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(BEGGIN' — CAPÍTULO UM)
Aaron gostava da noite. Não era como se ele fosse um maldito vampiro ou qualquer merda literária gótica, ele apenas gostava de sentar no telhado de sua casa e admirar o céu enquanto a fumaça do cigarro subia, aproveitando do melhor jeito a droga da insônia que o pegava de jeito todas as madrugadas.
Respirou fundo, a fumaça entrando em seus pulmões que, se Deus fosse piedoso com ele, provavelmente já estavam pretos. A fisgada em sua costela fez a careta em seu rosto se agravar e a mão livre ir até o local, sentindo a temperatura elevada no lugar onde continha um imenso hematoma, presente de seu pai. Tinha certeza que daquela vez pelo menos uma costela tinha se quebrado.
— Bêbado filho da puta. — Murmurou baixo, raivoso.
Dizer que não tinha uma boa convivência com o pai era no mínimo eufemismo. A relação deles era uma merda, destroçada depois da mãe de Aaron fazer as malas e se mandar de Forks sem nem olhar para trás, cansada dos abusos que sofria do marido. O que ela não esperava, ou sinceramente, Aaron achava que ela não ligava, foi que assim que o saco de pancadas oficial vazou, o reserva tomou seu lugar.
No começo ele se pergunta o motivo de sofrer daquele jeito, mas com o tempo entendeu que merecia. Era um merda, assim como o pai e a mãe. A própria raça dos Davis, um bando de filhos da puta que não mereciam a merda que tinham. Tragou outra vez, desejando para qualquer merda de divindade que aquela droga pelo menos servisse para dar um câncer nele e mandá-lo direto para o inferno.
Cansado daquela merda ele apenas apagou a chama do cigarro no telhado ao lado dele e deu as costas para seu quarto, descendo escondido pela pilastra que havia ali e descendo até o chão, suas costelas gritando com o movimento brusco e forçado, mas ele pouco se importava. Faltava pouco para amanhecer e ele queria dar o fora de casa o mais rápido possível. Pegando sua moto na garagem ele deu partida e saiu o mais rápido que conseguiu, pouco se importando pelo barulho do motor antigo ecoando pela rua.
Ele conhecia as ruas daquela cidade com a palma de sua mão. Conseguia dirigir bêbado ou chapado. Conseguiu dirigir tranquilamente uma vez até o hospital, quando estava sentindo o começo de uma overdose por remédios. Então não se importou de fechar os olhos na estrada vazia e deixar as mãos livres, sentindo o vento bater em seu rosto.
Com sorte um caminhão viria e acertaria ele em cheio.
Mas sorte não era a praia dele, e sem se dar conta aquela não era uma rua qualquer. E ela não estava tão vazia assim.
— Cuidado! — Uma voz gritou, fazendo-o abrir os olhos e desacelerar a moto. Olhando ao redor ele procurou pela voz, curioso, e encontrou o amontoado de cabelos escuros bagunçados e a pele pálida que ele tanto via na delegacia.
Bella Swan.
Seu doce fruto proibido. E o terreno onde ele não podia pisar.
Sorrindo de lado ele acenou de longe para a garota apoiada na janela, metade de seu corpo para fora e a expressão assustada no rosto. E assim como ele veio, ele foi, seguindo pela rua durante a madrugada.
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Naquela manhã Bella Swan parecia mais acabada que de costume. Fora mais uma noite que não conseguia dormir, rolando na cama e depois do encontro com Aaron Davis — se é que se podia chamar assim, ela desistiu de qualquer tentativa idiotar de pegar no sono.
O sorriso idiota e insolente de Davis em sua cabeça, assim como a maneira que ele parecia livre em cima da motocicleta antiga. Os olhos fechados, os braços livres e a expressão serena. Ela invejou aquela sensação, lembrando-se de como se sentiu quando subiu na garupa de desconhecidos e viu Edward pela primeira vez em tanto tempo.
O fantasma idiota falando o que ela não devia fazer, a expressão derrotada de quando o viu pela última vez e mesmo assim, tão perfeito e inalcançável como sempre. Seu peito doía cada vez que lembrava dele, uma dor constante e profunda, fazendo suas noites serem cheias de pesadelos e seus dias se parecerem com as noites.
Olhou para o estacionamento escolar a sua frente, os alunos indo e vindo e tomou uma decisão idiota. Ela tinha duas motos velhas na traseira da caminhonete, estavam num estado deplorável, é claro, mas o filho dos Marks garantiu que elas andavam. E isso era o suficiente para Bella. Só precisava aprender a pilotar.
Como se o destino tivesse jogando com ela, o ronco de uma moto antiga foi ouvido. Pela primeira vez na semana Aaron Davis estacionava na vaga do estacionamento, tirando o capacete e cumprimentando seus amigos. Beatrice Hills, Bryan Johnson e Thomas Kyle o rodearam, expressões fechadas e preocupadas na direção do amigo, o que fez Bella franzir a sobrancelha.
Aaron sabia pilotar motos. E muito bem, lembrou-se da noite passada. Não precisava estar com os olhos abertos nem as mãos firmes para fazer a moto seguir reta e continuar funcionando. Talvez ele pudesse...
Respirando fundo ela saiu da caminhonete, batendo a porta enquanto arrumava a alça da mochila nos ombros. Seguiu em direção à ele, enfiando todos os seus medos e dúvidas para dentro de si e ouvindo a voz melódica de seu fantasma pessoal dizendo para que ela não fizesse isso.
O aperto no peito se afundou mais, a urgência crescendo em seu corpo e ela viu Aaron olhar para ela confuso, os olhos verdes nublados em sua direção.
— Posso falar com você? — Sua voz saiu baixa, quase inaudível, e viu os amigos dele parecerem surpresos. Assim como sabia que seus amigos estavam a encarando do outro lado do estacionamento, ainda mais surpresos.
— Vazando, pessoal. — A voz rouca de Aaron falou, olhando para ela enquanto suas palavras eram dirigidas para os amigos.
Ela sentiu o olhar curioso de Beatrice em si, assim como ouviu as risadinhas maldosas de Thomas e Bryan. Mas aos poucos eles foram se afastando, como se Davis fosse um general e tivesse mandado seus soldados de volta para o campo. Suspirando, ela voltou seu olhar para o garoto à sua frente.
A sobrancelha arqueada, ainda sentado na moto e os braços cruzados, ele parecia quase à vontade, se não fosse a expressão um pouco tensa. Quase desistiu daquela palhaçada, queria dar meia volta e pedir ajuda à outra pessoa... Talvez Jacob pudesse ajudá-la... Ou, droga, Jacob nem carteira de motorista tinha. Como ele poderia ajudar ela?
Respirando fundo, ela ajeitou a alça da mochila novamente e levantou os ombros, logo arrumando uma mecha solta de cabelo atrás da orelha enquanto mordia a parte inferior de sua bochecha.
— Eu não tenho o dia todo, Swan. Vamos, fale logo.
— Eu... Hum, eu queria saber se você poderia, sabe...
— Pare de enrolar, baby Swan, diga logo o que você quer. — Aaron suspirou, rolando os olhos enquanto descruzava os braços.
Bella levantou os ombros.
— Eu tenho algumas motos velhas e quero aprender a pilotar.
Aaron riu, levantando as sobrancelhas em descrença enquanto olhava para a garota. Achava que era uma piada, uma piada ridícula. Mas quando viu o rosto sério da garota, se tocou que era verdade. Porra, a menina era mesmo a droga de uma louca desvairada.
— Tenho cara de instrutor de autoescola, Swan?
sei que demorei. quase um ano, eu sei, foi mal. de verdade! mas aqui estou eu e prometo continuar a postar sksksks primeira atualização do ano!
não vou desistir da fic, gente, prometo.
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