⠀━ epílogo.

(⚽️)ꞌ.˙ BRAZILIAN GIRL  ، 🇧🇷 ˚.
── CAPÍTULO FINAL ──
📱ᵎ você vem sempre aqui?〞

1 ano e 8 meses depois

É IMPOSSÍVEL PENSAR NO Brasil e não lembrar dos seus principais pontos turísticos, existe uma infinidade de beleza dentro de um só país. É claro que Maria Vitória concordava cem por cento com isso, criada dentro de Ipanema, Rio de Janeiro, não vivenciou somente o lado negativo, mas também o lado bonito de se viver em meio a diversidade cultural.

Retornar para aquele lugar se tornou constante, às vezes era só por puro luxo de visitar por alguns dias sem compromisso com nada. Agora a brasileira não viaja sozinha, Pedri González sempre está ao seu lado, passaram a desfrutar juntos um pouco da paz que certos lugares ofereciam - como um bom casal tranquilo.

Definitivamente, mudar para Barcelona pareceu mais fácil no começo, mas aos poucos ela sentia falta da sua rotina e dos pequenos detalhes brasileiros. É claro que ela não reclamava da vida que levava, estava feliz como nunca esteve antes e agora compartilhava a sua rotina com uma pessoa que te entendia, respeitava e a amava acima de qualquer coisa.

A cabeça da garota descansava no vidro do carro alugado, prestando atenção em cada mínimo detalhe que Ipanema estava oferecendo. O aroma da maresia, água salgada e areia molhada invadiu o seu nariz - dando a sensação de conforto. À medida que o calçadão aparecia, o seu sorriso se abria e os seus olhos brilhavam novamente.

── Te ver admirando o Rio faz parecer que você não esteve aqui há anos, amor ── Pedri proferiu, sorrindo ao admirá-la. ── Não que eu esteja reclamando, não estou.

── Esse lugar me dá sensação de paz, só isso ── Maria virou o corpo para encará-lo, ajustando o cinto.

── Dá pra ver pelos seus olhos.

O jogador parecia ainda mais bonito - se é que isso era possível, depois que a garota apareceu em sua vida, nunca mais tinha tirado a barba por completo. A brasileira deixou o cabelo crescer, sem que perdesse a cor avermelhada que o comprimento tinha.

Ainda eram os mesmos de Doha.

── Sabe, eu só tinha visitado o Brasil uma única vez antes de ter você ── ele diz, batucando os dedos no volante. ── E foi só para um jogo, eu não conhecia e nem sabia o quão esse lugar era lindo.

── Viu só? Você teve sorte de conhecer e namorar uma brasileira.

── Brasileira e corinthiana, o que poderia ser melhor? ── a garota riu, girando um pouco o volume da rádio.

── Nada poderia ser melhor, meu bem ── ela diz, e os dois sorriram juntos. ── Os meus pais ficaram felizes que estamos no Rio, mas viajaram há uns dois dias atrás, ou seja, a casa é todinha nossa essa semana.

── Uma semana sem ver os meus sogros? Acho que erramos a data da viagem!

── As vezes eu acho que você prefere mais eles do que eu.

── Ficar com você sozinho em uma casa grande é meio perigoso ── brincou, enquanto ela franzia o cenho.

── Você praticamente mora comigo!

── O Pablo sempre fica junto, praticamente ── deu de ombros, retirando o cinto. ── Ele disse que parece que somos uma família.

── Parece porque somos uma família.

── Ele acha que vai ser o irmão mais velho dos nossos filhos ── completou, prestando atenção na movimentação.

── E vai ser.

── Você fez da minha família ser a sua família.

── Porque eu e você somos uma família agora, amor ── ela sussurrou, ajeitando o banco. ── Por enquanto somos uma família pequena, apenas de amigos e em breve, quem sabe mais alguns membros.

── Eu amo você, Maria Vitória ── ele murmurou, estacionando o carro na primeira vaga que achou. ── Desce do carro, amor.

── Hum? Como assim?

── Você parece uma criança vendo um brinquedo dentro de uma loja ── o jogador explicou, apontando para o mar. ── Você tá' doidinha pra entrar nessa água e eu não posso negar isso vendo os seus olhinhos brilhando.

Maria praticamente deu um grito empolgada, retirando o cinto quase imediatamente como resposta. Pedri apenas sorriu ao vê-la tão animada, fitando cada centímetro do seu corpo quando ela saiu do carro.

── Oba, oba, oba! O melhor namoradinho do mundo ── ela se pendurou no pescoço dele, distribuindo beijos leves. ── Valeu por fazer o mínimo, parceiro!

── Que isso parceira, tamo' junto! ── ele repetiu as frases que ela tinha ensinado pra ele, com o sotaque da catalunha no fim de cada palavra. ── Se louco, mo' solzinho aqui.

── Para de falar assim, eu imploro!

── Que isso, Mavizinha? Posso nem falar abrasileirado mais ── cruzou os braços, mas logo desfez para colocar uma mochila nas costas. ── O seu mordomo à disposição, princesa.

── Abrasileirado? ── repetiu a palavra, segurando na mão dele. ── Não sei se gostei de sair do carro com você não, muita mulher bonita te olhando!

── Tá' com ciúmes?

── Não!

── Sou todinho seu! Eu não tenho olho pra nenhuma outra brasileira que não seja a minha ── exclamou, segurando o rosto dela e deixou um beijo. ── Você sempre vai ser a mulher mais bonita, amor.

── Isso mesmo! Valorize quem você tem.

── A sua bipolaridade me impressiona, sabia?

── Uhum ── ela murmurou, parando em frente a um bar. ── Tem dois banheiros lá atrás, vai trocar essa roupa pra gente ir no mar.

Ele já estava acostumado a obedecê-la sem questionar.

── Vai pegar alguma coisa dentro da bolsa?

── Pega o seu short e deixa a bolsa comigo ── ela pediu, abrindo a mochila para tirar as coisas necessárias. ── Eu acho que é meio perigoso deixar um turista segurando uma bolsa assim.

── Tá' me chamando de mole?

── Tô' nada! Só tô mais acostumada que você a viver no meu Riozinho.

── Vou lá e já volto ── Maria assentiu com a cabeça, recebendo um beijo na testa antes dele deixá-la.

A garota colocou a mochila nas costas, entrando na primeira esquina que tinha ali. Era comum que tivesse banheiros atrás de bares na praia, como de costume, ela prendeu o cabelo e colocou a mochila no chão para tirar o par de biquíni.

Assim que estava com o tecido azul no corpo, guardou todas as coisas de volta na bolsa e pegou a primeira camiseta do namorado para caso sentisse o corpo ficar gelado. Pedri estava encostado na parede, com a mão na cintura e com o rosto levemente preocupado.

── Aconteceu alguma coisa?

── Acabei de ver um carro de seis lugares com umas dez pessoas saindo de dentro! ── exclamou, indignado. ── Tinha gente até no porta malas, Mavi.

── Você já veio aqui umas quinze vezes comigo e a primeira vez que você viu isso? Que surpresa!

── Ah, é normal então ── ele coçou a cabeça, analisando-a de cima a baixo. ── Você quer mesmo entrar no mar?

── Quero, por quê?

── Tu ficou tão gostosa que eu acho que preferia ir pra casa, aproveitar todos os cantos de lá.

Ela arregalou os olhos, encarando as pessoas que tinham acabado de passar por eles.

── A sua sorte é que você fala em espanhol! Porque se alguém escutasse isso em português, eu te mataria ── a garota encostou a cabeça no peito dele, abraçando o corpo todo.

── Você acha que esse pessoal não faz o que todo adulto faz? ── o jogador levantou uma das sobrancelhas, indignado.

── Você tem um ponto.

── Tá' pronta? ── ela balançou a cabeça afirmando, segurando a mão dele para achar uma parte vazia na areia.

Os dois caminharam não tão lentos pela praia, já que estavam com medo do garoto ser reconhecido e chamar ainda mais atenção para eles. Na tentativa de disfarçar e evitar fotos, ele estava com um óculos de sol.

── Do que adianta eu me disfarçar se você é mais conhecida aqui? ── perguntou, como se fosse óbvio. ── Eu só tô' fazendo um papel de bobo com esse óculos maior que o meu rosto!

── Já vamos sentar, para de reclamar! ── ela riu, sabendo que ele tinha total razão.

Maria abraçou o corpo dele por trás, parando perto de um quiosque que era responsável por alugar cadeiras e mesa de praia. Não demorou muito para que um moço saísse de lá para atendê-los.

── Mariazinha! ── Eduardo, um antigo colega de faculdade da garota, exclamou. ── Puta merda! Você voltou pra visitar?

── Tô' de férias, Edu! Quanto tempo ── ela soltou o namorado, indo cumprimentar o amigo. ── Esse é o Pedro, o meu namorado e esse é o Eduardo, o meu colega de faculdade.

O espanhol apertou a mão do outro em cumprimento, balançando a cabeça junto.

── Prazer, Edu! ── ele copiou o apelido, dando um sorriso simpático.

── Você sempre foi sortuda com os homens, mas esse aí você se superou! ── o garoto murmurou para a garota, sorrindo. ── Me diz onde arrumou esse que eu tô' precisando.

── Esse aí foi uma sorte grande, não tem mais nenhum igual.

── Sortuda!

── Arruma duas cadeiras pra mim? ── ela indagou, levando a mão na testa para evitar o sol. ── Vou aproveitar o dia hoje na prainha.

── Fica ali no cantinho que eu levo pra vocês, pode deixar, amore!

Em questão de segundos, o atendente deixou o lugar dando algumas olhadas para trás.

── Eu acho que ele gostou mais de mim do que de você, em ── Pedri murmurou, segurando levemente o rosto dela.

── Não posso te apresentar para nenhum amigo meu.

Eduardo voltou com as duas cadeiras, uma mesa e um guarda-sol, mostrando a parte mais calma da praia naquele dia. E como cortesia, deixou algumas porções para os dois.

Maria e Pedri tinham comido só de manhã antes de pousarem no Brasil, aproveitaram a cortesia e almoçaram de uma vez. E, ainda tiveram fome o suficiente para comer um milho de potinho e com sorvete de sobremesa.

── Vou entrar no mar, quer ir junto? ── o garoto perguntou, parado em frente a ela.

── Você acabou de comer, tem que esperar um pouquinho.

── Por quê?

── Faz mal entrar na água depois de comer, sua mãe nunca te falou isso? ── ele negou com a cabeça, franzindo o cenho.

── Eu faço o que?

── Vem tomar sol comigo ── Maria levantou da cadeira, esticando a canga no chão.

── Quer que eu passe protetor?

── Uhum ── murmurou, balançando a cabeça.

Pedro seguiu até a bolsa para pegar o protetor, enquanto ela deitava de bunda para cima no tecido que estava na areia.

── Eita ── o jogador balançou a cabeça, tirando todos os pensamento que tinha tido com a visão. ── Assim você não vai me ajudar.

── Passa esse protetor e deita do meu ladinho.

Ele obedeceu, deslizando a mão lentamente por cada região exposta da garota. Suspirou fortemente quando ela virou de frente, dando visão do corpo por inteiro agora.

── Você tem dois airbags aí, Mavizinha! ── ela riu, tampando os peitos. ── Tá' tampando o que eu já vi? Para de ser bobona.

── É que você me olhando assim tá' quase me fazendo abandonar a ideia da praia para ir pra casa!

── Tu de costas já é uma visão fenomenal, aí tu vira de frente e deixa isso tudo a mostra ── ele diz, balançando a cabeça. ── Tô quase te carregando pro carro.

── Quer entrar no mar? ── indagou, e ele afirmou com a cabeça.

🇧🇷

Paz, tranquilidade e amor resumiu aquela primeira tarde de viagem. Maria e Pedri desfrutaram um dia inteiro na praia de Ipanema, debaixo do sol quente e acompanhados de uma boa música alta que era escolhida por qualquer outra pessoa presente ali.

Como de costume, no fim da tarde os dois ficaram aproveitando o pôr do sol, enquanto admiravam o céu com o barulho das ondas que se chocavam entre si. O corpo da garota estava em frente ao do jogador, sendo abraçada pela cintura ao mesmo tempo que ele distribuía carícias.

── Quer compartilhar um banho comigo? ── ele indagou, com um sorriso travesso nos lábios. ── Vamos poupar um tempo bom e poderemos curtir a noite fora.

── Estamos há quase dois anos juntos e você ainda age como um adolescente extremamente no cio, como pode isso?

── É culpa sua! Eu namoro uma mulher com uma baita personalidade e uma baita bondade ── diz, brincando com os dedos na pele dela. ── O meu corpo responde por mim.

── Meu Deus, Pedro! ── ela inclinou o corpo pra trás, tampando o rosto enquanto ria. ── Tudo bem, acho que podemos compartilhar um banho juntos.

── Pode deixar que eu vou tirar todos os grãos de areia do seu corpo.

── Então me ajuda a levantar, antes que mude de ideia! ── proferiu, rindo ao ver o jogador se levantar com rapidez.

── Ao seu dispor, Mavizinha! ── inclinou a mão para ela, puxando-a em um impulso só e juntando os seus corpos. ── Vou te carregar no colo, minha princesa.

Pedri rodeou as mãos por debaixo das suas pernas – não perdendo a chance de deslizar pela bunda exposta da garota – levantando-a de uma vez só, enquanto mantinha um sorriso travesso nos lábios.

── Você é um safado! Isso tudo para me ajudar no banho.

── Tá' desmerecendo a minha cavalheirice agora? ── levantou uma das sobrancelhas, começando a caminhar com ela nos braços. ── Pensa bem antes de responder, Mavizinha.

── Por quê? O que você vai fazer, González?

── Eu dou meia volta e afundo você comigo dentro daquele mar gelado ── ele piscou, recebendo um olhar de desaprovação. ── Brincadeira! Eu vou te deixar quentinha no meu carro.

Maria assentiu com a cabeça, sendo carregada até o carro estacionado perto de uma dos quiosques iniciais. Pedri colocou a garota com cuidado no chão, abrindo o porta-malas para guardar as bolsas e as inúmeras coisas que tinham comprado dos vendedores ambulantes.

── Vem cá, o que você vai fazer com um um baldinho de areia? ── ele levantou o objeto, com uma das sobrancelhas levantadas.

── Você não quis brincar comigo!

── Eu fui buscar água no mar pra você!

── Eu fiz o castelo sozinha ── retrucou, enquanto ele pensava em outro argumento.

── Você venceu!

── Muito frio aqui, vou te esperar dentro do carro ── Maria diz, sorrindo antes de entrar no veículo e se acomodar com uma camiseta dele.

O jogador não demorou muito para entrar no banco ao seu lado, sacudindo bem os pés antes de colocá-los para dentro. Ele colocou uma camiseta por cima do seu colo, girando a chave para dar partida em direção a casa dos pais da garota.

── Tá' com sono?

── Depende do que para que seja ── murmurou, apoiando o seu braço no apoio do banco, deslizando as unhas pelo cabelo dele.

── Você queria ir em um barzinho da última vez que vimos, e não teve tempo ── ele explicou, suspirando à medida que ela deslizava descendo os dedos. ── Pensei em te levar lá já agora, assim não esquecemos dessa vez.

── Obrigada, amor.

── Não me agradeça, bobona ── ele mostrou a língua, brincando. ── Organizei a nossa rotina de alguns desses dias de férias para que nós dois consigamos aproveitar ao máximo. Vou te levar naquele café que você disse que cresceu indo lá com os seus pais e nunca mais teve tempo parar ir.

Maria Vitória sorriu empolgada, olhando para o jogador ao seu lado com ainda mais amor do que a primeira vez que o tinha olhado. Era costume ele entregar tudo de si para ela, mesmo que fosse pequenas coisas e talvez o mínimo, ele sempre fazia tudo por ela.

Desde de largar os seus compromissos para estar presente nos dela, a marcar pequenos lugares para que passem tempo viajando e conhecendo lugares novos toda vez. Esse era o espanhol pelo qual Maria tinha se apaixonado, era o responsável por fazê-la feliz a cada instante.

── Eu amo você ── ela murmurou, e ele virou sorridente para ela.

── Eu amo você, Maria Vitória.

Os dois tinham costume de afirmar as suas próprias palavras, iniciando novas frases. A brasileira não gostava da entonação do "eu também te amo" e Pedri concordava nisso, fazendo questão de sempre dizer como se ele tivesse dito primeiro.

Em questão de dez minutos, estavam dentro do condomínio fechado e consequentemente, já em frente a grande casa em que a garota morava. Os seus olhos brilharam imediatamente, saindo rapidamente do carro para ajudá-lo a tirar as coisas de dentro do veículo para levar para dentro.

Maria Vitória e Pedri abandonaram os seus pertences em qualquer canto da casa, seguindo para a cozinha na intenção de beliscar alguma coisa antes de sair de casa.

── Esse queijo de cabra é bom? ── o jogador indagou, e ela fez uma careta de nojo.

── Eu odeio.

── Ah, se você não gosta de alguma comida, é porque realmente é ruim ── diz, guardando o item na geladeira novamente. ── Vem cá me dá um beijinho, namorada.

── Queria comer um docinho ── resmungou, colocando a cabeça no peito dele, mas ele suspendeu-a com um dos dedos e distribuiu beijos leves. ── Mas beijinhos são bons também!

── Tem que tomar um banho pra gente sair.

── Eu sei ── suspirou, sentindo ele deixar um beijo em seu ombro. ── A parte boa é que aquela ducha da praia tirou o sal do meu corpo.

── Ela é bem útil pra quem mora longe ── Pedri comentou, deslizando os dedos pela alça do seu biquíni. ── Mas aqui temos um chuveiro quentinho é bom.

── Uhum ── ela sussurrou, sentindo o jogador acariciar a sua pele lentamente, deixando beijos pelo seu pescoço. ── Ok, Pedro! Vamos tomar um banho juntos e longe das áreas comuns da casa.

── Por quê? ── ele indagou, confuso, e logo entendeu quando ela apontou para câmera. ── Ótimo! Que bom que você lembrou, se não teríamos gravado um novo filme...

── Não ouse terminar!

── Podemos pular essa parte e ir para a melhor? ── ela concordou com a cabeça, puxando-o para o andar de cima.

E, antes que tivessem tirado todas as peças de roupas de praia, aqueceram os seus corpos na água quente. Maria não demorou para juntar os seus lábios em um só, sentindo a mão dele deslizar por todo o seu corpo rapidamente – fazendo jus ao que tinha prometido na praia.

🇧🇷

Pedri estacionou na primeira vaga disponível que tinha encontrado, saindo do carro acompanhado pela brasileira – extremamente animada. Eles entrelaçaram suas mãos em um só, caminhando lentamente até entrar completamente no bar escolhido para a noite.

── É um barzinho bem brasileiro ── ela comentou, parando em frente ao balcão. ── Como você, o senhor certinho, não bebe, eu pedirei um suquinho para você e eu ficarei na minha caipirinha.

── Você que manda, Mavizinha! ── exclamou, apoiando o corpo no batente. ── Eu tô' gostando das músicas daqui já.

── Que pena que aqui não toca Luan Santana, eu tenho certeza que você amaria ouvir ele de frente ao mar ── ela lamentou, voltando a sua atenção para o barman. ── Oi! Eu vou querer uma caipirinha de limão e um suco de laranja, por favor.

O jogador sorriu, tentando se lembrar quando foi que os dois já se conheciam o suficiente para saber a preferência um do outro sem ao menos perguntar nada. Ele gostava disso. Gostava dela. E, gostava que ela sabia sobre ele.

── Eu já trago, senhorita! ── ele deu um sorriso, deixando-os sozinhos.

── Você vai querer dançar comigo hoje? ── a garota indagou, abraçando o seu corpo. ── Eu posso te ensinar a dançar um forrozinho, talvez um funk também. Você que sabe!

── Eu sou mais de ficar te olhando, sabe?

── É, isso serve também! ── Maria balançou a cabeça, cantarolando algumas músicas.

── Você está com energia de sobra pra quem ficou o dia todo que nem uma criança na praia.

── Eu gosto da energia daqui, me deixa feliz demais ── ela juntou os seus lábios, distribuindo beijos rápidos. ── Sem contar que o amor da minha vida está aqui comigo também. Gosto de compartilhar pontos bons da minha vida com você!

── Ver você feliz me deixa muito feliz!

── Que bom! ── ela encostou a cabeça em seu ombro, mas logo levantou quando viu ele assentir com a cabeça para o barman. ── Que pena que você não bebe nada, isso aqui é muito bom.

── Eu não curto muito essas bebidas alcoólicas, mas imagino que deve ser mil maravilhas!

── É, bom que você me dá menos trabalho.

── E ao contrário, você me dá mais trabalho ── ele riu, levantando-se para caminhar pelo lugar.

── Só quando eu começo a te dizer coisas aleatórias ── Maria se defendeu, cruzando os braços.

── Você me pergunta coisas de quando eu estava sozinho e de quando eu não tinha te conhecido, Mavi! ── argumentou, enquanto ela dava de ombros.

── É que eu acho engraçado o pessoal te chamar de amante!

── Eu não sou amante! ── ele riu, apoiando a mão na sua cintura. ── Sem ficar brava comigo sem motivo, por favor, amor.

── Hum, eu quase não fico brava com você ── o garoto a olhou com indignação, segurando a risada. ── Talvez um pouquinho, mas quase sempre eu tenho razão!

── Tipo aquela de uma fã ter me dado um papel com o número dela?

── Essa aí eu tinha total razão! Ela sabe que você namora e dá em cima de você, um absurdo! ── diz, indignada. ── Mas eu me garanto e se você achar que precisa de outra pessoa, eu te largo na hora.

── Eu não preciso e nem vou precisar de ninguém além de você ── murmurou, olhando fixamente para ela. ── Na verdade, precisarei de mais dois.

── O que?!

── Esqueceu do nosso Pedro Júnior e da nossa Maria alguma coisa? ── ele levantou uma das sobrancelhas, enquanto ela sorria.

── Esqueci não.

── Não me convenceu muito, não.

── Que tal me ver dançar? Ou dançar comigo? ── mudou o assunto, rindo. ── Qual é? Não esqueci dos nossos futuros filhos.

── Tudo bem, eu perdoo você.

── Será que o Apolo vai gostar deles? ── indagou, pensativa.

── Claro que vai! Ainda faremos o nosso Apolo ter filhotinhos para crescer com os nossos ── o jogador apoiou o cotovelo no balcão, bebendo um pouco do suco.

── Mini Apolos com os nossos filhotes! Vai ser fofo.

── Você vai ficar igual uma miniatura de grávida ── ele contou, deixando uma risada nasalada escapar. ── Aqueles bonecos lá... funkos!

── Você tá' querendo muito dormir no sofá hoje, não tá'? ── o jogador balançou a cabeça, negando.

── Bom, você vai ser realmente a baiacu que o Pablo tanto fala! ── ele diz rápido, levando um tapa da namorada.

── Pedro! ── ela riu, encostando a cabeça em seu ombro. ── Realmente, devo confessar que você foi bom nessa.

── Obrigado, fui sagaz agora.

Os dois ficaram conversando sobre coisas aleatórias por mais alguns minutos, até que iniciasse uma sequência de músicas boas e que davam pra mexer um pouco do corpo. Ela seguiu sozinha até as outras mulheres que dançavam, segurando ainda o seu copo de bebida nas mãos.

Maria Vitória sorria à medida que a música prosseguia, ela não estava dançando como sempre fazia com a Sira, era algo mais leve e discreto. Mas, ainda assim, chamava atenção de algumas pessoas que estavam presentes. A brasileira era uma mulher atraente e que atraia olhares por onde passava – era justo, era extremamente bonita.

[Moça do corpo dourado, do Sol de Ipanema
O seu balançado é mais que um poema
É a coisa mais linda que eu já vi passar]

A melodia preenchia o lugar por inteiro, enquanto Pedri estava perdido entre os movimentos da namorada. O sorriso no rosto mostrava a sua felicidade por amar alguém daquela forma e, o seu olhar mostrava que jamais tinha amado alguém como amava ela.

── Homem sortudo é o qual vai conquistar o coração dessa bela moça, não acha? ── o homem do bar direcionou a pergunta para o jogador.

── Claro, concordo com você ── respondeu sincero, com um sorriso satisfatório nos lábios. ── Ela é única.

── Ah, já entendi ── ele balançou a cabeça, sorrindo. ── Você é o sortudo.

── si, si, yo soy o afortunado ── Pedri misturou o idioma, ainda com um sorriso orgulhoso em seus lábios.

Quando o jogador se desconcentrava na conversa com alguém, tinha tendência a misturar um pouco de cada idioma que tinha aprendido com a garota. Os seus olhos estavam fixos a ela, ao menos conseguia piscar, completamente concentrado em cada movimento que ela fazia.

Ele era sortudo e sabia disso.

Maria Vitória abaixou a cabeça, subindo de volta e arrumando os fios de cabelo rebeldes. Caminhou lentamente até ele, parando ao seu lado antes de pegar o seu copo e ingerir um pouco do líquido que ele tomava. Suspirou aliviada quando sentiu a sua garganta ficar úmida novamente.

── Parece que a minha namorada chama muita atenção ── o jogador diz, brincando com os dedos.

── Pois é, mas eu sou todinha sua ── murmurou, distribuindo um beijo quente em seus lábios.

Ele juntou os seus corpos, puxando a garota para mais perto com a mão em sua nuca, enquanto a outras deslizava lentamente pela lateral de sua bunda. Maria sorria em meio ao beijo, passeando com os dedos pela sua nuca e seu cabelo, acariciando lentamente.

── Posso dizer que eu sou o homem mais sortudo do mundo!

── E eu, a mulher mais sortuda.

── Desculpa, eu estou atrapalhando vocês? ── a mulher baixinha, indagou e os dois negaram com a cabeça. ── Perdão mais uma vez, mas tive a sensação de conhecer vocês de algum lugar.

── Depende de onde seja ── ele respondeu, trazendo a namorada para mais perto.

── Se eu não me engano, você deve ser um dos Golden Boy's, acertei? ── ele assentiu com a cabeça, e ela sorriu. ── E você, bom, impossível não reconhecer! A famosa Brazilian Girl em inglês, Garota Brasileira em português e Niña Brasileña em espanhol.

── A minha Brazilian Girl! ── apontou para ele mesmo, com um sorriso alegre.

── Uau! Nunca pensei que veria os dois pessoalmente. Vocês dois vem sempre aqui?

── Estamos de férias ── Maria diz, com um tom delicado. ── Primeira vez aqui nesse bar, no Rio não é a primeira vez! Eu já morei aqui.

── Certo! Sou grande fã do casal e fico feliz que estejam juntos depois de tanto tempo.

── Obrigada! ── a brasileira agradeceu, gentilmente.

── Você é sortudo, Pedri! Parabéns pela companheira que você encontrou ── murmurou, sincera.

A mulher pediu um último autógrafo do jogador para o filho, em uma capinha do celular antigo dele – mas que com certeza, seria mais que suficiente.

── Mavizinha? ── ele a chamou, que virou sua atenção em sua direção. ── Em português, eu te amo, em inglês, I love you, em espanhol, te quiero! Eu te amo e te quero em todos os idiomas que existem.

── Vai me fazer chorar! ── exclamou, abraçando ele. ── Eu te amo muito, amor.

Os dois ficaram em silêncio, escutando a música rodear pelas suas cabeças enquanto eles distribuíam pequenos e leves toques físicos um pelo outro; os dedos do jogador passeavam pela sua cintura, enquanto a dela brincava com a sua barba.

── Vem sempre aqui, jogador? ── Maria indagou, brincando.

── Primeira vez e você?

── Raramente ── ela piscou, apoiando o corpo sobre a bancada.

── Você parece conhecida aqui ── ele entrou na brincadeira, franzindo o cenho. ── Ou pelo menos agora se tornou conhecida.

── Aparentemente sim ── o seu olhar circulou pelo bar, vendo que ainda tinha gente prestando atenção neles. ── Gostando da viagem?

── Sim, sou bem fã do Brasil ── o garoto levantou a pulseira dela, dando um sorriso de lado. ── Gosto da cultura.

── Só da cultura?

── Ah, de uma brasileira também.

── A sua namorada deve ser bem sortuda ── Maria piscou, ajeitando o corpo em frente a ele.

── Na verdade, eu não namoro ── Pedri diz, fazendo a garota cruzar os braços e olhar ele com a sobrancelha levantada.

── Como assim? Como você fala que não namora, seu safado! ── exclamou, acertando um tapa leve no abdômen dele.

── Calma, calma! ── ele riu, segurando as mãos dela e puxando-a para mais perto de si.

── Para de tentar me beijar! Seu pilantra ── afastou o corpo do dele, ainda indignada.

── Eu não namoro porque ela tem que escolher continuar sendo minha namorada ou se tornar minha noiva.

A brasileira piscou, analisou a frase e tampou a boca ainda desacreditada.

── Puta merda! Puta merda! Você tá' me zoando? ── ela tampou o rosto, mas ele a puxou para si.

── Casa comigo, Mavizinha? ── sussurrou em seu ouvido, levantando o par de anel até que ela visse. ── Eu quero que você seja a minha esposa. A mãe dos meus filhos. A minha moradia por completo.

── Meu Deus! Claro que eu caso com você! ── ela exclamou, sorrindo, e rodeou os seus braços no pescoço dele.

── Obrigada por aceitar casar comigo, parceira!

── Por nada, colega! ── murmurou, encaixando o beijo entre os seus lábios.

Os dois sorriam, à medida que ecoavam palmas por todo o ambiente. Maria Vitória abraçou o seu corpo e sentiu o seu corpo se apertando contra o dele – como se estivesse prendendo ela a si. Pedri afrouxou os braços, deslizando a sua mão para afastar as lágrimas que escorriam dela.

── Eu amo você! ── ela exclamou novamente, enchendo o seu rosto de beijos. ── Eu amo você e não sei como eu posso te amar tanto.

── Mavi? ── ela desviou a sua atenção para ele, encaixando o seu corpo no seu braço. ── Você errou em uma coisa.

── Em que?

── Você podia não acreditar antes, mas eu acho que a Choquei viu mesmo o nosso futuro ── murmurou, sem piscar. ── Era eu, você e os nossos dois filhos. 

── Eu sempre errei nessas coisas.

── É, e no final, eu só tinha um destino e ele é você.

── Pedro?

── Hum?

── Eu acho que agora somos Pedro, Mavizinha, Apolo e um bebê.

── AGRADECIMENTOS ──
da autora

é com muita emoção e tristeza que finalizo Brazilian Girl por completo. não tenho noção por onde começar a agradecer vocês, mas estou aqui para tentar de alguma forma.

eu comecei essa obra em dezembro e finalizei agora, confesso que desejei ter acabado antes, mas pelas circunstâncias da vida, não foi possível. entretanto, demorou mas chegamos ao fim :(

eu sou ETERNAMENTE grata por todos os leitores que acompanharam a obra até o fim, reconheço a maioria pelo nome e cada um de vocês foram importante para o meu sonho se realizar.

eu não esperava que fosse alcançar leitores e muito menos que teriam gente que gostariam da minha escrita, mas eu tive e sou realizada por isso.

eu amo a Maria Vitória e o Pedri, é o meu primeiro casal finalizado e completo que eu dediquei parte do meus dias para a construção.

espero que vocês tenham gostado o quanto eu gostei e que se sintam abertos para tirar dúvidas ou me questionar alguma coisa. sempre estarei disponível para vocês!

isso não é um adeus definitivamente, se sentirem apegados ou afim de me acompanharem, me sigam e iniciem uma nova leitura com as minhas possíveis futuras obras.

obrigada a todos que acompanharam o fim de Mavilez, me sinto uma autora realizada por tamanho carinho!

para sempre, Mavizinha e Pepi <3

não é um adeus da Mai, beijinhos 🇧🇷❤️

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