Cap.2 - Serviçal

(Jungkook - On)

As palavras dele... Ecoavam pelos meus ouvidos, era como se ele fosse a minha salvação e destruição ao mesmo tempo, seus olhos castanhos escuros transmitiam um calor que no qual me era desconhecido, era como se ele fosse uma chaleira xiando em meus ouvidos, seu calor era um calor que me trazia energia, queria entender aquele sentimento, queria compreender o que eu sentia, embora me parecesse bom, me dava medo e isso consequentemente me fazia achar que era errado, embora parecesse uma pessoa comum, de longe era diferente de todos os seres humanos que um dia guardei em baixo de minhas asas, ele não parecia precisar ser cuidado, sua áurea idepentende era admirável pela tamanha força que trazia, em todos momentos que estive admirando a existência humana, nunca pude contemplar um ser humano como esse...

— Eu te ajudo garotinho... Mas não quero e nem tenho o mínimo interesse em seu dinheiro... Você irá me pagar de outra forma... — Embora seu tom fosse de malícia, não conseguia entender o porquê do mesmo estar agindo de tal maneira, mesmo que tentasse o decifrar através de seus pequenos olhos pervertidos.

— C-como você quer que eu lhe pague? — Respondo inseguro e confuso sobre o que o mesmo se referia.

— Você irá ver como... Em breve... Anjinho... — Ele sussurra sorrateiramente em meu ouvido, sinto seus lábios encostarem em minha orelha, me fazendo corar e assim recuar, embora sentisse a temperatura de meu corpo aumentar sutilmente, me sentia com medo, eu não o conhecia, não sabia do que o mesmo era capaz e muito menos quais eram suas verdadeiras intenções, até porque seu jeito prepotente me dava uma certa aversão, porém mesmo assim me deixo ser guiado para dentro daquele local abafado, deixando para trás a bolsinha com o dinheiro que Miguel havia me dado com tanta preocupação de como eu iria me virar na Terra, assim me encontrando naquele local, com pessoas estranhas, com roupas e jeitos estranhos. Ele me leva até uma sala com luzes com um tom de roxo, pelo jeito um quarto e então se senta na cama cruzando as pernas e me olhando como se eu fosse... Um tipo de carne?

(Jungkook - Off)

— Bom... Então... O que você quer?... — O mais novo, que mesmo sendo mais novo era maior tanto em porte físico quanto em altura em relação a Park o questiona sobre suas intenções.

— Ah?... Você realmente é bem idiota não é? Não está vendo o que eu quero?! — Diz indignado pela falta de atenção do maior.

— Mas... O que catapimbas eu deveria fazer... Aqui? — O mais novo olha em volta confuso, percebendo a sujeira do local com um certo incômodo.

— Você vai ser meu serviçal! Quero que limpe esse quarto, me faça comida, massagem, deixa eu ver o que mais... — Park conta nos dedos as tarefas do jovem anjinho.

— Ei! Ei! Calma lá! Eu não sou seu escravo! Acho melhor eu ir embora... — Jeon nega com a cabeça completamente inconformado com a situação, se virando para se retirar do quarto, porém Park o pega pelo pulso e o joga na cama ficando por cima do mais novo o encarando com um sorriso malicioso nos lábios.

— Acha mesmo que eu vou te deixar sair uma vez que entrou aqui dentro garotinho? Não se faça de bobinho... Não é porque você tem essa cara inocente que eu vou te tratar como tal! Entenda, você não é nada aqui, não conhece ninguém e parece estar perdido, ninguém lá fora vai te ajudar, então acho bom aceitar minhas condições de boca fechada, antes que se engasgue com sua própria sáliva de tão ingênuo que é! — Fala com um tom de autoridade sobre o mais novo, como se tivesse se tornado sua propriedade, a cara de surpresa do garotinho que parecia uma criança indefesa era sua maior diversão naquele momento, embaixo de si.

— N-não faça isso... Você não tem esse direito... Sua proximidade dessa forma me incomoda, poderia por um obséquio se afastar... Eu não vou pedir novamente... — Diz suavemente colocando as mãos sobre o tórax do menor como uma tentativa de criar espaço entre os mesmos.

— Park ri sarcástico, se aproximando ainda mais, deixando o seu rosto próximo do maior embaixo de si. — Se não o quê?... Vai chorar? — Jungkook leva sua cabeça para trás deixando seu pescoço a mostra, Park o olha confuso e ri achando graça da situação.

— Essa é a maneira na qual você planeja chorar? Você realmente é estran- — Em um movimento rápido Jungkook da uma cabeçada em Jimin que o solta, logo levando uma cotovelada em seu pescoço pela diagonal o fazendo sair de cima do mais novo.

Tocando em sua cabeça, Jimin vê Jungkook se levantar e correr até a porta do quarto, logo fazendo com que Jimin vá até o mesmo e o pegue pelo pulso e aperte firmemente, o jogando contra a parede.

— Você realmente sabe como tirar alguém do sério não é mesmo?! — Park segura a mandíbula do mais novo com raiva.

— Eu... Já falei... Pra você... Não encostar em mim! — Jungkook pega uma adaga que guardava em seu bolso para auto-defesa contra alguns demônios do plano físico e então a crava no ante-braço de Jimin que logo o empurra no chão, fazendo Jungkook o olhar completamente assustado.

— Ha... Então você não é tão bobinho assim não é?... — Park levanta seus olhos que já não estavam em sua coloração normal e sim em um vermelho escarlate de puro ódio olhando Jungkook, que retribui o olhar fraquejando e assim caindo no chão quando tentava se levantar, por seus joelhos não conseguirem sustentar seu próprio corpo que estava paralisado de medo.

(Jungkook - On)

P-por que eu 'tô com medo?... Ele é um humano... Mesmo que eu esteja em um corpo físico agora... Por que parece difícil até mesmo de manter razão dos meus sentidos?... Não... O que estou pensando?... Esses olhos que me olham fixamente... Ele está possuído?... É um demônio?... Essa coloração ocular não é normal... Não em um plano físico... Se mexa Jungkook... Faça alguma coisa caramba!! — Sem conseguir me mexer eu vejo o humano ou demônio, não sabia ao certo, se levantar com os punhos fechados e andar até mim logo sinto meu rosto arder e meu corpo se estirar no chão, o que havia sido aquilo?... O chão estava pingando vermelho... Aquilo não poderia ser meu sangue? Poderia? Não conseguia decifrar aquilo que sentia... Era... a chamada dor que os humanos sentem quando se machucam?...

(Jungkook - Off)

— Nunca mais... Ouse... Fazer isso novamente... Da próxima vez te mato... Garotinho... — Park pega a adaga a olhando detalhadamente, logo a ignorando e a jogando na frente do garoto que estava feito uma estátua olhando para seu próprio sangue no chão.

— Limpe tudo... Se isso aqui ficar fedendo ao seu sangue eu te quebro por inteiro garoto! — O demônio suspira sentindo seu ferimento se curar e então sai dali deixando o anjo sozinho em seus próprios pensamentos que pareciam torturantes.

— Por quê... Por que isso está acontecendo?... Por que tinha que ser eu a vir para cá?... Eu não consigo fazer nada sozinho... Qualquer outro anjo seria mais capaz que eu... Não... Eu sou capaz, mas... Mas... O que eu faço?... E se ele for realmente... Um demônio?... — Embora falasse em voz alta ninguém a mais poderia ouvir seus pensamentos, pois estava completamente sozinho naquele quarto.

(Com Jimin)

— Aquele garoto de merda! Ainda conseguiu me machucar, hã! Quem aquele filho da puta pensa que é?! Ele vai ver só! Ele que pense que eu vou facilitar as coisas pra ele só por causa da carinha bonita dele! — Resmungava enquanto andava para fora da boate para espairecer um pouco antes que acabasse matando alguém.

— Ei! Pega esse filho da puta! — Um garoto com cabelos azuis e um brinco em sua orelha direita que havia o formato de uma fina cruz de prata passa correndo por Park, provavelmente fugindo de quem o xingava.

— Por que não o segurou! Esse garoto vem me dado problemas faz dias! — O cara de uma vendinha ali perto olha Jimin com arrogância e um desgosto por não ter se movido nem um centímetro para o ajudar.

— Eu por acaso tenho cara de quem vai gastar meu tempo ajudando um merdinha como você com um adolescente do ensino médio? Se toca coroa, você quem foi burro por ter sido roubado! — Empurra o vendedor.

— Como é que é?! Você por acaso sabe com quem está falando? Olha para mim porra! — O vendedor insiste em chamar a atenção de Park que olhava perdidamente para a direção em que o garoto de cabelos azuis havia ido.

— Se você gritar mais uma vez em meu ouvido eu quebro o seu pescoço... Já estou estressado o suficiente por hoje! — Park diz com desdém, sem olhar o vendedor que parecia ter meio século de vida, mas por tanto estresse que parecia passar estava mais acabado que uma vovózinha que faz crochê para seus netos.

— Você... Como ousa... — O vendedor tenta o socar, porém Jimin pega o punho fechado do vendedor e então o torce até quebrar o braço do mesmo que dá um grito estrondoso de dor e então o pega pelo pescoço e o levanta.

— Eu avisei... Que quebraria o seu pescoço caso gritasse perto de meus ouvidos novamente... — Park aperta o pescoço do mesmo até ouvir os ossos do mesmo quebrarem, quando satisfeito, apenas o larga deixando o vendedor cair de qualquer jeito no chão e então anda na direção em que o garoto de cabelos azuis havia ido, vendo o mesmo escondido atrás de uma parede apenas olhando tudo.

— E-eu não vi nada! Eu juro! — O garoto diz tropeçando e caindo para trás no chão, totalmente aterrozado com o que havia visto.

— Hum... Já que você não viu nada... Irá fazer um favor para mim... — Park diz se abaixando na altura do garoto que estava caído no chão, o olhando naturalmente.

– C-claro! O-o que você quiser! — Responde nervosamente.

— Primeiramente quero esses salgadinhos que você roubou... Você tem a loja toda pra você, segundo... Você sabe dar pontos em alguém? — Diz apontando para os salgadinhos, logo se levantando e olhando para o nada.

— É... Bem... Eu posso tentar... Por quê?... — O garoto de cabelos azuis se levanta segurando a sacola com os salgadinhos e então olha curiosamente Park.

— Um conhecido meu se machucou na bochecha e talvez precise de pontos, aliás eu não sei o que ele gosta de comer então, acho que esses salgadinhos sejam o suficiente para ele enrolar o estômago. — Diz como se aquilo tudo fosse um estresse, passando uma das mãos pelos seus cabelos morenos.

— A-ah! Claro! Eu ajudo sim! Creio... Que você me ajudou... Tipo... Você não 'tá me enrolando pra chamar a polícia não neh?... — Diz inclinando a cabeça meio desconfiado por aquela situação toda, apenas recebendo o olhar mortal do moreno que o encarava completamente indignado.

— Vocês humanos são deploráveis! Por acaso o cérebro que vocês têm serve para quê?! EU MATEI UM HOMEM! COMO EU CHAMARIA A POLÍCIA TENDO FEITO ISSO?! — Grita impacientemente, logo soltando um longo e estressado suspiro. — Só vamos logo...

— Ah! Espera! Aliás... Como você... Se chama? — O garoto de cabelos azuis toca o ombro do moreno gentilmente para chamar a sua atenção para si.

— Pode me chamar de Park... Park Jimin... — Diz simplesmente sem muita importância.

— Entendi... Ah! Eu me chamo Taehyung! Kim Taehyung, Sr. Park! — Diz animado com a situação, sua alegria logo vai embora ao ver que havia ficado para trás por Park nem ter ligado para suas apresentações. — Oh! Espera aí! Aquilo foi incrível! — Se refere a briga que teve com o vendedor.

— Cala a boca... Você é irritante... — Diz em um tom de repreensão, como se estivesse lidando com uma criança e assim continuam até voltarem para o quarto onde se encontrariam com o garoto de cabelos cacheados.

— Garotinho?... — Jimin abre a porta já em um reflexo de segurar os braços de Jeon que estava com um vaso de flores em suas mãos, pronto para jogar na cabeça de Park por vê-lo novamente.

— Ei! Dá p'ra parar inferno?! Desse jeito vamos quebrar tudo que resta aqui dentro! — Diz tentando tirar o vaso das mãos de Jeon que se recusava a ceder a situação.

— Me deixa socar a sua cara e eu largo! — Diz resistindo a força de Park.

— É... Gente... O que 'tá acontecendo aqui?... — Espia a porta admirando a beleza do garoto no qual queria acertar Park com o vaso de plantas.

— Eu vou acertar ele! Eu vou- — Jeon que mantinha seus olhos cerrados com força acreditando que aquilo lhe daria mais forças para acertar Park, porém logo abre os olhos olhando o garoto que havia perguntado sobre a situação, ao o ver com um olhar de surpresa e grande espanto deixando o vaso cair no chão.

— Você... Você é... — Interrompido por Park que entra no quarto olhando a organização ao redor fica sem saber o que dizer logo em seguida.

— É... Até que você fez um ótimo trabalho garotinho... Porém esperava mais de você. — Sorri sarcástico, tirando sarro do mesmo.

— É... É bem... Ele é... — Olha com grande surpresa para Taehyung que continuava o encarando e então finalmente se aproxima o cumprimentando.

— Você parece um anjo... — Taehyung sorri calorosamente para o mesmo, logo estende sua mão para Jeon. — Prazer, eu me chamo Kim Taehyung!

— A... Prazer... Eu me chamo Jeon Jungkook... — Jungkook olha ainda totalmente surpreso para Taehyung apertando a mão do mesmo que não parecia se importar com a situação.

— Bom! Eu trouxe alguns salgadinhos! Espero que você goste! Aliás! Vamos cuidar desse machucado?... — Diz animado e gentilmente puxa Jeon até a cama o sentando e logo puxa um banquinho e deixa a sacola com os salgadinhos do lado de Jeon.

— Precisa de alguma coisa oh arara azul? — Park diz de braços cruzados observando os dois que já pareciam se conhecer a tempos e aquela proximidade de alguma forma o incomodava levemente.

— Preciso de uma maletinha de primeiro-socorros! Para cuidar desse ferimento dele. — Taehyung diz simples.

— Tá... Tanto faz... Só limpe esse vaso daqui depois. — Jimin apenas se retira dali, aquele clima todo estava o deixando enjoado, parecia muita purpurina para seu gosto.

— Como você se machucou assim? Poderia ter ficado cego... — Taehyung diz arrumando os cabelos encaracolados, rebeldes do maior.

— Ah bem... Eu discuti com aquele baixinho invocado... Fiz... Meio que um acordo com ele... Mas... Não saiu tão bem quanto o esperado... — Comenta, encolhendo seus ombros agarrando-se em suas calças firmemente.

— Bem... Ele não me parece má pessoa... Me ajudou... Mesmo que eu estivesse errado... Sabe... Eu gosto de observar as pessoas e minha intuição diz que ele é uma pessoa boa, porém muito magoada, ele explode e parece ser impulsivo, mas isso não significa que ele também não saiba se conter quando necessário... — Fala limpando os cacos do vaso que havia sido quebrado, no chão.

— Não consigo ver tudo isso nele não... — Diz desviando o olhar para os salgadinhos curioso.

— Bom... Talvez só não teve tempo de ver isso com atenção... Ou só não tiveram um bom momento juntos para perceber... Sabe... Ele disse que vocês são apenas conhecidos... Mas ele realmente parecia querer... Bom... De certo modo na verdade... Cuidar de você, ele que me pediu para dar esses salgadinhos para você! — Joga os restos que haviam sobrado do vaso fora e então se vira para ver Jungkook que estava já devorando os salgadinhos com uma grande animação.

— E-ei! Come com calma! Você vai acabar se engasgando! Parece que nunca comeu na vida! — Taehyung segura o pacote de salgadinhos, para evitar que Jeon os comesse tanto de uma só vez.

– Mas eu nunca comi na minha vida! — Jungkook o olha como se aquilo fosse algo óbvio.

— É... Tá... Ok... Você parece uma criança... Quantos anos você tem? Aposto que eu sou mais velho! — Diz colocando as mãos em sua própria cintura orgulhoso de si mesmo.

— Ahn... Acho que... Eu deveria ter 20 anos... Pelo menos era o que haviam me dito... — Fala pensativo sobre aquilo ser verdade ou não, pelo menos era o que acreditava.

— Aff... Não é possível! Mesmo estando no último ano do médio eu nunca consigo achar alguém mais novo que eu! Será porque eu nasci no último dia do ano?! — Fala indignado quase dando pulos de raiva.

— Ué e quantos anos você tem?... — O olha levemente curioso.

— 18... Rodei um ano então vou fazer 19 no final do ano... — Diz levemente choroso.

— Kim Taehyung... É?... — Fala inconcientemente.

(Meses atrás)

— Qual o seu relatório de hoje? — Miguel diz enquanto mexia em suas pilhas de papéis.

— Bem... Ele está passando por uma fase difícil... Sabe como é... Os humanos adolescentes se revoltam facilmente com as coisas... — Diz enquanto mexia em seus cabelos da nuca.

— Então ele está rebelde... O que ele anda fazendo? Teve algum ataque de demônios? Precisa de ajuda? — Diz calmamente enquanto lidava habilidosamente com seus papéis, Miguel tinha uma grande habilidade na ponta de seus dedos quando se tratava de manusear pilhas e pilhas de folhas e pergaminhos.

— Bem... Ele pintou o cabelo de azul... Um tom de azul mais forte que a cor dos olhos dele... Está bonito, mas... Parece que ele quer chamar a atenção... A perda dos pais... Realmente mexeu com ele... Embora ele não queira demonstrar... — Diz com um pequeno sorriso às peripécias de seu humano, no qual agia como anjo da guarda.

— Tome cuidado com as atitudes dele daqui para frente... Ele pode acabar fumando e fazendo outras coisas que podem acabar o prejudicando... - Miguel para de mexer nos papéis pensativo, logo levando o olhar a Jungkook que o olhava meio perdido, então sorri docemente se levantando de sua cadeira e indo até o menor tocando sua cabeça. — De qualquer forma você é um bom anjo da guarda, sei que fará de tudo para o proteger e o deixar no caminho certo... Bom trabalho anjinho... Estou orgulhoso de você...

(Jungkook - On)

O jeito em que Miguel me tratava... Era quase como um irmão mais velho, ele não se importava com formalidades e nem colocava uma distância entre nós, eu sentia que com ele eu poderia me expressar do jeito que eu quisesse, sentia que ele não me julgaria independente do que eu falasse, ele era incrível, seu rosto era harmônico, talvez por ele ser um dos arcanjos mais próximos de Deus?... Eu não sabia dizer ao certo, mas ele me passava calma, cuidava de mim como um filho, porém eu sabia que ele guardava muita coisa para si que não poderia falar para mim, talvez a sua relação com Samael o deixasse triste, até porque eram irmãos diante de todas as circunstâncias...

— Lembro de que desde a primeira vez que eu cheguei no reino dos céus, foi ele o primeiro arcanjo que vi, ele me olhou nos olhos e me acolheu com suas asas, disse que estava tudo bem e que eu não precisava mais me preocupar com mais nada e que eu não sentiria mais nada... E de fato, eu não senti mais nada, nenhum sentimento que poderia ser considerado negativo, eu estava em paz... Mas... memórias de meu passado haviam se esvaziado de minha mente, espaireceiram por aquele extenso céu infinito, pintado feito um quadro em uma tela de um museu, assim me tornei um anjo da guarda...

— A verdade é que é raro um humano se tornar um anjo após a morte, o que torna tudo ainda mais especial, o tempo nos céus é diferente, não sei quantos anos se passaram desde que me tornei um anjo já que minha aparência nunca mudou desde que morri... Podem ter se passado décadas, séculos ou até milênios e eu nunca vou saber quais foram as minhas origens... Mas de qualquer forma...

— Do que importa tudo agora se tudo está um caos? Miguel a essas alturas pode estar morto e eu estou aqui apenas perdido em pensamentos, meu humano está cuidando de mim enquanto eu deveria cuidar dele, não acredito que eu seja tão inútil ao ponto de não conseguir resolver nada dessa forma, por que eu me tornei um anjo afinal se não consigo zelar por ninguém? Por que um humano se tornaria um anjo? O que eu fiz em vida para merecer tal benção?... No fim nada importa no momento...

(Jungkook - Off)

— Qual... É o sentimento humano mais forte?... — O jovem anjo pergunta delicadamente sobre o assunto.

— Nossa, porque de repente sinto-me respondendo uma questão filosófica? Sentimentos são tão complicados de entender e complexos de explicar... Como eu poderia falar de uma forma que você entendesse o meu ponto de vista... — Taehyung fala pensativo o deixando voltar a comer enquanto o olhava com grande atenção como se estivesse ouvindo a uma explicação super importante para a vida.

Naquele momento Jimin havia encostado as costas de sua mão na porta para bater antes de entrar, porém acaba ouvindo a pergunta de Jeon e então fica apenas ouvindo encostado na porta.

— Bom, os seres humanos podem fazer muitas coisas pela raiva e pelo ódio... Então talvez... Em questão de força esse seja o sentimento mais forte humano... — Diz pensativo, logo cruzando os braços e concordando com a cabeça orgulhoso do que havia falado.

— O que leva alguém sentir raiva de alguém?... — Jungkook fala com um leve receio ao lembrar da situação entre Samael e Miguel.

— Por que está me perguntando isso? Não me diga que nunca sentiu raiva de alguém antes?! — Fala surpreso o olhando curioso, vendo Jeon apenas negar com a cabeça igual uma criança.

— Impossível... Bom... Tem vários motivos que pode fazer alguém sentir raiva de alguém, as vezes até por coisas bobas que você faça, como por exemplo mexer em algo que a pessoa não quer que você mexa ou ficar enchendo uma pessoa de perguntas... Tecnicamente alguém fica com raiva quando não gosta de algo que outra pessoa fez... Mas também pode ser por outros motivos... É meio complexo explicar... Mas raiva não significa ódio... Ódio já é algo bem além da raiva... E mais difícil de lidar também... — Taehyung tenta se expressar como um poeta, porém acaba tornando o assunto mais sério que o necessário.

— Oh entendo... Eu achava que o sentimento mais forte humano era o amor... As pessoas falam tanto disso... — Fala com um certo desânimo por não ter ouvido o que esperava.

— Ah o amor... É com certeza o sentimento humano mais poderoso... Consegue ser mágico e trágico ao mesmo tempo... OH! RIMOU! Talvez eu devesse compor uma música com isso?! — Diz se levantando da cadeira em frente à cama animado com a ideia, apenas vendo Jungkook rir.

— Vocês são idiotas mesmo hein?... — Jimin entra no quarto fechando a porta e então deixando a caixinha de primeiro-socorros em uma mesa de centro que havia no quarto, logo andando até Jungkook e entregando a bolsinha de moedas que havia ficado espalhada pelo chão.

— Não achei tudo, mas peguei o que eu pude e gastei algumas pra comprar aquilo ali. — O moreno fala suavemente evitando contato visual com o mais novo que o olhava encantado pelo gesto gentil do mesmo.

— O-obrigado... — Jungkook ia segurar a bolsinha quando Jimin apenas a larga no chão, a deixando cair na frente de seus pés, logo fazendo o anjinho mudar seu olhar para um desgosto pela atitude repentina do mesmo.

— Não fique achando que eu vou te dar as coisas em mãos, você é meu serviçal, apenas isso, não se iluda com mais nada! — Jimin se senta em uma poltrona que havia ali e fica o observando fixamente.

— Você não estava de roupão não? A propósito você é bem tarado não é? Eu deveria te denunciar por isso — Taehyung fala brincando, sem perceber o quão sério Park o olhava.

— Eu peguei de uma loja que ficava do lado do mercadinho onde você roubou esses salgadinhos... Em falar nisso, as câmeras do local certamente flagaram seu rosto, acho que você ficaria bem encrencado se essas imagens fossem parar na polícia... Esse bairro não é muito grande então certamente te achariam rapidinho... O que acha? Quer pagar pra ver quem vai se encrencar primeiro? Arara azul... — Após terminar de falar Park o olha com um olhar mortal, como se o desafiasse a fazer o que havia dito.

— E-eu só estava brincando... — Ri nervoso.

— Você anda roubando? — Jungkook o olha sério com um olhar de decepção ao mesmo.

— Não é como se alguém nunca tivesse feito isso na vida... Além do mais eu estava morrendo de fome, as pessoas não costumam ser generosas umas com as outras por aqui tá bom? Já faz uns meses por aí que esse lugar tá uma verdadeira bagunça! Acho que Deus se esqueceu que também somos seres humanos... — Taehyung diz enquanto cuidava do ferimento de Jungkook, com um certo incômodo pelo olhar que o mesmo havia o lançado.

— Você não deveria roubar! Essa não poderia ser a única maneira de sair do seu problema! — Ainda continua o olhando da mesma forma.

— Olha aqui Jeon... Meus pais morreram não faz nem um ano direito, eu tenho que me virar sozinho desde então, eu não trabalho e ainda tenho que estudar, pois rodei de ano, foi um ano muito complicado, eu tenho tentado fazer o certo o máximo possível, mas as pessoas cansam, eu não tenho ninguém nessa cidade para chamar de amigo, então não fique me julgando sem me conhecer! Eu sei que é errado e me arrependo por isso, mas também entenda que eu estou perdido! Nem sempre vou fazer a coisa certa! Você ao menos sabe do que eu estou falando? Então cala a boca se não tem do que reclamar! E se entende isso então não me cobre para ser um bom garoto, você não me conhece! — Taehyung termina de cuidar do machucado do mesmo e então se levanta e sai dali fazendo uma reverência para Jimin que apenas o olha de soslaio e o deixa ir embora, admirando o jeito arrasado em que Jeon havia se encontrado pelas palavras do garoto.

— Haha... — Jimin se levanta rindo e então vai até a frente do anjinho que olhava para o chão, onde sua bolsinha de moedas ainda permanecia imóvel.

— Você realmente não sabe como esse lugar funciona não é? As pessoas são assim, você não tem como mudar isso... Esse mundo está imundo e não tem o que fazer... Mas agora cá entre nós... Você não é humano não é?... Você é ingênuo demais para um humano normal... — Park se abaixa na frente do anjinho o olhando como se pudesse o decifrar por inteiro, parecia como um predador sedento prestes a atacar sua presa.

— V-Você... Você é um demônio... — Jungkook o olha assustado jogando a sacola dos salgadinhos no chão e então recua ainda mais para a cima da cama receoso do que aquele demônio que o olhava como se fosse o devorar poderia fazer, até porque naquele momento se encontrava indefeso, já que estava sem suas habilidades angelicais.

— Você realmente é um anjinho bem ingênuo... Eu estava suspeitando desde que te encontrei, mas não iria tirar conclusões precipitadas, poderia apenas ser um humano idiota qualquer... Mas... Suas moedas de ouro puro... Sua adaga com o símbolo da patente dos anjos da guarda... Era bastante coincidência, até demais... — Fala enquanto gesticulava.

— O que você vai fazer?... Vai me corromper? Me levar pro inferno?... Me torturar? — Fala como se em um confronto.

— É... Seria interessante o corromper e o transformar em um anjo caído... Eu ganharia bastante pontos com isso... Mas acontece que eu matei um humano... Então não sou mais um demônio inferior... Sou um demônio superior agora... Não tenho interesse por disputas ridículos de poder ou de título... Não planejo me tornar um diabo... Então acho que apenas brincar com você vai ser interessante... Vejamos... Aquele humano de cabelos azuis... Você o conhece não é? Tem uma ligação espiritual com ele não?... — Jimin ri em deboche, tirando sarro da situação. — Isso vai ser interessante... Anjinho da guarda... O que acontece se um demônio matar o humano que um anjo da guarda o protege?...

— Você não faria isso... Você não vai ousar fazer isso! — Jungkook segura os lençóis da cama com força temendo a aquele demônio diante de seus olhos, que em um piscar desaparece e se encontra em cima de si o prendendo contra o colchão, logo susurrando em seu ouvindo.

Ah eu ouso sim anjinho... Se não eu não seria chamado de demônio... — Ri — Não se preocupe... Eu vou te fazer sofrer até que deseje se livrar desse corpo carnal imundo que não lhe pertence...

Jungkook o olha de soslaio assustado, percebendo o encontro de olhar com o demônio que estava sobre si, sem conseguir se conter acaba lacrimejando e uma lágrima escorre de seus olhos de puro pavor, sem nem perceber a surpresa do demônio aquela sua reação, por ter desviado o olhar.

(Jimin- On)

Ele desistiu?... Por que ele não está tentando me atacar dessa vez? Um desviar de olhar é tudo o que ele tem a me oferecer?! Ele realmente não vai reagir? Qual o problema desse anjo?... Ou melhor... Qual o problema comigo?... Por que eu só não o corrompo de uma vez?... Me alimentar do desespero e da dor dele me parece cansativo que ele não terá expressões e nem demonstrará algo tão prazeroso por ser um anjo... Por que estou tão receoso quanto à isso?... Por que eu não...

"— Ele é o demônio Min Yoongi, ele se apaixonou por um anjo e então não o corrompeu... Então com isso sua traição foi descoberta e está assim... Idiota... Idiota... Idiota por amor. Eu não disse?! O amor faz a gente cometer loucuras! Ele teve contato com um anjo e mesmo assim preferiu o deixar puro do que o corromper trazendo-o para o nosso lado! Tudo isso por amor! Que idiota... idiota..."

Isso é... Essas palavras...

(Jimin - Off)

Jimin sai de cima do anjo assustado, tropeçando nas coisas atrás de si caindo sentado no chão, com a respiração acelerada e então olha ao redor meio perdido, passando as mãos pelos próprios cabelos procurando se recompor.

— M-merda... — Jimin suspira sentado no chão com a cabeça baixa, segurando seu próprio pulso.

Jungkook sem entender o que havia acontecido se levanta e o olha para Park e então suspira indo até o mesmo e toca sutilmente a cabeça do demônio que se assusta de leve surpreso pelo toque gentil do anjo.

— Você... Você está bem?... — Jungkook olha preocupado pela reação do demônio vendo o mesmo completamente surpreso pela sua atitude.

— Por quê? Por que você está me tratando assim depois do que eu fiz com você?... Mesmo um anjo qualquer teria aversão a mim e tentaria me matar, mas você... Por que você não resistiu?... Por que você é diferente?... De todos esses anos... Nunca vi um anjo piedoso com um demônio antes... — Jimin desvia o olhar se remoendo de raiva por aquele anjo ser único e isso chamar a sua atenção.

— Até mesmo os demônios merecem piedade... Não consigo acreditar que vocês sejam totalmente maus... E bem... Um amigo meu... Acreditava que demônios e anjos um dia poderiam se dar bem... Que... Os demônios só precisavam ser "amados"... — Fala enquanto acariciava os cabelos do moreno, que da um tapa em sua mão se levantando do chão.

— Demônios não precisam ser amados e muito menos da piedade de vocês anjos! — Diz o olhando seriamente colocando as mãos na cintura.

— ... Eu acho que... Meu amigo amava um demônio... Eu não sei como isso funciona, mas... No fundo ele parecia feliz com isso... Mas tinha medo... E no fim seu medo se tornou em realidade... E seu fim foi ainda pior por isso... — Suspira.

— Hã... Os anjos são piores que demônios mesmo... — Diz se afastando do mesmo e se sentando na cama com a cabeça baixa, enquanto ainda mexia e bagunçava seus próprios cabelos negros como a escuridão da noite.

— Você era um humano?... Ou sempre foi um demônio?... — Indaga curioso.

— Vai dormir vai! Não quero falar com você! — Fala jogando um travesseiro no mesmo.

— Mas... Tá... Você vai começar a me ajudar a partir de amanhã? — Diz se sentando na poltrona e colocando o travesseiro em suas costas.

— Por que você 'tá aqui afinal? — Fala enquanto se ajeitava na cama para dormir.

— Eu não posso contar... Mas meu superior me deu essa missão... Eu preciso achar o sentimento humano mais forte! — O anjo fala com determinação, igual ao de uma criança.

— Aquele humano não mentiu... A raiva e o ódio humano são realmente fortes... Mas creio que um anjo como você não esteja procurando sentimentos negativos certo? — Apoia a cabeça em sua mão, deitado na cama, enquanto olhava o anjo.

— É... Com certeza não... O que poderia ser tão forte quanto a raiva?... O amor?... Mas... Como eu consigo isso?... Ele é tão complexo e confuso... — Diz inconcientemente, como se estivesse falando sozinho.

— Eu não sei... Também queria saber... — Diz se ajeitando para dormir, olhando para o nada pensativo.

— De qualquer forma... Durma bem! Boa noite! — Diz docemente, se encolhendo na poltrona para dormir.

Embora que fosse algo bobo, o "boa noite" do anjo, havia tirado um pequeno sorriso do rosto do demônio.

(Antes de voltar para o quarto da boate)

— O que você irá fazer Park? Você já deve ter percebido que não está lidando com um ser humano normal... Ele é um escolhido "Dele", o que pretende fazer?... — A voz das sombras de um beco em frente a boate sussurra aos ouvidos de Jimin.

— Então ele realmente é um ser angelical... Que interessante... O que alguém como ele faz aqui sem poderes em um corpo humano? — Indaga pela forma fácil que acabou machucando o rosto do anjo.

— Ouvi dizer que os céus estão em guerra... Um arcanjo se rebelou contra seus irmãos... Talvez ele esteja procurando algo na Terra para acabar com o conflito dos arcanjos... Fique de olho nele, ele pode ser muito útil para nós... — Diz com um riso debochado.

— Eu vou o ajudar... Serei amigo dele até o último minuto... E quando ele achar que está tudo certo pra ele, puxarei o tapete e o verei cair em desespero... Quero ver aquele rosto lindinho e fofo se contorcer em dor... — Fala com um sorriso maléfico no rosto.

— Ara Ara... O que esperar de um demônio superior... — A sombra ri.

— Superior? — Pergunta confuso.

— Após você ter matado aquele vendedor humano você se tornou um demônio superior... Parabéns pelo seu mérito... Se você corromper aquele anjo escolhido... Talvez vire um diabo igual a mim... — Ri sarcástico.

— Eu não irei fazer isso... Não quero ser igual a você... — Olha a sombra que cria uma forma demoníaca com olhos vermelhos.

— Só espero que você saiba o que está fazendo Park... Se ao menos não quer se tornar igual à mim... Não acabe se destruindo igual o demônio Min... Até mesmo um demônio pode acabar caindo na armadilha do amor... — Fala em um tom sério.

— Não me compare aquele inferior! Não sou imprudente! — Diz com raiva ao ver o demônio rindo.

— Vai ser tão divertido e saboroso te devorar... Você é tão orgulhoso que quando o que você procura passar na frente dos seus olhos, vai lhe escapulir por entre seus pequenos dedos... Ainda mais que o mundo estará em plena escuridão, é até capaz de algum demônio devorar o seu anjinho primeiro. HAHAHAHA — Continua rindo até que desapareça.

— Maldito diabo... Eu... Não vou me apaixonar por um anjo... Muito menos... Perder pra algum demônio qualquer! Disso eu tenho certeza! — Fala com destreza.

(De madrugada)

Jimin acaba acordando com o bater de dentes do anjo que estava encolhido igual uma criança na poltrona.

— Que garoto irritante... — Jimin pega o cobertor da cama e coloca sobre o mesmo o vendo parar de tremer aos poucos, realmente parecia uma criança ainda que não fosse.

— Como pode ser tão inocente e ingênuo?... Não... Talvez eu... Apenas o esteja subestimando... Mas mesmo assim... Me faz querer protege-lo... — Jimin acaricia o rosto do anjo arrumando os cabelos encaracolados do mesmo e então logo se cai na real do que estava fazendo e volta a se deitar, agora apenas com um fino lençol, logo adormecendo.

(No Reino dos anjos)

Os céus estavam em tons de cinza, haviam perdido sua cor aurora, os anjos haviam se divido entre os que concordavam com Samael e os que discordavam com suas ideias, Samael era o arcanjo responsável por treinar os anjos para lutar diretamente contra demônios em grandes guerras, o que fazia as outras patentes estarem em grande desvantagem embora seu número fosse maior, com ajuda de alguns outros arcanjos Samael continuava aquela guerra.

Em meio à bombardeios e raios de luz de magia, um anjo vai até a base de Miguel.

Com licença... Eu poderia falar com o senhor?... Arcanjo Miguel... — O garoto de cabelos rosa, cor de uma flor de cerejeira entra no estabelecimento de Miguel sutilmente, não querendo o incomodar em seu descanso.

— Kim Seokjin da patente do ciclo da vida certo?... O que o trás aqui? Deveria estar com a sua patente... — Diz meio desnorteado com tudo que estava acontecendo.

— Eu estava observando como andava a vida na terra... E bem me parece que o anjo que você enviou para terra está com problemas... A propósito... Por que os serafins e os querubins não estão se envolvendo nisso?... — Fala receoso apertando seu pulso fechado, firmemente contra seu peito, mostrando uma grande insegurança com o que estava acontecendo ao seu redor.

— A guerra foi criada pelos anjos da patente dos anjos da guarda e pela patente dos anjos guerreiros, nós somos os principais responsáveis por isso, então uma vez que iniciamos isso, terminaremos isso, eles não podem se envolver em um conflito entre as patentes... Ao menos que isso se vire contra os superiores... Para eles isso é só uma briga de crianças... Se as outras patentes resolvem se envolver para ajudar é escolha delas, eles não podem fazer nada... — Suspira olhando para o estado deplorável de suas próprias asas.

— Metatron estava lá, ele viu o que aconteceu, ele é o anjo mais poderoso de todos! Ele é um serafin! Você é discípulo dele! Por que ele não faz nada?! Eu... Eu não entendo... É injusto... — Segura o próprio braço tremendo enquanto olhava para o chão quase começando a chorar.

Miguel o olha com um pequeno sorriso caloroso e então se levanta e anda até o menor tocando seus ombros o passando segurança.

— Ei anjinho... Tá tudo bem... Os serafins estarão cuidando da nossa bagunça na terra antes que os demônios acabem fazendo festa... Nós lidaremos da melhor maneira possível aqui em cima, não se preocupe, no fim das histórias as coisas sempre acabam bem não é mesmo? Mesmo que alguns sacrifícios sejam feitos... Nós vamos conseguir sobreviver a isso... Só precisa ter fé! — Miguel sorri docemente encontrando com o olhar impressionado do anjo que o encarava admirado.

— Sim! Vou me esforçar para dar meu melhor! — Diz firme, logo o olhando levemente preocupado. — Mas... enquanto a Jungkook?... Sinto coisas ruins em sua volta...

— Demônios estão o cercando pelo cheiro doce de sua áurea... Mas tem algo surpreendente nisso... Mais exatamente e específico um demônio... Ele me parece ser diferente dos outros... — Fala segurando o próprio queixo pensativo.

— Não deveríamos confiar em demônios certo?... — O olha com incerteza.

— Bom... Afinal pelo o que estamos lutando? — Sorri gentil.

— Desculpe... O deixarei descansar... — Diz virando de costas para se retirar, porém é interrompido por Miguel.

— Como "ele" está? — Pergunta preocupado.

— É meio difícil de dizer... Estamos dando nosso melhor... Todos nós! — Diz em um breve suspiro.

— Está certo... Descanse! Os guerreiros estão acostumados a uma rápida recuperação! Não podemos cessar! — Fala com um tom caloroso de motivação, embora que seu físico se mostrasse acabado.

— Vamos conseguir! Tenho certeza! — Seokjin se retira dali voltando a sua patente.

(No Reino dos demônios)

Enquanto no Reino dos anjos ocorria uma guerra, os demônios estavam planejando invadir a Terra e como sempre, tomar ela para si, expandindo ainda mais de seu reino [...]

— Ara... Ara... Olha que patético... Olha só como você está... Como está se sentindo agora?... Está sofrendo o suficiente?... Para mim você deveria estar gritando, chorando, xingando, até que sua garganta estourasse... Mas por que não consigo ouvir nada?... Acha que está aqui para descansar? — O inccubus tira sarro do demônio inferior que estava amarrado a correntes do desespero com espinhos longos e afiados que injetavam enxofre em suas veias.

— Por que... Não some... Daqui?... — Diz fraco pela situação em que se encontrava.

— Min... Min... Acha mesmo que eu vou perder a chance de ver a sua cara de fracasso enquanto se encontra agonizando de dor? Que tipo de demônio acha que eu sou? Ver a dor no rosto de outras pessoas me enche de prazer... Prazer é tudo o que importa, é o que nos mantém vivos! — Diz debochando e logo se abaixando na frente do demônio inferior segurando seu queixo para que olhasse para o si.

— Você tem... Um rostinho muito bonito pra uma puta arrombada... — Min fala enquanto olhava fixo nos olhos do inccubus que possuía longos cabelos lisos em uma tonalidade de lilás, o rosto do mesmo aparentava ser de uma pessoa ingênua naturalmente, mas sua áurea quando se mostrava como um demônio era realmente assustadora, seu cheiro emanava a pura luxúria o que enojava ao Min.

— Poxa... Deveria ter mais respeito à um superior seu sabia? Talvez eu deve-se o punir por isso não? — O inccubus ri.

— Francamente Malleus... Pare de importunar os inferiores... Eles não valem apena o seu desperdício de atenção... — Uma succubus de repente aparece das sombras com uma cara nada agradável olhando de braços cruzados sobre o peito, o inccubus que zombava do demônio inferior.

— L-Lillith? Mas... Achei que você estivesse no mundo humano... — Malleus o olha estremecendo por inteiro por medo.

— Sim... Mas eu voltei... E vejo que você está fazendo um péssimo trabalho em me substituir... Talvez eu deve-se o punir mais tarde não?... — A mesma o olha com desprezo e ódio.

— M-mas L-Lillith! Eu tenho sido um bom cachorrinho pra você esse tempo todo... Você não faria isso comigo não?... — O mesmo se ajoelha na frente da mesma implorando por perdão, logo paralisando ao ouvir o demônio inferior rir.

— O que você está rindo?! — O mesmo se levanta rapidamente o olhando com raiva.

— Vocês dois... São realmente... Farinha... Do mesmo saco... — Min continua a rir, logo ficando sério e levanta com um certo esforço seu olhar aos mesmos. — Patético.

— Você... Como ousa me comparar a um animal... Seu... Inseto insignificante... — A áurea no local se torna mais pesada, tão pesado que até era difícil de respirar aos mais inferiores, o ar em seus pulmões havia sido comprimido e em um piscar de olhos Lillith corre para o atacar e acabar de uma vez com a situação miserável que o demônio inferior se encontrava, porém é impedida por um diabo que arranca seu braço fora.

— Ara... Ara... Parece que alguém aqui está se empolgando um pouco... Não lembro de ninguém ter dito que esse demônio poderia ser executado... Que coisa... Onde será que você deve ter tirado a ideia de que podia matar esse inferior Lillith?... — O diabo olha a mesma com um certo desgosto, embora que disfarçadamente por sua cara de puro sarcasmo.

— D-Debauch... E-eu não... Ele é seu subordinado?... Eu não... — Lillith desaba na frente do mesmo sem saber o que dizer, apenas tentando se recompor falhamente.

— Ué... Por que ouço seus dentes baterem?... Isso é irritante... Talvez eu deve-se arrancá-los um por um e depois quebrar sua mandíbula para isso nunca mais se repetir? Mas até mesmo suas entranhas estão tremendo... Será que devo te destripar e comer seus órgãos no jantar?... Que engraçado... Por que será que sua pose de uma puta foda sumiu de repente e está agora igual um cachorrinho se tremendo de medo?... Ah... Não era a isso que não queria que lhe comparassem? Putz desculpa... O que você vai fazer agora que eu te comparei a um insignificante e nojento animal? Vai me punir? Vai tentar cortar meu pescoço? Me matar?... — O diabo indaga enquanto insinuava com gestos o que a mesma faria com ele por a ter comparado com um animal.

— E-eu nunca faria nada que pudesse o machucar Debauch... Você sabe disso... — Lillith responde nervosamente, logo sendo interpelada pelo mesmo novamente.

— Oh... Então você está insinuando que se pudesse me machucar você o faria? Acha mesmo que conseguiria me machucar mesmo que pudesse? — Fala distorcendo as palavras de Lillith que de repente aparenta estar mais nervosa ainda, porém antes que a mesma consiga se explicar Debauch apenas da um tapa em seu rosto arrancando sua cabeça.

— Pegue ela e seus restos e suma daqui. — Diz seriamente a Malleus que apenas concorda e pega rapidamente Lillith e some dali.

— Não... Espera que eu o agradeça... Não é?... — Min fala olhando o diabo sem nenhum temor.

— Ah? Agradecer? Pelo o quê? Eu fiz algo pelo qual você devesse me agradecer? — Fala voltando ao seu puro deboche, de repente a áurea seria e temerosa do mesmo se vai embora.

— A... Francamente você é um belo idiota... — Min fala o olhando com decepção.

— Como ousa tratar um superior assim?! Perdeu a noção do perigo garoto?! — O mesmo fala indignado pela atitude do Min.

— Por que afinal você está aqui?...

— Acho meio sem graça você morrer dessa forma deprimente, apenas. — O mesmo fala o olhando com tédio, ouvindo um riso debochado de Min.

— Quer que eu morra como vossa majestade do deboche? — O olha com repúdio.

— Hum... Quero que você morra tentando tirar seu querido anjinho do Reino dos anjos, quem sabe se você conseguir não pode acabar se escondendo na Terra e ter uma vida normal com "ele"? O que me diz uh? — Diz com um sorriso e um olhar maléfico.

— Por que diabos eu faria isso?... Ele já deve estar morto a essas alturas... O reino dos anjos não estava em guerra?... — Fala olhando para o chão desanimado.

— Bom... Essa seria a chance perfeita para invadir o reino dos céus e buscar o que você tanto procura, se ele está vivo ou morto que diferença faz para você agora mesmo? — O diabo diz soltando Min das correntes que quase cai no chão, porém é pego por Debauch que o coloca sentado no chão.

— Morrer... Atrás daquilo que desejo... — Os olhos de Min lacrimejam por um instante.

— Vai ter uma bela morte... Uma morte por amor... Não é lindo?... Ainda mais tomado pela incerteza que ele pode estar vivo ou não! É perfeito! Lindo! Em meio a uma guerra ainda! — Diz exaltando a sua imaginação.

— Eu irei... Eu não tenho mais nada a perder... — Diz tentando se colocar em seus próprios pés que estavam jogados pelo chão juntamente com seu corpo que parecia uma casca de nozes vazia.

— Me dê um bom show... E de preferência... Morra lá tá bom? Seria um saco se todo esse show tivesse um final feliz... — O diabo diz com um certo receio, porém logo se anima ao ver Min de volta à seus pés mesmo que não tivesse quase que forças para se manter firme.

Com isso um portal é aberto em meio ao nada naquele calabouço coberto por magma e enxofre.

— Dê um olá a Samael por mim! Hahahaha... — O diabo ri enquanto vê Min correr em direção ao portal que estava ligado ao Reino dos anjos.

Em menos de minutos Min se encontrava no Reino dos anjos e então se esconde atrás de uma pedra analisando a situação, aquela áurea de guerra e destruição aumentava seu desejo por sangue, o fazendo se sentir mais vivo.

— Merda... O reino dos céus é divido por patentes... Qual era a patente dele mesmo?... A patente dele com certeza deve fazer parte dessa guerra... Afinal... Pelo o que eles estão lutando mesmo?... Isso aqui tá um caos... — Min fala observando o local onde os anjos haviam montado seu campo de batalha, logo andando abaixado por ali e conseguir um pano branco rasgado de um anjo que estava caído no chão, provavelmente morto, logo se cobrindo com o mesmo, escondendo suas roupas pretas e seguindo a procura de seu amado.

Um alarme é soado pela cidade e então os anjos ficam em alerta, certamente seu território havia sido invadido por demônios e uma grande e forte luz se apresenta no alto daquele reino, um querubin.

Merda... Eu preciso me apressar... Isso com certeza não é nada bom... Nunca vi um anjo com aquele porte... Certamente é de um alto escalão... Preciso conter mais que nunca minha sede por sangue... — Min sai andando normalmente como um cidadão qualquer enquanto passava por alguns anjos inferiores que corriam e voavam para seus postos.

Um anjo que andava junto com os outros para atender ao chamado da sirene acaba se esbarrando contra Min.

— Ah, desculpe, eu não o vi... — O anjo o olha, observando seus mínimos detalhes escondidos por aquele pano branco. — Para onde está indo? O chamado veio para irmos para aquele lado.

— Eu não sirvo a essa patente... Não me responsabilizo por isso... — Diz virando o rosto para ir embora, porém o anjo o intervém segurando o pano e sem querer o tirando de sobre o mesmo.

— U-um... UM DEMON-

Em um rápido agir, Yoongi pega o tapando sua boca e entrando em uma moradia humana ali mesmo o colocando contra a parede, assustando o morador dali.

— Sabe o que eu sinto?... Um grande cheiro de medo e raiva vindo de você... Um desejo incontrolável por guerra... — Yoongi com a mão livre a leva até o brasão do anjo guerreiro e então Yoongi ao ver o brasão encara o anjo com um sorriso de canto o arrancando, fazendo a capa que estava sobre os ombros do anjo cair pelo chão.

O anjo tenta erguer sua espada porém Yoongi a pega em um movimento rápido de braço e a crava contra o peito do anjo.

— A sua ambição acabou se tornando sua destruição... Anjinho... — Yoongi o larga deixando o mesmo preso pela espada na parede e então olha o humano, sentindo sua boca salivar pelo desejo de o devorar, porém apenas pega a capa do anjo que havia caído sobre a posa do próprio sangue e então a veste e coloca o capuz da mesma e sai dali correndo.

DEMÔNIOS, DEMÔNIOS, DEMÔNIOS INVADIRAM O REINO! DEMÔNIOS, DEMÔNIOS ABRIRAM O PORTAL PARA NOSSO REINO!

Era o que gritavam todos em desespero, porém a confusão dificultou para que o querubin que rondava o local, achar o demônio que havia invadido o reino.

Humanos! Por favor fiquem calmos! Fiquem em suas moradas! Estarão seguros nelas! Peguem seus crucifixos e se possível banhem as entradas com água benta! — Seokjin tentava colocar ordem na situação, os humanos estavam assustados, o reino dos céus nunca havia ficado em tanto caos e temor quanto nessa era.

Yoongi o vê e então deduz que poderia ter informações sobre seu querido anjo e então o pega sem que ninguém veja e o arrasta para um canto, o segurando pelo seu pescoço.

Eu preciso de informações e você tem as informações que eu preciso... Então escute com muita atenção e me responda... Se não eu morrerei aqui e agora e te levarei junto... — Yoongi olha o anjo com um olhar violeta vivo que brilhava de raiva e remorso por não ter conseguido proteger seu amado.

— Eu procuro um anjo, não sei a patente dele, porém ele é ruivo, cabelos alaranjados como o pôr do sol, com olhos flamejantes como o fogo de uma fênix, 17 anos aparentemente, provavelmente foi punido por se apaixonar por um demônio, onde ele está? — Yoongi puxa o anjo, logo batendo levemente as costas do mesmo contra a parede para que desembuchasse logo e começasse a falar.

— E-eu não sei... — Fala com uma certa dificuldade, fechando os olhos fortemente sentindo que apanharia por sua resposta.

— Bom, vou clarear sua memória... Ele se chama Jung Hoseok... Agora sabe de quem eu estou falando? — Yoongi faz com que os olhos do anjo se encontrassem com os seus. — Já vi que sabe de quem eu estou falando... Anda, onde... Ele está? Não vou perguntar novamente...

Seokjin sente o ar abandonar seus pulmões e então dá fracos tapas na mão do demônio para aliviar a maneira na qual apertava seu pescoço, logo sentindo o mesmo o largar e assim sentindo seu corpo desabar no chão em meio a tosses secas.

Nem pense em fugir se não eu te mato... — Após falar isso o anjo tenta o socar, porém Yoongi segura seu pulso e então logo o anjo aproveita a distração pra esfaquear a perna do demônio que dá um rangido de dor logo segurando a mão do anjo e faz o mesmo soltar a faca e coloca o braço do mesmo contra a parede o encarando ainda mais de perto.

— Chega de brincadeirinhas... Fala logo! — Yoongi fala em um tom mais sério, parecendo ainda mais ansioso.

— ELE ESTÁ MORTO! — As palavras o anjo sobrecaem como um eco em ressonância aos ouvidos do demônio que o larga aos poucos desacreditado.

—Ele morreu... Ele foi morto...-

— Como ele morreu? — Yoongi interrompe Seokjin que o olha surpreso pelo fervor em seus olhos que havia sumido.

— Samael o executou... O puniu... Por amar você! — As palavras do anjo sobrecaem novamente como pedras sobre os ombros do demônio que cai desestruturado em frente ao mesmo.

— Samael é? — Diz se lembrando do pedido do Diabo ao ter pedido para lhe dizer um "Olá".

— Anjo... Tenho um pedido à lhe fazer... Pelo Hoseok... Se vocês eram amigos ou ele era importante para você... Então por favor me mate... Me mate por ter o causado tanto sofrimento... Não poderei viver minha vida sabendo que eu fui a causa de sua morte... Então por favor... Me puna por isso... Me trancafiando ao sofrimento eterno... Com essa faca... Me exile para o lugar mais fundo do quente inferno... Por favor anjo... Me realize esse último desejo... Sei que não estou em condições de lhe pedir nada... Mas eu imploro... Acabe com essa minha vida miserável de uma vez por todas... — Yoongi oferece a faca com suas duas mãos à Seokjin que paralisa com a atitude do demônio, não acreditará que tal atitude pudesse vir de um demônio como aquele ou de qualquer outro, talvez, Jung tivesse um motivo para realmente o amar.

— Eu... Eu não posso fazer isso... O Hoseok... Não gostaria que eu matasse o seu amado... Não importa o quando ele sofreu por ter te amado... Ele escolheu lhe amar, escolheu arriscar sua vida e sua dignidade para o amar e se ele realmente o amou teve seus motivos... Não devo julgá-lo... Como poderia? Estamos lutando para defender a ideia de que demônios e anjos podem se dar bem, como eu poderia ir contra a está ideologia? Isso é inaceitável... Sinto muito... Mas eu não posso o matar... — Seokjin pega a faca e a joga o mais distante possível de si e se afasta de Yoongi sutilmente, com suas mãos em frente ao seu peito, levemente inseguro com sua atitude.

— Eu não tenho mais motivos para viver... Por que eu viveria? Para me alimentar do sofrimento e da desgraça alheia como qualquer outro demônio?! Isso é ridículo! Eu- — É interrompido.

— Ei! Anjos nunca morrem! — Um brilho no olhar do demônio se faz presente de repente.

— Quer dizer... Que ele não está morto?... — Indaga esperançoso.

— Não foi isso que eu quis dizer... Eu quis dizer que os anjos vivem renascendo uma vez que morrem... E como eu sei disso? Bom, eu sou da patente dos anjos do ciclo da vida! Então certamente o Hoseok resnacerá novamente! Talvez não com a mesma aparência, mas... Sua essência sempre será a mesma! Vocês ainda podem se encontrarem e serem felizes! — Diz transcendendo alegria.

— Para com isso... Tá muito gay... Sério, namoral, dava até pra imaginar flores rosas emanando de você... — Quebra-clima.

— Namoral! Eu aqui tentando te dar uma esperança de vida e você me lança uma dessas?! Assim também fica difícil te ajudar hein?! — Fala completamente indignado.

— E eu pedi esperança?!

A briguinha dos dois é interrompida por anjos que acabaram por reconhecer a presença do demônio e corriam em direção ao mesmo para o matar.

Isso é ruim... POR FAVOR PAREM! NÃO O MATEM! — Seokjin se mete em frente ao demônio com os braços estendidos para o proteger dos outros anjos.

Em vão a atitude do anjinho da patente dos anjos do ciclo da vida, o querubin que procurava pelo demônio invasor voa pelas costas de Seokjin, pegando o demônio e ficando por cima do mesmo que estava caído no chão, apontando a arma para o mesmo.

Finalizarei seu sofrimento ó demônio... Seus olhos expressão a mais pura tristeza de um coração partido e abandonado... Diga-me... Como deseja a sua morte?... Rápida e indolor... Ou demorava e dolorosa por todos os seus pecados cometidos?... — O querubin, tinha uma forma feminina, muito formosa e com uma beleza exuberante, seus cabelos loiros amarrados em um coque trançado com suas pontas soltas formando uma franja a deixava ainda mais bela, sua áurea angelical era de pura gentileza, certamente era o anjo mais gentil de todo o reino, por no fundo de seus olhos, com uma cor verde feito de esperança, parecia transmitir um grande rancor e desgosto por demônios.

— Por favor não o mate! Ele não me fez nada! — Seokjin diz um tanto nervoso.

— Só por ele não ter lhe feito nada, acha que ele não merece a morte? Ele matou um anjo guerreiro, acha que isso é e será digno de perdão? Ah sim, isso deve ser muito conveniente para a sua patente, já que estão contra os anjos guerreiros não é mesmo?... — O querubin o olha de soslaio como se o desafiasse em argumentos.

Seokjin se sente abalado, não esperava tamanha grosseria de um querubin, porém logo suspira e então cria uma postura firme frente à sua superiora, pronto para entrar em sua batalha de argumentos.

— Ele é e será uma parte importante para dar um fim a nossa guerra, até porque estamos lutando para provar que anjos podem se dar bem com demônios, ele fará com que conseguimos provar esse fato, diante dos anjos guerreiros que insistem em querer comprovar o contrário, causando confusão e matando todos irracionalmente que não concordam com suas ideias! — Fala com grande devoção ao que acreditava.

— Hum... Mesmo que isso de certo... Acha que as outras classes irão concordar com essa ideia? Por exemplo... Acha que os serafins irão aceitar isso? Me parece meio inconveniente acreditar em uma criatura do submundo, principalmente em acreditar que uma criatura assim tem princípios, eles já foram exilados justamente por trairem aos deuses e nosso Deus, por que iríamos aprovar tal coisa? E digamos que aprovamos, você realmente tem total controle sobre essa criatura? Pode mesmo dizer que ele não machucará nenhum humano ou anjo? Mais cedo senti um grande desejo de sangue humano vindo dele... Pode mesmo me afirmar que ele não matará NENHUM humano? — O querubin diz convencido de que o anjo falharia em sua missão e então sai de cima do demônio e o pega pelos cabelos, colocando sua espada perto da garganta do mesmo, esperando impacientemente uma resposta do anjo.

— SIM! EU TENHO CERTEZA! E SE MINHA PALAVRA NÃO FOR O SUFICIENTE, ARRISCAREI MINHA VIDA E MINHA PUREZA COMO ANJO POR ISSO! ESSA É A MINHA ESCOLHA! — Diz destemidamente, sem medo do que poderia estar por vir, preferia acreditar na pureza do amor do demônio pelo falecido anjo ruivo, surpreendendo o querubin.

— Você tem bastante força de vontade... Espero que não esteja sendo cego por suas falsas esperanças... Bom... Ele é seu, trate de cuidar bem dessa escória. — O querubin joga o demônio aos pés do anjo que o segura e então olha para o querubin com lágrimas de agradecimento nos olhos.

Sem se importar com o resto o querubin sai voando ao alto dali, logo sumindo pelo extenso céu.

— Você está me devendo uma! -— Diz dando um leve soco no demônio.

— Era só ter deixado o anjo me matar, quanta insistência para que eu fique vivo... Você é um saco... A vida... Não tem nada de bom... — O demônio diz sem se mover, desmotivado de qualquer coisa enquanto olhava para o céu que naquele momento estava calmo.

— Só cale a boca tá bom? Eu vou te ajudar a sair dessa... E principalmente daqui... Os anjos guerreiros vão tentar te matar para destruir com nossas provas... — Diz firme olhando para o outro lado ao horizonte que se encontrava a patente dos anjos guerreiros.

— Por favor não me coloca nesse meio campo de fogo... — Suspira exausto.

— Vai dar tudo certo... Eu prometo... Você só tem que colaborar comigo... Por favor... — Diz apertando o demônio em um pequeno abraço.

End.

Capa feita por: gguukmong

Obrigado por ler!

Desculpe todo e qualquer erro de escrita! Espero que tenham gostado e continuem acompanhando o meu trabalho! Obrigado por todo o apoio!

(O próximo capítulo será um extra em que explicarei um pouco mais sobre as classes dos anjos e demônios para aqueles que ainda estão perdidos em relação a isso!)

🌹 I Never Stop! 🦋

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