67 - Italiano Desgraçado
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22 de Abril
O Brasil fechou o set com um bloqueio duplo perfeito de Rosa e Carolana, deixando a torcida em êxtase.
— Primeiro set no bolso! – Thaisa comemorou, dando um leve soco no ombro de Petra. — Essas meninas estão afiadas!
— Mas não dá pra relaxar, a Itália sempre volta mais forte – Petra respondeu, já concentrada no que viria a seguir.
O segundo set começou com mais equilíbrio. A Itália ajustou sua recepção e atacava com mais frequência, especialmente explorando as diagonais. Gabi e Julia tiveram que se desdobrar na defesa, com Nyeme operando milagres para manter a bola viva. A Itália chegou a abrir uma pequena vantagem, mas Macris não deixou que o time se desestabilizasse.
— A defesa tá segurando bem, mas precisamos de mais pressão no saque! – murmurou Petra, observando os lances.
Rosa, Carolana e Gabi continuavam a ser uma presença dominante na rede, mas a Itália também mostrava sua força nos contra-ataques. O jogo se tornava uma verdadeira batalha de nervos, com cada ponto sendo disputado ferozmente.
No final do set, Julia apareceu com uma série de saques forçados, tirando a recepção italiana do eixo. Foi o suficiente para virar o jogo e garantir a vitória do Brasil no segundo set. O placar agora era de 2 a 0 para o Brasil.
No terceiro set, a Itália veio determinada a virar o jogo. Com saques mais agressivos e ataques mais precisos, o time italiano começou a explorar as brechas na defesa brasileira. Julia e Gabi se desdobravam para segurar a linha de passe, mas a pressão da Itália foi crescendo.
— Vamos, meninas, não deixem cair! – gritou Natinha, no banco, junto com Kisy e Diana, que estavam de pé, torcendo a cada ponto disputado.
A entrada de Kuddies e Kisy trouxe um novo fôlego para o time, com Kuddies sendo uma força nos ataques de meio. No entanto, a Itália conseguiu fechar o set com um ponto de contra-ataque, e o Brasil perdeu o set por 26 a 24.
— Nada de pânico, estamos na frente ainda! – Petra gritou para as meninas ao voltarem para o banco.
No quarto set, a tensão aumentou. A Itália, agora com confiança renovada, estava jogando de forma impecável, pressionando o Brasil em todas as jogadas. Nyeme continuava brilhando na defesa, mas as italianas estavam determinadas a levar o jogo para o tie-break.
Gabi e Julia seguiam lutando ponto a ponto, mas o cansaço começava a pesar. Carolana e Rosa foram substituídas em alguns momentos para dar fôlego ao time, com Gattaz e Ana Cristina entrando para ajudar na virada de bola. Mesmo assim, a Itália levou o set, empatando a partida em 2 a 2.
O tie-break começou com pura adrenalina. O Brasil entrou em quadra determinado a encerrar a partida e garantir a vitória. Macris voltou a distribuir o jogo com maestria, deixando as atacantes livres para explorar os pontos fracos da defesa italiana. Carolana, de volta à quadra, bloqueando com força, enquanto Gabi e Julia atacavam com tudo o que tinham.
Julia, em um momento decisivo, acertou uma paralela perfeita, que explodiu no chão italiano. Petra, do lado de fora, não conteve a empolgação e pulou, gritando de alegria.
— Essa é minha garota! – Petra murmurou para si mesma, orgulhosa.
O tie-break foi disputado ponto a ponto, mas o Brasil manteve a cabeça fria nos momentos decisivos. Macris fez uma bola rápida para Carolana, que cravou no meio da quadra italiana, fechando o jogo em 15 a 13.
As jogadoras explodiram em comemoração. O Brasil havia vencido de 3x2, garantindo a vaga na próxima fase da competição.
Petra correu para a quadra assim que o jogo terminou, indo diretamente até Julia, que ainda ofegava pelo esforço.
— Você foi incrível, amor! – disse Petra, sorrindo e abraçando Julia com força.
— Eu sabia que você estava torcendo por mim... não podia fazer feio – respondeu Julia, rindo, enquanto tentava recuperar o fôlego.
— Lukas e Evelyn devem ter gravado o jogo inteiro. – disse Petra rindo apontando para os dois na arquibancada — Se eles encontrarem Pierre por ali, talvez conversem sobre administrarem seu fã-clube.
— Ah, o que eu posso fazer? Sou popular – respondeu Julia fazendo pose.
— Convencida. – Petra riu enquanto ia até as outras meninas.
— Vamos comemorar muito essa vitória, meninas! – gritou Gabi, enquanto todas as jogadoras se abraçavam.
O time estava exausto, mas a sensação de dever cumprido era inigualável. Elas haviam superado um dos jogos mais difíceis da competição e garantido a vaga na fase eliminatória.
◇◆◇
As meninas estavam sentadas em uma mesa longa no restaurante do hotel, rodeadas por risos e a sensação de vitória. Nyeme, sempre cheia de energia, aproveitou o momento para comentar — E o Pierre, torcendo por nós? Ele é adorável! Aliás, podemos levar ele na mala quando voltarmos para o Brasil?
Petra deu uma risada leve. — Aquele garoto solto no Rio é capaz de assumir o comando de uma torcida organizada! – brincou, lembrando-se de como Pierre havia se empolgado durante a partida.
— É verdade! Ele estava lá fazendo toda aquela vibração! — Natinha concordou, ainda rindo.
— Ele chamando a gente de "titias" foi tão fofo! – disse Gataz sorrindo.
Ana, que estava se divertindo com a conversa, decidiu provocar Petra. — Mas vocês viram que a Julia tinha torcida só pra ela, não é, Petra? – perguntou, com um sorriso malicioso.
Petra tentou manter a compostura, mas não conseguiu segurar o riso.
— Eu não sabia que a Petra era tão barulhenta até ver ela gritando pela Julia no jogo! – Kuddies acrescentou.
— Experimenta ficar em um quarto ao lado do delas – murmurou Rosa causando risadas.
— Olha, não dá nem pra defender – disse Roberta rindo.
Macris olhou para Julia fingindo seriedade — Eu me recuso a acreditar que você faz essas coisas, Juju. Você é um neném ainda, garota!
— Amiga, neném não faz neném, entenda – respondeu Pri fazendo as risadas aumentarem.
— Não liga, Petra. Elas tão com inveja por eu ter a melhor torcida do jogo. – brincou Julia abraçando Petra.
— Aí, não desgrudam um minuto, credo – disse Thaisa fingindo desaprovação.
— Viu? Inveja! – rebateu Julia fazendo as outras rirem.
— Nem eu aguento mais – disse Diana fazendo uma careta engraçada.
O clima era de descontração, e as meninas continuaram a trocar provocações e risadas, até que Luzia, em um tom brincalhão, perguntou — Gente, cadê a namoradinha da Kuddies, hein?
Kuddies, sem perder a chance, mostrou o dedo do meio para Luzia, arrancando mais risadas do grupo.
— A Marcela está no quarto, disse que precisava resolver algumas coisas antes de descer – explicou Petra, mas logo depois, Marcela apareceu, e seu semblante sério imediatamente chamou a atenção das meninas.
— Oi, meninas. Petra, já olhou seu celular? – perguntou Marcela, com um olhar preocupado.
— Não, deixei no quarto. O que foi? – respondeu Petra, percebendo que algo estava errado vendo Marcela puxar uma cadeira e sentar entre ela e Kuddies.
Marcela soltou um suspiro profundo. Ela puxou o celular do bolso e mostrou a tela para Petra, que franziu a testa ao ver a manchete.
— O que…? – a voz de Petra falhou ao ver seu nome e o de Lorenzo estampados nas notícias. Era uma matéria sobre o processo contra Lorenzo e que Petra havia feito o possível para manter longe dos holofotes.
— Porra... como isso vazou? – a irritação tomou conta de Petra, e seu tom de voz subiu um pouco.
— Talvez alguém do fórum ou da delegacia, não sei… – respondeu Marcela, visivelmente angustiada. — Petra, tem mais uma coisa… As pessoas estão… tem muita gente do lado dele por não terem certeza se é verdade, e sabemos o quanto a opinião pública influencia nesses casos.
Rosa, que até então estava em silêncio, murmurou — Isso só pode ser um pesadelo. Que italiano desgraçado
— Como que as pessoas conseguem sair a favor de um cara que tá sendo acusado de agressão pela segunda vez? – Pri perguntou, inquieta, olhando para Petra.
— Talvez seja por isso – começou Petra — Na primeira vez os advogados dele, de algum jeito, fizeram Chiara negar as acusações. Ele foi acusado e inocentado rápido demais, isso faz as pessoas pensarem duas vezes antes de julgarem ele por que sabem que pode ser mentira... a equipe dele não faz nada por acaso, impressionante.
— Que filho da puta… – disse Marcela, com um tom de desdém que surpreendeu as outras meninas. — O que foi? Lorenzo já me tirou do sério há tempos.
Kisy, tentando quebrar a tensão, riu e perguntou — Você acabou de xingar alguém?
— O cara é tão insuportável que conseguiu tirar até a Marcela do sério – brincou Roberta.
O clima carregado de preocupação logo deu lugar a um riso nervoso, e Petra e Julia não conseguiram manter a seriedade.
— Desculpa, não consegui segurar – Julia disse, com um sorriso divertido, enquanto segurava a mão de Petra debaixo da mesa.
Petra tentou se recompor, mas a leveza de Julia a contagiava, e ela não pôde evitar um riso solto.
— É que, ele realmente consegue tirar qualquer um do sério mesmo – respondeu Petra, ainda rindo.
As outras meninas começaram a rir junto, mesmo sabendo que a situação era séria. O riso aliviou um pouco a tensão no ar, mas a preocupação permanecia, silenciosa.
— O que vai fazer agora? – perguntou Gabi, ainda com a expressão preocupada.
— Preciso ligar para o advogado... – disse Marcela, agora mais séria. — Não dá pra ignorar que a opinião pública pode ser cruel. E temos que proteger a Petra de qualquer forma.
Petra, respirando fundo, percebeu que a conversa tinha mudado. — Celly, calma. Vamos resolver isso, mas por enquanto... vamos respirar um pouco e esquecer do Lorenzo, pelo menos até amanhã. Além disso, já tenho algo em mente.
Marcela acenou com a cabeça, um pouco mais relaxada percebendo que Petra tinha as coisas sob controle.
— Tudo bem, Lizzie.
Petra respirou mais aliviada. — Sei que está fazendo seu trabalho, mas precisa descansar um pouco também, certo?
— Sim, senhora – respondeu Marcela fazendo as outras rirem.
As risadas retornaram, quebrando a tensão mais uma vez, enquanto o grupo voltava ao seu tom leve. E mesmo que as preocupações continuassem, Petra fez questão de mudar o foco das meninas.
Após o jantar, as meninas se dispersaram, cada uma indo para seus quartos. Petra e Julia caminharam juntas pelo corredor, a mão de Petra entrelaçada com a de Julia.
— Você está bem? – Julia perguntou, olhando para Petra com preocupação.
— Sim, eu só... – Petra respondeu, seu olhar pensativo enquanto entrava no quarto — Eu só queria que tudo fosse mais simples.
— Eu também, amor. – Julia disse, parando para encarar Petra. — Não deixe que ele te afete de novo. Você é mais forte do que isso.
Petra sorriu, sentindo um calor no coração.
— Eu sei. E, mesmo com tudo isso, você me faz sentir que posso enfrentar qualquer coisa.
— É meu talento – respondeu Julia convencida, com um sorriso que iluminou seu rosto.
As duas se aproximaram, e Petra, por instinto, puxou Julia para mais perto, seus lábios se encontrando em um beijo suave. No meio do turbilhão que sua vida havia se tornado, estar com Julia parecia uma pequena fuga da realidade para Petra.
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não ia postar hoje mas tô boazinha
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