40. E, então, vieram as trevas.



Talvez fosse algo no clima, ou até mesmo nos ventos, talvez as estrelas tivessem se desalinhado na noite anterior, mas Aurora soube que havia algo errado no momento em que o sol nasceu. Ela sentiu, tão físico quanto um aperto em seu coração imortal, apenas sentiu, que algo estava diferente.

E, sem entender o motivo ou circustância, era como se ela soubesse exatamente qual o problema, e um nome foi a primeira palavra que escorreu de sua garganta naquela manhã:

Jackson.

E quando correram para a casa dos Cullen apenas alguns minutos depois, a expressão no rosto da família não a deixou menos incomodada, foi o contrário.

— Alice está fora há muito tempo. — Esme declarou rapidamente, preocupação estampada em seu rosto pálido.

— Ela nunca ficou longe por tanto tempo antes. — Edward disse, e a preocupação começava a dar alguma cor ao seu rosto passivo. — Carlisle, Alice teria tempo de ver se os Volturi mandassem alguém para buscá-la?

Se Aurora ainda pudesse fazer algo tão humano, ela teria empalidecido, de receio e pânico, por Jackson e Alice. Melhor do que qualquer um, ela sabia do que os Volturi eram capazes. Emmett xingou alto o suficiente para que Jacob pulasse de pé com um rosnado. No jardim, o rosnado dele foi acompanhado pelo seu bando.

— Fique com as crianças. — Bella simplesmente disse para Jacob, acenando para Aurora enquanto saía correndo pela porta. A ruiva deslizou James para o colo de Nessie, que o recebeu de bom grado, e, com um olhar tenso, correu para a porta, vendo sua família sumir na floresta.

— Leah. — Aurora gritou com certo assombro na voz, fitando a loba cinza quando passou pela varanda. — Você pode... — Ela não terminou, apontando para a porta com um aceno descuidado.

Leah acenou positivamente com a cabeça, entendendo o pedido antes mesmo que Aurora pudesse formular as palavras. Talvez fosse o pânico no ar ao redor da vampira, porque Leah concordou muito facilmente enquanto se colocava de guarda na porta da casa, Seth tomando o lugar ao lado dela com confiança.

Leah normalmente teria negado, e sequer pensaria sobre, qualquer coisa que qualquer vampiro lhe pedisse. Mas aquela ali era Aurora, a garota que faria ainda mais do que isso por Leah e Seth.

Aurora correu pela floresta, seguindo o rastro de sua família, alcançou todos em poucos segundos, ultrapassando Edward e Jasper em alguns passos, e correndo lado a lado com Bella na frente.

— Eles não a alcançariam. — Aurora comentou com a voz plana e graciosa, como se não estivesse correndo a toda velocidade. Bella a fitou em questionamento. — Estou tentando ser positiva. — A ruiva declarou. — Alice não deixaria que a encontrassem. Ela está vários passos à frente, sempre.

— Mas Aro a conhece melhor que qualquer pessoa. — Edward contradisse sem vontade. — Melhor do que eu a conheço.

— Isso é uma armadilha? — Emmett perguntou.

— Talvez. — Edward disse. — Mas não há cheiro de Alice e Jackson. Onde eles estavam indo?

Na visão de Aurora, a trilha de Alice e Jackson desenhava arcos fluídos e suavemente coloridos no ar, mais como um rastro de suas auras do que de seu cheiro. Primeiro ele se esticava a leste da casa, mas depois ia para o norte ao lado do rio, e então voltava para o oeste depois de alguns quilômetros. Como se tivessem andado em círculos, como se não quisessem ser encontrados.

Cruzaram o rio de novo, todos os oito pulando com alguns segundos de diferença do outro. Aurora tomou a liderança inconscientemente, totalmente concentrada na trilha de cores.

— Lobos. — Aurora disse de repente, acenando para o sul com a mão, nem mesmo olhando ou cheirando o ar com atenção. Ela apenas sentiu a presença deles.

— Fiquem na trilha principal. Estamos quase no limite dos Quileutes. — Carlisle ordenou concisamente. — Fiquem juntos.

Aurora esbarrou no braço de Bella com a mão suavemente, acenando amplamente, como se desenhasse linhas no ar, apontando os limites da divisa para a recém-criada, consciente de que Bella não as conhecia. Bella acenou em agradecimento, torcendo o nariz para o cheiro de lobos no ar.

Mas, de repente, Aurora diminuiu a velocidade, olhando de um lado para o outro, procurando o restante nítido da trilha. Tudo parecia espalhado e turvo, deslizando para todos os lados como explosões de cores, e Aurora sentiu-se transtornada.

Então o cheiro de lobo ficou mais forte, e a cabeça de Edward saltou para cima. Ele parou imediatamente. Jasper agarrou o pulso de Aurora para pará-la também, as costas dela batendo contra seu peito em um baque surdo. O restante deles ficou imóvel.

— Sam? — Edward perguntou com uma voz vazia. — O que é isso?

A figura familiar de Sam veio por entre as árvores a algumas centenas de metros de distância, caminhando rapidamente em sua forma humana, seguido por dois lobos – Paul e Jared. Todo o tempo que Sam levou para chegar até os vampiros, Aurora não conseguiu deixar de pensar em todas as possibilidades horríveis de coisas que poderiam ter acontecido com Alice e Jack.

Edward pareceu ainda mais pálido enquanto via a mente de Sam. Mas o Quileute o ignorou, e falou diretamente com Carlisle:

— Logo após meia noite, Alice e Jackson vieram a esse lugar e pediram nossa permissão para passar por nossas terras até o oceano. Eu dei a permissão e os acompanhei pessoalmente até a costa. Eles foram diretamente para a água e não retornaram. Enquanto caminhávamos, Alice me contou que era muito importante que eu não contasse a Jacob que havia a visto até que eu falasse com você. Eu devia esperar aqui até que você viesse procurar por ela e então te dar esse bilhete. Ela me disse para obedecer como se nossas vidas dependessem disso.

A cada palavra de Sam, Aurora sentia como se estivesse prestes a se afogar, era uma agonia sufocante que apertava em sua garganta, mais do que a sede por sangue. E ela observou quando Sam estendeu para Carlisle um papel dobrado, a página de um livro que Aurora havia lido para James algumas semanas antes. O Mercador de Venice.

— Eles nos deixaram. — Carlisle sussurrou, olhos ainda presos no bilhete de Alice.

— O quê? — Rosalie gritou.

Carlisle apenas virou a página para que todos pudessem ler.

Não procurem por nós. Não há tempo a perder. Lembrem-se: Tanya, Siobhan, Amun, Alistair, todos os nômades que você conseguir encontrar. Lamentamos muito por ter tido que deixa-los assim, sem dar adeus ou explicações. É a única forma para nós. Nós amamos vocês.

Aurora congelou, como se todo seu corpo fosse feito de um imenso bloco de gelo. O silêncio na clareira era preenchido apenas pelas batidas dos corações dos lobos, e suas respirações.

E, se Aurora sentiu algo, ela não teve tempo de pensar sobre isso, porque Sam se virou em sua direção, e, mais suavemente do que falaria com qualquer vampiro, disse:

— O loiro também deixou isso pra você. — Aurora foi a primeira a se mover, apenas o suficiente para estender a mão, onde Sam depositou um pequeno objeto frio e duro. Uma pequena, minúscula, e nada familiar chave de bronze.

Aurora apertou os dedos ao redor daquela chave antes de enfiar a mão no bolso do sobretudo branco, e deixa-la ali. Uma máscara fria de estoicidade pairava em seu rosto enquanto ela ignorava a curiosidade ao seu redor.

Nem mesmo ela sabia o motivo de Jackson e Alice terem ido embora, deixando nada além de um bilhete e uma chave de bronze velha. E até mesmo ela queria gritar agora. Gritar de frustração, raiva, decepção. Apenas gritar alto o bastante para que pudesse ensurdecer Jackson.

E quando alguma discussão sem sentido se formou entre Edward e Sam, Aurora se virou e saiu da clareira, apertando os punhos em raiva contida e desgastante. Jasper lhe seguia um pouco distante, apenas o espaço necessário para que ela não se sentisse presa, mas perto o bastante para prever uma crise.

A chave de bronze parecia queimar em seu bolso, uma lembrança dolorosa e perversa de que Jackson, seu melhor amigo, seu criador, havia lhe deixado.

Aurora parou de correr, só percebendo agora o quanto havia se afastado ainda mais da casa, da fronteira, e do território Quileute, chegando quase nos limites de Forks. Finalmente, a trilha de Jackson e Alice havia sumido de vista, e foi quase um alívio não ver a explosão de cores.

Ela não chorou, não gritou, nem mesmo entrou em pânico. Porque essas eram reações humanas demais, e Aurora estava se sentindo tudo, zangada, angustiada, confusa, vazia. Tudo. Exceto humana.

A presença de Jasper, há poucos metros de distância, foi constante por todos os longos minutos em que Aurora ficou ali, imóvel e olhando para o nada, como uma estátua de mármore frio e pálido, reluzindo como diamante sob a luz do sol.

— Por que ele faria isso?

A pergunta de Aurora veio inesperadamente depois de um tempo, seguida de nada além de seu olhar dourado e vazio preso na terra sob seus pés. Jasper respondeu, com tanta convicção que poderia convencer o mais incrédulo dos homens:

— Ele não faria.

Aurora não tinha certeza. Não agora. Não quando seu bolso parecia carregar cem toneladas de ferro apenas naquela única chave de cinco centímetros. Entre todas as coisas que Jackson poderia deixar... por quê isso?

De repente, isso era tudo em que Aurora podia pensar.



O celular de Aurora vibrou em sua mão, a tela se iluminando em uma foto de James vestido com um conjunto de pijama de estampado com cactos, e um patinho de pelúcia em sua mão erguida para cima, como se o oferecesse a alguém. Em seguida, outra foto, e agora ele estava no colo de Emily, que o embrulhou em um cobertor de lã cinza.

Um pequeno e angustiante sorriso saltou no rosto de Aurora, o coração apertando dentro de seu peito, figurativamente. A sensação era horrível, e ela desejou mil vezes estar morrendo de sede.

É melhor assim, ela repetia para si mesma seguidamente nos dias que passaram. Desde a partida de Jackson e Alice, ficou claro que tudo se tornaria mais complicado. E, com a missão de recrutar o máximo de testemunhas que conseguissem em seu favor, era impossível que James continuasse com eles em uma casa cheia de vampiros desconhecidos e nada vegetarianos.

Uma única ligação de Aurora, e Emily ficou mais do que feliz em receber James em sua casa pelo tempo que fosse necessário. Nas palavras dela, a matilha ficava bem mais comportada com o bebê por perto, como se James estivesse os julgando silenciosamente, o que era um pensamento engraçado.

No entanto, não era exatamente uma situação agradável para Aurora e Jasper, que nunca passaram tanto tempo longe de seu filho. Eles tentaram se manter ocupados o bastante para não pensar sobre isso, saindo com o restante da família para buscar pelos nômades, sempre correndo e se movendo incansavelmente, porque vidas dependiam disso. Vidas dependiam disso.

Ela enfiou o celular no bolso de seu jeans novamente quando Jasper veio em sua direção, dois vampiros desconhecidos em seu encalço. O garoto era quase tão alto quanto Jasper, cabelo louro escuro meio grandes, e o rosto tenso em seriedade. Já a garota ao seu lado lembrava Alice, tão baixa quanto, o rosto delicado e cabelos curtos e espetados.

Aurora gostou deles quase imediatamente, apenas pela cor de suas auras de lealdade e coragem em relação à Jasper.

— Querida, esses são Peter e Charlotte. — Jasper gesticulou amplamente entre eles, a sombra de um sorriso desenhando seu rosto. Aurora refletiu seu sorriso, cordialmente estendendo a mão para os nômades.

— É um prazer conhecê-los. — Ela soprou. — Jasper e... — O nome de Jackson congelou em sua língua momentaneamente, e ela sorriu amarelo antes de completar. — Jasper falou muito sobre vocês.

Jasper notou, sabiamente não dizendo nada sobre isso enquanto via Charlotte apertar a mão de Aurora.

— Você é ainda mais bonita pessoalmente. — Charlotte sorriu na direção da ruiva.

— E mais britânica também. — Peter acrescentou com um sorriso quase invisível. Jasper riu com algum reconhecimento, negando com a cabeça.

— Ah... obrigada? — Aurora agradeceu confusa.

— Ignore o Peter, é um idiota. — Jasper aconselhou com falsa seriedade. Peter sorriu ironicamente para o ex-major.

— Lamentamos não ter ido ao seu casamento. — Charlotte comentou desconcertada. — Soubemos que haveriam humanos na cerimônia e... bem...

Ela não precisou terminar, estava escrito bem ali, nos olhos escarlate que ambos exibiam. Aurora acenou gentilmente.

— Não há problema, Charlotte. Nós compreendemos suas razões. — Garantiu a ruiva. — E, além disso, estamos nos conhecendo agora.

— Não nas melhores circunstâncias. —Pete murmurou com pesar. Aurora apertou os lábios, encolhendo ligeiramente os ombros. Charlotte deu uma cotovelada em Peter.

— Pete! — Ela repreendeu. — Que insensível.

— Não, ele está certo. — Aurora replicou com humor afetado, os olhos levemente escurecidos em aborrecimento. — Eu é que lamento por estar envolvendo vocês nessa situação.

— Nós lamentamos. — Jasper concordou, tão sério quanto a esposa. — É muito para pedir.

— Não estão nos pedindo nada além do que temos capacidade de fazer. — Peter retrucou com convicção.

— Somos amigos, Jasper. — Charlotte argumentou em apoio ao companheiro. — Se não puderem contar conosco, não vão contar com mais ninguém. 

— Nem sabemos como agradecer. — Aurora exalou, recebendo um sorriso largo de Charlotte, e um aceno contido de Peter.

— E vocês nem precisam.



Peter e Charlotte foram os segundos a chegar em Forks, logo depois dos Denali, e foram seguidos pelos amigos de Carlisle, o clã Irlandês, que era composto por Siobhan, uma mulher corpulenta e linda, casada com Liam, que apesar de ser o mais velho e carrancudo, confiava cegamente no julgamento de Maggie, a mais nova do clã, e que possuía o dom de saber quando mentiam para ela. Eles sequer precisaram de provas para saber que Edward dizia a verdade sobre Renesmee.

Os egípcios já não foram tão fáceis de convencer. Mesmo quando Benjamin e Tia, os mais novos do clã, acreditaram no que Renesmee lhes mostrou, Amun se recusou a tocar a menina, e exigiu que fossem embora. Benjamin o persuadiu a ficar, com algumas ameaças sobre desfazer sua aliança, mas ele continuou se negando a tocar Nessie, e também proibiu sua companheira, Kebi, de o fazer.

Kebi estava sempre na sombra de Amun, quase literalmente, não se afastando mais que três passos, e nunca disse uma palavra, sobre qualquer coisa. Tia também falava pouco, mas, quando falava, deixava claro o quão esperta e astuta ela era. Porém, apesar de Amun ser o líder, e o mais velho, era a Benjamin que todos obedeciam.

Benjamin era cativante, como se toda sua constituição fosse feita para ser hipnotizante e incrível, desde seu caráter bondoso e justo, até seu poder raro e impressionante. Amun não estava disposto a perdê-lo, e, se para isso ele precisasse ficar e testemunhar pelos Cullen, ele faria sem nenhuma alegria.

Emmett e Rose mandaram qualquer amigo de Carlisle que eles puderam encontrar, nômades que vagavam sozinhos pelo mundo. Garrett foi o primeiro a chegar, com seu caráter espirituoso, ficou nítido que ele era algum tipo de aventureiro. Ele se deu bem com as Denali, verdadeiramente interessado em seu estilo de vida vegetariano. Talvez ele estivesse disposto a aceitar o desafio, só para provar que consegue. Randall veio logo antes de Mary, e ambos já eram amigos, apesar de não viajarem juntos. Os três nômades ouviram a história de Renesmee e decidiram ficar para testemunhar.

Esme e Carlisle estavam de volta uma semana depois de partirem, e trouxeram com eles um outro nômade, Alistair. Carlisle simplesmente cobrou um monte de favores para conseguir trazer o nômade inglês, e Alistair por sua vez, não parecia fazer nenhuma questão de qualquer companhia.

Alguns dias depois, Rosalie e Emmett também estavam em casa. E, por mais que Edward e Bella estivessem aliviados com sua volta, também não viam a hora de Aurora e Jasper retornarem. O pensamento de que Jasper poderia tornar os ânimos menos tensos e agressivos; e Aurora poderia convencer qualquer um a fazer qualquer coisa por ela, simplesmente lhes trazia esperança.

Os próximos visitantes foram inesperados, isso porque nem Carlisle e nem Rose haviam as encontrado. Senna e Zafrina eram conhecidas de Carlisle há muitos anos, mas quem as mandou para Forks foram Alice e Jackson, e essa era única pista que tinham sobre eles: estavam vivos e na América do Sul.

Quanto mais deles chegavam, mais nítida ficava a situação para Bella, e era ainda mais assustador agora. Tudo que ela via e ouvia, deixava claro que o pior ainda estava vindo, coisas que ela nunca sonhou que enfrentaria. Jane e Alec eram apenas o primeiro exemplo, poderosos e implacáveis, Bella podia pensar em apenas uma pessoa capaz de lidar com eles. E ainda havia Demetri, e Felix, e Chelsea, e tantos outros.

E, foi pensando em cada um deles, que Bella começou a aprender mais sobre sua nova condição. Fosse lutando, ou projetando seu dom para proteger a si mesma e a outros, ela precisava estar se movendo constantemente. Ela precisava descobrir como salvar Renesmee, nem que fosse morrer tentando.

— De novo! — Kate exclamou ansiosamente, observando a expressão frustrada de Bella em contraste com os lábios de Edward franzidos em dor.

Bella não estava feliz em deixar Edward ser a cobaia de Kate em seu treinamento, mas ele realmente não pareceu inclinado a desistir disso.

— Não foi tão ruim agora. — Edward disse, tentando parecer reconfortante em favor de não afastar Bella de suas tentativas.

Não fazia tanta diferença agora. Bella não tinha ideia do que havia feito certo, ou do que estava fazendo errado. Em um aspecto geral, ela não estava nem perto de saber proteger outros com seu dom.

— Você está fazendo um ótimo trabalho, Bella. — Edward disse. — Na verdade você só está trabalhando nisso por alguns dias. Kate, diga como ela está indo bem.

Kate entortou os lábios pensativamente, olhos passeando pela pequena platéia que as assistia.

— Eu não sei. Ela pode fazer melhor, eu tenho certeza. — Eleazar acenou imperceptivelmente com a cabeça. Kate continuou, motivada: — Ela só precisa de incentivo.

— Kate... — Edward disse em tom de aviso quando Kate começou a se mover.

Ela circulou a clareira onde Zafrina, Senna e Renesmee estavam caminhando lentamente, Renesmee de mãos dadas com Zafrina enquanto elas trocavam fotos. Jacob seguia atrás delas a alguns metros de distância.

— Nessie, você gostaria de vir ajudar a sua mãe?

Bella rapidamente esqueceu seu desgosto pelo apelido, apenas para rosnar selvagem: 

— Não! — Bella afastou as mãos de Edward quando Renesmee atravessou o gramado até ela. — Absolutamente não, Kate.

Renesmee a alcançou, abraçando sua cintura,  com a cabeça no espaço abaixo de seus seios.

— Mamãe, eu quero ajudar. — Ela disse com determinação.

— Não. — Bella reforçou, rapidamente dando um passo pra trás quando Kate deu outro para frente. — Fique longe, Kate.

— É só um pouco de motivação, Bella. — Kate continuou tranquilamente.

— Não com ela! — Bella exclamou em um grunhido raivoso, segurando Nessie protetoramente em suas costas.

— Tudo bem. — Kate ergueu as mãos em rendição, antes de estender uma das palmas para Edward novamente. — Esse está com força total. — Ela avisou, lançando em Bella um olhar de desafio. — Pronta?

Bella viu a garganta de Edward se contrair em um gole seco, mas ele assentiu para ela, estendendo sua mão para a de Kate. Então, Bella fez, estendendo o estranho elástico ao redor de si, envolvendo Edward com ele como um cobertor fino. A pele dele sequer estremeceu quando Kate tocou.

— Incrível. — Edward soprou baixinho. Kate parecia fazer algum esforço, mas sorriu lentamente enquanto o soltava.

— Você conseguiu. — Ela murmurou.

— Posso ter um minuto? — Bella respirou. Ela não havia sentido necessidade de descansar desde que se tornará vampira, até esse momento. Ela podia entender melhor agora a exaustão de Aurora com seu dom.

— Kate. — Garrett chamou enquanto os outros murmuravam e se afastavam um pouco.

— Eu não faria isso, Garrett. — Edward avisou.

Garrett continuou na direção de Kate apesar do aviso, seus lábios torcidos em especulação.

— Eles dizem que você consegue atirar um vampiro no chão.

— Sim. — Ela concordou. Então, com um sorriso, ela meneou os dedos de brincadeira. — Talvez só funcione nos fracos.

Garrett ergueu os ombros, um sorriso igualmente confiante quando estendeu o indicador para a palma de Kate. E então, ele ofegou alto, suas pernas fraquejando quando ele caiu com os joelhos no chão aos pés de Kate.

— Eu avisei. — Edward murmurou.

As pálpebras de Garrett flutuaram uns segundos, e então seus olhos se arregalaram. Ele olhou para a sorridente Kate, e um sorriso especulativo iluminou seu rosto.

— Uau. — ele disse.

— Você gostou disso? — Ela perguntou ceticamente.

— Eu não sou louco. — Ele riu, negando com a cabeça enquanto seu olhar pairava sobre a vampira, como um cego olharia pra o sol. — Mas você é uma mulher extraordinária.

Os romenos, Vladimir e Stefan, vieram poucos dias depois, em sua completa raiva vingativa contra os Volturi, eles não pareciam ligar para as circunstâncias, apenas apreciavam qualquer que fosse a razão para estar no lado oposto ao da realeza italiana. Eles pareceram deliciados com a aliança entre vampiros e lobisomens, tanto quanto os dons extraordinários de alguns dos vampiros presentes ali.

Mesmo sem tocar Nessie, eles prontamente se dispuseram a testemunhar pelos Cullen. Não por sua boa vontade, mas pela aversão aos Volturi, e a esperança de que finalmente pudessem vê-los cair de seu trono.

— Eles acham que somos oponentes à altura para os Volturi. — Edward sussurrou para a esposa em certa noite, depois de colocarem Nessie para dormir. — Eles pensam que temos vantagem com seu dom e o meu, e que Benjamin, Kate, Zafrina, e vários outros, são nosso melhor ataque.

— E eles ainda nem viram a Aurora. — Bella murmurou de volta, uma sobrancelha erguida em uma expressão insinuativa. Edward assentiu.

— Talvez estejam certos. — Ele disse, apertando os lábios com algum desagrado. — Mas precisamos fazer com que Aro nos escute. Precisamos que todos escutem.

Bella concordou com a cabeça.

— Eles irão.

Ela não tinha certeza.

— Irão.

Nem ele.

Quando amanheceu, Bella foi ao quarto de Nessie para acorda-la. Mas a porta mal se fechou atrás dela, e seu celular vibrou no bolso, notificando a chegada de uma nova mensagem. Inesperadamente, era de Aurora.

E Bella pensou que poderia ser alguma explicação pelo motivo da demora em voltar para casa, ou alguma informação que eles ainda não tinham, talvez até informar sobre uma outra testemunha que estaria chegando. Bella pensou tudo isso em alguns milésimos de segundo. Mas nunca foi nada disso.

Little Reyne Avenue, 78.
Amanhã às 7pm.
Vá sozinha e não diga a ninguém.

Ela não podia imaginar um só motivo para Aurora lhe mandar algo assim, nem em um milhão de anos. Até ler a última mensagem:

Sei como salvá-los.







GENTE, faltam menos de dez capítulos para o fim de Bright.

Momento da tristeza aqui.

Mentira! Sem tristeza por aqui.

SUNRISE, a continuação de BRIGHT, já tem sinopse, elenco definido e até capa.

EU TÔ MUITO EMPOLGADA!


James Whitlock na capa de Sunrise. MEU NENÉM LINDO!

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