capítulo Dois. ⠀ 𝖲𝗈𝗆𝖻𝗋𝖺𝗌 𝖯𝗋𝗈𝖿𝗎𝗇𝖽𝖺𝗌: 𝖢𝗁𝖾𝗀𝖺𝖽𝖺 𝖾𝗆 𝖥𝗈𝗋𝗄𝗌

❛ /  But I've always wanted a man
For the summer, age is a number
My dear I know you'll understand / ❜

▬▬▬▬ Astoria, com seus dezenove anos, já deveria estar acostumada com as missões que ser uma Van Helsing proporciona. Treinada desde os onze anos pelo seu falecido tio Willian Van Helsing, um homem rígido e frio, o que se esperava de um bom Van Helsing.

Mas ela nunca se acostumou, quer dizer, ela estava acostumada às missões, só não estava acostumada à crueldade dos vampiros, seres horripilantes na visão dela. Claro, os lobisomens não ficavam muito atrás.

Ela nunca entendeu como alguns conseguiram se relacionar com essas criaturas pavorosas. Sua prima Katherine foi banida da família por se relacionar e até mesmo se casar com um deles.

― Eu sinto que nunca saímos do Reino Unido ― disse meu irmão Blayde. 

― Estranhamente me lembra aquele vilarejo Bibury ― falei enquanto observava a imensidão de árvores e a chuva que parecia que não iria parar tão cedo.

― Sem o charme é adorável é claro ― comentou a minha irmã Margot enquanto acendia um cigarro. 

― Isso ainda vai te matar, Margot ― rebateu Blayde. 

― Contanto que não seja por um vampiro, eu morrerei feliz com a nicotina e a fumaça em meus pulmões ― ironizou a minha irmã e balancei a minha cabeça em negação.

Dirigi até uma casa já entrando na floresta de Forks, a casa que parecia mais uma fortaleza saída da era medieval.

Grande e imponente, com pedras que já viram mais invernos do que qualquer um de nós. Na entrada estava alguém vestido com terno tradicional, e luvas brancas, ele tinha olhos vermelhos e cabelos escuros com alguns fios brancos, seu rosto era lindo mas parecia sem vida, e não havia muito brilho em seus olhos.

Assim que descemos do carro, o ser à nossa frente logo se apresentou.

― Eu sou Claude, o mordomo. Eu sirvo a esta casa Van Helsing há cento e cinquenta anos, será um prazer depois de muitos anos servir a novos mestres ― falou enquanto se curvava.

Claro, às vezes eu me esqueço da existência de demônios, seres imprevisíveis.

Alguns dos meus antepassados os subjugaram, os forçaram a servir os Van Helsing, para a “humilhação” deles como um serviçal ou mais especificamente como Claude, um mordomo.

― Eu sou Astoria, e esses são meus irmãos Blayde e Margot. 

― Vão indo na frente, mestres, eu irei pegar as malas, e os designarei a seus quartos.

Após a fala de Claude, eu e meus irmãos nos dirigimos à casa, e sem nenhuma surpresa observamos a quase cópia da nossa casa no Reino Unido.

Os nossos antepassados eram um pouco obcecados com controle até mesmo com a decoração, pois se houvesse um ataque de alguma criatura saberíamos onde estão as armas em cada canto escondido desta casa.

― Mestres, já organizei as suas roupas e objetos pessoais em seus quartos. Se estiverem cansados, eu os mostrarei agora mesmo as suas acomodações ― Claude disse com um sorriso, que obviamente não havia nada de genuíno, e sua rapidez não era de se surpreender.

O que não foi muita surpresa, concordamos com Claude prontamente, eu estava precisando de um breve descanso, afinal, amanhã seria um longo dia pela frente.

Após chegar ao meu quarto, tomei uma ducha quente e, após colocar uma roupa quente, peguei o meu telefone, mandando mensagem para os meus pais os avisando que já tínhamos chegado a Forks.

Ao deixar o meu celular na mesinha ao lado da cabeceira, me deitei na cama e rapidamente a escuridão me atingiu, acordei com um sobressalto com um pesadelo.

― O jantar já está pronto, mestre Astoria ― falou Claude saindo das sombras e coloquei a mão no meu peito sentindo os meus batimentos acelerarem.

Antes que eu percebesse, quase como se eu estivesse programada, me vi apontando uma arma na direção de Claude. 

― Claude, não faça isso, da próxima vez por favor bata, eu poderia ter atirado em você ― disse guardando a arma de volta debaixo do meu travesseiro, não que um tiro mataria de imediato, mas faria um grande estrago.

― Mil perdões se eu a assustei, isso não se repetirá ― respondeu se curvando. Soltei um longo suspiro, eu estava começando a odiar quem teve a ideia de transformar demônios em serviçais, no mínimo a pessoa era masoquista.

Saí do quarto em direção a cozinha onde encontrei uma longa mesa repleta de comida de todos os tipos. Assim que Claude puxou a cadeira para me sentar, vi minha irmã e logo atrás meu irmão. 

― Bom trabalho, Claude, finalmente a quantidade de comida que irá tampa o buraco que há no estômago de Blayde ― disse a minha irmã com um sorriso e logo se sentou ao meu lado.

E antes que eu percebesse, Blayde jogou uma faca em direção a Margot que, antes mesmo que eu pudesse piscar,ela pegou com a mão.

― Vai à merda Margot, não começa com as suas palhaçadas irritantes.

― Agora podemos comer por favor, a mesa de jantar não é lugar para isso, esperem para se matarem na sala de treinamento ― disse me servindo da comida na mesa que estava simplesmente divina, ou infernal.

― Está dispensado por hoje, Claude ― falou Margot. Claude fez reverência e saiu.

― Porra, eu nunca vou me acostumar com isso, é assustador como ao mesmo tempo ele se parece humano e demônio ― reclamou Blayde. 

― Poderia ser pior, já imaginou se ele fosse um vampiro? Os demônios pelo menos são civilizados ― disse Margot e Blayde concordou. Se eu odeio vampiros, a minha irmã odeia muito mais. Ela, meu pai e Blayde competem qual ódio ganha, e sempre ficam empatados.

Assim que o jantar nada conturbado acabou, para não dizer ao contrário, fui até a sala de treinamento. Na sala de treinamento, estava suando e lutando contra sombras, vantagens de se ter um demônio como mordomo.

Sou rápida como um vampiro, mas, sinceramente, esses sanguessugas têm uma vantagem que eu ainda não consigo alcançar.

Os boatos dizem que o primeiro Van Helsing fez um trato com uma bruxa para obter poderes que deixassem a briga mais justa. Mas ainda somos humanos, só que melhores.

Me joguei para o lado, sentindo o vento da bala passar raspando. Foi por pouco. As armas? Ah, elas são de outro nível. Cada uma é feita sob medida para o monstro da vez.

Treinei até as quatro da manhã, até meus músculos gritarem por descanso. Subi arrastando os pés até o andar de cima, e quando cheguei na sala, meu corpo decidiu que era hora de desligar. Lutei contra o sono, mas foi uma batalha perdida.

No fim, acabei apagando ali mesmo.

Horas depois, foi Blayde que me acordou. Olhei para o relógio, logo percebendo que  já estava atrasada. Em menos de uma hora, tínhamos que encontrar com os lobisomens de Forks.

Suspirei fundo. “Hoje será um daqueles longos dias”, murmurei, enquanto me preparava para o que estava por vir. 

♰  ׅ ۫ . E esse foi mais um capítulo de Bloondline, bom para os fans de Black Butler eu fiz uma referência dos personagens que mais gosto, Sebastian, e Claude obviamente eu me inspirei na aparência do Sebastian e para o Claude, o nome!

♰  ׅ ۫ .  Saibam que os Van Helsing's foram criados em uma doutrina bem diferente (perceptível) e então não estranhem a repulsa deles por seres sobrenaturais!

♰  ׅ ۫ . Espero que tenham gostado!