Tema é responsabilidade da autora. Mas é o seguinte: há um tempinho atrás eu tinha feito esse pequeno ensaio, não com esses diálogos e interação, então eu achei que daria certo postá-lo como um imagine. 

Foi um ensaio que eu fiz tentando descobrir o tema do meu TCC que até então seria sobre as emoções. Mas mudei de ideia e as emoções se tornaram apenas alguns ensaios e bom, eu espero que gostem!

ENTÃO NÃO FOI UM PEDIDO!

Era para ser um imagine do Diego, mas relendo eu achei que combinou mais com o Raphael Veiga. 

Your point of view

Hoje é um dia especial para você, dia dos namorados e um casamento pela frente. Você ajudou a organizar o casamento da sua melhor amiga, ajudou ela a escolher o vestido e também os vestidos das madrinhas.

E claro, você estava muito por ela afinal era o sonho dela. A única questão é que talvez vocês dividissem o amor pelo mesmo homem. 

E lógico que não seria confortável para você ter que lidar com o casamento do homem que você tanto ama, mas não tinha o que fazer.

Você estava voltando para o quarto onde as madrinhas estavam se arrumando, havia ido buscar o buque. Então quando atravessou o corredor, uma mão te puxou para um quarto e por um milésimo de segundo você quase gritou.

― Está louco? ― você disse nervosa.

― Sim, estou casando com a mulher que eu não amo e isso está me enlouquecendo ― Raphael andava de um lado para o outro.

― E o que eu tenho a ver com isso? ― a respiração dele estava próxima da dele.

― Você pode impedir isso e sabe disso ― ele te olhava intensamente.

― Como assim? Raphael, eu não posso fazer nada ― você desviou o olhar.

― Se disser que me ama, eu juro que não caso e saímos daqui antes mesmo de colocar os meus pés no altar ― ele disse convicto e você estremeceu.

― Raphael... Isso não é sobre mim, a sua noiva está lá esperando e organizou tudo com muito carinho ― lágrimas se formaram nos seus olhos.

― Mas era para você ser a noiva! ― ele andava de um lado para o outro ― Que inferno! Não é justo que eu não esteja me casando com a mulher que eu amo.

― Raphael... ― você tentou falar, mas ele não deixou.

― Diz que você me esqueceu e que não me ama mais ― ele se aproximou ― E que não sente nada quando eu me aproximo ― vocês estavam colados.

― Não é certo... ― você suspirou.

― Você não me respondeu ― ele te olhou profundamente ― Fala que não me ama.

― Eu... ― você procurou as palavras ― Raphael, vamos esquecer isso e cada um segue a sua vida.

― Longe um do outro? ― ele riu de forma sínica.

― Eu não quero magoar a sua noiva, ela é a que menos tem culpa dessa história toda e você sabe disso ― você disse e ele negou com a cabeça.

― E pode ser egoísta para caralho o que eu vou dizer: eu não me importo! ― você engoliu seco as palavras dele ― S/a, eu não me importo se ela me ama, eu me importo se você me ama.

― Mas do que adianta? ― você suspirou ― Nada vai mudar.

― Vai! Eu largo isso tudo e vamos embora, por favor ― ele agarrou sua cintura ― Eu já te pedi em casamento uma vez e o tempo nos separou, eu não quero repetir o mesmo erro.

― Raphael, eu não quero causar sofrimento a ela, eu não acho justo ― você suspirou ― Nós tivemos a nossa chance no passado e não deu certo, talvez fosse um sinal para que não ficássemos juntos.

― Não fala assim ― ele enxugou as suas lágrimas ― Eu tentei me convencer disso, mas então por qual outra razão você voltaria para a minha vida?

― Foi uma coincidência. Eu conheci ela durante o mestrado na Espanha e ela resolveu retornar para o Brasil. Eu fiquei e só retornei hoje por causa do casamento. Eu não fazia ideia de que você fosse o noivo ― seu corpo tremia.

― E nesse tempo conseguiu me esquecer? ― a pergunta te fez derramar as lágrimas ― Eu não esqueci nada. Ainda me lembro da sua cor favorita, da sua sobremesa favorita, dos passeios que você gosta de fazer, até do seu filme favorito da Barbie ― você sorriu ― Eu fui escroto em tentar te esquecer com ela, mas serei ainda mais se me casar fingindo que amo.

― E por que está colocando essa decisão nas minhas costas? ― você se exaltou ― Se não ama, então fale isso e não se case. Mas eu não quero ter culpa nisso, a decisão tem que ser sua.

― E vai ser ― ele disse sério ― Eu não vou casar de qualquer forma, mas eu quero saber se ainda temos uma história juntos. Se podemos recomeçar novamente ― te olhava atentamente.

― Raphael... ― você ia dar a resposta.

A porta se abre e vocês tentam disfarçar o clima que se instaurou. Era o sogro de Raphael avisando que estava tudo pronto, você saiu disfarçadamente. 

Entregou o buque para a primeira madrinha que encontrou pela frente e se trancou no banheiro logo em seguida.

As lágrimas caiam como cascatas dos seus olhos. Você tentava entender o que estava acontecendo e o motivo de ter reencontrado Raphael justamente nesse dia. 

Parecia que o destino estava brincando com vocês, afinal todas as chances em que tiveram para se reencontrar apenas essa foi possível.

Não era justo ver o homem que você ama se casando, mas se ele não a ama. As palavras dele martelavam na sua cabeça, algo precisava ser decidido. 

Raphael tomaria a decisão dele, enquanto que você ainda precisava tomar a sua decisão. A porta bateu e você se assustou, ao abrir deu de cara com a sua ex sogra.

― É bom te ver novamente ― ela sorriu ― O Raphael me pediu para te entregar isso aqui ― ela te entrega o cartão.

― O casamento... ― ela negou com a cabeça.

― Acredito que o próximo será seu e dele ― ela te deu um abraço ― Tome a decisão que achar melhor.

Ela saiu e você olhou para o cartão que estava em suas mãos. Se questionou se abriria, mas abriu com as mãos tremendo e lágrimas acompanhavam cada linha daquele cartão.

"Provavelmente a minha mãe já tenha te entregado o cartão e avisado que não haverá mais casamento. Olha, eu tomei essa decisão por mim e porque não era justo. Quando eu te vi chegando hoje me dei conta que não esqueci em nada o que vivemos, talvez fosse errado imaginar você em um vestido de noiva e não ela. Mas eu queria a chance de um dia te ver com um vestido de noiva, mas essa será a sua decisão.

Espero que ao final desse dia dos namorados mais louco que pudéssemos viver, tenhamos a chance de aproveitar como namorados novamente. Eu te amo, te espero aqui no jardim.

Ass: Raphael."

Suas mãos ainda tremiam, sua cabeça confusa com tanta informação em um curto período de tempo. Mas talvez a única parte que não estivesse confusa fosse seu coração. 

Era justo ou não? Talvez as pessoas mais evoluídas possam responder, mas você não. Você apenas queria aproveitar o seu amor.

Então sem ao menos olhar para trás e sendo até um pouco egoísta, afinal você nem foi dar uma satisfação para a sua amiga. Você apenas seguiu o caminho até o jardim, seu coração estava em paz e isso ao menos te tranquilizava.

Durante o caminho a vozinha do seu inconsciente te atormentou sobre sua decisão, isso custou algumas lágrimas da sua amiga. Mas assim como a situação não foi perfeita, você também não era.

Talvez fosse mais fácil julgar do lado de fora, mas e quanto aos sentimentos? Era justo que a noiva casasse com o homem que não a ama? Seria até mais infeliz do que agora. Pensar assim poderia te trazer paz, porém não é de todo errado pensar dessa forma.

Você viu Raphael nervoso no jardim, abriu um lindo sorriso e a cara fechada dele te fez se lembrar dos velhos tempos. Você se aproximou e viu um sorriso se abrindo no rosto dele, um sorriso que poderia iluminar esse dia tão diferente.

Ele correu na sua direção e tocou o seu rosto como se tivesse certeza que fosse mesmo real aquela situação. Uma das mãos dele te puxou para perto. 

Um beijo se iniciou e foi o suficiente para sentir a paz que precisava. Era um beijo lento, carinhoso e com muitas saudades. Ele apertou a sua cintura com força e você suspirou.

E um suspiro em especifico foi a última coisa que Raphael gravou na mente dele. O seu corpo amoleceu, o vestido verde escolhido pela noiva havia uma mancha vermelha e seus olhos se fecharam lentamente. Você queria capturar a última expressão de Raphael antes de fechar os olhos.

E talvez você estivesse certa, não era para vocês ficarem juntos. Primeiro foi a distância e agora a morte. E talvez fosse justo para a sua amiga que você também não vivesse o amor que ela sonhou.

E naquele jardim, naquele dia dos namorados seu corpo estava no jardim caído e ferido com uma bala. Seu vestido acabou molhando pelas lágrimas de Raphael, essas mesmas lágrimas que não te trouxeram de volta dessa vez.

Votem e comentem

Até a próxima

Beijinhos