81 - Dress
- Taylor Swift
Only bought this dress so you could take it off
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15 de Maio
A noite estava leve e descontraída enquanto o time e a comissão técnica se reuniam para um pequeno evento. Era uma forma de aliviar as tensões da VNL que ficaram e, de certa forma, acalmar a ansiedade gerada pela proximidade dos jogos Olímpicos. Todos pareciam relaxados, e até Julia havia baixado a guarda. Na roda de conversa, Miguel se destacava com seu jeito bem-humorado e fácil de se entrosar. Ele ria e falava sem inibição, o que o tornava querido por todos, especialmente por Petra.
Julia estava ao lado de Petra, atenta ao que se passava. Ela já estava ciente que Miguel não tinha segundas intenções, mas ver como ele parecia tão confortável ao lado de Petra despertava um desconforto incontrolável. Petra, percebendo a presença de Julia um pouco mais calada que o normal, manteve-a próxima, colocando uma mão carinhosa em seu ombro vez ou outra. Isso a fazia se sentir mais tranquila, mas o ciúme insistia em pulsar ali, silencioso, enquanto Miguel e Petra se divertiam.
— Você lembra daquela vez, Lizzie? – Miguel ria enquanto gesticulava, relembrando histórias do passado. — Quando você inventou uma história só pra fugir das aulas e ir pra praia? Tava claro que ia dar errado!
Petra riu, jogando a cabeça para trás. — Ah, eu era uma adolescente ingênua! Nem sei como você conseguiu me convencer de que aquilo era uma boa ideia.
— Eu? Você que era teimosa e só fazia o que queria – respondeu Miguel, rindo. — Mas sabe... é incrível ver que você ainda tem essa mesma energia, só que agora para o vôlei.
— É, parece que ela trocou a rebeldia pelos treinos – brincou Kudiess, dando uma piscadinha para Petra, que revirou os olhos, divertida.
— Eu soube que você virou uma verdadeira lenda na universidade – continuou Miguel, um olhar orgulhoso nos olhos. — Aquela menina cheia de sonhos realmente chegou onde queria.
Julia apertou os lábios, a cena à sua frente a incomodando cada vez mais. Ela sabia que Miguel era uma parte importante do passado de Petra, alguém que ela havia deixado para trás por sua carreira, mas não gostava nem um pouco da intimidade que via entre os dois.
— Ah, Miguel... nem tudo foi fácil, – Petra respondeu com um sorriso tímido. — Mas, você sabe... algumas pessoas foram fundamentais para que eu conseguisse chegar aqui.
Miguel olhou para ela com um sorriso caloroso, e Julia sentiu o estômago revirar. A maneira como ele olhava para Petra, como se ela ainda fosse aquela garota de anos atrás, a irritava profundamente.
Pri, percebendo o incômodo no rosto de Julia, cutucou-a com o cotovelo, segurando um risinho. — Tá com ciúmes, Julinha?
Julia revirou os olhos e murmurou, tentando disfarçar.
— Só tô observando, Pri.
— Deixa a menina quieta, Priscila – repreendeu Thaisa.
Na mesa, Miguel continuava contando uma história.
— E quando eu prometi que te ensinaria a surfar, mas a gente passou a tarde inteira rindo das suas tentativas desastrosas?
Petra gargalhou. — Foi horrível! Mas foi uma das melhores lembranças que eu tenho daquele tempo.
Julia, incapaz de se conter mais, se aproximou de Petra, forçando um sorriso casual.
— Atrapalho, Lewis, ou vocês vão ficar presos ao passado a noite toda? – sussurrou Julia.
— Ju... – disse Petra a Julia, com um sorriso nervoso. — Olha, podemos ir embora daqui a pouco, se quiser. Tenta controlar essa expressão raivosa só mais um instante, tá bom?
Julia assentiu com um movimento de cabeça, mas as palavras de Petra só aumentaram sua irritação. Ela se manteve quieta, tentando ignorar a conversa entre Petra e Miguel, enquanto pensava consigo mesma em como tudo aquilo era tão frustrante. Uma voz autoconfiante em sua mente lhe dizia que Miguel não tinha como competir com ela nunca, mas que ainda era irritante vê-lo tão próximo e envolvido com Petra.
Quando chegou a hora de se despedirem, Julia e Petra foram em direção ao grupo, onde as outras jogadoras já as esperavam com olhares de cumplicidade e risadinhas mal disfarçadas. Rosa foi a primeira a provocar, com um sorriso travesso.
— Olha só quem tá indo embora cedo hoje, as pombinhas – comentou Rosa, dando uma piscadela para Petra. — Acho que a Julia não gostou muito de ver você com seu amigo, hein?
Julia cruzou os braços, revirando os olhos. — Só queria entender por que vocês estavam rindo tanto com aquelas histórias.
Pri entrou na conversa, rindo. — Claro, Julia! A gente percebeu que você tava super tranquila, nem olhou na direção deles umas mil vezes.
As meninas caíram na risada, e Kudiess, com um olhar divertido, acrescentou. — É verdade, amiga. Eu no lugar dele ficaria até com medo.
Julia balançou a cabeça. — Vocês estão vendo coisa onde não tem.
Natinha cutucou Petra e sussurrou, alto o suficiente para que Julia ouvisse.
— Pepê, só toma cuidado. A Julia é tranquila, mas tem um lado possessivo.
Petra riu e lançou um olhar brincalhão para Julia.
— Ah, eu já percebi!
Julia ficou séria, mas o rubor em suas bochechas a entregava. — Tá, tá, pode todo mundo parar com isso agora. Lewis, vamos logo.
As jogadoras riram ainda mais, e Rosa finalizou — Tá bom. Mas qualquer coisa, Julia, pode chamar a gente pra dar uma forcinha se precisar sumir com ele.
— Eu apoio – disse Nyeme fingindo seriedade.
Julia respirou fundo, tentando manter a pose, e então, virando-se para Petra, disse firme. — Vamos embora antes que elas tenham mais ideias.
Finalmente, a conversa terminou, e Petra se despediu dos outros antes de se aproximar de Julia para irem embora. No carro, a tensão entre elas era palpável, e Petra, dirigindo em silêncio, sentia-se na obrigação de quebrar o gelo. Suspirando, ela tentou uma abordagem mais suave.
— Amor...
— Petra, me deixa quieta, tá? – respondeu Julia, olhando pela janela. — Ah, que saber? Já entendi, vocês são só amigos. E, sinceramente, não tem como aquele cara competir comigo, mas ainda é irritante ver ele tão perto de você.
Petra lutou para conter uma risada. A expressão irritada de Julia lhe parecia quase cômica, o que só tornava a situação mais complicada, porque sabia que Julia não estava de brincadeira. Mas antes que Petra pudesse responder, Julia soltou um resmungo e continuou — Talvez eu também devesse sair por aí rindo para qualquer idiota engraçadinho que aparecer.
Ao descer do carro, Julia bateu a porta com um pouco mais de força, o que surpreendeu Petra. Ela suspirou fundo, sabia que era melhor resolverem isso logo, então saiu do carro e foi atrás de Julia, que já subia as escadas em direção ao apartamento, ainda claramente aborrecida. Ao entrar, Petra a seguiu, fechando a porta atrás de si e observando enquanto Julia ia direto para o quarto, tirando a jaqueta de forma impaciente. Petra ficou parada por um instante, analisando a cena. Não conseguia evitar achar Julia ainda mais atraente com o rosto levemente corado pela raiva.
— Vamos combinar que você fica uma graça emburrada assim – disse Petra, incapaz de esconder o sorriso.
Julia virou-se, encarando-a com uma expressão de fúria que, para Petra, parecia adorável. Sem pensar duas vezes, Julia se aproximou, a raiva lentamente transformando-se em uma espécie de tensão intensa que eletrificava o ambiente. Ela segurou Petra pelo pescoço, de forma firme, sua expressão séria, mas ao mesmo tempo provocativa.
Petra arqueou uma sobrancelha, sentindo a energia entre elas mudar instantaneamente.
— Nossa, que pegada, ruiva – provocou Petra com um leve sorriso desafiador.
Julia apertou um pouco mais, inclinando-se para mais perto, seus olhos prendendo os de Petra em uma intensidade mútua que já não era de raiva, mas de um desejo que parecia flamejar. Petra soltou um leve suspiro quando as mãos de Julia se moveram, ainda firmes, para seus ombros, empurrando-a contra a parede com determinação.
A provocação alimentava a tensão, e Petra estava gostando cada vez mais do que essa disputa de ciúmes tinha provocado em Julia. Ela desafiou-se a permanecer no papel de quem instigava, mas não resistiu por muito tempo. Julia trouxe o rosto para mais perto e, com um movimento decisivo, suas bocas finalmente se encontraram.
O beijo era quente, urgente, com Julia claramente demonstrando o quanto aquele ciúme havia despertado nela um desejo intenso e até um certo sentimento de posse. Ela queria provar a Petra que não havia lugar para dúvidas entre elas. Petra, envolta na intensidade de Julia, retribuiu com o mesmo fervor, até que o ar ficou escasso e ambas tiveram que se separar, respirando com dificuldade.
Por um instante, Julia recuou, ainda com a respiração pesada, mas seus olhos não escondiam a mesma provocação de antes.
— Se é para ter você só para mim, vai ter que se acostumar com isso – disse ela em um tom mais leve, mas não menos sério.
O clima no quarto estava carregado, denso, como se a tensão entre elas fosse palpável, quase elétrica. Julia, com a respiração ofegante, começou a beijar e morder o pescoço de Petra com uma intensidade feroz. Cada toque de seus lábios deixava marcas visíveis, como se ela quisesse gravar aquele momento na pele de Petra.
— Julia, essa merda vai ser difícil de esconder amanhã – disse Petra, entre risos baixos, mas a voz carregada de uma tensão que denunciava o prazer contido.
— Eu não ligo, Petra. Não quero que esconda – respondeu Julia, sua voz cortante e cheia de raiva. — Quero que todos vejam, quero que ele veja e saiba quem fez essas marcas. – As palavras de Julia caíram no ar como lâminas afiadas, revelando o desejo e a ira que dominavam seus sentimentos naquele instante.
Julia beijou Petra novamente, dessa vez de forma mais agressiva, suas bocas se encontrando com uma mistura de raiva e desejo incontroláveis. Petra se deixou levar pela intensidade, pelo fogo que queimava dentro de ambas. Mas, quando menos esperava, Julia parou abruptamente e olhou fixamente para o vestido de Petra, os olhos escurecendo com uma ameaça silenciosa.
— Você gosta muito desse vestido? – perguntou Julia, a voz rouca e carregada de um perigo iminente.
Petra, ainda atordoada pelo beijo e pela força com que Julia a tomara, mal teve tempo de reagir antes que Julia, com um movimento rápido, puxasse a alça do vestido de Petra e o rasgasse com um gesto violento. O som do tecido sendo rompido cortou o ar, aumentando a tensão.
— É sério isso? – Petra perguntou, sua voz baixa, mas com um toque de surpresa e um leve espanto, como se não tivesse imaginado que Julia fosse tão implacável. — Sim, Julia. Eu gostava da porra do vestido!
Julia, com os olhos fixos em Petra, sentiu a adrenalina percorrendo suas veias. A frustração, o desejo e a raiva estavam tão intensos dentro dela que nada mais parecia importar. Ela não queria apenas marcar Petra fisicamente, mas dominá-la, controlá-la, deixá-la sem escolha. O vestido agora estava rasgado, deixando a pele de Petra exposta, e isso parecia dar a Julia uma sensação de poder que ela não queria deixar escapar.
— Sem drama, Lewis – respondeu Julia, sua voz agora mais baixa, mais controlada, mas a fúria ainda pulsando em suas palavras. Ela se aproximou de Petra novamente, o corpo delas quase colidindo. — Eu sei que colocou esse vestido já sabendo que eu iria tirar no fim da noite.
Petra, sentindo a tensão aumentar, deu um sorriso desafiador, mesmo com a respiração ainda irregular. Ela não sabia o que Julia estava tentando provar, mas uma parte dela estava profundamente atraída pela intensidade dessa situação.
— Você é uma louca – disse Petra, a voz quase um sussurro, mas com um toque de desejo disfarçado. — Mas eu não posso negar... isso é excitante.
Julia não respondeu imediatamente. Em vez disso, ela tomou a boca de Petra novamente, dessa vez com mais urgência, mais violência. Cada beijo, cada toque parecia marcar um território que, até então, havia sido compartilhado de uma maneira totalmente diferente. A raiva e o desejo estavam entrelaçados, uma dança perigosa de emoções que as consumia.
O que estava acontecendo entre elas não era mais apenas sobre provocação ou jogo de poder, era algo mais visceral, mais urgente. O desejo se misturava com uma raiva incontrolável, e ela queria mais, muito mais.
Ela puxou Petra mais perto, seus corpos colidindo com força, quase sem pensar. O toque das mãos de Julia foi implacável, pressionando Petra contra a parede com uma força que a fez ofegar. Não havia espaço para dúvidas ou hesitação, apenas a necessidade crua de dominar e ser dominada.
— Você me provoca demais – Julia sussurrou, sua voz rouca, mais baixa, mas cheia de uma intensidade que parecia invadir o ar ao redor delas. — Agora, você vai aprender o que acontece quando brinca com fogo.
Petra, completamente tomada pela situação, sentiu uma mistura de excitação e desafio. Mesmo sendo pressionada e dominada por Julia, havia uma chama dentro de si que não conseguia apagar. Ela gostava daquele jogo, da forma como Julia a fazia se sentir, como se tudo o que conhecia estivesse sendo destruído para dar lugar a algo novo, mais selvagem.
— Então me mostre – Petra respondeu, desafiadora, com os olhos brilhando de uma maneira que só quem estava completamente imerso nesse turbilhão poderia entender.
Julia a puxou para si, seu beijo mais feroz do que nunca, como se fosse a única forma de expressar toda a tensão acumulada. Petra, sem se deixar intimidar, correspondeu com a mesma ferocidade, seu corpo se moldando ao de Julia, cada movimento um reflexo de uma luta silenciosa, mas eletricamente carregada.
O quarto estava imerso em silêncio, exceto pelo som ofegante delas, pela intensidade do momento que estava prestes a ultrapassar qualquer limite conhecido.
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Julia queria brigar mas a petra queria dar 👍🏼
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