01. 𝘼𝙡𝙡 𝙤𝙣 𝙗𝙤𝙖𝙧𝙙 (ii)
❝And I was thinkin' to myself
'This could be heaven or this could be hell
Then she lit up a candle
And she showed me the way❞
━━ 𝘩𝘰𝘵𝘦𝘭 𝘤𝘢𝘭𝘪𝘧𝘰𝘳𝘯𝘪𝘢 𝘣𝘺 𝘦𝘢𝘨𝘭𝘦𝘴
TRISTAN ESTÁ UM BOCADO ARREPENDIDO. Quando mandou o seu currículo para o cruzeiro, não sabia que teria de ensinar os seus colegas como funcionam os jogos.
"Percebeste?" Ele pergunta, fazendo um monte com as cartas que estavam há segundos espalhadas na mesa.
"Sim. Eles deviam mesmo dar-nos uma formação antes de começarmos a trabalhar"
"Eles deram, há uma semana atrás. Não viste?" Tristan ergue uma sobrancelha, olhando para Mikkel.
"O meu pai conhece o dono do navio, não pensei que fosse necessário." Ele dá de ombros, totalmente despreocupado.
"Ah." É tudo o que ele diz. Uma pessoa que, de facto, queria e necessitava do emprego, não o teve por causa de Mikkel.
"O casino já não devia estar aberto?"
"Não. Como é o primeiro dia, hoje só abrimos depois do almoço. Tu não lês os mails? Não lês os comunicados na copa?" Mikkel nega com a cabeça. "Nada?" Mais uma vez, negação. "Deus do céu." Ele murmura, pousando o baralho na mesa. "Eu vou ao meu quarto antes de abrirmos, por favor, treina." Ele pede, quase numa súplica.
Durante todo o caminho até à terceira classe a sua mente vai a reclamar com Mikkel. Como é que alguém trabalha num casino sem sequer saber as bases? Ridículo. Assim que abre a porta do seu quarto, atira-se para a cama, frustrado. Se todos os dias fossem como este, ele iria atirar-se ao oceano. Deitado de barriga para baixo, ele pensa em Sophie, no quanto sente a falta dela. Começa a desejar não ter partido, mas sabe que não pode estar sempre com ela. Um suspiro deixa os seus lábios e ele vira-se, olhando o teto branco por cima dele. Estes dias agora pareciam-lhe mais difíceis de passar. Gostaria que a sua família tivesse embarcado com ele, mas infelizmente o dinheiro não é suficiente. Olha para o seu relógio de pulso. Ainda falta meia hora para o casino abrir, o que significa que teria de lá estar em vinte minutos. Resmunga para si mesmo, sabendo que começar a ver um episódio de Friends seria inútil e senta-se na cama. Coloca-se em frente ao espelho, alisando a sua farda com as mãos dando um jeito ao seu cabelo rebelde. Reza mentalmente para que Mikkel não esteja a fazer merda e sai do quarto.
Enquanto caminha vai a jogar bilhar no telemóvel – um jogo banal, mas que serve para o entreter. Já no andar do casino, vê-se obrigado a parar de jogar e caminhar quando ouve uma discussão. Olha para o lado, intrigado.
"Como é que não sabias quem eles eram? Ela é filha do Cipriano e ele o genro." O chefe de receção diz ao rapaz ao seu lado. "Agora vais-me obrigar a ir pedir desculpa pessoalmente. Estás a ver a confusão que causaste?" Uma leve chapada é deixada na nuca do rapaz mais novo, o que faz Tristan erguer uma sobrancelha. Abuso de poder não é bonito.
O rapaz apenas assente. Está claro que sabe que cometeu um erro. Ao ver que a discussão não irá tomar proporções gigantes, continua o seu caminho, desta vez a pesquisar no google. Primeiro escreve o nome de Sebástian e, a partir daí chega a Electra. É bonita, muito bonita. Se ela fosse ao casino faria questão de mostrar que a conhecia, para não levar um raspanete com o outro. Depois aparecem-lhe as fotos dela com o seu namorado, ou marido – Dominic. Também não é nada feio. Talvez também o encontrasse por aí. Claro, sendo profissional e um rapaz com integridade, não iria tentar levar nenhum dos dois para o seu quarto, mas com certeza iria aproveitar as vistas se houvesse essa oportunidade. Lê rapidamente algo sobre ambos, afinal, parecia que ambos tinha uma longa história juntos. E é verdade, mas será que será uma relação segura? Tristan questiona-se, mas não dá muita importância ao assunto.
"Demoraste." Mikkel diz, quando Tristan já está ao seu lado.
"Vai para o teu posto, o chefe já está aí a inspecionar tudo." Ele aponta com o queixo para Marlon, o chefe do casino, que começara a inspecionar o primeiro local.
Mikkel faz o que lhe é dito e deixa Tristan sozinho. Quando Marlon chega à sua mesa, tudo está impecável e ele saí daquela zona feliz, dizendo a Tristan 'Hoje é um bom dia.' Tristan espera que seja.
Do lado de fora do casino, as futuras cantoras de Andromeda caminham alegremente, após terem corridos os corredores do cruzeiro. Cada detalhe do mesmo ainda consegue surpreender as duas mulheres, que falam, agora, sobre assuntos aleatórios.
"E então, ele disse que eu nunca mais iria cantar no bar dele." - Eunbyeol termina, arrancando uma alta risada de Alessandra.
Eunbyeol estivera a contar, mais uma vez a história, em que fora assediada por um dono de um bar em que atuava. O homem queria, a todo o custo dormir com ela, mas ela, claramente, recusara, chocando o seu pequeno punho contra o nariz do mesmo, assim que ele a tentara agarrar.
"Bem, ele mereceu!" Alessandra diz, passando os seus finos dedos sobre os cantos dos olhos, não querendo borratar a maquilhagem.
Momentaneamente a voz da sua colega é esquecida por, assim que os olhos da mulher mais velha são colocados sobre um esbelto moreno que acaba de sair do casino. Nunca antes o tinha visto por ali, mas pode dizer, com toda a certeza, que aquele é o homem mais esbelto que ela alguma vez vira.
"Terra chama Alessandra... Estás aí?" Eunbyeol estala os dedos à frente do rosto da mulher, que desvia o olhar do homem, para olhar para a loira.
"Oh sim, apenas estava distraída."
"Sim, distraída... Eu chamaria a isso outra coisa." Ela gargalha, ao pousa, também, o seu olhar sobre o dono de Andromeda.
Alessandra sente as suas bochechas a aquecerem, enquanto revira os seus olhos, puxando a rapariga mais nova em direção do primeiro salão que lhe saltara à vita, o casino.
"Bom dia senhoras, planeam beber algo, enquanto jogam?" Um dos empregados aproxima-se delas, apontando para a mesa de póquer mais próxima.
"Jogamos?" A coreana pergunta, desviando o olhar para a mesa, antes de voltar a olhar para Alessandra.
"Porque não? Iremos quer dois copos de champanhe, por favor." Ela responde ao empregado de mesa, antes de se sentar com Eunbyeol sobre a mesa.
Ambas passaram a tarde assim, sem preocupações, entre risadas altas e bebidas. Até que um rapaz moreno, bastante esbelto, deve-se acrescentar, apareceu à frente das mulheres, na mesa.
"Boa tarde senhoritas, meu nome é Tristan Leroux e irei agora substituir o meu colega no vosso jogo." Tristan informa, depois do seu colega partir para a sua primeira pausa do dia.
Tristan sorri educadamente para as duas mulheres, apesar de se sentir extremamente exausto. É só o seu primeiro dia e já está farto. Teve de ouvir um casal a discutir durante trinta minutos, porque o marido não estava jogar conforme a esposa queria, teve de ouvir o Mikkel a pedir-lhe ajuda vezes sem conta. Já não aguenta mais, precisa de uma cama ou, talvez de se atirar ao oceano. Será que ainda podia sair do navio, antes de ele partir?
Ainda a sorrir, organiza as cartas, para dar inicio a um novo jogo. O seu olhar está posto nas mulheres à sua frente que, claramente, o comem com os olhos.
"Olha, sem querer parecer indiscreta... Mas se eu não gostasse de mulheres, juro que me atirava a ti! "Eunbyeol diz, divertida, enquanto pisca descaradamente um dos seus olhos na direção do moreno.
Alessandra não se consegue controlar, o som das suas garagalhadas ecoa pelo espaço, mas Tristan mantém o seu foco na distribuição das cartas, impedindo-se de revirar os seus olhos. Já não é a primeira vez que alguém se atira a ele, mas a verdade é que ele está longe de apreciar aqueles piropos.
* · . . • ★
"ISTO É MESMO NECESSÁRIO?" Nicólas pergunta ao seu pai, quando chegam ao salão, para jantar.
"Porque não haveria de ser?" Sebástian questiona, olhando o seu filho.
"A Electra não vai gostar disto."
"Ela tem de aceitar os pequenos gestos que fazem por ela."
"Pequenos gestos?" Nicólas ri, parando de caminhar. As suas mãos encontram o caminho para os bolsos das suas calças. "Pai, tu pediste ao violinista que compusesse uma música para ela, para tocar depois de tu fazeres um discurso a dizer o quão fantástico é tê-la aqui."
"Também é para o ti e para Dominic." Ele acrescenta, olhando para o seu filho mais velho. "O Dominic também tem de aprender a apreciar os pequenos gestos. Eles são um casal, o que faço para um, faço para o outro."
"Ele ainda vai gostar menos que ela. Estás a impor a relação deles ao mundo. Sabes que eles não gostam disso. Sabes que eles gostam de levar as coisas com tempo."
"Deixa-te de disparates. Já tivemos esta conversa. Anda." Sebástian recomeça o caminho, indo ao encontro de Scorpius.
"Boa noite Señor Cipriano." O rapaz diz.
"Lupin. Tudo pronto?"
"Sim. Tudo está conforme. Assim que me der o sinal, eu começo a tocar."
"Perfeito."
Electra e Dominic não demoram muito a chegar ao salão. Edoardo entra logo de seguida, acompanhado por uma rapariga.
"Espero que não se importem, trouxe companhia. Esta é a Lliane." Ele apresenta-a, puxando-lhe a cadeira para que esta se sente. Ela sorri em agradecimento, sentando-se.
Electra olha para o rapaz, de sobrancelha erguida e logo depois olha para o seu namorado, que já está a olhar para ela com a típica cara de entretido. Electra contém a vontade de rir. Ambos estão a pensar no mesmo. Era só uma questão de tempo até este encontro se tornar uma novela mexicana.
"Nic, o pai?" Electra pergunta ao seu irmão, ao que ele responde com um encolher de ombros. "Nic..." Ela insiste. A sua cara denunciara-o.
"El, não é nada." Ele sussurra-lhe e ela revira os olhos. "Se continuas a revirar tanto os olhos, ainda ficas com problemas."
"Eu digo-lhe isso constantemente. Mas ela ouve-me? Claro que não." Dominic intromete-se na conversa.
"Alguém te chamou para a conversa?" Ela dispara, cruzando os braços, enquanto ele a olha com uma expressão divertida. "Ugh" Ela enfia a mão na cara do namorado, empurrando-a para trás.
"O cabelo Electra." Ele diz, já não tão divertido.
Ela sorri vitoriosa, dando de ombros.
"Se vocês um dia casaram, por favor, não façam filhos como vocês." Nicólas diz num tom implorativo.
"Casar?" Edoardo interrompe a conversa que estava a ter com Lilliane, olhando para Nicólas. "Estes dois?" Ele aponta o seu indicador para ambos.
"Eu acho que fariam filhos lindos." Liliane intromete-se.
Electra força um sorriso, controlando-se para não mandar todos os presentes naquela mesa calarem-se.
"Agora que todos já tiveram a sua oportunidade para falar..." Ela encara o irmão. "O papa? Eu sei que ele está a tramar algo, mais vale dizeres-me já e poupares-me trabalho."
Nicólas suspira.
"Por favor, não digas que foi eu que te disse." Ele pede, mas antes que pudesse abrir a boca mais uma vez, a voz do dono do navio ecoa pelas colunas.
"Oh merda." Electra e Dominic dizem ao mesmo tempo. Edoardo, por sua vez, ri-se.
Assim como as restantes pessoas, o grupo volta-se para o palco, onde Sebástian Cipriano está, com o microfone na mão.
"Boa noite estimados passageiros. É uma honra ter-vos aqui, no primeiro jantar oficial do Andromeda. Este é um sonho que demorou alguns anos a ser construído, que teve os seus altos e baixos, mas que no final, tornou-se tudo o que estávamos à espera. É um sonho tornado realidade. Mas nada disso seria possível sem o grande apoio dos meus filhos, Nicólas e Electra." De palma aberta e de braço estendido para eles para eles, Sebástian sorri.
"Porque é que ele é assim?" Ela murmura.
"E claro, o Dominic, o namorado da minha filha."
Dominic assente. Ele sabe o que vem a seguir.
"Por favor, venham aqui." Sebástian pede.
Porquê Deus? É tudo o que Electra consegue pensar enquanto se levanta graciosamente, e vai de braço dado com Dominic. De sorriso aberto, os três sobem ao palco, cumprimentando o homem mais velho.
"O Nicólas supervisionou de perto todo este projeto. Sem ele este projeto não teria conseguido avançar de forma tão rápida e perfeita. Sem ele não existiria Andromeda." Nicólas sorri para o seu pai, grato pelo reconhecimento. "E a Electra e o Dominic foram excecionais. A decoração, os espaços... Tudo é a visão deles. Eles formam uma equipa excelente e não podia estar mais orgulhoso. O Dominic já faz parte da nossa família há anos e eu tive o prazer de o ver evoluir, de o ver crescer. Gostaria de dizer que a minha filha não teve mão neste crescimento, mas todos sabemos que por trás de um grande homem, está uma grande mulher." Parte dos passageiros ri-se.
Electra e Dominic trocam um sorriso cúmplice. Podem não se amar da forma como Sebástian e todos os outros pensam, mas amam-se, à sua maneira.
"Para comemorar, não só o Andromeda, mas também para mostrar a minha gratidão, eu pedi que uma canção fosse composta para eles, mas dando especial destaque à minha filha, à luz dos meus olhos. Scorpius, por favor."
Electra olha para o seu irmão, claro que ele sabia disto tudo e a sua cara de divertimento é prova disso. Os nossos pais nunca param de nos envergonhar, pois não?
Scorpius assente para o pequeno grupo no palco e, vendo isso como um sinal, todos se voltam a dirigir à sua mesa.
"Papa, não precisas de ter feito isso." Electra sussurra-lhe, tentando não parecer ingrata.
Sebástian beija-lhe a face com ternura.
"Aproveita." Ele diz-lhe, enquanto se sentam e Scorpius começa a tocar.
Electra observa o rapaz. Os seus olhos estão fechados enquanto ele se movimenta. É quase hipnotizante a forma como ele toca e a quantidade de paixão que ele põe numa só música. Numa música que ele não compôs do coração. Excecional.
À sua frente, Electra sente o seu pai a movimentar-se. Olhando para ele, verifica que ele está em pé, a guardar o telemóvel no bolso. Parece mais pálido, quase como se tivesse visto um fantasma.
"Papa, está tudo bem?" Ela questiona, preocupada.
"Sim, mi amor." Ele responde. "Peço desculpa pela minha abrupta saída, mas algo muito importante surgiu. Tentarei juntar-me a vós até à sobremesa. Por favor, desfrutem da refeição." As palavras que saem da sua boca são as habituais, mas o seu tom e a sua forma de agir estão erradas.
Electra olha para o seu irmão, que está a olhar para o seu prato.... A esconder-se? Quando ela volta a virar-se para o seu pai, ele já não está lá. Que merda acabou de acontecer?
* · . . • ★
"AH, SCORPIUS, NÃO É?" Electra pergunta, quando o jantar é dado como terminado e ela vai à procura do violinista.
O rapaz de cabelos escuros volta-se para ela, assentindo.
"Sim. Há algo de errado?" A pergunta sai a medo.
"Não, na realidade, tudo perfeito. A sua apresentação foi... Excecional." Ela diz, com um sorriso nos lábios. "Os meus parabéns!"
Scorpius abre um grande sorriso, assentindo.
"Muito obrigado. Fico muito contente que tenha gostado. Espero que o seu pai tenha ficado satisfeito com o resultado final."
"Tenho a certeza que adorou." Electra garante. "Não sei se é indiscrição, mas dá concertos privados? Adoraria ouvi-lo numa outra altura. Terei todo o gosto em pagar para ter uma sessão privada."
O rapaz de cabelos escuros fica a olhar para a rapariga. Nunca antes recebera uma proposta assim. Seria ele assim tão bom?
"Peço desculpa, se calhar não devia ter perguntado." Ela apressa-se a dizer, quando não obtém resposta.
"Não, não!" Ele diz. "Teria todo o gosto em dar-lhe um concerto privado."
"Isso seria esplêndido." Ela junta as palmas das mãos sorrindo. "Por favor, informe-me da sua disponibilidade assim que possível." Ela pede, retirando da sua pequena carteira uma caneta e um bloco. Escrevinha algo e logo entrega a folha a Scorpius. "Espero ter notícias suas."
"Sim, claro." Ele assente, pegando no papel. "Assim que possível dar-lhe-ei notícias."
"Ótimo. Até essa altura, então." Despede-se dele.
"Até lá."
Scorpius vira costas, indo fazer o que quer que seja que tem de fazer.
"Tu queres fodê-lo." Sente o peso de uma cabeça no seu ombro quando é apanhada de surpresa pela voz.
"E o que tens tu haver com isso?" Ela diz, ainda de olhos postos no local onde Scorpius estava há segundos.
"Só achei que preferisses outro tipo." Ele sussurra ao seu ouvido.
"Como se tu soubesses o meu tipo." Agora ela vira-se, encarando Edoardo.
"Tenho uma boa ideia." Ele olha para ela, agora de cabeça erguida e ela ri-se.
"Não tens um par que está à espera de ser levada para o teu quarto?" Ela pergunta, sem paciência para os jogos do seu ex-namorado.
"Preferia muito mais levar-te a ti." Ele dá um passo em frente, olhando para baixo, para ela.
Electra sorri, inclinando ligeiramente a cabeça.
"O Dom leva-me para o quarto, não te preocupes."
"Mas será que te dá o que eu te dou?" A mão dele agarra a cintura dela, descendo até à bainha do vestido.
"Dá-me mais."
Edoardo sorri, divertido. A sua mão entra dentro do vestido, traçando gentilmente caminho até à nádega parcialmente descoberta de Electra.
"Renda." Ele diz ao sentir a textura da sua roupa interior.
Electra morde levemente o lábio, levando a sua mão à dele. Com cuidado, e certificando-se que ninguém se apercebe do sucedido, ela arrasta a mão dele pela sua lateral e pela coxa, até chegar ao meio das suas pernas, fazendo questão de o fazer sentir o pequeno laço nas cuecas. Edoardo está a olhar para ela, algo muda nos seus olhos. O que começou como uma brincadeira deixou de o ser. Ele quer Electra, agora.
Caminhando um bocadinho para a frente, cola os seus lábios na orelha dele.
"E são vermelhas." Ela sussurra e uma milésima de segundo depois ela contorna o corpo do rapaz, deixando-o de pau feito no canto do salão.
* · . . • ★
MANHÃ SEGUINTE À QUEDA - SALA DE INTERROGATÓRIOS
A loira sente as palmas húmidas, assim que se aproxima da sala onde os interrogatórios estariam a acontecer. A inspetora Murilo pedira que a sala fosse preparada antes do cruzeiro partir. Não sabia que situações poderia encontrar e, por isso, decidiu precaver-se.
Porque fora ela a primeira a ser chamada? Tinham eles descoberto algo que a incriminava? Não, não podia ser. Era, pura e simplesmente, impossível. Ela fora cuidadosa, tudo tinha sido escondido e todas as precauções tinham sido tomadas – ou pelo menos ela assim o acha. A inspetora prende os seus longos cabelos com um lápis, tendo um olhar pensativo. Deixa a loira entrar, mostrando-lhe um pequeno sorriso. Antes que esta se sente, a inspetora observa atentamente a mulher à sua frente, os pequenos tiques que ela apresenta, o facto de ela mal a olhar, o pé que que parece não querer ficar quieto.
"Pode-se sentar senhorita Makarov." Felicia Murilo diz, desprendendo o seu olhar da Anastasia, enquanto pega num bloco de notas. "Pode-nos dizer o seu nome completo e a razão da sua estadia aqui no Andromeda?" A pergunta-lhe sai-lhe naturalmente. 15 anos de carreira fazem isso. Lança-lhe um olhar calmo e um sorriso, quer deixá-la tranquila e, acima de tudo, ganhar a sua confiança. Por outras palavras, quer ganhar uma confissão.
"Anastasia Mae Makarov... Eu vim para o Andromeda porque o meu irmão fez anos recentemente e queria festejar de maneira diferente. E porque tenho uma formação à minha espera no Rio de Janeiro." Ela responde, sem gaguejar uma única vez que seja, olhando diretamente a inspetora nos olhos.
Não é mentira, isso é certo, mas aquela não é a maior razão pela qual Anna está no cruzeiro.
"Certo." Ela assente. "Mantinha alguma relação com a falecida?"
"Não. Suponho que a tenha visto de relance. Mas nunca trocamos palavras." Ela afirma, dando ligeiramente de ombros.
"E com o Dominic?"
"Penso que troquei algumas palavras com ele, conversas triviais." Ela mente.
"Então, Dominic Vaughn não mantém qualquer tipo de relação consigo. Pode dizer-se que são conhecidos?"
Anastasia assente, olhando para a mulher sentada à sua frente. Algo parece errado, mas ela não consegue entender muito bem o quê?
"É o seguinte, senhorita Makarov, está a ser vítima, do que suponho, ser uma grande coincidência. Mas antes do seu interrogatório descobrimos uma extensa ligação entre uma família Makarov e os Vaughn..." A loira sente toda a cor drenar-se da sua face. "Não foi um final feliz, pelo que li. Mas deduzo que seja apenas uma coincidência."
"De facto, uma coincidência. Que mundo pequeno em que vivemos..."
Felicia Murilo sorri lentamente, abrindo o processo que tem nas mãos.
"Será que nos pode explicar, então, a razão de termos encontrado isto no seu quarto?" Uma foto é retirada do processo e colocada à frente dos olhos azuis de Anna.
Neste exato momento ela sabe. Ela sabe que toda a credibilidade foi perdida. Que o pouco que ela disse, não lhe servirá de nada. O seu olhar está posto na foto à sua frente. Uma foto de Dominic e Electra. A inspetora começa a colocar fotos sobre a mesa. Mais fotos do casal, fotos que a incriminam.
"I-Isto não é o que a inspetora está a pen---" Interrompendo-se a si mesma, tenta, em vão, controlar a sua respiração.
"Pode explicar-me isto?"
Anastasia não pode deitar tudo pelo cano abaixo, não agora. Respirando fundo e cruzando as pernas, ela olha para a mulher.
"Quero um advogado, não irei mais falar consigo sem a presença de um."
3599 PALAVRAS
sem revisão
¸.•*¨ No total o capítulo tem mais de 8000
palavras. Não sabemos como é que isto aconteceu kkk.
¸.•*¨ Atiram as vossas teorias. Quem é a vossa
personagem favorita?
¸.•*¨ Se acham que a vossa personagem está a ter
menos tempo de antena do que merece, avisem-nos.
Tentamos ser justas, tendo em conta as interações,
mas como temos 17 personagens podemos perder
a noção, por vezes.
¸.•*¨ Esperemos mesmo que esteja do vosso agrado!
Estamos a amar escrever esta história e esperemos
que estejam a amar lê-la.
¸.•*¨ Críticas, construtivas, são sempre bem
vindas, então não hesitem! E qualquer dúvida
que tenham, podem chamar-me qualquer uma
no pv.
É isso, beijos para vocês meus lindos!
Voltaremos o mais cedo possível com novo capítulo.
Querem um especial de 2k de leitura?
JÁ AGORA, OBRIGADA PELOS 2K. VOCÊS SÃO OS MELHORES, AMAMO-VOS!
ESTAMOS GENUINAMENTE CONTENTE COM ISTO MAN!
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