✦CAPÍTULO 23✦
Rayssa Sidney
SEUS BRAÇOS ME rodearam e voltamos para o acampamento. Já estava amanhecendo quando pousamos. Lúcia correu em nossa direção.
— O que houve? — perguntou Pevensie caçula a Pedro.
— Pergunte a ele. — Olhou para Caspian.
— A mim? — perguntou indignado. — Você poderia ter cancelado, ainda dava tempo.
— Não dava graças a você. — Os dois param de andar. — Se tivesse seguido o plano, os soldados estariam vivos agora.
— E se tivesse ficado aqui como eu sugeri, com certeza estaria! — Caspian retrucou.
— Foi você quem nos chamou, não lembra?
— Meu primeiro erro. — Caspian admitiu.
— Não, seu primeiro erro foi achar que podia ser líder! — Pedro disse, se virando para ir embora.
— Ei! — Caspian gritou, fazendo Pedro se virar. — Acho que não fui eu quem abandonou Nárnia.
— Vocês invadiram Nárnia. Não tem mais direito de liderar e nem Miraz. Você, ele, seu pai. Nárnia está melhor sem vocês. — disse Pedro, atingindo o limite de Caspian que desembainhou sua espada, seguido de Pedro.
Senti outra ardência em minha perna e gritei de dor.
— Parem! — Edmundo gritou, fazendo o duelo acabar.
Edmundo me desceu da phoenix e me colocou no chão.
— Rayssa, você está bem? — Perguntou minha irmã, se ajoelhando.
— Minha perna — apontei.
A mão de Bella ficou tentada a tocar, mas parou assim que percebeu o que estava fazendo.
Ao lado, o anão Trumplink estava no chão, desmaiado. Lúcia correu até nós, se ajoelhando ao meu lado e pegou seu elixir.
— Não, Lúcia! — Agarrei seu braço. Ela me olhou sem entender. — Ele primeiro.
Olhei para Trumpkink.
— Mas Rayssa... — Edmundo começou, porém foi interrompido.
— Tudo bem, eu aguento. — Forcei um sorriso.
A rainha Destemida assentiu e foi cuidar do amigo. Assisti tudo calada, bastaram apenas algumas gotas em sua boca para que abrisse os olhos.
Lúcia veio cuidar de mim. Ela deixou uma gota do seu elixir cair em minha perna e outra em minha bochecha. Senti um tremendo alívio.
— Obrigada.
Me levantei.
— Está melhor? — Susana perguntou.
— Sinto como se nunca tivesse levado uma flechada.
Um coral de risos entoou entre nós.
— Rayssa, aceita dar um passeio comigo? — perguntou Edmundo, meio sem jeito.
— Claro — respondi.
Eu e Edmundo iniciamos uma caminhada sem rumo pelo acampamento.
— Olha! — falei apontando para uma rosa branca perto da floresta. Era linda.
Edmundo olhou para rosa e depois olhou para mim.
— Vem! — Me puxou pela mão.
Ele se aproximou da rosa e arrancou-a, vindo até mim.
— Uma rosa para outra rosa — disse me estendendo-a.
Abri um sorriso, surpresa.
— Obrigada, gentil cavaleiro. — Peguei a rosa e senti uma pequena vibração, como formigamento. — Incrível!
— O que é incrível?
— É como se algo me ligasse a ela. — Olhei ao redor. — A tudo nesta floresta.
— Rayssa, o seu colar! — exclamou. Toquei-o enquanto brilhava, sentindo a ligação ficar mais forte.
— É o colar quem está nos ligando.
A rosa emitiu um brilho branco e começou a flutuar em direção a floresta.
— Vem! — Foi minha vez de puxar Edmundo pela mão.
Seguimos a rosa até chegarmos em uma cachoeira. A água era cristalina com rochas ao redor. Deixamos nossas coisas perto de uma árvore e nos sentamos em uma das rochas. Colocamos nossos pés na água.
— Nunca vi algo tão bonito na minha vida! — admiti, encantada.
— Nem eu.
Ficamos em silêncio.
— Edmundo — chamei, ao me lembrar de uma coisa. — Se lembra da última vez que estivemos em Nárnia, antes de Aslam ser sacrificado? Estávamos conversando perto do lago.
— Como eu poderia esquecer? — respondeu me fazendo corar.
— Naquela noite você não respondeu a minha pergunta.
— Qual?
— Por que ficou com raiva depois que eu terminei o treino? Ficou com ciúmes? — O provoquei.
— Com ciúmes, eu?
— Então por que ficou com raiva?
— Eu não fiquei com raiva — desviou os rosto.
— Ficou sim — insisti.
— Eu não fiquei não.— disse, alterando um pouco a voz.
— Tudo bem, se não quer me dizer a verdade... — Levantei. — Significa que não quer ser meu amigo.
Comecei a andar.
— Rayssa, espera!
Fingi que não escutei. Senti uma mão me puxar pela cintura, me fazendo virar.
— Tudo bem, eu falo. — Me olhou nos olhos. — Sim, eu estava com ciúmes.
Minhas sobrancelhas se ergueram, surpresa.
— Mas por quê?
— Porque eu não gostei daquele centauro te treinando. Eu queria te treinar. Eu queria ficar perto de você — revelou.
— Isso não faz sentido.
— Sim, faz. Eu gosto de você, Rayssa!
Fiquei sem palavras. Meu coração começou a bater mais rápido.
— Eu me apaixonei desde a primeira vez que eu te vi, só que eu não queria admitir. Eu sei, eu fui um tolo, mas eu estou completamente apaixonado por você e não quero mais ser um babaca com você. Nunca mais. — Permaneci calada sem saber o que dizer.
"Ele estava apaixonado por mim?"
Edmundo encostou sua testa na minha, depois direcionou seu olhar para minha boca. Seus lábios ficaram a centímetros do meu e podia sentir sua respiração quente se misturar na minha. E então, ele me beijou. Um beijo doce e calmo.
Terminamos o beijo, mas ficamos com as testas coladas uma na outra. Suas mãos continuaram apertadas envolta da minha cintura, fazendo nossos corpos ficarem colados.
— Edmundo eu... — Não consegui terminar a frase. Meu colar começou a brilhar, mas desta vez não tinha nenhum tipo de ligação com a natureza. — Precisam de ajuda!
Pegamos nossas coisas e voltamos correndo para o acampamento.
Fomos em direção a sala da mesa de pedra. Uma grande parede de gelo havia sido erguida e vi a Feiticeira Branca, presa, atraindo Pedro para si.
Olhei para o lado e avistei Caspian no chão, e todos da sala lutando contra um anão, um lobo e uma criatura parecida com um urubu.
— Precisamos fazer alguma coisa.
— Me dê cobertura. — Olhou para mim.
— O que você vai fazer? — perguntei.
— O que deveria ter feito há muito tempo.
Apenas assenti.
— Apenas uma gota, meu rei — ouvi Jadis dizer, hipnotizando Pedro cada vez mais. — Sabe que não consegue sozinho.
— Pedro! — O chamei, mas ele não ouviu. — Pedro, pare!
"Ai meu Deus!"
Bella entrou na frente de Pedro, tomou seu rosto entre as mãos e o beijou, no instante seguinte a parede de gelo começou a rachar. Ela gritou quebrando o gelo por completo, revelando Edmundo segurando sua espada.
Olhei para o casal que tinha suas testas coladas uma na outra. Pedro a abraçou.
Edmundo veio em minha direção
— Você está bem?
Antes que eu consiga responder escuto alguém gritar.
— Aí!
Vejo Bella sentada no chão, com o braço sangrando.
— Bella!
Corri e me agachei ao seu lado. Lúcia pegou seu elixir e deixou uma gota cair em cima da ferida aberta. Não demorou muito para começar a cicatrizar.
— Obrigada! — Bella agradeceu. Lúcia apenas sorri.
Pedro a ajudou a se levantar.
Comecei a me sentir tonta e...
CONTINUA...
As emoções estão ficando cada vez mais presentes, não é mesmo? Finalmente tivemos o primeiro beijo do nosso casal Rayssa e Edmundo. Como eu amo esses dois haha.
Fiquem ligados nos próximos capítulos. Até mais!
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