𓏲 ָֹ⌗🪭𝐃𝐎𝐔𝕄𝔸 ━ 𝔈𝔱𝔢𝔯𝔫𝔞𝔩 𝔓𝔞𝔯𝔞𝔡𝔦𝔰𝔢 ៹✦͘˖

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᭡ ࣪𖠵۰𝂅💋⌯ DOUMA﹆ ָ࣪ ˖

❝ ━ Want you to take it like a thief in the night. Hold me like a pillow, make me feel right! Baby I'll tell you all my secrets that I'm keepin', you can come inside... And when you enter, you ain't leavin', be my prisoner for the night!

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🎭ं - - •INFORMATION• - - ं 🎭

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[ :🌷: ]. Nome do personagem: Douma.

[ :🎡: ]. Anime que se encontra: Kimetsu no Yaiba.

[ :🌟: ]. Quantidade de palavras: 7.241 palavras.

[ :🍨: ]. Dia postado: 01-02-2025.

[ :🐝: ]. Dedicado a: Pessoa que está lendo. ❤

[ :🌻: ]. Autora: Menina_Otaku_S2.

[ :☔: ]. Pessoa que pediu: Andressa_931.

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˖ 🎀 ᝬWARNING 𖦹 ˖࣪،̲Ꮺ !

Todos os direitos desse capítulo são meus. Ele foi criado conforme uma ideia minha, logo, tenho direito de proibir qualquer um que faça cópia de sua escrita ou estilo. Ou seja, NÃO PERMITO INSPIRAÇÕES OU CÓPIAS DELE!

O personagem Douma pode ter tido sua personalidade alterada por conta de seu comportamento como yandere nesse capítulo.

Contém conteúdo sensível! Se você não gostar desse tipo de coisa ou sentir-se incomodado... Saia imediatamente.

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𓏲 ָֹ⌗🌷.SONG THAT INSPIRED ME.🌷៹✦͘˖


𓄹 ۬﹢Rihanna ─ Only Girl (In The World)› ᥫ᭡

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https://youtu.be/JhCA0y_ya6w

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Caso tiver algo que não gostou no capítulo, eu sinto muito! (^._.^)ノ

E sinto muito caso houver erros de escrita!

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*˖۰ܿ◗۪ 🌹𓏲 ָֹ⌗: ETERNAL PARADISE ˖ ࣪🌹﹅˖࣪ . ๋࣭ 𓂅*
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─ Agradeço intensamente por nos deixar passar a noite hoje aqui! Se curva suavemente na frente de uma bela mulher que comandava no local.

─ Não precisa agradecer, não nos custa nada.

─ Ainda, sim, agradecemos! Seu namorado faz o mesmo gesto, sorrindo imensamente.

[Nome] é uma garota com vasta curiosidade e desejo de conhecer diversas coisas, e por isso convenceu que, junto de seu namorado, iriam viajar pelo mundo explorando as coisas. Nessa noite, estavam tão exaustos que precisavam repousar, a única opção sendo um bordel no Distrito do Entretenimento. Felizmente, tudo ocorreu bem, tendo que pagar poucas moedas para serem permitidos.

─ Qualquer coisa, é só achar uma de nós, estaremos por todo território.

Acenou em retorno para a afirmação da mulher até a ver sumir.

─ Ah, que cansaço...

─ Devemos dormir por algumas horas antes de continuar a viagem, querida. Seu namorado Ryusei enrola os braços em sua cintura e deposita um beijo em sua testa.

─ Tem razão, querido...

˚. ⊹.˚♡ ⋆「 🎀 」 4 horas depois꒱༉‧₊˚⁺ ˖

De repente, na calada da noite, algo te assusta e te faz despertar, olhando para todos os lados, caçando o que seria. Ficou alguns segundos calada até captar que vinha do lado de fora, e amedrontada tentou acordar seu namorado, mas infelizmente estava em um sono mais profundo que pedra.

Apesar do medo, sua curiosidade de exploradora ganhou razão, fazendo-te se levantar e ir para o lado de fora apenas carregando sua roupa de dormir no corpo.

As mulheres caminhavam em fila como se marchassem pacificamente, não entendia para onde estava indo por estar seguindo apenas as luzes delas. E ao forçar a visão, conseguiu captar uma pessoa diferente à frente delas, com roupas extremamente diferentes das delas e com longos cabelos loiros, o que deixou seus pelos arrepiados com sensações esquisitas.

Notou que elas andaram até saírem da imensa floresta e adentrarem uma planície redonda, parando ao estarem no centro dela. Não ousou sair da floresta, ficou atrás de uma enorme árvore, espiando silenciosamente com metade do corpo à mostra.

Observou que a pessoa gesticulava e se comunicava com as mulheres, infelizmente não podia ter certeza das palavras por conta da distância. Entretanto, em meio aos seus devaneios, sente seu chão cair literalmente, já que um tipo de porta denominada como shōji emergiu abaixo de seu corpo e de todas as outras mulheres. Ficou tão chocada que nem raciocinou para gritar, só se deixou cair e visualizou aquelas centenas de portas e corredores esquisitos passarem diante dos olhos.

Continuou até sentir uma forte dor pelo corpo inteiro e perder a capacidade da visão, como se tivesse tido um apagão.

─ Uh, o que...? Grunhe, contorcendo o corpo até abrir os olhos e usar os braços para erguer a parte da frente do corpo. ─ Eu desmaiei...?

Com muita dificuldade, se coloca de pé e gira a cabeça para observar as coisas com mais calma. Era um lugar que nunca havia imaginado em seus sonhos mais loucos, que nem conseguia descrever em palavras de tão irreal.

─ Olá? Ouviu seu som ecoar por diversas curvas e não recebeu retorno.

Demorou até olhar o chão e notar diversas pegadas de lama, arqueando as sobrancelhas por reconhecer serem das mulheres de antes. As pegadas levavam até um templo gigantesco e sumiam após passar pela porta, indicando que foram para lá. Seguiu em frente, engolindo em seco e com as mãos trêmulas, sentindo como se algo te puxasse para trás, e ainda, sim, quis permanecer com a determinação convicta de ir.

Para por um instante na entrada tentando ler a placa acima, não conseguindo ler além de "templo" por estar deveras escuro. Olhou para dentro do lugar e sentiu uma brisa fria passar por ti, carregando um cheiro estranho. Pensou em desistir, mas sacudiu essa ideia para longe e cobriu o nariz para não haurir o odor, seguindo em frente em passos curtos e ariscos.

Só conseguia pensar como aquele local era bizarro, com sua aparência sombria e sensação fria, a madeira sendo barulhenta, apesar de seu cuidado para não provocá-la. Andou pelo longo corredor até avistar uma sala que dava de encontro a três portas, uma delas estava entreaberta, o que foi um convite para adentrá-la.

Arrastou-a para o lado paulatinamente, prosseguindo seu percurso. De repente, tropeça em algo baixo e vai de frente em direção ao chão, tendo que usar as mãos para impedir que bata a cabeça junto do restante do corpo.

─ A-ai... Geme baixinho, se encolhendo pela dor e acariciando a lateral do quadril.

Ao levantar o olhar, notou que havia batido em algo, que ao pegar reconhece pelo toque ser uma lamparina e arranca um enorme sorriso de alívio. Mesmo com a dificuldade, usou seu toque para entender como ela era até acender. Animada com a conquista, agarrou o item com uma mão e utilizou a outra para se levantar ao mesmo tempo que virava para iluminar, o que te fez cair.

O que era aquilo? Sua face congelou e parou de se mover.

─ O que...?

Suas pernas te traíram, fraquejaram e deixaram que caísse de bunda no chão. Largou a lamparina e observou sua rolagem para perto daquilo... Um corpo, não um desconhecido, mas sim da mulher que havia permitido sua estadia na grande casa há horas atrás, tão graciosa e cheia de vida para ser encontrada em uma possa de sangue com os olhos esbugalhados. Preferia ver os portões do inferno serem abertos do que essa cena.

Tampou a boca com ambas as mãos para não gritar, não conseguindo desviar as pupilas mesmo implorando para se mexer.

─ Ora, o que temos aqui.

Olhou para a direção da voz e se deparou com um homem alto e longos cabelos loiros, com as mesmas características do ser que havia visto anteriormente guiando as mulheres.

Trancou a respiração ao vê-lo se aproximando até ficar em pé em sua frente e observando de cima a baixo.

─ O que está fazendo aqui, pequena? O tempo todo, a criatura continha um sorriso superficial.

Não conseguiu mexer um músculo. Notando isso, o homem cerra os olhos e alarga mais o sorriso, deixando em evidência os dentes pontiagudos, levando o corpo para baixo até ficar agachado.

─ Apesar de sua face assustada, és muito bonita, sabia?

Ele não dava a mínima por estar deixando-a apavorada, na realidade, sentia-se de certa forma inquieto por excitação por seus pensamentos perturbados. Sua visão deturpada permitia-se manter a postura tranquila e adorar aquilo, e, pensando em aproveitar, levou a mão ao rosto da garota e acariciou delicadamente com o polegar.

─ Ei, por que desse corpo tenso? Relaxe, não precisa disso.

A simpatia e o toque inesperado te deixaram mais chocada por alguns segundos, até conseguir controlar mais os músculos e voltar a carregar sua face normal. Entretanto, para o homem, aquilo não passava de só uma simpatia vazia para que não causasse mais problemas.

─ Pronto, agora está bem melhor... Me diga, o que veio fazer nesse lugar tão atípico para uma mulher como vós?

Abriu os lábios para falar e, falhando, tremia muito por enxergar partes do corpo atrás dele. Minutos se passam e nenhuma palavra saía, só a pouca brisa que restava dos pulmões.

─ Vamos, diga algo. A sua demora já estava fazendo as veias dele saltarem em irritação.

─ O que aconteceu aqui...? Soltou a respiração pausadamente.

─ Ah, não conseguiu processar? Deixa uma risada nasal escapar pela sua aparente lerdeza. ─ Tudo bem, darei uma ajuda...

Em um estralar de dedos, diversas lamparinas esbanjaram sua luminosidade, clareando o lugar inteiro e evidenciando os corpos mutilados e dilacerados espalhados. Uma onda de líquidos estomacais veio por sua garganta e parou obrigatoriamente ao cobrir os lábios e forçar engoli-lo.

─ Oh, por favor... Controle-se.

De repente, ouviu um ruído de choro baixo não muito longe em sua esquerda, acompanhou com os olhos até avistar um pequeno armário entreaberto, dando passagem para ver pupilas amareladas brilhantes de lágrimas, um garotinho. Por que uma criança estaria ali?

─ Hm...? Ele segue a sua rota. ─ Veja só, parece que temos outro indesejado...

A mesma mão do homem anteriormente no seu rosto se arrasta até a testa para retirar os fios ensopados de suor e lágrimas e posicioná-los atrás da orelha.

─ Espere um pouco, em breve cuidarei de ti...

Naquele instante em que o viu se erguer e virar na direção da criança, uma voz interna te impulsionou para acordar. Tomada pela coragem, agarrou a lamparina e se levantou desajeitadamente, esbarrando na lateral dele e alcançando o armário em alguns instantes.

─ Venha, precisamos ir!

Sem aguardar a resposta, abre o móvel e pega no pulso do garoto, puxando para fora e correndo sem olhar para trás. O loiro permaneceu no mesmo lugar, com os olhos levemente elevados, sem abandonar o sorriso sarcástico.

─ Interessante...

Seus passos e respirações desesperadas ecoavam pelos corredores, a visão turva dificultando ainda mais a escuridão profunda, apesar de ter uma faísca de luz. O menino te acompanhava tropeçando nos próprios pés, jurando não soltar sua mão internamente.

─ On-onde estamos indo?

─ Para fora desse lugar!

Após curvas arriscadas, conseguiram sair do templo. Entretanto, do lado de fora, um gigantesco demônio bruto grunhiu sorridente a poucos metros de distância.

─ Encontrei finalmente a origem desse cheiro maravilhoso!

─ Ah! Parou imediatamente, olhando para todos os lados, procurando um caminho para escaparem e chegando à conclusão de que era impossível sem um ato drástico.

Não viu por sua atenção estar em outro ser, o loiro se encontrava na entrada do templo encarando os três com diversão. Ele sabia que não tinha como ela escapar caso não usasse o jovenzinho como distração, então o futuro era claro em seu pensamento.

─ Moça...

Ouviu um sussurro atrás de ti, inclina a cabeça para ouvi-lo melhor.

─ O que...?

─ Estou com medo...

Não precisava ouvir isso, só pelo suor que escorria do braço dele dava para perceber.

─ Sei disso...

─ E agora...?

Ficou um tempo calada, se amaldiçoando todas às vezes por não conseguir saber essa resposta. Então, após muito discutir consigo mesma, fez a única coisa que se permita.

─ Não se aproxime, seja lá o que for! Colocou a criança atrás de ti, se posicionando protetoramente.

─ Não me faça rir! O grandalhão ri dramaticamente como se não levasse sua ameaça a sério.

Jogou a lamparina com determinação em cima da criatura que pega fogo por conta de suas vestimentas. Infelizmente, foi apenas isso, não surgindo efeito em queimaduras graves e difíceis de cicatrizar rapidamente.

─ ORA, SUA MALDITA! Com os dentes rangendo e olhar irritadiço, ele ergue os braços e avança para sua direção.

A coragem te abandonou, conseguindo apenas se virar de frente para o menino e o abraçando firmemente. O homem que observava teve uma memória desbloqueada, o que causou uma espécie de gatilho em sua mente.

─ Muito interessante...

Ficou com os olhos fechados e não o largou esperando seus fins. Porém, isso nunca ocorreu, na verdade, nem os grunhidos eram produzidos. Lentamente, desabrochou o aperto e ergueu a cabeça para olhar naquela direção, ficando boquiaberta quando aquela coisa virou uma massaroca de carne produzida pelo loiro.

─ Quantos problemas você me trouxe, garota...

Sem desviar os olhos, se levantou de corpo todo e deu alguns passos para frente. Abaixou a cabeça e esfregou as mãos uma na outra, como se estivesse envergonhada.

─ Obrigada...

─ Hm, está me agradecendo?

Sim...

Ele solta algumas risadas, dando passos para frente até estar a poucos centímetros de distância do seu rosto.

─ Se está tão agradecida, me diga o que ganho em troca?

─ Como...? Voltou a encará-lo, surpresa.

─ O que me dá em troca por salvar sua vida? Um sorriso irônico fazia cerrar os olhos como se quisesse te deixar desconfortável.

─ Eu... Eu não sei...

─ Vamos, coloque sua cabecinha para funcionar...

Um bom tempo se passa e ainda processava a questão, gerando uma suave impaciência dele.

─ Vamos, não é difícil.

Com mais demora, ele segura seu queixo com agressividade para incliná-lo para cima, fazendo-te soltar um gemido baixo antes de ter o polegar dele forçando a abertura de sua boca.

─ Um oni comeu sua língua?

Inesperadamente, o garotinho saiu de suas costas e foi para a lateral dos dois, chutando a canela dele.

─ Não a machuque!

─ Você é corajoso, rapazinho. Mas não é de bom-tom abusar da sorte. A mão é retirada de seu queixo e movida para o rosto do menino, que fica petrificado de medo.

─ Espere! Em outro pico de valentia, segura o pulso dele, trazendo para perto do seu corpo. ─ Por favor, não o faça mal...

A expressão dele não mudou, a mesma serenidade, com um toque incomum de curiosidade pelo seu ato.

─ Se necessário, faça isso em mim, não nele... Não compreendia a razão de estar falando aquelas palavras, no entanto, ao raciocinar sobre, tinha consciência de que o garotinho veio provavelmente com sua mãe até aquele lugar e a viu ser assassinada pelo loiro, não queria que sofresse mais. ─ Por favor...

Notou que, embora lágrimas de terror rolassem por suas bochechas e seu corpo tremia como dezenas de terremotos, suas íris [cor] focavam nele com perseverança, o que causou graça.

─ Não se preocupe, não pretendia machucá-los.

─ O que...? Afrouxa o aperto, se encolhendo novamente.

─ Não pensava em matar vocês, mesmo que tentasse... Disfarçou, piscando divertidamente.

─ É verdade...?

Como era tola, ou melhor... Ingênua. Porém, isso deixava-o mais convencido de que teria um bom entretenimento para passar o tempo com sua companhia.

─ É, isso que ouviu. Então, pare de me olhar como se fosse um tipo de monstro. Ele levanta, coloca a mão esquerda escorada na cintura, inclina o corpo para manter seus rostos na mesma altura e acaricia com a direita seus sedosos cabelos [cor]. ─ Está bem?

─ Então... Pode nos levar de volta para a superfície?

─ Está se referindo ao mundo humano?

─ Sim...

─ Infelizmente, não, receio informar, mas... Agora que tenho meus olhos em ti, não pense que será fácil largar. E Muzan ficaria incomodado caso voltasse aos humanos e espalhasse rumores inconvenientes para nós.

─ Mas...

─ Shhh, não esquente sua frágil cabecinha sobre isso. Vendo com outra perspectiva, esse lugar não é tão ruim assim... Voltou a segurar seu queixo dessa vez mais ternamente.

─ Não entendo...

─ Em breve conseguirá. A partir de hoje, será o meu petzinho, só dessa forma poderá conviver aqui sem muitos infortúnios.

Não conseguiu responder aquilo por tamanho choque.

─ A propósito, me chamo Douma. Qual é o seu?

─ [Nome]...  

˚. ⊹.˚♡ ⋆「 🎀 」 6 meses depois꒱༉‧₊˚⁺ ˖

Longos meses se passaram, seis para ser mais exatos. Durante todo esse tempo, foi obrigada a conviver no território dos demônios, mais especificamente no templo, para que seu cheiro mesclasse com o de Douma e disfarçasse sua presença para que Muzan e outros não te encontrassem.

No início, chorava todas as noites pela dor causada por aquela mudança drástica de vida. No entanto, não se arrependia por saber que, caso não estivesse lá naquele momento, Yuki, o garotinho que perdeu sua mãe, estaria junto dela no céu a essa época. Além disso, ao passar dos meses, o demônio Douma te cercou, ao ponto de passarem muito tempo juntos. Para o bem dele, sua lábia habilidosa cicatrizou as suas desconfianças sobre ele, provocando uma relação relativamente boa entre ambos.

─ Olá, [Nomezinha]! O homem entrou no quarto acenando com dentes brilhantes aparecendo.

Ao se aproximar captou chiados de choro vindo de ti, fazendo-o parar confuso e te encarar sério.

─ O que faço...?

Você estava ajoelhada e com as mãos no chão, a cabeça cabisbaixa, impedindo de ver sua expressão. Ele volta a caminhar lentamente e para ao seu lado, tocando seu ombro com delicadeza.

─ O que houve, querida?

─ Douma...? Levantou a cabeça, mostrando os fios de cabelo colados em sua face por estarem encharcados de lágrimas.

─ Por que desse choro tão desesperado? Manteve a expressão séria só deixando um sorriso sutil de canto.

─ O Yuki... O Yuki...

Os olhos dele desviaram gradativamente localizando o rapazinho deitando embaixo das cobertas, os pulmões movendo o peito ofegantemente e face avermelhada toda banhada em suor.

─ Ele está doente?

─ Uhum...

Não era surpresa, o corpo humano é extremamente frágil e facilmente ameaçado pela morte. Podia entender sua reação tão exaltada.

─ Já tentei de tudo... Fiz compressas, dei água e o mantive repousando e nada ajudou... Não sei o que fazer, Douma...

Normalmente, não pensaria nada sobre isso, não se importaria com a situação e as reações, porém te ver naquele estado parecia ter afrouxado alguma rédea no coração do demônio. Ele mesmo não compreendia, só tinha noção de que te ver dessa maneira era como se avistasse uma garotinha abandonada e amedrontada com o fim.

─ Ei, não precisa chorar. As unhas dele passam por sua pele [cor] para remover o cabelo da frente, te encarando com uma suave expressão de ternura e compadecimento. ─ Em breve irá passar.

─ Mas... Já se passaram horas, estou com medo, tanto medo...

Seus olhos pesavam de tanto chorar e as bochechas queimavam de tanto serem esfregadas para afastarem as lágrimas. Cansada de aguentar o próprio peso, se ergue para virar de frente para ele e permitir que o corpo caia sobre o mesmo.

─ Oh! Apesar da ação inesperada, Douma te puxa para perto e arruma seu corpo entre os braços dele, posicionando sua cabeça entre o pescoço dele. ─ Cuidado...

─ O que devo fazer...? Sua mão direita vai até a roupa da cintura dele e agarra para apertar. ─ Me ajude, te imploro... O que faço, Douma?

As quebradas de sua voz clareavam seu desespero. Lamentavelmente ele só sabia de uma maneira do garotinho ser ajudado naquela altura, porém era algo que denominava muita confiança e responsabilidade, será que poderia permitir-se a isso?

─ Tem uma maneira.

─ Qual...? Se afasta um pouco para encarar as pupilas coloridas. Me diga, por favor... Farei qualquer coisa!

Os cantos da boca dele se levantaram e formaram um sorriso perverso que sugeria o começo de um vasto prazer.

─ Imagino que essa doença não seja tão incomum no mundo humano.

─ Ah, não... A diferença é que a de Yuki está gravíssima, só com... Arregalou os olhos ao detectar o que queria dizer. ─ É isso!

─ O quê? Fingiu inocência.

─ Na minha bolsa que ficou lá! Sempre levo um remédio caseiro que faço. Por favor, me deixe voltar para buscar!

─ Hmm... Fechou os olhos, fazendo-se de pensativo.

─ Por favor! Te imploro!

─ Qual é a garantia que vai voltar? Como saberei que vai sair e não vai tentar fugir?

─ Eu... Desviou a atenção para baixo, o corpo tremendo e a boca seca. ─ Eu... Juro que vou voltar, por vocês...

─ Vocês?

─ Por Yuki e por ti... Voltou a encará-lo, dessa vez com determinação.

─ Por mim? A expressão com aura diabólica é substituída por pura estupefação por não estar esperando essa resposta. ─ É sério?

─ Sim... Por favor!

Não confiava totalmente em ti, mas sabia que criou laços profundos com o menino e seu coração bondoso e mente ingênua não permitiria que perecesse.

Douma solta um suspiro longo, abrindo finalmente os olhos e fitando as janelas de sua alma.

─ Tudo bem, irei permitir.

─ É verdade? Inclinou os cantos dos lábios em um sorriso esperançoso.

─ Uhum.

─ Muito obrigada! Envolve os braços em volta da cintura espontaneamente dele, dominada por euforia, sendo retribuída de imediato.

─ Não agradeça. Embora o físico dele transmitisse sua força, o abraço repleto de calor e cuidado fazia sua mente tão inocente duvidar de que era um demônio tão perigoso comparado a outros. ─ Não esqueça que precisa retornar rapidamente, senão irei atrás e as coisas podem terminar mal para você... E eu não desejo isso, então deve se apressar, certo?

─ Claro... Sorri nervosamente.

─ Boa garota! Apertou sua bochecha rosada com os dedos, rindo dos seus grunhidos de incômodo.

─ Doeu... Afastou a mão dele e esfregou sua bochecha dolorida.

─ Vá logo, não deve demorar.

─ Está bem... Virou para olhar Yuki e se arrastou até ficar ao lado da criança e se inclinar para beijar sua testa. ─ Aguente só mais um pouquinho, Yuki, por favor... 

˚. ⊹.˚♡ ⋆「 🎀 」 1 hora depois꒱༉‧₊˚⁺ ˖

Demorou para o demônio conseguir te tirar de lá, e quando saiu se despediu correndo para chegar até o Distrito do Entretenimento. Felizmente, já era de madrugada e por isso não tinha tanto movimento nos casarões, achando rapidamente o lugar onde teria dormido naquela noite.

─ Bem-vinda...! Uma das meninas estava na porta para te receber, no entanto, não deu ouvidos e só passou na lateral dela, a empurrando sem muita força. ─ Ah!

─ Me desculpa, não tenho tempo! Não desviou o olhar do corredor e subiu as escadas do final dele.

─ Ei, espere!

Subiu desajeitadamente, tropeçando em quase todos os degraus até chegar no andar mais alto onde ficavam os dormitórios. Foi abrindo cada porta por não lembrar qual era a correta, e quando encontrou, adentra explorando cada canto.

─ Ali! Vai na direção de uma bolsa e se senta ao lado, abrindo-a e vasculhando. ─ Achei!

Puxou o frasco para fora e soltou um sorriso aliviado, enchendo seu coração de alegria.

─ Preciso voltar para a clareira...

─ Quem é você?

Seus pelos ficam arrebitados ao ouvir aquele tom agressivo vindo de suas costas, virou o pescoço para o lado para ver quem era, identificando ser seu namorado.

─ Ryusei?

─ [Nome], é você?

Se levanta e fica com o corpo inteiro virado para o homem que em segundos estava agarrando seu pulso e puxando para um apertado abraço. Retribui hesitante, o mesmo te erguendo e dando alguns giros.

─ Onde esteve, meu amor? Te coloca no chão sem afastá-la.

─ Eu... Abriu os lábios para falar, no entanto, parou por saber que, mesmo sendo verdade, não era algo sequer imaginável de ocorrer.

─ Deixa, não importa... Não sabe como fiquei sem você.

─ Ficou esse tempo todo aqui me esperando...?

─ Claro, jamais te abandonaria... Acaricia com as costas da mão sua bochecha rosada.

─ Seis meses...? Arqueou sutilmente uma das sobrancelhas.

─ Sim, por quê?

Como ele teria ficado seis meses te procurando avidamente sem se cansar? Onde raios teria se hospedado todo esse tempo? Afinal, Ryusei se cansava de maneira veloz de seus itens e das pessoas, sem falar que não havia sinais em todos os quartos de uma cama masculina ou da bagagem dele. Simplesmente não conseguia compreender.

─ Por que dessa cara tão surpresa?

─ É que... Não esperava essa ação vinda de ti... Uma lágrima confusa cai.

─ Ei, não chore! Limpa o líquido de seu olho. ─ Jamais te abandonaria, minha querida...

─ Obrigada, mas... Não posso permanecer ao seu lado.

─ Como assim? Onde está indo?

─ Não adianta te contar, não acreditaria em mim.

Dá um passo para trás e tenta passar pela lateral, no entanto, é impedida por ter seu pulso preso à mão dele.

─ Não enche! Que história é essa do nada?

─ Ryu! O encara assustada.

─ Onde pensa que vai? Some por meses e aparece de repente para sumir de novo?

Os dentes à mostra de irritação te fazem tremer. Nunca o viu tão exaltado antes, imaginava que poderia ficar confuso, não agressivo.

─ Por favor, preciso ir!

─ Não, você não vai escapar de mim agora que te encontrei! A pressão entre os dois aumenta, sendo colocada mais força no aperto.

─ Ryu, pare! Está me machucando...! Puxava o braço tentando se desvencilhar.

─ Então, pare de querer correr de mim! Você continuou se debatendo, esgotando a paciência do rapaz. ─ Não me obrigue a fazer o que não quero!

─ Por favor! Gritou angustiada.

─ PARE DE TENTAR FUGIR!

─ Ryusei, é sério, por favor! Se debatia vorazmente.

─ DROGA, CALA A BOCA!

Não parou de se mexer para fazê-lo te soltar, e por isso não notou quando Ryusei ergueu o punho e estendeu a palma para te acertar no rosto, atingindo a lateral em cheio e torcendo praticamente o pescoço.

Ficou imóvel no mesmo instante, sentindo a queimação se iniciar segundos depois. Tinha certeza de que as marcas dos dedos haviam sido impressas em vermelho profundo.

─ Por quê...? Sussurrou em espanto.

Ele troca olhares entre a própria mão e o rosto da garota, fechando o punho e rangendo os dentes.

─ A culpa é sua! Você que me obrigou a isso! Cuspia enquanto apontava o indicador na sua face.

Engoliu em seco ao sentir as lágrimas escorrerem. Jamais julgaria tal ato vindo dele, apesar de seus defeitos, nunca havia caído para esse nível de violência tão relapso. Aproveitou o processo de digerir e o empurrou para se desvencilhar e saiu correndo para as escadas.

─ [NOME], VOLTE JÁ PARA CÁ!

Morria de medo e sentia que estava cometendo um erro fatal por tentar fugir, mas era a única opção. Moveu as pernas por minutos até sair da área do Distrito do Entretenimento, a respiração desajustada e o pensamento de desistência martelando na cabeça.

De repente, tropeça nos próprios pés e cai de bruços no chão, o remédio escapando e rolando para longe. Gemeu de dor, obrigando-se a se arrastar para agarrar o frasco novamente.

─ Ah, que bom... Sorriu aliviada ao ver que não havia sofrido nenhuma rachadura, ao contrário de seus joelhos ralados. ─ Preciso me apressar...!

Quando levantou a visão para voltar a correr, observou uma espécie de névoa gélida instaurar-se entorno de si. Um grave urro ecoa pela floresta, poderia reconhecer quem era há milênios de distância.

─ Ryusei... Sussurrou para si, tentando identificar de onde aquilo veio. Ao escutar outros em sequência, sentia mais os seus olhos ficarem secos. ─ Ryusei!

Ignorou a dor e seguiu na direção que julgou correta. Felizmente ou não, acabou acertando, no entanto... Ficou boquiaberta ao ver uma figura imensa à frente do jovem, o jovem que se encontrava derrubado no chão e gritava por ter um imenso corte do ombro até a lateral da barriga, um rasgo de uma fenda profunda que jorrava sangue e ensopava suas vestimentas de vermelho.

─ Ryu... Sei...

O encarou até olhar de cima para baixo a criatura, uma silhueta muito familiar carregando um leque detalhado e chique, que deixava pingos de sangue escorrer por sua estrutura já não mais tão bela.

─ Dou... Ma...

Ao ter seu nome clamado, o demônio se vira, mas diferente do comum, uma carranca fechada esbanjava desgosto que suavizou ao ver-te.

─ [Nome], que bom que está aqui.

Não sabia no que mais lhe chocava, não conseguindo manter os olhos parados e o corpo trêmulo como nunca. Andou apressada até eles querendo se aproximar de Ryu, no entanto, foi parada por braços fortes, te envolvendo pela cintura como uma concha.

─ Espere, por favor, me deixe verificá-lo!

─ Por quê? Não me diga que está preocupada com ele...? Arqueou uma das sobrancelhas.

─ Eu... É que... Desviou-se de suas coloridas íris por não ter coragem de admitir.

─ És muito bondosa.

─ Eu... Obrigada, é que...

─ Isso não foi um elogio.

Se calou na hora, sentindo como se, caso não o fizesse, poderia ser fatiada em pedaços ao desagradá-lo.

Ainda sendo segurada pela cintura com uma das mãos dele, a outra foi levada até seu rostinho e posicionada embaixo de seu queixo, sem aviso, teve o pescoço torcido para o lado.

─ Foi ele, não é? Dessa vez, seu tom parecia mais sarcástico do que irritado.

Uhum, estou bem...

─ Que alívio.

Douma ri baixinho, agora carregando seu sorriso grandioso do cotidiano. No mesmo lugar em que tomou um tapa, recebeu a palma gélida e gentil do loiro, acariciando, te fazendo sentir aquela dor se esvaindo.

Não conseguia compreender como aquele demônio sanguinário te transmitia tanto afeto e segurança, afinal, uma criatura dessas deveria significar puro alarde para seu bem-estar, mas Douma... Douma parecia diferente. Apesar de sua falta de sentimentos, ele transmitia mais ações e palavras de amor do que seu namorado de anos.

─ Ryusei, não é? Ouvi falar muito sobre ti... Lentamente, se vira de frente para o ferido, não te largando.

─ É-é sério...?

─ Não, é brincadeira! ─ Cerra os olhos e tampa a boca para não mostrar o sorriso irônico. [Nome] dificilmente citava seu nome, e se o fizesse esquecia rapidinho do motivo.

─ Quê?

─ Sabe como é, compreendo seu desejo humano de precisar suprir suas necessidades... Só quis ser gentil.

─ O que quer dizer?

─ Ah, não se finja de inocente! Solta algumas gargalhadas até parar e dizer as últimas palavras com uma mortal frieza. ─ Você entende perfeitamente, não é?

─ Douma, eu... Quis rebater e argumentar ser mentira o que ele insinuava sobre ambos, mas parou quando o mesmo virou o rosto para ti e deu uma piscada brincalhona.

─ É mentira!

─ Qual parte quer dizer, a nossa ou a sua?

─ Pare de falar besteiras! Tentou se erguer, porém, falhou por sentir muita dor no processo.

─ Acha que estou brincando? As palavras eram sérias, mas o tom continha alegria e excitação.

─ Só pode estar!

─ Hmm... Tem certeza?

─ Claro! [Nome] sabe do que é capaz!

─ Do que é capaz? Ele desviou os olhos e te encarou com diversão. ─ O que isso significa, [Nomezinha]?

─ Eu... Suspirou, se encolhendo, envergonhada e sussurrando. ─ Quis dizer que não posso ter um homem mais bonito do que ele, como você...

─ Como eu? Arqueou a sobrancelha com um sorriso ladino.

Desejou enfiar a cabeça na terra ao notar que contou um segredo ao admitir seu pensamento.

─ Des-desculpa...!

Fechou os olhos, sacudindo a cabeça de um lado para o outro, extremamente nervosa. Vendo sua exaltação, Douma solta algumas gargalhadas tímidas e segura seu queixo mais uma vez para que se acalme.

O homem mexe os braços para deixar ambos em posições mais comportáveis, te puxando para ficar com o corpo colado ao seu, com a mão direita sobre seu queixo e a esquerda envolvendo a cintura firmemente. Seus rostos próximos te fizeram congelar, suava frio.

─ [Nome], não deixe que te segure assim! Ryusei mais uma vez força as pernas e dá um grunhido de frustração por não ter progresso.

─ Eu...

Ambos se fitaram, o oni avançava lentamente como se te desse a chance para pará-lo. Aqueles olhos coloridos pareciam que te hipnotizavam de tanta perspicácia e beleza, e mesmo querendo continuar sendo imaculada em seus quesitos, não se esforçou para impedi-lo enquanto aproximava seus lábios com os dele até fecharem totalmente o vazio entre eles, formando um beijo surpreendentemente lento e intenso.

A mão do queixo se esgueirou pela linha da mandíbula até segurar com delicadeza sua nuca, controlando a posição para ficar mais confortável. E, já ultrapassando mais os limites, permitiu que o beijo se aprofundasse e o demônio tivesse total controle do entrelaçar de suas línguas. Por aqueles segundos, até houvera esquecido de estarem sendo observados.

Ao separar-se para recuperar o fôlego, ficou nítido que dois tiveram reações bem diferentes... Os cantos dos lábios dele cresceram quase até as orelhas e os olhos brilhavam como se houvessem desbloqueado algo novo, uma tremenda euforia e cobiça por mais. E do seu lado um choque inigualável, no entanto, sem arrependimentos.

─ Sua... SUA TRAIDO...! O rapaz não pôde terminar sua frase pelo tamanho susto que tomou quando um leque voou em sua direção e cravou em um tronco de árvore ao lado de sua cabeça.

─ Dobre a língua, humano.

Se arrepiou ao ouvi-lo naquele tom de voz, ainda não tendo como reagir por estar envenenada pelos sintomas daquele beijo.

─ Vamos, Yuki está esperando por nós.

─ Ah, é mesmo! Estou com o remédio... Deu uma última olhada de tristeza para Ryu. ─ Adeus, Ryu...

─ Espere...! Estendeu a mão como se quisesse te agarrar e impedir que fosse, o que não teve conquista.

De volta ao templo como um passe de mágica, se desvencilhou dele para ir atrás do menino, no entanto...

─ Douma...

─ Hm?

─ Posso te perguntar uma coisa...?

─ Claro, o que é [Nomezinha]? Seu tom alegre reinava como se nada tivesse rolado.

─ Por que me beijou...?

─ Ah, sobre isso... Se aproximou novamente de ti e colocou o braço por cima de seus ombros. ─ Caso não se incomode, pode me responder o motivo de ter retribuído?

─ É que... Sua face fica como um tomate, precisando tirar os olhos dos dele para as palavras voltarem para sua boca. ─ Esqueça!

Ele respondeu rindo de sua reação até notar que manteve um semblante sério e pensativo.

─ O que foi?

─ Naquela hora, quando o confrontou, o que quis dizer com... Aquilo?

─ Aquilo o quê?

Engoliu em seco e se amaldiçoou por não conseguir proferir seus pensamentos de receio, respirando fundo e sussurrando em sua orelha.

─ Oh, aquilo... Dessa vez foi ele que desviou os olhos e se pôs pensativo, como se houvesse receio em lhe contar a verdade tão diretamente. ─ Sim, é verdade. Soube de subordinados confiáveis e vi com meus próprios olhos e nariz.

─ Não... Não consigo crer... Encolheu os ombros e abaixou a cabeça. ─ Como? Por quê...?

─ Ei, ei... Apesar de não ter como entender a essência dos sentimentos dela, compreendia o motivo da tristeza. A virou de frente e a abraçou com gentileza. ─ Não é sua culpa.

─ Se não é minha, de quem é...? Circulou o corpo dele com seus braços e agarrou sua roupa na parte das escápulas. Não desejando ser vista chorando, preferiu afundar o rosto no peito do loiro. ─ Por que ele fez isso...?

O oni preferiu ficar calado e deixar que se acalme sozinha enquanto ele te segurava inabalavelmente e acariciava seus cabelos.

˚. ⊹.˚♡ ⋆「 🎀 」 2 horas depois꒱༉‧₊˚⁺ ˖

Durante um longo tempo a mulher chorou e cuidou para que o estado do rapaz amenizasse. O homem ficou ao seu lado observando suas ações e escutando seus soluços com pesar, não assimilava a razão de estar com uma sensação angustiante e amarga, como se um turbilhão de informações circulavam sua mente.

─ Desculpa te obrigar a escutar essas lamentações idiotas, só... Me sinto tão mal. Compreende o que é isso?

─ Oh, não, nunca passei por isso.

─ Ah...

─ Não se deixe abalar por algo tão supérfluo.

─ Uh, é difícil... Se encolhe para sentar em posição fetal. ─ Pelo menos, tenho você comigo.

─ Claro... E não precisa de nada mais, não é? Disfarçou rapidamente a surpresa por suas palavras.

─ Acho que sim... Afundou um pouco mais a cabeça entre as pernas para evitar que visse seu rubor.

Vê o oni se levantar e ir em direção à porta de saída do templo, o que te faz arquear a coluna e virar para o mesmo lugar.

─ Onde vai?

─ Irei resolver uns assuntos pendentes, me espere aqui, tudo bem?

─ É... Está bem.

─ Boa garota... Sussurrou, adotando um semblante fechado ao prosseguir sua trajetória.

De volta ao mundo humano, Ryusei situava-se em um quarto com uma das meretrizes do local que tratava de seu ferimento, deitado e resmungando sem parar do que aconteceu.

─ Então você perdeu para um demônio...?

─ Ei, não perdi! Só fui pego de surpresa e não consegui reagir a tempo.

─ Ah, entendi... A jovem solta algumas risadinhas.

─ Está rindo do que, mulher?

─ Nada, só não consigo acreditar em uma coisa dessas.

─ Acreditar no quê? Essa ferida não é a prova da existência e da minha bravura?

─ Demônios não existem... A pequena mão dela se posiciona na coxa dele. ─ Seja lá o que te feriu, fico contente que tenha retornado vivo...

─ Por que dessa cara?

─ Fiquei preocupada...

─ Ei, está tudo bem... Acaricia com cuidado os cabelos dela. ─ Agora que está aqui comigo, é o suficiente.

─ Oh, Ryu... Subiu a cabeça para mostrar um sutil sorriso de satisfação.

Entre suas trocas de carinho começaram a ouvir barulhos de passos constantes e que direcionavam que alguém vinha para vocês.

─ O que é isso...?

─ Alguém está vindo, não vá lá para fora...

─ Não irei...

Os passos continuaram aterrorizantes e os galhos se quebrando no caminho não ajudaram. Ficaram com as guardas eretas e observantes para cada sombra que se mexia.

─ Que frio... A menina se abraça para esquentar-se.

Escutando essa reclamação notou que o que falou era verdade, e que em conjunto, uma neblina invadiu o interior e exterior da residência.

─ Essa névoa gélida...! Kyoka, cuidado! Ryu agarra-a e traz para perto de si.

Sem aviso, uma forte rajada cortante vem do lado de fora da casa e acerta a grande parte da parede ao lado deles. Os gritos de medo recheando o ambiente.

─ O que é isso?

─ É ele!

─ Ele quem?

─ O demônio que te falei!

─ Espera, não era uma de suas piadas de sempre...?

─ Achou mesmo que estava brincando?

Outra rajada é enviada ao meio deles, tendo que se empurrarem para trás para não serem atingidos. Kyoka dominada pelo pavor, não se conteve e levantou apressada e correu querendo passar pela porta.

─ Espere, é perigoso demais! Se levantou e foi atrás dela, porém antes que pudesse ao menos se aproximar a viu receber um ataque cortante que levou seu corpo embora, deixando para trás uma rajada de sangue. ─ KYOKA!

Seguiu para sair da casa e vê-la, no entanto, quando deu um passo para fora da casa, uma imensa criatura familiar se colocou em sua frente para broquear, aquele sorriso sinistro novamente ali igual antes.

─ Olá, novamente! O tom brincalhão não combinava nada com aquela expressão macabra.

─ Você...! Quis se manifestar, entretanto, teve o pescoço segurado com vigor e erguido para ficar suspenso no ar. Em desespero, cercou a mão de unhas afiadas com as suas para tentar se desvencilhar do aperto.

Se debatia sem sucesso enquanto era levado sem esforços para dentro da casa. Sente um leve alívio ao sentir uma diminuição de pressão por pensar que seria liberto, o que não ocorreu facilmente. Em segundos, teve o pescoço comprimido pela gigante força sobrenatural e arremessado por cima dos móveis, derrubando todos os vasos, livros e itens de vidro das coisas até cair no chão de barriga para baixo. Não aguentou e ouviu escapar um gemido de dor intensa escapar de seus próprios lábios.

─ Desculpe pelo incômodo, não vou me exceder muito. Só vim trazer um recado.

O jovem levantou a cabeça e, mesmo com aquele sentimento sufocante, rastejou para a porta. Com uma gargalhada convencida, o loiro sacudiu suavemente seu leque elegantemente.

─ É inútil, não adianta tentar fugir.

Realmente, usou toda sua força para se mover e mal conseguia completar um metro. Em um certo momento parecia que o chão virou neve de tão frio, tudo que tocava se tornou gelado e o ar trazia a sensação que seu corpo estaria submerso em um lago congelado.

─ O que vai fazer comigo...? Não foi o suficiente?

─ Não se preocupe, vai demorar o tempo necessário.

─ Não enche...! Se vai me matar, faça logo!

Douma não poupa esforços para fazê-lo se calar ao dar um forte chute em suas costelas e voar para o mesmo lugar de antes. Em seguida, caminhou até lá e o prendeu no lugar ao colocar o pé em sua barriga e pressionar, fazendo-o engasgar e dar um grito silencioso.

O oni queria fazê-lo pagar ao nível de se arrepender de todos os seus pecados vividos e desejar a morte. Algo em seu interior gritava para o fazer, uma sensação que latejava sua mente e gotejava ânsia por resolução. No fundo, de tudo isso estava [Nome], por quê?

A cada corte, gemidos e gargalhadas, aquela névoa se dissipava e dava lugar a uma palavra... Amor. Pelo menos era o que pensava, por jamais sentir nada igual, entretanto podia atestar que era algo exclusivo para a garota.

˚. ⊹.˚♡ ⋆「 🎀 」 2 horas depois꒱༉‧₊˚⁺ ˖

Já era final da madrugada e nada dele, estava roendo as unhas de preocupação e não pregou os olhos durante a noite. Rolava na cama, dando breves checadas em Yuki, que havia melhorado o bastante para dormir pacificamente.

Deu um pulo ao ouvir uma porta abrindo e se fechando. Aguardou para ver quem era, sorrindo grandemente ao ver quem esperava vir até ti.

─ Douma...!

─ Acordada a essa hora? Se esgueirou até o seu lado e sentou com as pernas cruzadas.

─ Não dormi, não consegui...

─ O que houve, está doente também?

─ Não, não é isso! Ri baixinho com as bochechas ruborizadas─ Só preocupada contigo.

─ Ah, que adorável! Se importa tanto assim comigo?

Ele se arrasta para mais perto de ti e te envolve com o braço direito para te colocar no colo dele. Não reagiu negativamente, na verdade, se encolheu para aconchegar-se melhor e deitou a cabeça na curvatura do pescoço dele, bocejando lentamente.

─ Está morrendo de sono?

─ Uhum...

Aproveitou que deitou em seu colo e passou a mão por seus cabelos, trazendo uma mecha para sentir o suave perfume natural que o fez suspirar pesadamente. Caso não tivesse autocontrole, tenha certeza de que estaria sendo devorada nesse exato momento, afinal sua gula te tornava irresistível, tão irresistível que não se permitia descer suas presas em sua doce pele [cor].

─ Pare de fungar... Resmungou, se remexendo um pouco.

─ Oh, desculpe... Soltou algumas risadas nasais e deitou a cabeça em cima da sua. ─ Bons sonhos, [Nomezinha]... 

❪ ─•°.-ˏˋ ♡ ˊˎ-.°•─ ❫

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Não terá continuação
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Próximo Capítulo: Não está decidido ainda.

Espero que tenham gostado.
Um personagem que gostaria que tivesse mais tempo de tela, chamou atenção desde sua primeira aparição. Bem interessante apesar de seu comportamento questionável.
Tomara que eu tenha agradado a maioria!

O próximo capítulo sairá em breve. Prometo.❤️

Abraços com muito amor para uma pessoa linda, você mesma. 🌹❤️✨

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✨🍃🌹ƒiм!🌹🍃✨

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