✦CAPÍTULO 7✦

 Rayssa Sidney

PEDRO FOI ATÉ O guarda-roupa e voltou com alguns casacos.

— Acho que o professor não vai se importar se pegarmos alguns casacos — disse ele, entregando um casaco para cada.

— Mas é casaco de mulher! — reclamou Edmundo.

— Pega logo! — Pedro estendeu sem paciência.

Agora sim estávamos quentinhos. Por serem de adulto, a roupa ficou parecendo um grande vestido em todos nós. Chegava ser engraçado, mas era tudo o que tínhamos naquele momento.

— Vamos Lúcia? — perguntou Bella.

— Vamos! — disse com um grande sorriso.

Começamos a andar.

Eu e Bella íamos um pouco à frente dos outros e um pouco atrás de Lucia.

— Como está se sentindo depois dessa descoberta? — quis saber Bella.

— Pra ser sincera? — A encarei. — Bem confusa. Nunca imaginei que pudesse existir outro mundo dentro ainda mais dentro de um guarda roupa!

— Sim, tem razão — Bella riu. — É confuso.

— Se contássemos a alguém com certeza nos chamariam de loucas.

Começamos a rir.

— Também acho! — Concordei. — Assim como foi com a Lú.

Eu e Bella olhamos para a pequena que se encontrava de mãos dadas com Pedro.

— Ela parece feliz agora — disse Bella. — Isso que importa.

Balancei a cabeça. Continuamos andando em um silêncio confortável.

— Porque não vai falar com Edmundo? — Bella sugeriu, e a olhei assustada.

— Pra que?

— Vocês dois precisam se entender — disse e balancei a cabeça dizendo que não. — Por favor! — Ela juntou as mãos em sinal de petição. — Por mim.

Infelizmente Bella sabia como me convencer a fazer as coisas, e eu não achava nenhum pouco justo.

— Tá bem! — falei, vencida.

Esperei que os outros me ultrapassassem e assim que Edmundo chegou ao meu lado continuei andando.

— Então...— comecei, pensando em algo para dizer. — O que achou de tudo isso?

— Normal. Já é a segunda vez que venho aqui — respondeu sem ao menos me olhar.

— Hum! E por que não disse a verdade no outro dia? Sabe, sobre Nárnia? — perguntei.

— Não te interessa — disse, arrogante.

Me segurei para não voar em cima dele. Como ele podia ser tão ignorante daquele jeito? Eu só estava querendo conversar.

Respirei fundo tentando me acalmar, já concluindo que era perda de tempo.

— Tudo bem. Só não faça nada idiota, OK? — pedi e voltei para o lado de Bella.

— Então, como foi? — perguntou minha irmã, esperançosa.

— Eu tentei — Dei de ombros e ela murchou.

Nossos passos afundavam na neve abaixo de nossos pés até que vimos um lampião.

— Olha esse lampião, Bella! — falei, admirando o mesmo.

— É bem bonito.

Nos aproximamos para tocar no lampião e assim que o fizemos ele acendeu. Demos um passo para trás.

— Viram isso? — perguntou Bella, assustada.

— Sim! — Os Pevensie responderam. — Vamos! A casa do Sr. Tumnus não está muito longe. — Anunciou Lúcia.

Bella Sidney

JÁ DE VOLTA AO CAMINHO Pedro se aproximou de mim. Pelo canto do olho vi Rayssa acompanhar Susana e as duas pareciam estar se entendendo bem enquanto conversavam.

— Que loucura, não é? — perguntou Pedro. Imediatamente entendi a que se referia.

— Muita — soltei uma risada. — Me sinto mal por não termos acreditado na Lúcia antes — admiti.

— Eu também — Pedro olhou para a neve no chão com o semblante triste. — Eu fui um péssimo irmão.

— Não se lamente, por favor! — pedi, colocando uma de minhas mãos em seu ombro, recebendo um olhar do loiro. Não era de reprovação, mas ao perceber a retirei rápido. — Nenhum de nós poderia imaginar que isso podia acontecer. Todos fomos pegos de surpresa.

— Eu sei, mas ainda sim...— ele não concluiu. Senti pena dele.

Olhei para frente e vi Lúcia andando alegremente enquanto nos guiava até a casa do Sr. Tumnus.

— Olha! — comecei apontando com a cabeça em direção a Lúcia. — Ela está feliz.

Pedro olhou para sua irmã caçula.

— Mesmo que não tenhamos acreditado antes, ela está feliz porque agora sabe que acreditamos nela — falei.

Pedro continuou a observar a irmã e vi um sorriso se formar em seu rosto. Ele olhou para mim e abri um sorriso para ele. Não foram necessárias palavras para saber que eu havia tirado um peso de suas costas.

Andamos mais um pouco e vimos uma espécie de caverna. Diferente do que eu imaginava encontrar, aquela estava com a porta arrebentada. Ao ver aquilo, Lúcia correu em direção a casa e nós fomos atrás.

Chegando lá, vimos que estava tudo — mesas, pratos, copos, todos os móveis que ali estavam e até as janelas — tudo estava quebrado.

— Bonito trabalho! — zombou Edmundo.

— O que houve aqui? — perguntou Lúcia, preocupada.

Olhei ao redor, procurando algo que servisse como explicação para tamanha selvageria e encontrei um papel no chão. Um bilhete.

— O que está escrito nele? — perguntou Susana.

Comecei a ler:

"O antigo inquilino deste prédio, o fauno Tumnus, está preso aguardando julgamento. Acusado de crime de alta traição contra Sua Majestade Imperial Jadis, Rainha de Nárnia, Castelã de Cair Paravel, Imperatriz das Ilhas Solitárias. É acusado de abrigar espiões e confraternizando-se com humanos.


MAUGRIM, Comandante-chefe da polícia secreta. VIVA A RAINHA."

Ao terminar de ler, olhei para os outros.

— Isso não está me agradando nem um pouquinho — disse Susana.

— Quem é essa Rainha Lúcia? — perguntou Rayssa. — Sabe alguma coisa dela?

— Ela não é rainha! — Afirmou a pequena. — Ela é a Feiticeira Branca. Foi ela quem enfeitiçou Nárnia para ser sempre inverno e nunca natal. Temos que detê-la.

— Pedro, acho que está na hora de voltarmos — interveio Susana com medo.

— Mas temos que salvar o Sr. Tumnus! — Lúcia insistiu.

— Grande coisa vamos fazer. Nem temos comida — disse Edmundo com os braços cruzados.

— Cala a boca! — exclamou Pedro deixando evidente que ainda estava zangado com ele. — Qual a sua opinião Bella?

Pedro se virou para mim, me pegando de surpresa. Pensei alguns instantes, avaliando a situação.

— Não sei porque, mas algo dentro de mim diz que Lúcia está certa. Acho que devemos seguir em frente — dei minha palavra determinada.

— Mas como? O que podemos fazer? — perguntou Rayssa e eu a conhecia bem o suficiente para saber que estava com medo.

— Eu não sei, mas não consigo pensar na ideia de sair daqui sabendo que tem alguém em perigo por nossa causa — falei.

Ninguém disse nada.

— E então...o que acha? — perguntou Pedro.

— Mesmo não fazendo ideia de como faremos isso, eu vou concordar com a Bella. — Finalmente respondeu. — O drama é que não temos comida.

— Mas Deus proverá. Se ele nos mandou aqui é porque sabe o que está fazendo — afirmei, determinada.

Rayssa abriu um pequeno sorriso e balançou a cabeça, concordando.

— Se ao menos soubéssemos onde o fauno está preso — comentou Susana.

Ficamos calados, imaginando o que poderia ser feito.

— Vejam aquele pintarroxo de papo vermelho! — Lúcia exclamou. — É a primeira vez que vejo um passarinho aqui. Acho que ele quer que o sigamos.

— Só posso estar ficando louca — disse Susana.

— Vamos lá! — Rayssa correu atrás do passarinho.

— Espera Rayssa! — exclamei, mas ela já estava longe.

Seguimos ele por um longo caminho, depois disso simplesmente desapareceu.

— Ótimo! Seguimos um pássaro para ficarmos perdidos em um lugar cheio de neve e sem comida — reclamou Edmundo.

— Algo não está certo — comentei, olhando ao redor..

De repente ouvimos um...

Continua...

Hellow galera! Esta aí mais um capítulo para vocês. Estão gostando da história? Deixem aqui nos comentários. Não esqueçam a estrelinha. 

Deus os abençoe!

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