⩩ : 𝙛𝙞𝙫𝙚 , 𝗐𝗂𝗅𝗅 𝖻𝖾?
passando aqui no comecinho do cap pra avisar que
eu postei um edit no tiktok de bubblegum e tá super
bonitinho. vão lá dar uma olhadinha, meu perfil tem
o mesmo user daqui: @yourselfpark !!
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🍭
Tudo parecia estar em looping infinito. A visão embaçada, o corpo dormente e a mente completamente confusa.
Fazia quase meia hora que Mayumi estava sentada em frente ao vaso sanitário de uma das cabines do banheiro feminino do bloco onde o curso de dança se localizava. Ela sequer havia conseguido chegar à sala de aula para dar alguma desculpa ao seu professor, já que sua chegada até o toalete foi mais do que sofrida.
Os únicos pensamentos lúcidos que conseguia ter no momento eram direcionados aos ensaios da manhã que provavelmente não iria comparecer e, conhecendo Giancarlo, seu tutor, como conhecia, sabia que o xingamento mais leve que receberia do mais velho era "irresponsável". Já estava mais do acostumada com a maneira do homem.
Mayumi sabia que os estresses e as cobranças sempre triplicam nessa época do ano, onde outubro já estava chegando e com isso, o Festival Cultural também. Todos os anos o curso de dança e teatro participa do espetáculo, sempre inovando e mostrando o quanto a qualidade dos alunos só fazia aumentar com o tempo, representando o prestígio que a Universidade tinha na área artística.
Além disso, o Festival servia como uma propaganda gratuita para os alunos mostrarem seus talentos para os mais diversos diretores das escolas de dança e teatro, áreas que querendo ou não, são extremamente desvalorizadas. Por isso, a necessidade que cada passo, cada movimento, cada mínimo detalhe esteja na mais completa perfeição era posta acima de tudo.
Mayumi não podia errar. A rosada era a estrela principal do espetáculo a quase dois anos, sendo esse o seu último Festival, mas o primeiro que apresentaria um solo. A pressão em cima de si estava mais do absurda; porém, a garota sequer se importava com o quanto as pessoas queriam que ela fosse perfeita em cima do palco, ela já era por si só, então não precisava se preocupar.
Isso não significava que seus ensaios deveriam ser postos de lado, até porque, Mayumi havia conseguido adquirir toda a precisão em cada passo e movimento com um esforço absurdo; dançando sem parar por horas, até que seus pés sagrassem dentro das sapatilhas de ponta e seus joelhos não conseguissem mais suportá-la de pé. Tudo veio do mais puro suor.
Por isso, a própria estava começando a se culpar internamente por ter passado dos limites na noite passada; bebendo e usando tudo o que Jay colocava na sua frente sem pensar no amanhã. Ela não conseguiu se controlar. Eram tantas coisas circulando sua mente e, com a aproximação do espetáculo, parecia que tudo estava piorando. Ela precisava de um alívio.
Mas a cena lamentável que se encontrava a fazia se arrepender amargamente de tudo o que fez. Infelizmente, mesmo que esse arrependimento durasse mais do que o normal, suas tentativas de pôr de lado a dependência eram sempre frustradas. E sabendo que não conseguiria sair dali sozinha, a mesma retirou o celular de dentro da bolsa onde as sapatilhas ponta, meias e talco estavam guardados e ligou para o número salvo como emergência há anos.
ㅡ Kou? ㅡ choramingou assim que pôs o aparelho na orelha ㅡ Kou, vem me buscar.
ㅡ O que aconteceu? ㅡ o meio platinado sussurrou do outro lado da linha, tentando não chamar a atenção do professor.
ㅡ Não estou conseguindo sair daqui ㅡ deitou a cabeça na tampa do vaso, sentindo sua mente girar ㅡ Estou no banheiro do bloco-
ㅡ Chegando ㅡ ele a interrompeu, encerrando a chamada.
Mayumi põe o celular no chão e cobre o rosto com suas mãos, tentando amenizar a dor de cabeça que sentia, se encolhendo e abraçando os próprios joelhos pelo calafrio que percorreu suas entranhas. Ela agarra a alça da bolsa, até então esquecida no chão, e tenta se levantar, mas sem sucesso, sentindo como se toda sua energia tivesse sido sugada.
A garota não sabe quanto tempo se passou até que escutasse a porta do banheiro ser aberta bruscamente e seu nome ser chamado pela voz tão conhecida para si como a de Bokuto. Sequer sabe quanto tempo levou até que o meio platinado lhe pegasse no colo e a tirasse dali, levando-a de volta para a fraternidade em completo silêncio. Não é como se qualquer coisa que Koutarou dissesse, ela iria compreender, mas com o resquício de consciência que ainda restava em si, Mayumi sabia que a falta de perguntas, avisos ou até uma repreensão dura, significava o quanto ele estava afetado ao vê-la assim.
Os dois melhores amigos desde o ensino médio se conheciam melhor do que ninguém. Cada um acompanhou o outro em todas as fases da adolescência e o início da vida adulta; Bokuto sabia por tudo o que a garota havia passado e assim vice versa. O meio platinado esteva presente na primeira vez que a rosada tragou um cigarro, assim como em seu primeiro pt, na primeira ressaca, na primeira festa e até na primeira transa, já que ambos haviam sido as primeiras experiências sexuais de cada um.
Koutarou considerava Mayumi como uma irmã e ver a mesma naquele estado deplorável lhe causava uma dor horrível. Ele sabia que a mesma usava de maneira desenfreada para fugir da confusão que era sua vida, da constante briga judicial que a fortuna com a qual mantinha sua vida confortável e luxuosa estava a anos, das inúmeras discussões com seus pais que a garota sequer queria contato. Bokuto sabia de tudo.
Mesmo assim, não conseguia se conformar com a situação, que parecia piorar a cada dia. Mayumi costumava ser uma pessoa alegre e divertida mesmo com toda a sua vida caótica; é claro que era uma visão superficial, mas para ele que a conhecia tão bem, sabia o quanto ela era uma pessoa incrível mesmo com tudo ao seu redor conspirando para que se tornasse alguém deplorável. Principalmente por isso, ele não podia deixar que as coisas continuassem assim.
ㅡ May ㅡ Bokuto chamou, enquanto entrava no quarto da garota e a colocava em cima da cama ㅡ Droga… Vem, vou te dar um banho.
Koutarou deixou a bolsa da rosada em cima da mesa de estudos que havia em seu quarto, voltou para perto da cama e começou a tirar primeiramente o all star que a mesma usava, depois puxou a saia rodada branca para longe do seu corpo e por fim, retirou a blusa de mangas compridas rosa bebê. Todas as peças cheiravam a álcool e vômito, mas mesmo com os movimentos para tirá-las, Mayumi continuou imóvel.
Seus olhos estavam semicerrados, como se a mesma estivesse prestes a dormir; ela acompanhava o melhor amigo alheia e perdida, murmurando respostas curtas quando ele a fazia perguntas. Bokuto a levou até o banheiro com apenas as roupas íntimas, deixando-a debaixo do chuveiro por bons minutos, enquanto lavava tanto seu corpo como seu cabelo delicadamente; assim que terminou, usou a toalha para secá-la e a vestiu com roupas confortáveis.
O garoto pôs um lençol e deixou que Mayumi dormisse tranquilamente enquanto o mesmo descia as escadas, se dirigindo até a cozinha para pensar em algo que amenizasse a dor de cabeça e alguns sintomas que a gente rosada sempre sentia.
ㅡ Bokuto? ㅡ a voz de Kuroo chamou a atenção do outro ㅡ O que você está fazendo aqui a essa hora?
ㅡ A May me ligou ㅡ suspirou maneando a cabeça ㅡ Encontrei ela no banheiro do bloco de dança quase inconsciente, acredita?
ㅡ Caralho velho… Achei que essa fase tinha passado ㅡ o moreno jogou as chaves do carro em cima do balcão com raiva ㅡ É aquele problema ou o Festival Cultural que está deixando ela assim?
ㅡ Você sabe que a Mayumi não precisa disso para usar, ㅡ disse, enquanto se sentava em uma das cadeiras giratórias que havia ali ㅡ Mas semana passada o pai dela mandou um advogado avisar que iriam entrar com uma ação contra ela de novo.
ㅡ Puta que pariu ㅡ esfregou as mãos no rosto ㅡ Que merda de família.
ㅡ Ela disse que não ligava, que de qualquer maneira, o resultado vai ser o mesmo que o dos outros processos ㅡ deu de ombros ㅡ Mas sábado e ontem descontou tudo nessas merdas.
ㅡ E com o Jay por perto, só piora ㅡ praguejou ㅡ Eu ainda vou quebrar a cara dele por ter prometido conseguir o vídeo daquela outra garota.
ㅡ Nem me fala ㅡ suspirou ㅡ Passei o caminho inteiro dizendo para o Jay não se meter nisso, apesar de duvidar que a Mayumi vai fazer alguma coisa se conseguir o vídeo. Tenho certeza que ela só teve a ideia para a Suzume parar de azucrinar no ouvido dela.
ㅡ Eu também duvido que ela faça ㅡ Kuroo concordou ㅡ A May corre de qualquer coisa que possa trazer mais problemas do que ela já tem, não vai ser diferente com isso.
ㅡ Enfim, me ajuda a fazer alguma coisa para ela? Precisa ser algo doce para passar a dor de cabeça e alguma coisa saudável para tentar fazer ela ficar mais forte.
ㅡ Ajudo ㅡ falou, tirando o casaco enquanto caminhava na direção a Bokuto ㅡ Ela vai acordar só a noite de qualquer maneira.
ㅡ Sim ㅡ suspirou ㅡ Só espero que ela fique bem.
ㅡ Eu também.
( . . . )
O sol já havia se escondido entre as nuvens e o brilho da lua começava a se mostrar quando Mayumi abriu os olhos. Ela sentiu sua cabeça doer assim que se movimentou, mas mesmo que se sentisse um pouco fraca e ainda enjoada, conseguiu se levantar da superfície macia sem muito esforço. A garota sentou na cama, com as pernas cruzadas e escondeu o rosto entre as mãos assim que viu o horário no relógio digital que ficava ao lado da sua cama.
A única coisa que conseguia pensar era no dia inteiro de ensaios que havia perdido. Giancarlo com certeza comeria seu fígado assado e temperado com pimenta inglesa quando a visse amanhã. E ela sabia disso. Por isso, tratou de procurar seu celular entre os lençóis para justificar ao professor sua falta, mas não o encontrou e, antes que pudesse sequer pensar em se levantar, Bokuto e Kuroo entraram no quarto.
ㅡ Finalmente, pensei que fosse precisar te levar no hospital ㅡ o moreno disse.
ㅡ Buenas noches mis amores ㅡ sorriu, levantando as mãos e bocejando ㅡ Onde está meu celular está?
ㅡ Liguei para o seu tutor e avisei que você ia faltar ㅡ Koutarou falou, enquanto estendia o aparelho para a mesma ㅡ A Yuki conseguiu um atestado no hospital que ela está estagiando. Para todos os efeitos, você teve uma intoxicação alimentar.
ㅡ Pensei que ela não tivesse mais estagiando lá ㅡ coçou os olhos, enquanto Kuroo dava para a mesma um copo de suco ㅡ Gracias.
ㅡ Ela mudou de setor e pelo o que entendi, 'tá pegando o médico de lá ㅡ deu de ombros ㅡ Suzume ainda estar no escritório, antes que pergunte.
ㅡ Oh ㅡ assentiu, dando espaço para que o meio platinado colocasse uma bandeja com sopa na cama para si ㅡ Obrigada por terem cuidado de mim.
ㅡ Você sabe que eu sempre vou estar aqui, não sabe? ㅡ Bokuto quem disse, ganhando a atenção da garota ㅡ Mas eu não quero mais ter que ver você se destruir por causa dos seus problemas, May.
ㅡ Que problemas? Não está acontece-
ㅡ Mayumi, não mente ㅡ Kuroo a interrompeu ㅡ Você pode mentir para todo mundo, mas não para a gente.
Um bolo se forma na garganta de Mayumi. A brisa balança as cortinas do quarto e alcança a pele da garota, que treme pelo frio repentino. Ela abaixa a cabeça e fita a sopa intocada, deixando que os cabelos cubram seu rosto enquanto os olhos marejam com a certeza que preocupou seus amigos por ouro egoísmo. A rosada já estava um pouco acostumada a ficar melancólica sempre que o efeito das drogas passava e sabia que a fala de Kuroo só serviu como gatilho para que as lágrimas começassem a cair.
ㅡ Aish ㅡ ela passou as mãos cobertas até a metade pelo moletom no rosto ㅡ Desculpa. Eu juro que vou tomar mais cuidado.
ㅡ Ei, não precisa fazer isso ㅡ Bokuto segurou suas mãos ㅡ Você já chorou na minha frente porque não tinha o chocolate que você queria na farmácia quando estava na TPM. Não precisa se esconder agora.
ㅡ Não esqueça da vez que ela ficou emburrada por dois dias porque uma criança recusou o algodão doce dela ㅡ Kuroo relembrou, arrancando uma gargalhada da mesma.
ㅡ Vocês só guardam os meus piores momentos, por Dios… ㅡ riu mais um pouco ㅡ Cadê o Kenma?
ㅡ Adivinha? ㅡ o moreno perguntou irônico ㅡ Trancado no quarto jogando.
ㅡ Não sei o porquê de você ainda perguntar isso ㅡ Bokuto negou ㅡ Agora, toma essa sopa e passa para o banheiro, você passou o dia nessa cama.
ㅡ Si señor, papi ㅡ acenou, rindo do revirar de olhos do melhor amigo.
Os três continuaram conversando enquanto Mayumi terminava de comer. Logo depois, a mesma tomou um banho e vestiu roupas mais leves; um short jeans de cintura alta escuro, um moletom branco twotwinstyle e calçou somente um par de meias rosas com estampas de picolé. Ela voltou a se sentar na cama junto com os dois garotos, rasgando a embalagem do seu chiclete favorito e buscando o celular que não havia olhado o dia inteiro.
Primeiramente, abriu o seu twitter, vendo algumas das milhares de notificações que estavam ali, todas eram ligadas as fotos que havia postado na noite anterior; os comentários se limitavam a perguntas de quem seria o moreno que a fazia companhia nas imagens e também no quanto faziam "um lindo par", o que garantiu boas risadas a Mayumi. Logo depois, ela partiu para o aplicativo de mensagens e lá estava outra enchente de notificações, porém, a que mais chamou sua atenção foi a de número desconhecido.
| +1 415 569-8282
08:56
mayumi, é o suna
cacete, acho que você não lembrar do meu nome...
lembra do cara que você só chamava de gatito no
sábado? pois é, sou eu
a gente pode conversar?
21:47
hola gatito, é claro que eu lembro de você.
como eu esqueceria do cara que chamou o
meu boquete de descente?
Assim que a garota enviou a mensagem, a mesma foi visualizada. Ela salvou o contato de Suna e tombou a cabeça para o lado encarando o celular, enquanto Bokuto e Kuroo permaneciam completamente entretidos em uma conversa sobre um assunto aleatório.
| gatito (suna rintarou)
21:48
caralho, dessa merda você não esquece, né?
foi um elogio, já disse docinho
21:49
e eu já disse que foi um elogio fajuto.
| gatito (suna rintarou)
21:49
você é impossível
'tá na fraternidade?
21:50
sim, estoy en mi cama
| gatito (suna rintarou)
21:55
desce, tô aqui embaixo
21:56
oi?
| gatito (suna rintarou)
21:56
eu disse que queria conversar
vem aqui
Mayumi olhou mais duas vezes para a tela do celular, garantindo que ele não iria mandar um "tô zuando" em seguida. Mas não. E para garantir, a garota foi até a janela do seu quarto e olhou para o lado de fora da casa, vendo o mesmo carro que o moreno havia a levado para seu apartamento no sábado estacionado e uma silhueta masculina encostada no capô do mesmo, olhando de um lado para o outro como se esperasse alguém.
A garota olhou para seus amigos que ainda estavam entretidos em uma conversa voltada para o vôlei e balançou a cabeça rindo, enquanto saia do quarto silenciosamente, passando pela sala de estar que alguns dos outros membros da fraternidade usavam para jogar videogame e indo em direção a porta. Assim que saiu, viu Suna na mesma posição que estava quando olhou pela janela, mas dessa vez, sua atenção estava voltada para si.
A rosada caminhou calmamente em sua direção, atravessando o gramado que havia na frente da casa até que chegasse à calçada, onde o garoto se encontrava. Rin tragou pela última vez o cigarro que estava entre seus dedos e o jogou no chão, apagando com a sola do tênis e retirou as chaves do carro do bolso da jaqueta moletom, que constratava com a camisa social preta e a calça rasgada nos joelhos também escura que usava.
ㅡ Buenas noches, gatito ㅡ ela sorriu simpática ㅡ O que está fazendo aqui?
ㅡ Boa noite, docinho ㅡ sorriu ladino, cruzando os braços na altura do peito ㅡ Fui até o bloco onde você tem aula e me disseram que tinha faltado hoje. Então, tive que vir até aqui atrás de você.
ㅡ Tanto trabalho para falar comigo… Tengo curiosidad por saber por qué.
ㅡ Quer dar um volta? ㅡ ele indicou com a cabeça para o carro ㅡ Juro que te devolvo antes da meia noite.
ㅡ Rin, se é por causa das fotos… Olha, eu não fiquei chateada e-
ㅡ Vamos lá, docinho ㅡ ele pede, se aproximando da garota ㅡ É rápido. Só vamos conversar e pronto. Eu te pago um lanche.
ㅡ Você não precisa fazer isso ㅡ riu ㅡ Está tudo bem. Você não tem culpa da namorada que tem.
ㅡ Ex namorada, por favor ㅡ ele corrigiu e bufou ㅡ Vou ter que te sequestrar mesmo para você vir comigo?
ㅡ Aish, yo voy ㅡ cedeu, após uma leve risada.
ㅡ A propósito, adorei as meias ㅡ sorriu irônico, sentindo a rosada empurrar seu ombro.
O garoto dá a volta no carro, destrava as portas do esportivo preto e entra. Suna liga o motor, manobra e sai da rua, deslizando as mãos pelo volante, enquanto Mayumi põe o cinto de segurança e manda uma mensagem para Bokuto avisando que logo voltaria para a fraternidade. Suas unhas se chocavam contra a capinha do celular no ritmo da música que tocava na rádio, deixando o interior do veículo em um clima agradável.
Rintarou para em um semáforo, fita o céu manchado por nuvens e aguarda até que possa seguir caminho. Pouco segundos depois, o garoto entra no estacionamento de uma lanchonete e para o carro, ambos descem calmamente e seguem até a entrada do local que se encontra completamente vazio, tanto pelo horário quanto pelo dia da semana. O garoto faz um sinal para uma das atendentes, põe a mão na base da coluna de Mayumi e a guia para uma das mesas mais afastadas do lugar.
ㅡ Carl, traz dois do especial da casa ㅡ pede antes de sentar frente a frente com a garota.
ㅡ Então, o que queria conversar?
ㅡ Eu nem sei ao certo ㅡ passou os dedos pelo cabelo, os penteando para trás ㅡ Eu queria só me desculpar.
ㅡ Até onde eu sei, não foi você quem postou as fotos.
ㅡ Mas foi por minha causa que ela postou e você não tem nada haver com isso.
ㅡ Gatito ㅡ ela riu suavemente ㅡ Eu não vou ficar chateada com isso. Passou e acabou. Não é como se eu ligasse.
ㅡ Você sabe que é a única garota do universo que não liga para isso, né?
ㅡ Claro que eu sei ㅡ deu de ombros ㅡ Só tem como existir uma perfeição dessas.
Suna gargalhou, sendo acompanhado por Mayumi e logo depois, o mesmo homem a quem o garoto havia feito o pedido trouxe um "especial da casa" para cada um, que consistia em uma sanduíche com todos os ingredientes que alguém poderia imaginar. A rosada olhou para o prato cercado com batatas fritas e desviou sua atenção para o outro, que já havia mordido a mistura e comia tranquilamente.
ㅡ Tem salada aqui? ㅡ perguntou, recebendo um olhar questionador do mesmo ㅡ Eu sou bailarina e tem uma apresentação se aproximando, não posso desleixar na alimentação.
ㅡ Apresentação? ㅡ arregalou os os olhos ㅡ Quando?
ㅡ Festival Cultural.
ㅡ O Festival Cultural é daqui a quase dois meses ㅡ arqueou uma sobrancelha ㅡ Um sanduíche desse não vai fazer você engordar o suficiente para não conseguir perder o que ganhou em dois fucking meses.
ㅡ Lo dudo, lo dudo ㅡ apontou para o prato ㅡ Olha o tamanho disso.
ㅡ Eu como isso quase todo dia e estou em forma ㅡ ele bebeu um pouco do refrigerante e sorriu ladino ㅡ Você pode confirmar isso.
Mayumi revirou os olhos e murmurou: ㅡ Metido.
ㅡ Vai docinho ㅡ ele incitou ㅡ Um sanduíche desse não vai matar ninguém. Quando você comer, não vai querer outra coisa.
ㅡ Você é insistente, por Dios… ㅡ sussurrou, mordendo a comida e a mastigando, não demorando para arregalar os olhos na direção do garoto ㅡ Caralho… Eso es muy bueno.
ㅡ Eu não disse? ㅡ sorriu convencido.
ㅡ Vamos mudar de assunto antes que eu jogue esse ketshup na sua cara ㅡ ameaçou, arrancando uma risada do moreno ㅡ Soy curiosa, você e garota lá… Qual o nome mesmo?
ㅡ Ayla ㅡ respondeu sem dar muito atenção.
ㅡ Sim, Ayla. Isso aí. A quanto tempo estavam juntos?
ㅡ Desde o ensino médio. Mas a gente só começou a namorar na faculdade, há mais ou menos uns três anos ㅡ contou, vendo a mesma engasgar com a bebida ㅡ O quê?
ㅡ Três anos? ㅡ questionou surpresa ㅡ Três anos com uma namorada que não sabia fazer boquete direito. Que barra, hein.
Agora foi a vez do garoto engasgar com a bebida em uma risada contagiante.
ㅡ Você não vai esquecer disso tão cedo, não é? ㅡ indagou bem humorado.
ㅡ Não mesmo ㅡ riu.
Ele negou com a cabeça, sorriu para garota, esperando a mesma comer o último pedaço do sanduíche que restava e limpar os cantos dos lábios com um guardanapo, logo olhando para o moreno de soslaio enquanto o mesmo pagava a conta, acompanhando-o até o carro novamente com alguns comentários implicantes e irônicos por todo o caminho até que Suna desse a partida.
ㅡ Agora, deixa eu te fazer uma pergunta porque soy curioso ㅡ imitou a voz da rosada ㅡ Você lembra que a gente estudou juntos?
ㅡ Você lembrou?
ㅡ Então você sabia? ㅡ ela perguntou surpreso, parando o carro no semáforo ㅡ Eu não te reconheci.
ㅡ Nem eu te reconheci ㅡ confessou rindo ㅡ Você era familiar, mas imaginei que fosse por conta da faculdade. Só quando estava no seu apartamento e vi uma foto dos gêmeos com você que eu lembrei.
ㅡ Ok, me sinto menos mal agora ㅡ deu ombros ㅡ
Samu e Tsumu lembravam de você quando viram uma foto sua.
ㅡ Fiz dupla com o Osamu durante o ensino médio inteiro nas aulas de espanhol ㅡ contou calmamente ㅡ Minha família materna é da Espanha, vim para cá com dez anos, então já sabia falar muito bem.
ㅡ Bem que ele disse que vocês tinham as melhores notas ㅡ lembrou, estacionando o carro em frente a Hidden e checando o horário no celular ㅡ Está entregue, e antes da meia noite docinho, como o combinado.
ㅡ Gracias, gatito ㅡ ela sorriu, se aproximando do mesmo e depositando um beijo na sua bochecha ㅡ Buenas noches.
Mayumi saiu do veículo e acenou para Suna, caminhando para dentro da fraternidade enquanto o som do motor potente se distanciava cada vez mais. Ela abriu a porta da frente, dando de cara com a casa já com as luzes apagadas e um silêncio gutural; subiu as escadas tentando fazer o mínimo de barulho possível e adentrou seu quarto já vazio.
A garota retirou as meias antiderrapantes que calçava, já completamente sujas e as colocou no cesto para lavar, indo até o banheiro, amarrando o cabelo comprido em um coque frouxo e tirando o moletom que vestia, lavando o rosto em seguida. Não demorou muito para que seu celular vibrasse duas vezes, avisando que havia novas mensagens e logo a garota buscou o aparelho e o desbloqueou, abrindo uma conversa de cada vez.
| jay do pó <3
00:03
iai gatinha, como um pedido seu é uma
ordem, consegui o vídeo que queria
[ VÍDEO ]
eu sei, sou incrível
00:03
gracias por conseguir, te amo <3
mas minha raiva passou, pode apagar
Enviou a mensagem e partiu para a próxima conversa, abrindo a mesma com curidosidade.
| gatito (suna rintarou)
00:02
tá livre amanhã?
00:04
no estoy :(
eu pratico até tarde todos os
dias da semana, gatito
| gatito (suna rintarou)
00:05
merda, pior que saio tarde do
trabalho todos os dias, por isso
fui aí esse horário hoje
00:06
esse fim de semana vai rolar
uma privê na Whisper, topa?
| gatito (suna rintarou)
00:06
até sábado então, docinho
00:06
até sábado, gatito.
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hi sunshines, gostaram do capítulo??
desculpem a demora com a att, essa semana foi corrida e o cap ficou muito maior do que eu imaginava, tive até que cortar algumas coisinhas pra conseguir atualizar hoje, mas ainda sim, foi 4K de palavrinhas.
bom, o cap foi mistura de sensações, desgraça no começo e fofura no final. eu amo tanto escrever os diálogos dessa fanfic que vocês não tem noção, sério.
espero que tenham gostado e até a próxima!!
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