SIX MONTHS LATER
Seis meses depois
𓆝 𓆟 𓆞 𓆝 𓆟
Nanami deixou as mala sobre o chão amadeirado olhando ao redor sentindo o coração pesado, não havia mais falado com você desde a última briga que tiveram; a casa estava silenciosa, vazia, sem suas almofadas coloridas ou seus quadros estranhos nas paredes. Ele engoliu em seco olhando ao redor. Havia passado outros seis meses no quartel e realmente achou que quando voltasse a relação de vocês melhorariam por fim.
— Amor?
Ele chamou com a voz suave, suas palavras praticamente ecoando de volta para ele por entre as palavras da casa vazia. Ele respirou fundo andando por entre a casa, suas botas pesadas fazendo um som insistentemente alto contra o chão amadeirado. Os olhos de Nanami parando sobre a mesa da sala de jantar. Por um segundo ele sentiu seu coração cair para seu estômago.
Os papéis do divórcio e sua aliança.
Ele deu um passo para trás gritando o seu nome enquanto procurava por você em cada canto da casa, no quarto, no banheiro, no jardim onde você gostava de ler. Mas não havia nem ao menos o seu rastro, o cheiro do seu perfume no ar, era como se você houvesse ido embora a muitos meses, até os próprios papéis do divórcio estavam com um acúmulo de poeira.
Ele suspirou derrotado se sentando na grama do jardim, no mesmo cantinho onde você ficava encolhida lendo, seus risos animados quando alguma coisa acontecia retornando na mente dele. A muito tempo ele não ouvia aqueles risos. Ultimamente ele sentia que era a única razão para que você não risse.
Nanami pegou o celular, os dedos deslizando pela tela, as fotos do dia do casamento, quando ele ainda era apenas um soldado de baixo escalão, quando ele ainda tinha tempo para você, quando ele não era obcecado pelo próprio trabalho. Vocês eram namorados desde o ensino médio e se casaram aos vinte e um, até aquele momento estavam casados a cinco anos. Os três primeiros anos haviam sido perfeitos... até ele ser promovido e a atenção total dele migrar unicamente para o exército no cargo de general.
Ele suspirou olhando a foto, o modo como seu rosto se iluminava em contraste com o vestido branco, como a pouca maquiagem lhe deixava ainda mais linda. Ele sentiu um nó se formando em sua garganta. Quis ligar para você... mas céus, o que ele diria?
"Sinto muito por ter te deixado de lado por dois anos eu te amo?"
Nanami bufou jogando o celular na grama voltando a afundar o rosto nas próprias mãos.
Sem ao menos saber que ele estava ali você adentrou na casa que já havia deixado a meses atrás, havia esquecido lá um jogo de cozinha que sua avó havia feito para vocês de presente de casamento e sua mãe insistia que queria aquilo de volta. Suspirou abrindo os armários da cozinha. O homem de cabelos loiros escutou o som pouco cuidadoso vindo da cozinha e se levantou rapidamente andando até lá. Ele arregalou os olhos suavemente lhe encarando ali no meio da cozinha. Vestindo uma camisa simples e calças jeans de maneira casual... mas de um modo que fez o coração dele acelerar.
Você se virou segurando a caixa soltando um grito assustado vendo Nanami ali deixando as peças de porcelana caírem no chão. Você encarou ele por alguns segundos antes de se abaixar rapidamente pegando de volta as peças que haviam quebrado. Seu coração acelerado. Ele não disse nada. Apenas se abaixou em frente a você lhe ajudando a recolher os cacos os jogando no lixo com cuidado.
Seus olhos caíram sobre ele por fim enquanto você se levantava.
— Desculpa, não sabia que você já tinha voltado.
Murmurou com a voz baixa, levemente trêmula, você sentia que a qualquer momento seu coração fosse rasgar seu peito, as pontas de seus dedos dormentes, sua respiração rasa, acelerada. Ele lhe encarou com cuidado, quase como se estivesse gravando cada pequeno detalhe de seu rosto.
— Voltei hoje.
Ele disse, a voz saindo mais dura do que ele pretendia. Você engoliu em seco o encarando ali.
— Você... assinou os papéis?
Indagou com a voz baixa o encarando ali enquanto andava em direção a mesa da sala de jantar onde havia deixado os papéis do divórcio meses atrás. Ele suspirou pesadamente andando atrás de você passando os dedos longos pelos fios loiros de maneira frustrada.
— Tem certeza que quer isso?
Ele murmurou, a voz baixa, quase vulnerável, você parou vendo o papel ainda branco, suspirou pesadamente fuçando na própria bolsa, suas mãos tremendo enquanto estendia uma caneta na direção dele. Ele a segurou com cuidado, seus dedos se tocando por uma fração de segundos.
— Eu... — você começou olhando para ele, um nó enorme se formando em sua garganta, você encolheu os ombros abaixando o olhar para os próprios pés — Apenas assine de uma vez.
Sussurrou, sua voz saindo falhada. Ele pressionou os lábios. Quis chorar, gritar com ela, implorar por perdão... Mas ele era orgulhoso demais para aquilo. Ele assentiu por fim assinando de maneira bruta contra o papel antes de estender a caneta para você.
— Pronto!
Ele disse com a voz dura. Você piscou rapidamente tentando conter as próprias lágrimas enquanto praticamente arrancava a caneta das mãos dele assinando com uma raiva igual contra o papel. Seus olhos encontrando os dele. Sua respiração pesada.
— Pronto.
Você respondeu, sua voz fraca, quebradiça. Seus olhos brilhantes pelas lágrimas. Ele lhe encarou, o peito pesado dando um passo para frente segurando seu rosto com cuidado. Você suspirou automaticamente se derretendo ao toque dele. Ele lhe fitou com carinho, o coração dele batendo tão forte que ele tinha medo que você escutasse. Você olhou para ele, seus olhos se encontrando e você não conseguiu segurar mais. O choro sofrido escapando de seus lábios enquanto segurava a mão dele contra sua bochecha.
Ele engoliu em seco, o dedão dele acariciando seu rosto com cuidado limpando suas lágrimas.
— Você é a única pessoa que eu conheço que fica linda chorando.
Ele sussurrou. Você olhou pra ele, a respiração pesada, negou com a cabeça.
— Não... não faz isso comigo... por favor, não agora — você sussurrou sua voz quebradiça —, não me faz ter esperanças.
Você murmurou, sua voz fraca. Ele lhe encarou ali, as mãos dele tremendo suavemente contra seu rosto. Ele curvou o corpo em direção ao seu lhe beijando de maneira cuidadosa, algo que não faziam a muito tempo. Você fechou os olhos de maneira relutante passando os braços ao redor do pescoço dele.
— Eu sinto muito, meu amor... eu sinto muito — ele sussurrou contra a sua boca lhe dando selares curtos, suas lágrimas se misturando em seus lábios —, me deixa rasgar aquele papel.
Ele murmurou se afastando devagar olhando para você. O rosto dele assim como o seu marcado pelas lágrimas. Você olhou para ele. Seu coração doendo.
— Qual vai ser a próxima vez que eu vou te ver? Se eu deixar você rasgar os papéis.
Você sussurrou sua voz dolorida. Ele lhe encarou ali, o coração acelerado, ele bufou bagunçou os cabelos loiros ainda mais.
— Eu não sei... você sabe que eu não posso simplesmente deixar o posto que eu lutei a minha vida inteira para ter.
Ele murmurou de maneira baixa olhando para o seu rosto. Você sorriu de maneira triste. Seus lábios tremendo. Chegou perto dele acariciou a bochecha do homem com cuidado.
— Eu sei.
Você sussurrou. Pegou os papéis do divórcio e o restante do que sobrou do jogo de cozinha e foi embora deixando Nanami ali sozinho. O homem de cabelos loiros suspirou pesadamente tentando conter o choro.
E ficou ali sentado a mesa da sala de jantar durante todo o restante da noite. Duas únicas palavras rondando sua mente.
"E se..."
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