⩩ : 𝙣𝙞𝙣𝙚 , 𝗄𝖾𝖾𝗉 𝗀𝗈𝗂𝗇𝗀




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A cena se repete.

O canto dos pássaros invade o quarto bagunçado em uma melodia tênue.

Às faíscas de calor passam pelas paredes envidraçadas até pouco tempo cobertas, incendeiam o lugar e avisam sobre a chegada do amanhecer.

A cama, localizada no centro do lugar, tem seus lençóis cinzas jogados no chão; os travesseiros espalhados e um corpo desacordado ocupando a superfície macia. A diferença é que agora quem se encontra em um sono profundo é Ayla; exausta demais para perceber que está sozinha.

Próxima à extremidade da cama, se encontra Suna. Os cabelos escuros ainda estão bagunçados, o abdômen descoberto e marcado pelas unhas da ex se contrai junto com os músculos dos braços; tensos. O moreno segura o celular da garota que dorme a sua frente com tanta força que é quase um milagre que o aparelho não se parta ao meio, enquanto as mensagens do professor de Arte Moderna da mesma continuam chegando sem pausa.

Não demora nem mesmo cinco segundos para que Rintarou pegue as roupas de Ayla e as jogue na cama, fazendo-a acordar em um solavanco completamente assustada. Ela olha para o garoto ainda sonolenta, esfrega os olhos com forças tentando despertar e assim que os abre novamente, Suna põe o aparelho desbloqueado em cima do seu colo.

ㅡ Acho melhor você responder ou ele pode acabar indo atrás de você e sei lá né… Pegar você com outro ㅡ esboça um sorriso irônico no rosto, ditando exatamente o que ele fez no dia em que descobriu a traição.

ㅡ R-Rin, eu posso explicar…

ㅡ Ah, vai para a puta que pariu, Ayla ㅡ grita, dando as costas para a garota e esfregando as mãos no couro cabeludo nervosamente ㅡ Eu mereço o chifre que eu tenho. Sou um otário.

ㅡ Não é! Rin, pelo amor, e-espera ㅡ pede trêmula, indo até o moreno que não a deixa encostar em si ㅡ A gente tinha terminado e-

ㅡ Quando você apareceu aqui ontem dizendo que ainda me amava e contando da merda do projeto que não deu certo, você não pensou no fato que a gente tinha terminado, não é? ㅡ encara Ayla furioso ㅡ Por que não foi atrás dele se estão saindo? Por que caralhos veio aqui?

ㅡ Por que eu-

ㅡ Não ㅡ a interrompeu ㅡ Não importa o porquê você veio ou deixou de vir. O erro foi meu de ter ficado com você depois de tudo. Eu fui idiota. Eu sou o otário.

ㅡ Não, Rin. Para com isso, por favor! Você não é nada disso! ㅡ as marcas das lágrimas se acumulavam ainda mais nas suas bochechas a cada palavra proferida ㅡ Você me ajudou e eu-

ㅡ Ayla, vai embora ㅡ a interrompeu novamente ㅡ Só que dessa vez, não volta de jeito nenhum ㅡ silabou ㅡ Eu quero que você suma da minha vida. Sinceramente, eu estava muito bem sem você, mas agora a única coisa que eu vou conseguir pensar é no quanto fui burro de acreditar no que disse.

ㅡ Rin, me perdoa.

ㅡ A gente tinha terminado, Ayla. Se você dormiu com metade do campus nesta última semana, foda-se ㅡ riu desdenhoso ㅡ Agora, você vir aqui atrás de mim, enquanto o cara com quem você me traiu estava te esperando para um "encontro" é demais.

ㅡ Eu-

ㅡ Eu já disse para você ir embora.

Ayla se calou. Não disse sequer uma palavra para Rin enquanto se vestia e pegava sua bolsa, celular e algumas pastas que haviam sido deixadas espalhadas pelo apartamento. O moreno também se manteve em completo silêncio. Assistiu sua ex chegar até a entrada do lugar e se virar em sua direção, esperando que ele voltasse atrás ou que ao menos dissesse algo, mas absolutamente nada veio.

Assim que a porta foi fechada, Suna se jogou no próprio sofá e esfregou o rosto com força. Ele curvou as costas e apoiou os cotovelos nos joelhos, invadindo os fios de cabelo desregulados e bagunçados com os dedos. O despertador em seu celular não demorou para tocar, avisando que logo deveria se arrumar para ir até a faculdade e depois das aulas exaustivas da segunda-feira, ainda tinha o estágio na gravadora do pai.

A cabeça de Rintarou não estava boa para nada disso. Ele se sentia tão absurdamente idiota por ter se deixado levar pelas emoções e a saudade que sentia por Ayla, que decidiu pôr de lado seu racional e acabou do mesmo jeito que pouco mais de uma semana atrás: no fundo do poço. Para ser sincero, o moreno sabia que não deveria ter cedido, principalmente porque os últimos dias não haviam sido tão péssimos quanto ele imaginou.

Os sentimentos ainda estavam ali. Não era como um simples botão que você apertava para desligar ou ligar o que sentia quando queria. Seria incrível se fosse assim. Mas Rin tinha que se acostumar com falta que Ayla fazia de um jeito ou de outro e dessa vez, não poderia dar o braço a torcer em nenhuma mínima hipótese. Por isso, mesmo com a mente conturbada, Suna se levantou do acolchoado e caminhou até o seu quarto para iniciar sua rotina.

O moreno entrou no banheiro, escovou os dentes e fez sua higiene matinal, logo indo para o box e ligando o chuveiro. A água fria escorria pelo seu corpo, o deixando minimamente mais calmo. Ele sentiu seus músculos relaxarem e por algum momento, um sorriso surgiu em seus lábios ao lembrar dele e Mayumi sendo interrompidos por Atsumu. Suna não tinha uma opinião formada sobre a rosada ainda, mas não podia negar que as noites em que ficaram juntos foram incríveis, até mesmo no dia em que saíram para uma lanchonete e não fizeram nada além de conversar.

As lembranças do moreno são interrompidas pelo toque do seu celular. Rintarou sai do box e busca uma toalha posta no gancho do banheiro, põe o pano em sua cintura e o enrola, caminhando novamente para o centro do quarto e pegando o aparelho em cima da cama.

ㅡ Oi Akaashi.

ㅡ Preciso de um favor ㅡ o outro diz afoito ㅡ Diz para mim que você vai sair mais tarde do trabalho hoje.

ㅡ Bom dia para você e eu estou bem, obrigada por perguntar ㅡ ironizou, revirando os olhos e escutando um suspiro impaciente do outro lado da linha ㅡ Não sei que horas vou sair do estágio. Estou em semana de prova, vou acabar saindo mais cedo.

ㅡ Droga…

ㅡ Do que você precisa?

ㅡ Bokuto sempre vai me buscar nas segundas porque eu saio mais tarde do hospital da universidade. Só que hoje não vai dá ㅡ explica.

ㅡ O que aconteceu? ㅡ perguntou curioso.

ㅡ Eu não sei muito bem. Kuroo só me disse que eles estavam atrás de alguém e enfim… Acabei nem perguntando muita coisa porque percebi que o Kou estava quase tendo um infarto ㅡ suspira ㅡ Por isso perguntei a você, mas tudo bem. Eu dou o meu-

ㅡ Relaxa, Akaashi. Vou te buscar ㅡ o interrompe ㅡ Eu disse que ia tentar sair mais cedo, mas se caçar alguma coisa lá na gravadora aparece um Everest de problema para resolver.

ㅡ Não vai te atrapalhar?

ㅡ Não vai, eu juro ㅡ garantiu ㅡ Que horas você termina lá?

ㅡ Às 21:00!

ㅡ Então, beleza. Até mais tarde.

ㅡ Até.

O moreno desliga a chamada e joga o aparelho em cima da cama novamente. Olha para os lados meio incerto e caminha até o closet sentindo sua cabeça latejar. O dia sequer havia começado direto, mas Suna já previa que seria daqueles que cada minuto iria parecer uma eternidade e sinceramente, tudo o que ele mais precisava naquele momento era de uma pausa em absolutamente tudo e tirar um tempo para si mesmo.

Porém, no final das contas, não importava como Rin estava, ele sempre precisava continuar de qualquer jeito.











( . . . )









Mayumi colide contra a superfície macia e febril, empapada de suor.

Seus tímpanos tremem e rugem; fervilham. A mente borbulha e zonzeia, enquanto as pálpebras pesam e se forçam para cima com a continuidade do som ensurdecedor do despertador.

Ela se ergue de vez e quase cai da cama quando sente um braço rodeando sua cintura. Arregala os olhos desorientada e arquejante, dando-lhe a visão do garoto dormindo ao seu lado: Jay.

O moreno se encontrava completamente apagado. Não vestia nada mais que uma peça íntima, assim como a rosada, que depois de minutos se forçando a recobrar a consciência, decide se levantar da cama e caminhar, usando as paredes como apoio, até o banheiro,

Mayumi sente o seu corpo pesar assim que adentra o cômodo frio; suas pernas tremem, a barriga dói, a garganta fervilha e antes que ela possa se aproximar da pia, gotas de sangue começam a escorrer do seu nariz. A garota dá dois largos passos até a superfície de mármore, agarra uma toalha posta na mesma e liga a torneira, molhando seu rosto.

A rosada passa longos segundos ali limpando as trilhas de sangue e logo depois sente uma mão sobre seu ombro. Mayumi não se vira ou olha pelo reflexo do espelho para saber que era Jay ali, mas recebe de bom grado quando o moreno lhe entrega uma toalha limpa, não tardando em usá-la para enxugar o próprio rosto. Ela apoia as duas mãos na pia e encara a água vermelha; fecha os olhos e suspira pesadamente.

Não era incomum que aqueles dois se vissem naquele estado. Jay e Mayumi sempre foram sem limites para absolutamente tudo, e com a facilidade que o moreno tinha para conseguir qualquer tipo de droga, fazia tudo piorar. Bokuto e Kuroo sempre detestaram a amizade de ambos por isso. Sabiam exatamente os problemas que a rosada passava com a família e que ela sempre iria recorrer a Jay para conseguir "relaxar".

E isso havia acontecido na noite passada. Enquanto Bokuto e Kuroo ligavam incansavelmente para Mayumi durante o domingo inteiro, a garota sequer atendeu ou se preocupou em dar notícias. Na verdade, tudo o que ela queria era sumir; tudo o que precisava era dar uma pausa em absolutamente tudo e tirar um tempo para si. Mas como conseguiria fazer isso quando sua mente não parava de lhe atormentar nem por um segundo?

Assim como Suna, não importava como ela estava, Mayumi sempre precisava continuar de qualquer jeito.

ㅡ Foi mal ㅡ pede, quebrando o silêncio ㅡ É melhor a gente se apressar, senão vamos acabar perdendo a hora.

ㅡ Relaxa princesa, não é como se essa fosse a primeira vez que eu te vejo assim ou como se eu tivesse preocupado em chegar na hora ㅡ dá de ombros.

ㅡ Eu tenho ensaio no primeiro horário, ok?

ㅡ Ok, já entendi o recado que é para se arrumar igual ao Flash.

Uma risada fraca ecoa pelos lábios de Mayumi enquanto ela concorda com um aceno e assiste o moreno sair do banheiro e voltar até seu quarto. A garota olha para o próprio reflexo e suspira pesadamente, sentindo seu corpo meio dormente e as pálpebras pesadas. Sua atenção se volta até o canto da superfície de mármore, onde um saquinho lacrado com pó branco estava encostado.

Mayumi sentiu uma onda de ansiedade percorrer o seu corpo quando esticou a seu braço para pegá-lo, mas antes que pudesse fazer qualquer outra coisa, Jay apareceu atrás de si carregando seu celular, a tela do aparelho exibia o contato de Bokuto com a ligação já atendida e em espera. A rosada olhou para o amigo impaciente, já sabendo que um grande sermão viria assim que dissesse "oi" na chamada.

Percebendo tal desconforto, mesmo que Jay soubesse que o meio platinado estava preocupada com Mayumi e que ela deveria sim falar algo, decidiu se afastar, pondo o celular em seu ouvido e falando rapidamente com o outro. O moreno não era alguém com quem garota compartilhava as merdas da sua vida ㅡ na verdade, ninguém de fato era ㅡ, mas se tornava quase impossível que este não percebesse que ela passava por problemas suficientes para sempre procurar um "alívio".

Diferente de Kuroo e Bokuto, Jay não se importava em não saber de absolutamente tudo o que acontecia na vida de Mayumi. Ele não era do tipo que se preocupava ou que fazia inúmeras perguntas sobre o porquê ela queria maconha, ecstasy ou o que quer que fosse. Mas não era como se, caso a rosada precisasse que a escutasse, ele não fosse fazer de bom grado. Afinal de contas, mesmo com as merdas que faziam juntos, eles ainda são amigos.

E por saber exatamente como Mayumi ficava depois de uma noite como a que tiveram, ele decidiu não falar mais nada. Fez um café da manhã improvisado assim que terminou seu banho, deixando que garota se arrumasse calmamente e sozinha no próprio quarto. Mesmo que soubesse que a rosada não iria comer muito como sempre, Jay pôs tudo o que sabia que a mesma gostava sob a mesa e logo depois, caminhou até a bolsa onde ela levava as sapatilhas de ponta para a faculdade e guardou duas barras de proteína que encontrou em seu armário.

ㅡ Vamos? ㅡ a voz de Mayumi se fez presente e a mesma logo apareceu no campo de visão do garoto usando um conjunto moletom que consistia em uma calça e um cropped manga longa branco ㅡ Giancarlo já me ligou.

ㅡ A aula não deveria começar só às oito? ㅡ perguntou, arqueando a sobrancelha.

, mas eu ensaio antes e depois das aulas, mi carinõ ㅡ sorriu, colocando a alça da bolsa em seu ombro e olhando na direção da mesa em que o café estava posto ㅡ Jay, não precisava.

ㅡ Sei que não come muito, mas quando chega essa época do Festival você fica desnutrida ㅡ deu de ombros ㅡ Come uma fruta, toma um café… Não sei. Mas ensaiar antes das sete da manhã sem nada na barriga é uma merda.

ㅡ Eu já estou acostumada ㅡ ri fraco ㅡ Mas ok, vou pegar alguma coisa e como no caminho.

ㅡ Sabe onde eu deixei a chave do carro ontem?

ㅡ Ali ㅡ respondeu apontando para o sofá.

Após alguns minutos, Jay e Mayumi adentraram o elevador e esperaram até que este os levasse ao estacionamento subterrâneo do prédio, não tardando em entrar no carro do moreno para partirem em direção a universidade, que naquele horário ainda tinha pouquíssimo movimento a não ser pelos alunos no refeitório e pelo bloco do curso de dança.

Assim que o garoto estacionou o carro, Mayumi se despediu rapidamente e caminhou até o prédio onde alguns poucos colegas de turma já estavam, acenou para estes e adentrou o lugar. A garota tateou os bolsos da calça moletom branca que usava à procura do seu maço de cigarro, mas antes que pudesse de fato achá-lo, deu de cara com Kuroo, que continha algumas olheiras pouco perceptíveis e uma expressão nada convidativa.

O moreno trajava uma calça jeans escura e uma blusa de mangas curtas cinza; seu pulso continha outro dos mais diversos relógios de marcas que possuía e por fim, ele calçava um tênis landfeet preto. Ele a olhou de cima a baixo como se conferisse se estava tudo bem e depois voltou sua atenção ao rosto da mesma um pouco mais relaxado.

ㅡ Que merda, Mayumi! O que aconteceu com você?

¡Buen día! ㅡ sorriu simpática tentando amenizar o clima tenso ㅡ Aconteceu alguma coisa?

ㅡ Você é inacreditável… ㅡ ele riu desdenhoso ㅡ Aconteceu muita coisa, Mayumi. Você quer que eu comece listando elas por ordem alfabética ou cronológica?

Sermón en este momento, Tetsu? ㅡ revirou os olhos ㅡ Eu não atendi o celular porque não tava a fim de papo. Sencillo.

ㅡ Não podia nem mandar um mensagem? ㅡ perguntou como se fosse óbvio ㅡ Eu e Bokuto ficamos preocupados.

ㅡ É claro que ficaram, porque eu não posso sair do alcance de vocês que minha nossa ㅡ enfatizou de maneira dramática ㅡ Vou acabar fazendo alguma besteira, não? Causando a Terceira Guerra Mundial, talvez? Eu não sou sã o suficiente para me cuidar sozinha, eu sei.

ㅡ Não é isso, caramba ㅡ diz rápido e impaciente ㅡ É só que…

ㅡ Kuroo, ok. Eu já sei o que vocês pensam e eu não ligo, certo? ㅡ sorriu forçadamente ㅡ Não se preocupe em tentar amenizar alguma coisa que a minha paciência para isso hoje é inexistente.

ㅡ Mayumi, você estava com o Jay ㅡ suspirou ㅡ A gente já pensa o pior, é óbvio. Ele consegue essas merdas muito fácil e você sumiu, a gente já imaginou que tinha rolado alguma coisa.

ㅡ Kuroo, tudo o que eu quero agora é passar e ir para o meu ensaio, beleza? ㅡ disse por fim, tentando continuar seu caminho.

Caralho, você vai mesmo me deixar no escuro? ㅡ segura seu braço ㅡ A gente passou a madrugada inteira preocupados e agora que está aqui não vai dizer nada? Qual o problema?

Mas que porra! ㅡ gritou irritada ㅡ Eu não quero conversar! Eu não quero falar o que aconteceu, porque isso me faz mal! Eu quero esquecer, ok? Eu posso não ter que dar explicações para cada passo que dou na minha vida pelo menos uma vez?

Kuroo olhou para a rosada surpreso. Ele vasculhou seu rosto por vários segundos, tentando pensar em qualquer coisa que pudesse ter acontecido para fazê-la agir daquela maneira. Mayumi costumava sempre ser receptiva e sorridente mesmo nos piores momentos. Bom, exceto agora e, para o moreno, não tinha sequer o porquê dela estar reagindo dessa forma a uma preocupação que ele e Bokuto sempre demonstraram ter.

O único motivo que se passava na cabeça de Tetsurou era que a garota não confiava o suficiente em nenhum dos dois para contar o que havia acontecido. Esse pensamento causou um incômodo imenso em seu interior, até porque, quando ele precisou de ajuda com os seus próprios problemas, Mayumi foi a primeira a estender a mão para si e eles sequer eram próximos na época. Fazer algo para ajudá-la era o mínimo, mas Kuroo jamais conseguiria isso do jeito que as coisas estavam.

ㅡ May, você sabe que pode contar com a gente, não sabe? ㅡ diz incerto ㅡ Não é como se fossemos quebrar sua confiança.

ㅡ Eu sei disso, Kuroo ㅡ suspirou ㅡ Mas como eu disse, falar sobre os meus problemas não me faz bem.

ㅡ Mayumi-

ㅡ Eu já disse que não ㅡ o interrompeu impaciente.

ㅡ Você acha que vamos usar alguma coisa contra você igual ele fez, não é? Por isso não quer falar nada?

ㅡ Kuroo, você já está indo longe demais ㅡ ela disse friamente, dando um passo em sua direção.

ㅡ Essa só pode a única explicação, Mayumi ㅡ passou a mão pelo rosto ㅡ Acha que vamos usar o que vai nos contar ou a confiança que tem na gente para te prejudicar e beneficiar seus pais?

ㅡ Para de falar sobre isso! Mas que droga! ㅡ gritou, sentindo os olhos marejados.

ㅡ Então, me diz que merda aconteceu e porquê você está assim!

ㅡ Me deixa em paz, caralho! ㅡ berrou, fechando as pálpebras para impedir que qualquer lágrima caísse ㅡ Me deixa em paz, Kuroo.

ㅡ Mayumi- ㅡ chamou, tentando segurar a sua mão.

Não ㅡ se afastou ㅡ Eu já disse, me deixa em paz.

Mayumi dá as costas ao moreno e caminha para longe. Sua cabeça dói e a mente gira, desgovernada. Ela sente as lágrimas escorrerem pelas bochechas, enquanto anda em largas passadas entre os corredores vazios da universidade. A garota sabe que as emoções estarem tão à flor da pele ainda é uma consequência da noite passada; até porque, alguns assuntos deixaram de lhe afetar dessa maneira a muito tempo atrás.

Porém, no momento, nada disso importava. Ela não queria que Tetsurou pensasse que não tinha confiança na amizade deles. É claro que sempre houve tal. Mas Mayumi nunca foi alguém que gostou de preocupar outras pessoas e sabia que no momento que falasse absolutamente tudo para eles ou que desabafasse todas às vezes que se sentia daquela maneira, iria acabar preocupando-os mais do queria.

Por isso, ela caminhou, se distanciando cada vez mais. Não falaria nada, como sempre. Seguiria como se nada tivesse acontecido ou como se não se importasse.

Até porque, de um jeito ou de outro, ela sempre precisava continuar.








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hi sunshines, gostaram do capítulo?

me desculpem pelos erros, acabei não corrigindo.

bom gente, semana que vem a att vai ser BEM mais feliz.  vai ter momentinho suna e mayumi muito fofo, eu juro. eu não ando muito bem e tô descontando nos caps, perdão ;(

bom, hoje é só isso mesmo. até a próximo e um beijão <3

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