33, a última jogada

PARECIA INEVITÁVEL PARA CLAIRE sentir seu coração praticamente saltar do peito. Marcus havia enviado Dan, hacker profissional especializado em segurança, para Outer Banks numa velocidade invejável e agora ele estava enfiado em algum canto da ilha com um bando de marginais para extrair o que fosse necessário do celular de Barry. Claire apoiou os braços no parapeito da varanda, respirando fundo na tentativa inútil de acalmar o turbilhão em sua mente. Felizmente, Rafe se aproxima e ela esperava que trouxesse consigo algumas respostas.

— E aí? — perguntou, a voz mais trêmula do que gostaria.

Rafe tenta manter a expressão impassível, embora os músculos tensos de seu maxilar denunciassem sua inquietação. Ele era um ser humano afinal de contas e humanos se preocupavam.

— Estão de tocaia esperando ele sair — é o que ele responde. Ele no caso Barry.

Claire sentiu um frio subir pela espinha, o estômago revirando de ansiedade. E se ele não estivesse em casa? E se ele já desconfiasse de tudo? O simples pensamento faz com que uma careta se forme em seu rosto.

— Acho que vou vomitar — murmurou, fechando os olhos por um instante.

Rafe se aproxima dela, suas mãos tocando o braço da garota em um gesto apaziguador.

— Já falei pra não se preocupar com isso — ele a lembra, afagando sua pele exposta. — Eu cuido de tudo.

Ela soltou uma risada nervosa, sem humor.

— Esse é mais um motivo pra eu me preocupar.

— Ha, ha. Muito engraçado — ele rebate, um sorriso divertido em seus lábios.

Mas Claire não sorriu. Seu peito estava apertado demais para isso.

— É sério, Rafe. Eu só... As coisas já estão ruins e eu não quero que fiquem pior. Entende?

Rafe segurou sua mão com firmeza.

— Não vão — ele garante, apertando seus dedos. — Vamos dar um jeito no Barry, mesmo que tenhamos que pagar o que ele pediu. Posso vender uma parte da empresa...

— Nem pensar! — ela o interrompe, horrorizada com a ideia. — Você deu duro pra caramba pra reerguer ela!

Ele sorriu de lado, a expressão suavizando por um instante.

Nós, Claire — ele a corrige.

Ela balançou a cabeça.

— Não. Aquele é o seu sonho.

Rafe dá risada, achando graça da preocupação da namorada. Claire o encara, sentindo raiva por sua calma perante a situação. Ele segura o rosto dela com as duas mãos, puxando-a para perto.

— Você é o meu sonho — diz, olhando no fundo de seus olhos castanhos. — E eu não vou deixar minha mulher ser presa.

Claire sentiu o coração disparar, o anel na corrente em seu pescoço parecia pesar uma tonelada quando ele se referia a ela assim.

— Rafe... — ela choraminga, querendo ser ouvida.

— Só fecha os olhos e deixa eu te distrair... — pede, deslizando seus dedos para o pescoço da garota e em seguida seu ombro. — Tem umas coisas que eu posso fazer pra te relaxar um pouco.

Ela sorriu, sentindo a ansiedade se dissipar conforme sua mente trabalhava em cenários criativos.

— Espero que envolvam a sua língua — ela responde, ficando na ponta dos pés para roçar seus lábios contra os dele.

Rafe a puxa pra perto.

— Pode ter certeza disso.

Antes que pudessem se beijar eles ouvem passos se aproximando.

— Acho que se acostumaram com a casa vazia — Rose diz, colocando o óculos de sol.

Claire se afastou num sobressalto enquanto Rafe murmura uma pequena lista de xingamentos. Rose parecia cansada mas determinada e Claire fica feliz ao vê-la com roupas bonitas e maquiagem em seu rosto.

— Mãe! Oi — a garota a cumprimenta. — Que bom ver você de pé.

— Não dá mais pra continuar naquela cama. Estava prestes a enlouquecer — ela responde e então se vira para Rafe. — A polícia entrou em contato?

— Nada ainda, mas algo me diz que isso vai mudar em breve.

Rose passou uma das mãos pelo rosto, exausta.

— Espero que sim. Faz dias que não durmo direito.

Claire observou a mãe com preocupação.

— Você quer que eu peça para uma das empregadas fazer algo para você comer?

— Não, na verdade estou de saída. Ver uma amiga, comer algo diferente. Talvez faça bem.

Claire assentiu.

— Com certeza.

Rose olhou para os dois, um brilho divertido nos olhos.

— E juízo vocês dois... Tem coisas que não sou obrigada a ouvir.

Ela saiu sem esperar resposta. Rafe cai na risada, fazendo com que Claire desse um tapa em seu braço.

— Ai — reclamou ele, sem parar de sorrir.

Rafe saiu de casa após alguns minutos, um tanto determinado, indo ao encontro de Nicholas e da equipe que haviam reunido. Quase como um esquadrão suicida repleto de bandidos. Claire ficou para trás, inquieta e incapaz de ignorar a ansiedade que a esse ponto já tomava conta de todo seu corpo.

Para se distrair ela tentou passar um tempo com Sarah e Louise, tentando se envolver na conversa das duas, mas sua mente continuava presa no que poderia estar acontecendo do lado de fora. Cada minuto parecia se arrastar, tornando a espera ainda mais insuportável. Sarah se esforça para entrete-la mas não obtém nenhum sucesso.

Uma hora inteira se passa sem nenhuma notícia. A tensão dentro dela crescia como um balão prestes a estourar. Ela desiste de tentar acompanhar a conversa das garotas e vai para seu próprio quarto, discando o número de Nicholas repetidas vezes, todas elas caindo na caixa postal.

Ela também tenta o Rafe, é claro. Mas não havia bada. Nenhuma resposta. O silêncio do outro lado da linha só fazia sua inquietação aumentar, sua mente insistindo na teoria de que algo não estava certo.

O telefone tocou incessantemente até que a garota quase desista de novo, quando por fim Nicholas atendeu, arrancando um suspiro aliviado de Claire.

— Nicholas, graças a Deus! — Claire exclama, mal dando tempo para que ele falasse. — Como está aí?

Ele suspirou mas sua voz manteve o tom despreocupado de sempre.

— Bom, ele não tem um computador, então nosso trabalho vai ser bem mais fácil. Rastreamos o tal amigo e ele mora perto. Os colegas do Rafe vão dar conta de destruir as outras cópias da foto.

Claire franziu a testa, inquieta.

— Não devia deixar isso na mão do Rafe.

Nicholas riu sem humor.

— Olha, no momento, eu não iria me importar se ele invadisse aquela casa e acabasse logo com isso. Não estou mais aguentando passar tanto tempo assim do lado dele.

Houve um breve silêncio antes de Nicholas resmungar:

— É, ele acabou de ameaçar afundar a minha cabeça... De novo.

Claire revirou os olhos.

— Ótimo — murmura, sem nenhum humor.

— Devia fazer um trabalho melhor com ele — continuou Nicholas, debochado. — Acho que não está adestrado o suficiente.

Claire ignorou o comentário,não conseguindo entender como os garotos conseguiam manter a calma diante de tudo aquilo.

— Como está assim tão tranquilo?

— Porque o Barry não estava nem um pouco preparado para fazer aquela ameaça. Ele é bem limitado ao conhecimento de Pogue dele, mas o mundo não é assim.

— Não mesmo... — Claire murmurou, refletindo sobre aquilo.

Nicholas pigarreou.

— Vamos acabar rápido. Te vejo em... Uma hora?

Ela hesitou mas sabia que não havia muito o que discutir.

— Tá, tá bem. Qualquer coisa me liga.

— Pode deixar, frenchie.

Exatamente uma hora depois, Nicholas chegou a Tannyhill. A porta da sala se abriu com um leve rangido e Nicholas entrou com as mãos nos bolsos, sua expressão carregando um misto de cansaço e satisfação. Ele sorri para Claire no momento em que seus olhos cruzam com os dela.

— Tudo resolvido — anunciou.

Claire imediatamente se endireitou, os olhos arregalados de surpresa.

— É sério?

Nicholas assentiu.

— É. Considere-se uma mulher de sorte.

Antes que pudesse dizer mais alguma coisa, Claire pulou do sofá e se lançou nos braços dele, abraçando-o apertado. Em sua cabeça ele só podia ser um anjo enviado dos céus.

— Você está sempre salvando a minha vida — murmurou contra seu ombro.

Nicholas sorriu, afagando a cabeça da garota e se sentindo satisfeito por ajuda-la. Só Deus sabe que ele faria qualquer coisa para vê-la feliz e segura.

— Vou começar a cobrar por isso.

Sarah desceu as escadas naquele momento, os cabelos soltos e uma expressão preocupada em seu rosto. Ela se suaviza assim que vê Nicholas.

— Até que enfim! Até eu comecei a achar que tinha acontecido alguma coisa.

Nicholas virou-se para ela, se afastando de Claire e praticamente esquecendo todo o mundo ao redor. Era esse o efeito que Sarah Cameron sempre teve sobre ele.

— Oi, linda — ele a cumprimenta, indo em sua direção. — Como está a Wheezie?

— Bem. Estamos ouvindo Taylor Swift e discutindo sobre Justin e Selena. Acho que estou conseguindo distraí-la.

Nicholas se inclinou ligeiramente, inalando o cheiro dos cabelos dela antes de depositar um beijo suave em sua testa. Sarah automaticamente passa os braços ao redor da cintura do garoto.

— Isso é bom. Agora vamos ter um pouco de paz.

Claire, observando a cena, cruzou os braços e arqueou uma sobrancelha.

— Sabe, vocês até que são bonitinhos juntos.

Sarah revirou os olhos mas um sorriso brincou em seus lábios.

— Não posso dizer o mesmo de você e do Rafe.

— Recalcada — Claire resmunga, dando de ombros.

Nicholas dá risada, balançando a cabeça. O som da porta se abrindo novamente chama a atenção dos três e é Rafe quem surge por ela.

— Oi, amor.

Claire se virou de imediato e praticamente correu até ele, enlaçando os braços ao redor de seu pescoço mesmo que isso significasse ficar na ponta dos pés.

— Oi. Eu senti saudades.

Ele sorriu e se inclinou para beija-la.

— Vamos, temos uma última coisa pra resolver — ele diz, puxando-a suavemente em direção à porta.

— Agora? Pensei que íamos comemorar aqui, em família.

Rafe lançou-lhe um olhar significativo.

— Nós vamos. Mais tarde...

Sarah acenou com a mão, impaciente.

— Vão logo.

Claire soltou um suspiro exagerado, revirando os olhos antes de entrelaçar os dedos aos de Rafe e segui-lo para fora.

— Pra onde vamos?

Rafe abriu a porta do carro para a garota, indicando com a cabeça para que ela entre. Claire espera ansiosamente no banco do carona enquanto o observa deslizar para trás do volante, ligando o carro sem ainda lhe dar uma resposta.

— É surpresa — é tudo que ele diz.

Claire revira os olhos e cruza os braços, completamente irritada pela situação. Ela odiava não ter controle sobre as coisas.

O motor ronronou suavemente enquanto ele dirigia pelas ruas bem cuidadas do Figure 8, a cidade passando em flashes pelas janelas. Claire o observou por alguns instantes antes de perceber a direção que tomavam visto a maneira que o carro balançava graças aos infindos buracos na estrada do Cut. O coração da garota acelera quando Rafe dobra a esquina.

— Espera... Você está me levando pra casa do Barry?

Rafe sorriu de lado, os olhos brilhando com diversão.

— Já imaginou a cara dele quando a polícia chegar?

Claire arqueou as sobrancelhas.

— Você chamou a polícia?

— É. Conseguimos plantar a arma, então tive que fazer minha denúncia. Mas não podia perder a oportunidade de olhar nos olhos dele quando ele perceber que já era.

Um arrepio de satisfação percorreu o corpo de Claire. Ela se recostou no banco, um sorriso lentamente se formando em seus lábios.

— Isso é algo que eu gostaria de ver de perto.

Rafe lançou-lhe um olhar cúmplice.

— Eu sei.

Ela deslizou a mão sobre a perna dele, apertando levemente.

— Você me conhece tão bem.

Ele riu, acelerando um pouco mais.

— Melhor do que você imagina.

Rafe chegou à casa de Barry em poucos minutos. Assim que estacionou o carro, o barulho do motor chamou a atenção do traficante, que estava sentado em uma cadeira de plástico no jardim, segurando uma cerveja e ostentando uma expressão nada boa.

Claire e Rafe cruzaram os braços ao mesmo tempo, um reflexo quase inconsciente da tensão que pairava no ar. Do outro lado, Barry se virou para eles com uma expressão carregada de desprezo.

— Eu sabia que isso só podia ter a ver com vocês — disse, a voz num misto de irritação e cautela.

Rafe inclinou a cabeça, um sorriso debochado nos lábios.

— Gostou da surpresa?

— Eu não gosto de nada que venha de você. Dela, por outro lado...

O soco veio rápido e certeiro. Rafe acertou Barry no rosto com força suficiente para fazê-lo desabar da cadeira, sua lata de cerveja voa para longe. Claire observou a cena com satisfação, o canto da boca se curvando em um sorriso discreto.

Barry geme, passando a mão no queixo antes de soltar uma risada rouca. Ele se apoia em seus cotovelos para conseguir erguer a cabeça em direção a Rafe.

— Eu sempre soube que você ainda estava aí. Por baixo dessa fachada de homem de negócios ainda existe o garotinho instável e apavorado que só quer a aprovação do papai.

Ele ergueu o olhar até Claire com uma expressão divertida nos lábios.

— Sabe, estou começando a achar que Claire fez mesmo a coisa certa.

Rafe deu um passo à frente, a fúria transparecendo no olhar. Ele se agacha para poder olha-lo nos olhos.

— Não diga o nome dela!

Barry ignorou o aviso, ajeitando-se no chão.

— Espero que tenham trazido o meu dinheiro.

Claire cruzou os braços com mais firmeza.

— Você não vai receber dinheiro nenhum.

— Acho que esqueceu o que tem a perder.

— Já eu acho que quem esqueceu foi você — interveio Rafe, com um sorriso gélido. — Isso aí já era.

Barry estreitou os olhos.

— O que vocês fizeram?

Claire inclinou-se ligeiramente na direção dele, a voz carregada de ironia.

— Demos um jeito de acabar com aquelas fotos. Se machucou muito quando levaram seu celular?

Barry xingou, cerrando os punhos. Esse simples comentário explicava muita coisa, principalmente a audácia de um simples ladrão roubar logo um traficante.

— Filhos da puta! — ele ladra, se inclinando em direção a Rafe numa tentativa de atingi-lo.

O segundo soco veio ainda mais forte que o primeiro. Barry caiu de lado, cuspindo sangue no asfalto e gemendo de dor.

— Isso é por comer a minha mulher dentro da minha casa — diz, o puxando pela gola da camisa. — Não foi uma atitude de amigo.

Ele o soca novamente.

— E isso é por machucar ela, como se chantagear já não fosse o suficiente.

Barry gemeu, a cabeça girando enquanto tentava erguer seu rosto dolorido do chão. Claire soltou uma risada cristalina e ele se virou com dificuldade para encará-la. Ele já sabia que os dois eram completamente malucos mas isso... Isso beirava o exagero.

— E você? Vai só ficar olhando?

Ela inclinou a cabeça, fingindo ponderar.

— Esse era o plano. Me dá um puta tesão ver ele quebrando a sua cara, você não imagina quanto — admite, se aproximando. — Mas agora que falou...

Sem hesitar, Claire ergueu o pé e acertou Barry com um chute certeiro. Ele geme de dor, ficando em posição fetal.

— Esse é por matar Ward Cameron — Claire diz, com um sorriso nos lábios.

Subitamente a dor de Barry desaparece.

— O quê? — pergunta, um tanto surpreso.

— É exatamente o que ouviu — é Rafe quem responde.

Como um presente divino o som distante de sirenes cortou o ar, ficando cada vez mais alto conforme os segundos passavam. Barry olhou ao redor, tentando processar a situação e pelo olhar no rosto do casal a sua frente ele soube que o que haviam armado pra ele era pior do que ele esperava.

— O que vocês...?

Claire se ajoelhou diante dele, a apenas alguns centímetros de seu rosto.

— Agora eu quero ver você manter a marra no seu uniforme laranja.

Barry engoliu em seco mas Claire estava longe de terminar.

— Foi divertido ver você se esforçando, que pena que vai ser a última vez. Eu te avisei para não mexer comigo...

— Ninguém vai acreditar nisso — ele grita, não conseguindo controlar a raiva crescente em seu peito e o pânico que começava a se apossar de seu corpo.

— Acho que sabe a resposta pra isso.

— Claro, você é uma Bertrand — ele ironiza, se erguendo um pouco.

Claire sorriu mas agora havia um brilho perigoso em seus olhos.

— Não, eu sou a porra de uma Cameron e é por isso que eu sempre ganho e você perde.

O olhar desesperado de Barry fez com que valesse a pena ter ido até ali. Claire mal tem a chance de se afastar quando as luzes vermelhas e azuis das viaturas iluminaram as paredes da casa, os carros da polícia estacionaram em fileira. Um dos policiais saiu e observou Barry caído no chão por alguns segundos antes de se virar para Rafe.

— Ele está bem aqui — disse Rafe, impassível.

O policial o analisou com um olhar experiente. Claire consegue ver o nome Shoupe bordado no bolso do uniforme.

— Bateu nele, garoto?

— Ele tentou encostar em mim e o Rafe não gostou — Claire responde, piscando inocentemente. — Acho que entende isso, não é senhor?

O policial suspirou sem ter certeza de nada que envolvesse um Cameron.

— Vamos precisar conversar com vocês.

— Agora? — perguntou Claire, impaciente.

— Amanhã — diz e então se vira para Rafe. — Avise a Rose que passarei em Tannyhill pela manhã.

Sem mais uma palavra, ele se virou para os outros agentes, que já começavam a algemar Barry. Claire trocou um olhar rápido com Rafe e um pequeno e discreto sorriso cúmplice passou entre os dois. Era o fim da linha para Barry e o começo de uma vida toda para eles.

Claire e Rafe voltaram para o carro, ainda ofegantes, os rostos iluminados por sorrisos largos. No rádio, uma música alta começa a tocar, tão vibrante que parecia ter sido feita para esse momento, acompanhando a energia elétrica entre eles.

A felicidade quase irracional que compartilhavam era evidente — como se nada mais importasse além daquele momento, daquela adrenalina pulsando em suas veias. Rafe acelerou imprudentemente por uma curva, rindo junto a Claire, enquanto o sol de punha no horizonte.

O coração de Claire batia tão rápido que parecia prestes a saltar de seu peito.

— Meu coração parece que vai sair pela boca — grita ela por cima da música, ainda ofegante.

Rafe soltou uma risada e lhe lançou um olhar cúmplice. A garota começa a sentir calor.

— Você viu a cara dele?

Os dois riram juntos, um riso cheio de adrenalina e satisfação.

— Meu Deus, eu queria ter fotografado aquilo — ele continuou, balançando a cabeça em incredulidade por não ter pensado nisso antes.

— Eu achei que ele fosse chorar — acrescentou Claire, um brilho divertido nos olhos.

— Que vá para a porra do inferno! — ele grita, ainda tomado pela excitação do momento.

Os dois gritam e uivam, batendo as mãos nas pernas para fazerem ainda mais barulho. Era como uma descarga de energia e eles estavam prontos pra eletrocutar qualquer um.

— Você, Rafe Cameron, é completamente maluco — ela diz, se inclinando em sua direção.

Ele se inclina para perto dela de volta, a voz carregada de provocação.

— Só por você.

Ela o encarou por um instante, os lábios entreabertos, os olhos brilhando.

— Você não tem noção do que me fez sentir socando a cara dele daquele jeito — murmurou, a voz mais baixa, quase um sussurro carregado de desejo. Ela precisava dele, aqui e agora.

Rafe arqueou uma sobrancelha, desafiador.

— Por que não me mostra? — sugere, entendendo a urgência por trás do tom de voz ameno.

— Para o carro — Claire ordena.

Sem hesitar, Rafe obedeceu, enfiando o carro na primeira esquina que encontrou. Assim que o veículo parou, ela saiu rapidamente do banco do carona e subiu sobre ele, posicionando-se de modo que suas pernas ficaram de cada lado do corpo de Rafe. O garoto segura suas coxas com firmeza, seus dedos quentes pressionando a pele exposta de Claire por baixo daquele pequeno vestido azul.

Rafe ergue o rosto para encará-la nos olhos, um sorriso de pura provocação dançando em seus lábios.

— Estou ouvindo seu coração — sussurrou.

Os dois gargalham antes que seus lábios se encontrassem em um beijo eufórico, intenso, tão quente que chegava a ser doloroso. Não havia tempo para ser romântico, eles apenas precisavam um do outro, somente isso poderia acalmar a explosão de sensações que o corpo deles produzia. Como se destruir a vida de alguém fosse a coisa mais estimulante que eles pudessem fazer.

Rafe usa sua mão para destravar o banco e empurra-lo para trás, permitindo que eles tivessem um pouco mais de liberdade. Claire afasta seus lábios inchados da boca de Rafe, segurando a barra de seu vestido e o tirando sem nenhuma cerimônia. O sutiã que a cobria era branco e rendado, combinava com sua calcinha e deixava o garoto embaixo de si completamente louco. Ele a segura pelos quadris, se esfregando contra ela num instinto animalesco.

Claire puxa a barra da camisa de Rafe, o agarrando pelo pescoço e selando seus lábios nos dele em seguida. Eles mal conseguiam respirar graças a maneira desordenada que tentavam se tocar, como se fosse necessário tudo ao mesmo tempo. A garota rebola no colo de Rafe, arrancando um gemido gutural de seus lábios.

Ele desce sua boca até o pescoço da garota.

— Porra, se continuar assim eu vou gozar sem nem entrar dentro de você — ele rosna, agarrando-a pela cintura enquanto ela se esfrega em seu colo.

A fala de Rafe a faz gemer em resposta.

O garoto beija o pescoço de Claire, a segurando com firmeza pelos cabelos da maneira que ela gostava de ser tratada. Ela era dele e isso o deixava maluco assim como o lacinho branco e provocativo de sua lingerie. Como se lesse seus pensamentos Claire se livra de seu sutiã, expondo seus seios pequenos e perfeitos. Rafe não espera nem um segundo para coloca-los na boca, sentindo o gosto que ele tanto amava. Ele ainda não entendia como cada parte dela podia ser assim tão... Saborosa.

Claire geme, quase um lamento. A pressão entre suas pernas era tão grande que não seria uma surpresa se ela tivesse um orgasmo agora mesmo.

— Rafe, por favor... — ela pede, se esfregando contra ele em busca de algum alívio.

Ele puxa a cintura da garota pra cima, tocando a área quente entre suas pernas com uma mão enquanto se livrava de sua bermuda com a outra. Claire geme no momento em que o dedo de Rafe desliza pra dentro dela, tão fácil que arranca um suspiro de prazer do garoto. Ele se delicia ao ver o rosto de Claire ficar cada vez mais vermelho enquanto ela rebolava em seu dedo.

— Ah, porra... — ela xinga, fechando os olhos com força enquanto continuava a se esfregar contra a mão de Rafe.

O xingamento o delicia, ele não estava acostumado a ouvi-la xingar durante o sexo. Rafe coloca mais um dedo dentro dela, que também desliza com facilidade. A garota estava tão molhada que encharcava toda sua mão e a cena a sua frente era tão hipnotizante que ele tinha certeza de estar melando toda sua cueca. Seus movimentos são ritmados e certeiros, permitindo que a garota rebole em seus dedos caso sinta a necessidade de maior fricção.

— Você é uma delícia — ele murmura, a puxando pelo cabelo.

O gemido de Claire é música para seus ouvidos.

— Não para — ela pede, seu colo ganhando um tom avermelhado.

Rafe sabia que ela estava perto agora.

— Fala comigo — ela pede, segurando o queixo de Rafe e fixando seus olhos nos dele.

Um sorriso surge nos lábios dele.

— Você é minha — ele diz imediatamente, dessa vez a segurando pelo pescoço. — Eu não vejo a hora de te ver tremer em cima do meu pau.

— Ah, porra — ela xinga de novo, entreabrindo sua boca. Suas pernas começam a tremer enquanto a familiar sensação avassaladora toma conta de todo seu corpo.

— Goza pra mim, amor — Rafe murmura, a segurando pelo pescoço de maneira a mante-la com os olhos fixados nos seus.

Claire goza, suas pernas tremendo incontrolavelmente sob os dedos de Rafe. Ele se delicia ao observa-la atingir aquele tom avermelhado que ele tanto amava. Rafe não espera para se colocar dentro dela, querendo prolongar a sensação da garota e querendo senti-la pulsar em volta dele.

— Caralho... — ele murmura, fechando os olhos com força.

Numa resposta corporal automática Claire rebola em cima de Rafe, segurando-se em seus ombros para conseguir impulso pra cima. Ele a ajuda impulsionando sua cintura.

— Eu te amo — Rafe diz, encarando o lindo rosto vermelho de sua namorada.

— Eu te amo mais — é o que ela responde, com dificuldade.

Rafe leva sua mão ao ponto em que seus corpos se uniam, esfregando com cuidado o clitóris de Claire. Ela revira os olhos, em êxtase pelo toque inesperado.

Mon Dieu — geme em francês, para a diversão de Rafe.

— Eu quero te ver gozar de novo amor — ele diz, provocando-a. — Bem gostoso, bem no meu pau.

— Eu estou tão perto...

— Eu também — Rafe responde, entre gemidos.

Ela segura o queixo de Rafe, encostando seu nariz contra o dele enquanto suas bocas entreabertas produziam sons animalescos.

— Eu vou gozar Rafe...

Rafe observa o momento em que o orgasmo atinge Claire, fazendo com que ela revire os olhos e pulse em volta de seu pau. Isso é o suficiente para faze-lo gozar também, num gemido alto e gutural que o deixa bambo por alguns segundos.

— Porra — Claire murmura, apoiando-se nos ombros de Rafe.

— Está xingando demais — Rafe observa, tirando o cabelo de Claire da testa para poder vê-la melhor.

Ela sorri de canto.

— Acho que estamos nos tornando um só — é o que ela responde.



A casa dos Cameron estava iluminada por uma luz quente e acolhedora quando Claire e Rafe entraram. O cheiro de comida pairava no ar e vozes animadas se misturavam ao tilintar de talheres e pratos. A garota estranha o clima agradável dentro de casa, já faziam alguns dias que tudo ali parecia meio mórbido.

Sarah foi a primeira a notar a entrada dos dois na cozinha, arqueando uma sobrancelha.

— Vocês demoraram.

Claire sorriu, ajeitando os cabelos enquanto se sentava à mesa.

— Perdemos a noção do tempo — é tudo o que ela responde.

Rafe puxa a cadeira para se sentar ao lado da namorada.

— Não perderam muita coisa, a Rose estava tentando nos convencer a pedir saladas — Wheezie diz, ajeitando o óculos em seu rosto.

Rafe franziu o cenho e olhou para a mesa, notando as travessas cheias de folhas verdes e molhos cuidadosamente distribuídos.

— Pelo visto, ela conseguiu — comentou, cético.

Claire pegou o garfo e escolheu dos potes de salada.

— Que maravilha. Amo salada Caesar.

Rose sorriu satisfeita dando um bom gole no seu refrigerante zero.

— Essa é minha garota.

Nicholas empurra uma travessa maior do centro da mesa em direção a Rafe.

— Temos lasanha, caso prefira.

Os olhos de Rafe brilharam com alívio.

— Estou com você nessa.

Sem hesitar, ele se serviu de um pedaço generoso.

— Ei, mas você vai pegar isso tudo? — Sarah pergunta, sua boca suja de molho branco.

— Já viu o meu tamanho? Eu preciso comer direito.

Wheezie riu, tentando não se engasgar com seu próprio pedaço de lasanha.

— Vai acabar ficando gordo.

Ele lançou um olhar divertido para a irmã mais nova.

— Bom, vocês vão ter que pagar pra ver.

Claire cutucou o braço dele com um sorriso provocador.

— Não quer nem um pouquinho de salada?

— Adivinha.

Foi uma surpresa agradável quando Rose gargalhou o que de alguma forma acalmou o coração de Claire





Oi gente é a Julieta vocês ainda lembram de mim?

Peço por favor que tenham paciência comigo. Vou me formar na faculdade em Março e estou na correria escrevendo tcc e projetos de mestrado, além de provas, entrevistas... Tá sendo bem corrido mas eu vou finalizar a história em breve pra vocês!

Assim que bater 200 votos eu volto (na medida do possível). Obrigada por engajarem tanto Rafe&Claire!!

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top