Jasper se surpreendia cada dia mais com Aurora. Ele tinha plena certeza de uma coisa: a eternidade nunca seria entediante.

Aurora insistiu em fazer o destino de lua-de-mel ser uma surpresa até o último segundo. Até Jasper estar de frente com o lugar, ela não disse uma palavra, uma pista sequer. E Jasper admitiu a si mesmo que esperava qualquer coisa, literalmente qualquer uma... menos aquilo.

Estavam há alguns dias em Texas City, onde Aurora havia comprado e reformado a fazenda que anos antes pertencera aos Whitlock. A fazenda onde Jasper nasceu e foi criado por tantos anos, antes de se alistar. E agora, o quarto que lhe pertencia era um quarto de bebê, onde seu filho dormia. A sala de jantar possuía um piano, e um grande espaço aberto, onde Jasper gostava de puxar sua esposa para dançar no breu da noite.

Era uma casa tão cheia de lembranças, e tão cheia de alegria, que Jasper se sentia mais vivo apenas por estar ali. E era um ótimo lugar para uma criança crescer.

Ele pensou, por um minuto, em quão felizes seus pais estariam com a família que ele tinha.

E Jasper sorriu, enfiando as mãos nos bolsos e suspirando livremente enquanto via Aurora com James nos braços, dançando suavemente pela sala e cantarolando para o bebê. Cada segundo daquilo... Jasper queria gravar em sua memória, para repassar sempre que se lembrasse de qualquer momento ruim de sua vida. Por não importava mais. Os Whitlock eram uma linda família.

Jasper ouviu Aurora suspirar, com o rosto sobre o peito dele, enquanto as mãos frias desenhavam linhas invisíveis no braço do vampiro. Se ficasse completamente imóvel e silenciosamente, ele podia ouvir o coração dela, batendo fraco e pausadamente, em grandes intervalos de tempo.

— James se parece com você. — Ela comentou em algum momento, rindo fraco em seguida. — Eu sei que não faz sentido. Mas ele parece. Vocês tem a mesma cor de cabelo, você tinha olhos azuis quando era humano, e ele é a criança mais calma que eu já vi. Parece até alguém que eu conheço. — Ela ergueu uma sobrancelha, fitando o rosto do noivo. Jasper repuxou os lábios em um sorriso.

— Engraçado... porque eu ia dizer que ele é encantador, como você. — Ele disse, vendo a ruiva balançar a cabeça e sorrir. Aurora se aconchegou mais ao corpo de Jasper, sentindo os braços dele ao seu redor.

— Não é estranho ele nunca ter falado nada? — Ela perguntou. Jasper fitou o rosto da esposa, que tinha uma fina linha de preocupação entre as sobrancelhas. Ele beijou os cabelos de Aurora.

— Ele está bem, querida. — Ele disse. — Ele resmunga, chora, e balbucia coisas incompreensíveis. Vai falar quando estiver pronto. — Aurora meneou com a cabeça.

— Eu sei. — Ela disse. — É só... sabe que eu sempre senti essa coisa em relação a ele, esse... instinto. — Explicou calmamente. — Não significa que tenha algo errado com ele. Só que ele é...

— Especial? — Jasper perguntou. — Como você, eu, Alice e Edward... antes da transformação. — Aurora assentiu.

— É, isso mesmo. — Ela concordou. — Ele é nosso garotinho especial. — Ambos sorriram entre si, antes de Jasper girar seus corpo na cama, deixando-a por baixo dele enquanto a ruiva ria.

— Eu amo tanto você, Sra. Whitlock. — Ele disse, baixo, com um olhar profundo.

— Eu também te amo, Major.

Jasper distribuiu inúmeros e seguidos beijos nos lábios e rosto de Aurora, até que ela começou a rir. E ele a beijou profundamente, deslizando os dedos por dentro da camisola de seda mais uma vez.

— Alice mandou o convite do casamento de Eddie. — Aurora disse, entrando na cozinha onde Jasper tentava fazer James comer banana amassada.

— Vamos lá, Jay. É bom. — Ele argumentava contra o bebê. — Você come mamão, porque não pode comer banana? — Aurora prendeu uma risada, se apoiando no balcão.

— Amasse mamão aí no meio. — A ruiva disse. Jasper lhe olhou brevemente, como se estivesse ofendido. Aurora ergueu as mãos em rendição.

— Vamos lá, garotão. — Ele falou, oferecendo a colher para James novamente. — Vai me fazer o pai mais feliz do mundo se comer isso agora. — Aurora sorriu. — Estava dizendo que Alice mandou o convite... — Ele comentou, distraído.

— Ah, sim. — Aurora concordou. — O casamento é em duas semanas. E aparentemente nós somos os sortudos que não estão lá para ajudar na organização. — Jasper riu.

— Ela está enlouquecendo todos com isso, não é? — Aurora assentiu, rindo.

— Jackson perguntou se não tínhamos um quarto vago pra ele fugir pra cá. — Eles riram.

— Não o julgo. — Jasper disse. — Vou sentir falta daqui. — Ele disse, baixo.

Aurora tombou a cabeça para o lado. Observando a tranquilidade com a qual Jasper cuidava de James. Ela sabia que ali as coisas eram mais diferentes do que em Forks. Ali eles eram mais livres, tinham mais paz, e pareciam inúmeras vezes mais confortáveis.

— Sabe... eu gostaria de voltar pra cá depois do casamento deles. — Jasper lhe olhou no mesmo instante. — Prolongar nossa lua-de-mel, deixar James crescer nesse lugar, por alguns anos. Nossa família iria entender. — Jasper lhe olhou completamente vidrado, andando até ela e segurando o rosto delicado com as mãos grandes e fortes.

— Está falando sério? — Ele perguntou. Aurora assentiu.

— Podemos viver aqui, será nossa primeira casa. — Ele sorriu, tão amplo e brilhante que Aurora sentiu seu coração se aquecer.

— Sim. — Ele disse. — Com certeza, sim. — Ela a beijou depressa, afundando os dedos nos fios ruivos. Aurora sorriu contra os lábios dele.

James balbuciou, soltando gritinhos animados. O casal riu e se separou, olhando para o bebê, que fundou os dedos gordinhos na banana e levou até a boca, fazendo uma completa bagunça ao comer a fruta.

— Ele comeu. — Jasper disse, alto. — É! Isso aí! — Ele exclamou em animação, agarrando Aurora e girando com ela pela cozinha. Plantou um beijo nos lábios da esposa e andou até James, beijando a cabeça do bebê. — Esse é meu garoto.

Aurora sorriu abertamente, balançando a cabeça.

Se algum dia tivessem lhe contado como seria sua vida, ela teria achado loucura. E era. Uma completa e apaixonante loucura. E não havia nada que Aurora não faria por aquelas duas pessoas naquele cômodo.

Eu absolutamente amo esse capítulo, e essa família. Eu amo essa fanfic.

Meu Deus eu acho que não quero acabar ela nunca. Vou escrever até ter 200 capítulos. Aí vou fazer o segundo livro, e o terceiro... tudo bem, foi mal, me empolguei.

Mas eu realmente penso em um segundo livro. Qualquer dia eu falo pra vocês sobre ele, esperem só eu introduzir o plot aqui.