão gostar de mim? ― ele abriu a porta do carro ― Obrigado.

― Eles vão te amar, mi amor ― ele fez um carinho no seu rosto ― Se quiser yo posso cancelar o jantar.

― Não, eu só estou ansiosa. Mas quero conhecê-los ― você sorriu.

― Vai dar tudo certo, cariño ― ele sorriu ― E meus pais falam português fluente, fique tranquila.

Não era bem o idioma que estava te preocupando, afinal você era poliglota e não seria um problema falar em espanhol. Você forçou um sorriso, as memórias da sua antiga sogra não eram nada boas.

Ao menos desejava que a mãe de Richard te tratasse bem, aos poucos poderiam construir uma amizade.

― A minha mãe fez um jantar muito especial, ela disse que está curiosa para te conhecer ― Richard disse animado.

― Eu também estou muito animada, eu comprei uma lembrancinha para ela. Espero mesmo que ela goste ― você suspirou.

O caminho até a casa do seu namorado foi tranquilo, sua respiração se normalizou aos poucos e logo ele estacionou na frente da casa dele. Ele desceu e abriu a porta para você.

― Que estranho ― você olhou para Richard ― Esse carro aqui.

― De quem é, amor? ― você perguntou e ele suspirou.

― Da minha ex ― ele disse baixinho e seu coração gelou ― Eu juro que não sabia de nada, mi amor.

― Melhor eu ir para casa ― você disse, mas ele impediu.

― Cariño, eu juro que não sabia de nada. Pode nem ser ela, vamos entrar, por favor.

Você suspirou e assentiu, tentava ao máximo se convencer de que podia ser só coincidência. Richard abriu a porta e vocês entraram juntos, conversas animadas atraíram a sua atenção.

Na sala estava a mãe, o pai e uma moça morena conversando animadamente. Você engoliu em seco, assim como engoliu a vontade de chorar. Richard apertou a sua mão e fingiu uma tosse.

― Hijo, olha quem está aqui ― a mãe dele ignorou a sua existência ― A Rafa vai jantar com a gente.

― Eu tentei falar para ela que eu tinha que ir, mas ela insistiu ― a mulher te olhou de cima a baixo ― E você quem é?

― A minha namorada ― Richard disse sério.

― Ah, então é você a nova namorada do meu filho? ― a mãe dele forçou um sorriso ― Sente-se, a Rafaela é ex do meu filho.

― Ah sim ― você riu sem graça ― Eu trouxe isso aqui para a senhora ― você entregou a lembrancinha.

― Obrigada ― ela jogou em um canto.

Vocês se sentaram no sofá, o pai de Richard foi o único a puxar assunto com você e seu namorado tentava te dar o máximo de atenção possível.

A sua mente tentou bloquear os traumas passados, mas foi inevitável. Você foi colocada novamente entre mãe e filho.

― Tudo bien, amor? ― Richard perguntou e você assentiu.

― Filho, a Rafa vai modelar no São Paulo Fashion Week ― a mãe dele disse animada.

― Eu tenho um convite sobrando para vocês ― a ex dele te olhou ― Não sabia de você, então estou sem convite.

― Não tem problema, eu sou a diretora de marketing e dona das principais marcas que estarão na São Paulo Fashion Week, eu estarei lá como dona ― você sorriu.

― Ah ― ela sorriu fraco.

― Bom, vamos jantar? ― o pai de Richard quebrou o clima tenso.

Todos assentiram e foram para a mesa, você se sentou ao lado de Richard e de frente para ex e para a mãe dele. Aquela situação já estava te deixando mal, parecia que todas as vezes acontecia a mesma coisa.

― Trabalha com moda? ― a ex dele perguntou.

― Ela trabalha com tudo ― Richard disse orgulhoso ― Ela é empresária em todos os ramos.

― Que chique ― seu sogro disse.

― A Rafa é modelo, sabe ― sua sogra disse ― E bom, a imagem com um jogador fica ainda melhor.

― A minha imagem é melhor com ela, mãe ― ele disse sério.

― Filho, ela é empresária e desculpa, mas ninguém chega nessa posição sem... ― você ergueu uma sobrancelha ― Sem oferecer alguns "favores" em troca.

― Nunca precisei disso, eu conquistei sozinha. Inclusive, eu sou dona do condomínio que vocês moram ― você disse séria.

― Richard ainda me ama, sem ofensas ― Rafaela disse.

― Não ofende ― você suspirou e se levantou ― Eu preciso ir, agradeço o jantar.

Você nem ao menos esperou seu namorado, apenas saiu. Desde muito nova você foi ensinada pela sua avó que se o lugar não te permite ser você mesma, então é hora de ir.

Você chamou um uber, estava esperando do lado de fora quando Richard tocou seu braço levemente.

― Eu te levo, cariño ― ele disse e você negou com a cabeça ― Está brava comigo? Yo no sabia disso.

― Eu não duvido disso, mas eu não quero ficar entre você e a sua mãe. Essa é uma disputa que eu não estou disposta a enfrentar ― você foi sincera.

― Mi amor, yo vou falar com ela e logo isso vai se resolver ― ele tentou argumentar.

― Não, eu sei que não vai. Ela deixou isso claro quando trouxe a sua ex, ela sabia que eu viria e fez de propósito ― um suspiro saiu dos seus lábios.

― Mas cariño, ela vai te conhecer melhor e vocês podem construir algo legal ― o uber buzinou.

― Eu vou embora ― você suspirou.

Seu coração se partiu em pedacinhos, por mais que Richard não tivesse culpa a ideia de enfrentar uma guerra com a mãe dele te fez desistir. Seu telefone tocou e mais lágrimas caíram.

― Oi, vó ― ela olhou através da tela.

― O que foi, querida? ― você tentou controlar as lágrimas.

― Terminei com o Richard ― ela te olhou sem entender.

Você explicou toda a situação para ela, apesar de tudo ela te olhou de forma carinhosa e abriu um sorriso.

― E você foi embora? ― você assentiu ― Você se lembra o que eu te disse?

― Que qualquer lugar que me diminua não é o meu lugar ― você relembrou.

― Por isso não é errado ir embora ― ela completou.

― Mas dói, vó ― você soluçou.

― Mas vai passar, querida. Isso vai passar, eu te prometo.

E bom...

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Até a próxima

Beijinhos, amoras