28 - Tic tac
Meus olhos se abriram, vendo que o sol estava apenas começando a espreitar pela janela.
Olhei por cima do ombro para me encontrar com Joseph, que tinha seu braço pesado em volta da minha cintura e seu peito encostado nas minhas costas.
Morgan: Bom dia — a voz profunda e rouca dele que foi prejudicada para baixo com o sono, falou.
No entanto, seus olhos permaneceram fechados.
Deixei escapar um suspiro ao me lembrar de Vincent, que estava preparado para estar aqui esta manhã.
Aurora: Ele já deveria estar aqui? — não precisei especificar de quem estava falando para ele entender.
Ele assentiu, puxando-me rapidamente para mais perto dele.
Um silêncio caiu sobre a sala, embora fosse confortável em certo sentido.
Deixei meu corpo relaxar no momento, sabendo que as próximas semanas seriam cheias de dedicação, juntamente com um trabalho mais duro do que o que já estávamos fazendo.
Aurora: Você acha que vamos ser capazes de matá-lo?
A pergunta simplesmente veio do nada, mas eu estava curioso o suficiente para deixá-la escapar.
Embora, o pensamento de perder contra Ares me assombrasse.
Ele levou um segundo para responder.
Morgan: Eu acho que sim.
Aurora: Posso te perguntar por que você está atrás dele também? — eu perguntei curiosamente.
Minha mãe foi morta, ela é a razão por trás da maior parte disso. A maior parte do motivo pelo qual eu persegui para finalmente matar Ares.
Qual foi o raciocínio de Joseph?
Ficou em silêncio novamente e por um momento pensei que ele não iria me responder. Eu não conseguia vê-lo, sem saber se ele queria ou não falar.
Morgan: Ele matou meu pai.
Meus lábios se separaram em choque com as semelhanças, e comecei a me virar para encará-lo enquanto estava deitada de lado.
Minha expressão mostrava simpatia por ele, embora ele não parecesse muito perturbado.
Morgan: Eles rivalizaram por um bom tempo, mas foi um pequeno desentendimento. Nada como o que é para nós — começou a explicar. — Eles costumavam ser próximos, até que Ares se voltou contra ele por uma razão que nunca entendi. Então, assim, ele o matou.
Aurora: Quantos anos você tinha? — eu perguntei cautelosamente.
Morgan: Onze. Doze, talvez — respondeu ele.
Eu não forcei mais, embora ele falasse novamente mais rápido do que eu pensei que ele faria.
Morgan: Você disse que ele matou sua mãe — disse ele. Eu balancei a cabeça. — Quantos anos você tinha?
Aurora: Treze, eu acho — eu disse deslocando meus olhos de seu olhar para o cobertor, observei as pontas dos meus dedos brincarem com o tecido.
Os pensamentos giravam em minha mente, chocados com a percepção de como nossas situações são próximas.
Achei que talvez Joseph o conhecesse de um lado diferente, rivalizando com um dos seus.
Mas o raciocínio era muito mais profundo do que eu esperava, e senti um súbito conforto ao saber que não estava tão sozinho nas profundezas do meu motivo.
Morgan: Você está pronto para vir torturá-lo comigo?
Gostei que ele mudou de assunto, não queria pensar muito nisso. Meus olhos se ergueram para os dele, um pequeno sorriso abrindo caminho em meus lábios.
Morgan: Porque eu tenho certeza que estou.
Revirei os olhos de maneira brincalhona, forçando-me a sentar.
Aurora: Tenho certeza que você está - eu provoquei, lembrando o quão bravo ele estava depois do meu encontro com Vincent.
Morgan: Não me faça te foder sem sentido de novo, porque eu vou — ele olhou para mim com um sorriso quando eu saí da cama.
Caminhando para o banheiro, fechei a porta para me preparar.
Eu não sabia o nome de Vincent até outro dia, e comecei a pensar nas perguntas para as quais deveria torturá-lo para obter respostas.
Vai ser diferente, já que eu só tinha torturado alguém sozinha.
Mas estou curiosa para ver como Joseph lida com o que ele faz quando eles não respondem corretamente.
Ele é intenso?
Ou ele só inflige pequenos ferimentos?
Eu ouvi a porta clicar enquanto eu estava escovando os dentes, eu mudei meus olhos para a porta, vendo-a aberta apenas o suficiente para Joseph passar a cabeça.
Morgan: Droga. Eu esperava que você estivesse se trocando.
Eu sorri, antes de terminar. Achei engraçado como estávamos nos preparando para o dia como se tivéssemos trabalhos casuais para atender.
Em vez disso, estamos nos preparando para torturar alguém para obter respostas sobre o homem que treinamos para matar.
Aurora: Você acha que ele vai nos dizer alguma coisa? — eu perguntei, limpando minha escova de dentes.
Joseph abriu mais a porta, apoiando-se no batente com os braços cruzados.
Morgan: Isso depende do que fizermos com ele. Ele tem idade suficiente para morrer logo, de qualquer maneira. Ele pode muito bem nos dar respostas e se deixar morrer de idade em vez de ser torturado até a morte — ele encolheu os ombros.
Eu levantei uma sobrancelha com sua resposta. Vincent não era tão velho, mas seu exagero era divertido.
Aurora: O que você planeja fazer com ele?
Morgan: Usar todas as armas que temos lá embaixo.
Ele entrou no banheiro, passando por mim para pegar a escova de dentes que deixou na última vez que dormiu no meu quarto.
Morgan: Você deveria se vestir. Eu não demoro muito — ele falou, antes de enfiar a escova de dente na boca. Saí do quarto, o silêncio durando apenas alguns segundos. — Aqui! — eu o ouvi chamar.
Revirei os olhos com um pequeno sorriso, ignorando-o. Tirando minha regata fina, joguei-a sobre o colchão.
Morgan: Mhm, agora 360 — ouvi uma voz abafada atrás de mim.
Olhei por cima do meu ombro com as sobrancelhas franzidas, vendo Joseph encostado no batente da porta com a escova de dentes ainda na boca, um brilho divertido em seus olhos enquanto ele tentava olhar ao meu redor para trás para ver a frente do meu peito.
Ele girou o dedo indicador no ar em um movimento circular, gesticulando para que eu girasse.
Aurora: Não, agora deixe-me me trocar — eu abafei um sorriso, voltando-me para as roupas esparramadas na cama.
Ele gemeu ao jogar a cabeça para trás, voltando para o banheiro e fora de vista.
Eu me troquei antes que ele terminasse, e ele saiu enquanto eu guardava as roupas com as quais dormi.
Morgan: Vamos matar esse desgraçado — falou baixo.
Eu o segui para fora da sala e desci os degraus, eu conhecia o caminho para os aposentos, já que eu mesmo já tinha estado em um uma ou duas vezes, mas o prédio era mais familiar para mim agora do que há mais de um mês.
A senhora atrás da mesa nos enviou um sorriso de saudação antes de clicar no botão à sua direita, abrindo as portas para revelar o longo e escuro corredor que eu costumava odiar.
Joseph caminhou pelo corredor com a cabeça erguida, claramente despreocupado com o que estamos prestes a fazer.
Eu não sabia o que esperar quando ele abriu a vigésima porta, mais adiante no corredor.
Ele a empurrou, a porta pesada enviou um rangido profundo e irregular contra o chão.
Vincent estava sentado em uma cadeira com seus membros amarrados. Seus olhos se arregalaram quando se fixaram nos meus, e eu enviei um sorriso.
Um baque alto ecoou contra as paredes de metal quando Joseph fechou a porta.
Morgan: Oh, Vincent — começou. Um sorriso lutou para brincar em meus lábios. — Vamos começar com calma, certo? Não vamos nem pegar as armas ainda.
Ele olhou para mim, perguntando silenciosamente se eu queria questionar o homem amarrado primeiro.
Olhei para Vincent, que tinha os olhos fixos em mim em confusão e choque.
Aurora: Você trabalha dentro do prédio com Ares? Ou fora?
Ele não respondeu.
Morgan: Cada segundo que a boca fica fechada, eu chego mais perto da arma na mesa. Tic tac, Vincent — ele deu um passo em direção à mesa que estava do outro lado da sala, e Vincent olhou de seu assento.
— Fora — o homem resmungou.
Aurora: Quantas pessoas você diria que trabalham lá? O que elas fazem? — eu perguntei com as sobrancelhas estreitas.
— Não sei.
Aurora: Sim, você sabe — eu respondi. Mesmo que trabalhasse por fora, com certeza sabia o que acontecia por dentro. — Existem mais pessoas dentro do que fora?
Mais uma vez, ele não respondeu. E eu assisti enquanto Joseph pegou a pistola da mesa e voltou, carregando-a na frente dele.
Morgan: Sugiro fortemente que você responda a ela.
— Eu não vou dizer nada — Vincent negou.
Morgan: Oh, você vai — ele bateu a ponta da arma no ombro de Vincent quando ele começou a circular lentamente a cadeira. Ele olhou para mim. — Faça sua pergunta novamente.
Aurora: Existem mais pessoas dentro do prédio, do que há lá fora? — perguntei.
— Incluindo as strippers e empregadas? Ou apenas os guardas? — o homem riu, seus braços se contorcendo nas cordas em volta deles.
Aurora: Todos.
— Você acha que pode simplesmente me fazer perguntas como esta e eu vou responder? Não pense que não me lembro quem você é. Você é apenas uma prostituta carente, que não vai receber nada de mim.
Aurora: Posso usar uma faca muito bem, Vincent — inclinei minha cabeça. — Foi você quem se apaixonou facilmente pela mulher jovem e sedutora que queria você, mas você parece ter o dobro da minha idade. Eu recomendo fortemente que você comece a responder, antes que um de nós o force a sair de você.
Joseph lentamente deu a volta em torno da cadeira, agora estava a poucos metros de mim e na visão de Vincent.
— Você é apenas uma prostituta que trabalha para alguém que nem sabe o que está fazendo — o homem cuspiu. — Você está do lado errado. Aposto que eles adorariam ter você trabalhando lá como uma das strippers. Isso realmente despertaria a vagabunda em você — ele fervia.
Um silêncio tomou conta da sala e olhei para Joseph, que enfiou a arma na lateral do cinto, usando-a como coldre.
Morgan: Você se importaria de pegar a faca ali para mim, querida? — ele fez um pequeno aceno com a cabeça, mas manteve os olhos em Vincent.
Aproximei-me, hesitante e curiosa quando peguei a primeira faca que vi das três. Eu entreguei a ele, e ele olhou para ela antes de levantar a lâmina para a bochecha de Vincent.
Ele bateu nele, antes de cortar rapidamente sob a pele. Uma fenda vermelha cresceu em seu rosto. Depois um segundo e um terceiro.
Logo, o carmesim escorria do rosto do homem e gotas caíam em seu peito.
Ele manteve o rosto de pedra sob ofegos dolorosos, tentando não se mover muito para não esticar e puxar a pele cortada.
Enquanto o sangue se acumulava em seu rosto e se acumulava em seus lábios, ele cuspiu no chão.
Joseph levou a ponta da lâmina à garganta,
Morgan: Se você desrespeitar minha mulher outra vez, os cortes serão em sua língua. Agora, responda!
O peito de Vincent arfava, mas apenas pequenas respirações inaladas e exaladas pelo nariz, seus lábios se curvando em um sorriso de escárnio.
— Tem mais gente lá fora — sua voz era rouca. — Mais guardas para parar — ele fez uma pausa para respirar. — Impedir as pessoas de entrar.
Aurora: Quem trabalha lá dentro? Qual é o trabalho deles?
Vincent olhou para Joseph, que tinha uma advertência vazando pelo olhar em seus olhos enquanto olhava de volta para Vincent.
Vincent olhou para mim e com um gemido, ele falou.
— Strippers, empregadas domésticas e alguns técnicos trabalham lá dentro. Os guardas bloqueiam o lado de fora — ele respirou fundo, tentando lutar contra a dor penetrante que espalhava seu rosto.
Morgan: Quantos guardas? — ele franziu as sobrancelhas em questão, a mão na faca ainda firme.
— Dúzias.
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