𝐓𝐞𝐦𝐚: 𝐯𝐨𝐜𝐞̂ 𝐬𝐞𝐦𝐩𝐫𝐞 𝐩𝐨𝐝𝐞 𝐢𝐫 𝐞𝐦𝐛𝐨𝐫𝐚

𝐎𝐛𝐬: 𝐨 𝐩𝐞𝐝𝐢𝐝𝐨 𝐞𝐫𝐚 𝐮𝐦 𝐡𝐨𝐭, 𝐦𝐚𝐬 𝐞𝐮 𝐟𝐢𝐪𝐮𝐞𝐢 𝐬𝐞𝐦 𝐜𝐫𝐢𝐚𝐭𝐢𝐯𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐮𝐦 𝐡𝐨𝐭 𝐝𝐞𝐥𝐞. 𝐏𝐨𝐫 𝐢𝐬𝐬𝐨 𝐞𝐬𝐜𝐨𝐥𝐡𝐢 𝐨 𝐭𝐞𝐦𝐚, 𝐦𝐚𝐬 𝐧𝐚̃𝐨 𝐝𝐞𝐢𝐱𝐚𝐫𝐞𝐢 𝐯𝐨𝐜𝐞̂𝐬 𝐝𝐞𝐬𝐚𝐦𝐩𝐚𝐫𝐚𝐝𝐚𝐬 𝐩𝐨𝐫𝐪𝐮𝐞 𝐦𝐮𝐢𝐭𝐨 𝐞𝐦 𝐛𝐫𝐞𝐯𝐞 𝐭𝐞𝐫𝐞𝐦𝐨𝐬 𝐮𝐦 𝐡𝐨𝐭 𝐢𝐧𝐞𝐬𝐪𝐮𝐞𝐜𝐢́𝐯𝐞𝐥

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𝐒/𝐧 𝐩𝐨𝐯’𝐬

Suspiro cansada por causa do caos que a família de Abel faz na vida dele. Era péssimo vê-lo triste e frustrado, o pior é que ele se tranca no seu mundinho e fica lá.

Sento no sofá e sinto as lágrimas molhando o meu rosto, enquanto que o meu namorado foi direto para o escritório dele e trancou a porta.

Não era fácil para mim viver aquele relacionamento sem o apoio dos familiares dele, as ofensas, as brigas e todas essas situações me deixavam triste. Agia como se estivesse tudo bem para não preocupar Abel.

Abel e eu estamos juntos há oito meses, mas os problemas começaram desde que nos fotografaram juntos quando nos conhecemos.

Abel já estava divorciado há três anos quando nos conhecemos, mas mesmo assim os comentários de que eu era o pivô do término dominava a mente de todos.

Sendo que eu voltei para o Brasil há um ano, quando encerrei meu PHD em engenharia mecânica. Mesmo sendo dona da maior rede de construtoras da América, ainda me taxavam de “puta”, “vagabunda” e “aproveitadora”.

Minha família acolheu Abel super bem, eles adoram o meu namorado. Enquanto que a família de Abel me odeia, eles não me aceitam de jeito nenhum. Assim como sua ex mulher também faz um inferno em nossas vidas.

A diferença de idade incomodava todo mundo, eu tenho 28 anos e Abel 44, ou seja, 16 anos de diferença. Então isso só aumentava a ideia de que eu era uma pessoa ruim ou que eu estaria me aproveitando de um homem mais velho.

Fecho meus olhos e começo a chorar, eu queria um relacionamento sem que as pessoas me taxassem de alguma coisa. Queria poder assistir as partidas do Palmeiras sem que alguém me olhasse estranho ou me xingasse.

Desejava um relacionamento normal, onde podíamos ir em restaurantes tranquilamente. Enxugo as minhas lágrimas, mas elas continuam caindo.

Tiro os meus saltos e vou até o quarto, tento abrir a porta, mas ela está trancada. Solto um suspiro e bato na porta.

— Abel, eu preciso tomar banho, abre a porta, por favor — Peço e espero.

Ouço um barulho na tranca e abro a porta. Vejo Abel deitado de bruços e ele ignora a minha existência. Eu nem vi ele subir para o quarto, estamos os dois cansados.

Vou até o closet e pego meu pijama, vou ao banheiro e tomo meu banho. Sentia minhas lágrimas se misturando com a água e meu corpo relaxa.

Finalizo o meu banho, faço minha skin care e saio do banheiro. Suspiro e resolvo encarar esse problema de frente.

— Nós precisamos conversar, Abel — Falo, mas ele não se mexe — Sério isso? Você vai me ignorar ao invés de resolver esse problema? — Pergunto já estressada.

— Nós não vamos resolver esse problema, S/n. É a minha família, o que você quer que eu faça? — Ele se levanta.

— Eu quero saber como vamos resolver isso, Abel. Eu sei que é a sua família e seus filhos, mas e quanto a nós dois? — Pergunto e ele desvia o olhar.

— Eu sempre deixei claro que os meus filhos vem sempre em primeiro lugar — Ele diz.

— Eu sei disso, assim como nunca desejei que fosse o contrário. Seus filhos são a prioridade da sua vida, mas isso não dá o direito deles me desrespeitarem — Explico calmamente.

— Eles são crianças, S/n! Eles ainda não superaram o fim do meu casamento e por isso se comportam assim. Tente se colocar no lugar deles ao menos uma vez — Abel argumenta.

— Eu não preciso tentar me colocar no lugar delas, eu já estive no lugar delas. Quando meus pais se separaram, eu não fiz um inferno na vida do meu padrasto e nem da minha madrasta. A minha mãe sempre conversou comigo sobre isso, não foi fácil entender, até porque é mais fácil culpar uma pessoa de fora, mas a minha mãe sempre deixou claro que o término deles não tinha nada a ver com as novas pessoas que eles estavam se relacionando — Falo e Abel revira os olhos.

— Isso é a sua família, as minhas filhas não são assim. Elas são mais sensíveis — Ele diz.

— Elas são mal educadas! Abel, a sua esposa fala mal de mim para elas todas as horas do dia, ela me odeia. Ela faz questão de envenenar as meninas, elas nem ao menos me deram a chance de me apresentar — Falo e Abel me olha atentamente — Você se lembra do que elas me chamaram quando me viram pela primeira vez? De VADIA — Sinto lágrimas caindo.

— Elas não tinham noção do que estavam falando, S/n! — Abel esbraveja.

— Elas não são mais crianças! Abel, eu sei que elas são as suas filhas e eu não desejo nada de ruim à elas, mas eu não aguento mais ser insultada — Falo.

— E o que você quer que eu faça? Acha que estou feliz com isso? — Ele me olha magoado.

— Eu quero que você assuma as rédeas nessa situação. Quero que você converse com elas calmamente e explique como tudo começou — Falo e ele abre um sorriso sínico.

— Eu não tenho tempo para isso, S/n! Quando elas vem nós visitar, eu quero ouvir o que elas tem para contar, as novidades — Ele fala e eu nego com a cabeça.

— Abel, eu faço parte da sua vida também e consequentemente das suas filhas. Eu não quero que elas almocem com você na cozinha e eu em um restaurante sozinha porque elas não suportam a minha presença — Falo cansada.

— S/n, elas vem na minha casa. Você pode almoçar aqui também, mas prefere o restaurante — Ele diz e eu olho incrédula para ele.

— Talvez porque o restaurante não me ofenda — Respondo.

— Eu não vou me afastar das minhas filhas, nem adianta tentar — Abel diz.

— EU NÃO ESTOU TE PEDINDO ISSO! ABEL, VOCÊ ESTÁ ESCUTANDO O QUE EU ESTOU DIZENDO? EU ESTOU TE PEDINDO PARA QUE VOCÊ EXPLIQUE PARA ELAS O NOSSO RELACIONAMENTO. EU QUERO TER UMA RELAÇÃO SAUDAVEL COM ELAS. QUERO QUE ELAS GOSTEM DE MIM, MAS ISSO É IMPOSSÍVEL COM A SUA EX ESPOSA FALANDO COISAS HORRÍVEIS SOBRE MIM — Me exalto.

— Se está difícil para você, então coloca um fim nisso tudo. Mas não coloque a culpa nas minhas filhas, assuma que você odeia a ideia de namorar com um cara dezesseis anos mais velhos que você — Abel fala e eu fico surpresa.

— Nunca foi sobre idade, Abel. Eu nunca me importei por você ser mais velho, eu te amo como você é. O problema é que a sua mãe me ofende todas as vezes que me vê, a sua ex esposa me chama de aproveitadora todos os dias e elas falam essas coisas horríveis para as suas filhas — Respiro fundo — Eu não quero que a sua mãe me ame ou sua ex esposa goste de mim, mas eu fico magoada pelas suas filhas me odiarem sem ao menos me conhecer. Isso seria resolvido apenas com uma conversa sua — Falo e ele nega.

— S/n, não é tão simples assim para elas entenderem — Abel tenta argumentar e eu solto uma risada amarga.

— Você nem tentou, Abel! — Respiro fundo — E eu não vou aguentar todos esses insultos por um homem que não faz o mínimo por mim — Falo e ele me olha atentamente.

— O que você quer dizer com isso? — Ele pergunta.

— Que o nosso relacionamento termina aqui! Eu não quero um relacionamento onde eu aguento todas essas coisas e o meu namorado não consegue ao menos me apoiar. Eu estou cansada, Abel. Isso não tem nada a ver com a sua idade, mas tem a ver com o fato de você não conseguir assumir nosso relacionamento e estabelecer limites para a sua família — Pego a minha bolsa — E eu não vou namorar com um cara assim. Se você prefere deixar a sua ex esposa ter voz ativa no seu atual relacionamento e nem tenta explicar as coisas corretamente para as suas filhas, então fique livre para isso. Eu me retiro — Falo e ele se aproxima.

— S/n vamos conversar com calma — Ele fala e eu nego.

— Eu estou calma — Pego a chave do meu carro — Qualquer lugar que me diminua, que me torne pequena, não é o meu lugar. A sua família faz de tudo para me diminuir e eu não mereço isso. Eu estou indo embora, espero que você seja feliz — Falo e me retiro.

Desço as escadas e Abel nem tentou vir atrás. Abro a porta e corro até o meu carro, enxugo as minhas lágrimas e dou partida até a minha casa. Não é errado ir embora quando o ambiente te torna pequena.

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𝐏𝐞𝐝𝐢𝐝𝐨 𝐝𝐞: Perfect_Candice 𝐞𝐬𝐩𝐞𝐫𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐠𝐨𝐬𝐭𝐞, 𝐟𝐥𝐨𝐫!

𝗩𝗼𝘁𝗲𝗺 𝗲 𝗰𝗼𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲𝗺, 𝗽𝗼𝗿 𝗳𝗮𝘃𝗼𝗿
𝗔𝘁𝗲́ 𝗮 𝗽𝗿𝗼́𝘅𝗶𝗺𝗮
𝗕𝗲𝗶𝗷𝗶𝗻𝗵𝗼𝘀