𝟎𝟎: 𝒕𝒘𝒊𝒏𝒔 𝒐𝒇 𝒕𝒉𝒆 𝒔𝒆𝒂.

𝗽𝗿𝗼́𝗹𝗼𝗴𝗼: 𝗴𝗲̂𝗺𝗲𝗼𝘀 𝗱𝗼 𝗺𝗮𝗿.


HARWIN STRONG atravessou as portas do aposento de Rhaenyra Targaryen com preocupação estampada em seu olhar.

A mulher berrava em seu leito, as dores em seu ventre somado a força que estava fazendo faziam com que gotas de suor e lágrimas escorressem por seu rosto, que era secado com um pano por uma das criadas.

— Está indo muito bem, Princesa. Apenas empurre mais um pouco, um empurrão bem forte! — Elinda Massey a encorajou, fazendo a Targaryen assentir.

Rhaenyra fechou os olhos, sussurrando palavras ruins antes de mostrar seus olhos violetas novamente, um grito brutal saindo de sua garganta enquanto fazia força.

A de cabelos prateados sentiu uma sensação de paz ao ouvir um choro infantil, seus olhos caíram no pequeno bebê no colo de sua serviçal, em quanto se permitia relaxar contra o travesseiro.

— É uma menina, vossa graça! — Elinda sorriu, animada. A criada que segurava o bebê cortou o cordão umbilical. — Uma encantadora princesa.

Antes que a Princesa pudesse estender seus braços em busca de sua criança, uma pontada ainda pior pode ser sentida em seu ventre, fazendo com que ela chorasse entre em berros novamente.

— O que é isso? — Elinda questionou em quanto segurava a menina. — A placenta?

— Tem outro a caminho! — a criada afirmou.

— O quê? — Rhaenyra exclamou chorosa.

— Empurre, princesa! Ele está vindo! — a mulher ordenou.

Rhaenyra sentia seu corpo protestar com a exaustão, e se sentiu incapaz, mas mesmo assim ela tentou fazer força.

— Sir Harwin. — ela chamou fazendo com que ele saísse de seu transe, correndo até a mulher.

— Eu estou aqui, princesa. — ele garantiu segurando a mão dela, e por um momento ela sentiu paz, mas ao receber um olhar questionador de uma das servas a mulher soltou a mão do homem.

— Onde está o pai do bebê? — ela questionou entre a respiração ofegante, desviando o olhar para não ver a reação dolorosa do Strong. — Onde está meu marido?

O homem endireitou a postura e respirou fundo. A anos ele concordou com aquele relacionamento em segredo, e quando soube que seria pai e não poderia assumir isso, ele sabia que seria sua ruína, mas não esperava que fosse tão dolorosa.

— Eu não sei, princesa. — o homem admitiu. — Eu irei busca-lo. — ele avisou antes de sair rapidamente do local, sentindo sua garganta fechar.

Harwin sabia que aquilo não era culpa da princesa, e muito menos deveria ficar tão abalado com aquilo. Ele escolheu participar daquela situação. Foi ele quem decidiu ficar nos bastidores.

De qualquer forma, ele logo encontraria sossego. Essa criança iria ser sua. Finalmente poderia ensinar alguém a chama-lo de pai.

Ao descobrir a segunda gravidez, Rhaenyra viu o quão abalado ele estava com Jacaerys,  e fez a promessa de dar um jeito de permitir que esse filho fosse legitimado no nome dele.

Ele negou no início, mas parecia justo na cabeça dela.
Ele sofreria por não ter Jacaerys, mas teria o bebê que estava vindo. Ela sofreria por não ter seu bebê, mas teria Jacaerys. E ambos teriam contato com seus filhos.
Não seria tão ruim assim.

Ao chegar em um corredor vazio e mal iluminado ele viu Laenor Velaryon, sentado no fundo do corredor com uma garrafa em mãos. O guarda suspirou antes de andar até o homem.

— A princesa Rhaenyra está dando à luz, e solicitou que o pai do bebê estivesse lá. — Ele afirmou com seriedade.

— E o que está fazendo aqui? — Laenor questionou embriagado. — Essa criança não vai ter o meu sobrenome. Decidiram isso a muitas luas, se lembra?

Harwin suspirou antes de agarrar o braço do homem e o levantar.

— Chegamos em um ponto onde não estou mais falando de guarda para príncipe, e sim de homem para homem. — Ele afirmou tirando a garrafa das mãos do mais novo. — Vai endireitar a postura e entrar naquele quarto, assumindo o papel que deve. — ele ordenou virando de costas e começando a andar. — E só para saber, são duas crianças. Ainda tem um filho. — isso foi o suficiente para Laenor caminhar junto com ele.

Logo ambos atravessaram as portas da princesa, e Laenor arregalou os olhos em quanto ia até sua esposa.

— São gêmeos? Mas que benção! — ele brandou sorrindo alegre.

Ele poderia saber que não eram seus filhos de sangue, mas os amava tanto quanto, e ficou abalado ao descobrir da promessa de sua esposa. Agora sentiu esperança novamente.

— Eu quero vê-los. — Rhaenyra pediu após tomar fôlego, mostrando que foi um parto difícil.

A menina já limpa foi entregue em seus braços, e Rhaenyra sentiu lágrimas em seus olhos só de saber que nunca iria chamá-la de filha.

— Minha menina. Minha tão sonhada princesa. — Ela fungou abraçando a menor. — A herdeira de Driftmark. — ela sussurrou, mesmo sabendo que aquilo não seria uma verdade.

— A minha herdeira. — Laenor acariciou o ombro de sua esposa, e antes de tudo, sua melhor amiga. Ele estava tão triste quanto ela.

— Ela é saudável? — Rhaenyra questionou preocupada.

— Tanto quanto um dragão. — A criada que fez o parto afirmou com um sorriso. — E o outro também.

— Graças aos deuses! Deixe eu ver meu menino. — ela pediu em quanto entregava a menina para Laenor, não sem antes dar um pequeno beijo na testa da menor. 

Laenor olhou para o homem parado na porta antes de caminhar até ele.

— Você deveria segura lá. — Laenor aconselhou com um pequeno sorriso.

Sor Harwin concordou rapidamente, estendendo os braços.

Laenor entregou a princesa com cuidado, e sir Harwin acariciou o rosto da bebê.

— Vocês não precisam fazer isso. — ele sussurrou. — Não quero que passem por essa dor.

— Você merece isso. — Laenor garantiu apertando o ombro do mais velho, que sorriu emocionado.

A garotinha tinha poucos fios de cabelos, mas os que tinha, indicavam que seus cabelos eram castanhos claros, com alguns fios mais claros ainda. Uma pequena e fina mecha era esbranquiçada, e isso preocupou o homem. Mas não o preocupou mais que os olhos.

Eles eram castanhos, mas tinham um toque de violeta que parecia ter sido pintado a mão.

— Ela tem traços Targaryen. Isso vai ser comentado. — Harwin murmurou.

— Tudo será comentado quando se trata dessas crianças. É um triste detalhe. — Laenor comentou em quanto ambos voltavam para perto de Rhaenyra. — Deixe nossos pais a verem, então entregaremos a você.

A conversa foi interrompida quando Corlys, Viserys, Alicent e Rhaenys entraram no cômodo.

Viserys e Corlys abriram as portas com tanta força que bateram nas paredes, fazendo a bebê estremecer levemente.
Rhaenys repreendeu o esposo.

— Gêmeos! Dá para acreditar nessa benção? — Viserys perguntou em um tom alto, sorrindo para Laenor antes de ir diretamente para sua filha.

Rhaenys abraçou seu filho e foi até Rhaenyra, se sentando ao seu lado na ponta da cama.

— Tinha que ser meu filho para me dar esse orgulho. — Corlys sorriu abraçando o filho. O fato de Harwin estar segurando um dos bebês não passou despercebido por ninguém, mas nunca comentariam sobre.

— Como está, querida? — Viserys perguntou para sua filha.

— Cansada, mas estou bem. E os bebês são saudáveis. — ela garantiu sorrindo. — Um casal. Uma menina e um menino.

— São saudáveis? Que benção! — Corlys afirmou sorrindo. Harwin entregou a menina para Laenor antes de se retirar. — Já decidiram os nomes?

— Bom, eu pensei... — Laenor começou, mas se calou ao receber um olhar de Rhaenyra, que já imaginava o nome que ele sugeriria, e a resposta seria não. — Acho que a mãe poderia escolher, aliás, foi minha esposa quem passou pela dor. Mas a menina poderia se chamar Rhaena.

— Ela não parece nada com Rhaena. — Corlys afirmou ao ver que a pequena franziu levemente o nariz, como se entendesse a conversa e desgostasse do nome. — Eu posso pegá-la?

Laenor concordou. Corlys sorriu e a pegou com cuidado nos braços.
O mais velho ninou a bebê.

— Eles tem cabelos castanhos e olhos escuros, assim como o irmão mais velho. — Alicent notou, e Viserys a olhou em súplica para que ela se cala-se. Algo que ela não fez. — Que coincidência. Talvez na próxima venham com traços Targaryen.

—  O sangue Baratheon foi mais forte, vossa graça. Um orgulho para mim já que meus filhos não vieram com meus traços. — Rhaenys falou antes que alguém pudesse responder. — Mas mesmo que os bebês viesse com cabelos ridiculamente vermelhos, receberiam amor, pois são nossos descendentes. — a rainha que nunca foi sorriu ao ver o sorriso desgostoso da mais nova.

— É claro que sim. — Alicent sorriu falsamente em quanto se afastava, se sentando em uma poltrona.

Rhaenyra sorriu agradecida para a mais velha, que apenas piscou um olho para ela.

— Visenya. — Corlys brandou para o bebê, tirando o clima estranho do quarto. — É um nome tradicional, e sei que gosta desse nome. — ele se voltou para Rhaenyra.

— Eu acho que é um ótimo nome. — Rhaenyra sorriu, sentindo um caroço em sua garganta. — Visenya Velaryon.

A Targaryen voltou seu olhar para o bebê em seu colo, vendo como ele começou a chorar. A mulher tentou ninar o filho, mas o mesmo não parou.

— Posso tentar? — Corlys pediu se aproximando com a bebê em seus braços, mas isso fez o mais novo parar de chorar. — Acho que não será necessário. Ele gosta mesmo da irmã.

— Os traços Targaryen são tão fortes com a rainha pensa. — Rhaenys sussurrou fazendo Viserys rir.

— Qual dos dois nasceu primeiro? — Corlys questionou em quanto entregava a menina para Rhaenyra, deixando a herdeira com os dois bebês.

— Visenya. — Rhaenyra respondeu.

— Ah! Nos dois temos herdeiras, Corlys. — Viserys comentou animado. Alicent sorriu forçadamente.

— Já imagino minha Visenya comandando o mar. Temos que ensinar a garota a nadar. — Corlys começou.

— Talvez os bebês queiram aprender a andar antes disso. — Rhaenys respondeu o marido em um tom brincalhão.

— Bobagem. — Corlys negou. — Laenor aprendeu a nadar antes mesmo de dar os primeiros passos.

— Isso explica muita coisa. — Alicent sussurrou para si mesma. — E o menino? Precisa de um nome valiriano. — Alicent voltou a falar. — Para ressaltar o fato de ser um Targaryen.

Rhaenyra encarou a rainha antes de voltar a olhar para seus bebês, ignorando a mesma.

— Eles tem o sobrenome Velaryon, rainha. — Laenor respondeu.

— Bom, o menino poderia se chamar Jacaerys segundo! — Corlys novamente quis afastar o mal que a rainha causava. Seu comentário fez Rhaenyra franzir levemente o nariz, negando com a cabeça.

— Só gosta desse nome pois foi escolhido por você. — Viserys resmungou. — E Aerys?

— Ele não tem cara de Aerys. — Corlys comentou analisando seu neto.

— Agora os bebês não tem cara de nenhum nome que você não escolha? — Viserys reclamou.

— Lucerys. — Rhaenyra pensou em voz alta, encerrando a bobagem dos mais velhos. — É um belo nome.

— De fato é, princesa. — Alicent comentou. — Mas lembra o nome de Lúcifer, um homem que faz os pecados. Ouvi lendas sobre.

— Pensei que só seguisse a fé dos sete. — Rhaenys respondeu com a cara fechada. — E as lendas que ouviu, foram explicadas de maneira errada. Lúcifer era o nome dele quando era bom.

— Continua sendo um mal presságio. — Alicent afirmou se levantando da poltrona e indo para perto da cama.

— O nome que eu escolher para o meu filho não lhe diz respeito, Vossa Graça. — Rhaenyra cortou a rainha. — Mas se quer saber, minha mãe, a rainha Aemma, gostava desse nome. — a menina fez questão de lembrar o título de sua mãe.

— Minha Aemma ficaria tão orgulhosa de você por esse nome, minha filha. — Viserys beijou o topo da cabeça da filha emocionado. Alicent revirou os olhos de forma disfarçada antes de voltar para a poltrona.

— Lucerys Velaryon. — Rhaenys sorriu. — Meus netos são tão lindos.

— São, não são? — Rhaenyra sorriu ninando os bebês. — Quer pegar um, princesa?

— Ah, eu poderia? — Rhaenys sorriu quando recebeu uma confirmação. — Posso pegar Lucerys? — ela pediu, e assim foi feito. O menino foi entregue cuidadosamente em seus braços.

A mulher se levantou quando ele começou a se agitar, e o ninou em quanto o levava para perto da janela, mostrando a vista.

— Eu quero ver a minha netinha. — Viserys pediu estendendo os braços. Rhaenyra riu antes de entregar sua neném. — Ela tem uma cara de rainha.

— Rainha das marés! — Corlys o cortou. — O rei dos sete reinos será Jace, e a Visenya é a minha herdeira.

— Bobagem! Os dois podem dividir o trono. É bem espaçoso. E o pequeno Lucerys ainda pode se sentar entre ambos se eles se espremerem. — Viserys imaginou.

— E eu fico sem herdeiros?

— Talvez os deuses queiram isso. — o rei brincou ninando sua neta. — O que acha, Visenya? Um trono para você?

— Ela já tem um! — Corlys cruzou os braços. Mesmo sendo uma discussão boba, ambos mantinham o tom brincalhão.

— Mas ela iria preferir uma coroa. — Viserys falou.

— Aquela coroa é pesada. Nossa princesa é delicada. — Corlys falou óbvio. — Talvez ela prefira uma coroa coberta com pérolas, e o símbolo de nossa casa no meio, digna de uma princesa.

— Nossa casa não tem uma coroa, pai. Muito menos com pérolas. — Laenor lembrou.

— Mas terá! Visenya quer, então assim será feito! — Corlys respondeu sorrindo.

— É Visenya quem quer isso? — Rhaenys perguntou se aproximando com Luke nos braços.

Rhaenyra sorriu ao ver o carinho deles com seus filhos.

— Ela é tão Targaryen que terá um dragão. — Viserys empinou o nariz.

— Ela é tão Velaryon que o ovo de seu dragão é azul! — Corlys respondeu.

— Por que ele soube a cor do ovo dela antes do seu pai, minha filha? — Viserys reclamou.

— Nem eu sabia, papai. Apenas Laenor e sir Harwin. — Ela respondeu rindo, e o segundo nome não passou despercebido pela rainha.

— Visenya e Lucerys Velaryon; a senhora das marés e a pérola do mar. Me parecem perfeitos títulos. — Corlys comentou.

— Não é assim que funciona, marido. — a mulher de cabelos negros e fios prateados riu.

— Acho que é melhor deixarmos os bebês descasarem um pouco. — Viserys comentou quando viu que ambos haviam dormido.

— Eles irão dormir comigo essa noite. — Rhaenyra decidiu.

— Vou chamar suas criadas. — Laenor comentou ao entender o que ela quis falar e saiu do quarto. Aos poucos, os mais velhos foram junto.

Quando Rhaenyra ficou sozinha com os bebês ela se permitiu chorar.

— Eu te amo tanto, minha menina. Sonhei tanto com você. — ela afirmou beijando o topo da cabeça da filha.  — Você vai sempre estar perto de mim, e quando tiver idade eu irei dar um jeito de lhe entregar Driftmark. Ele é seu. — a mulher sussurrou.

— Rhaenyra. — Sir Harwin entrou no quarto junto de Laenor e Elinda, a mais fiel a Rhaenyra. A única que sabia o que iria acontecer. — Sabe que não precisam fazer isso. — ele comentou ao ver as lágrimas no rosto da mais nova.

— Eu prometi. Você também merece um filho, Harwin. — Ela respondeu. Elinda pegou Lucerys em quanto Rhaenyra abraçava sua filha, a ninando. — Eu te amo, Visenya. — ela sorriu para a bebê antes de beijar sua testa. Ela fungou ao ver o pequeno sorriso da bebê. — Elinda, essa é a hora. — ela afirmou e a menina foi rápida em pegar a neném, dando Luke para Laenor. — Eu só peço que de um nome valiriano. Por favor. — ela pediu ao Strong após a menina sair com a bebê nos braços.

— Eu farei isso, princesa. — ele prometeu.

No outro dia todos estavam de luto. Visenya Velaryon havia falecido naquela noite.

Dias depois uma menina chegou nos braços de sir Harwin, que pediu ao rei para poder cria-la dentro do castelo. O rei não era burro, enxergou os traços da criança, mas não questionaria a filha.

E assim, Rhaenerys Strong veio ao mundo.


RHAENERYS VOLTOU 🎉🎉🎉🎉🎉🎉
Só os anciões da conta lembram da diva.

Aqui Rhaenys seguirá com a aparência dos livros, tendo os cabelos pretos com mechas prateadas.

Sim gente, eu sei que Rhaenyra jamais entregaria sua filha, mesmo que tivesse seus motivos. Mas se ela não fizer isso, não tem história, então tive que fazer essa pequena mudança nas ações dela. Espero que entendam.

Não esqueçam de votar e comentar!
Espero que tenham gostado e me perdoem se houver qualquer erro ortográfico.

Sejam bem-vindos a Blood Dreams!
Até o próximo capítulo. 🤍

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