✦CAPÍTULO 19✦

Rayssa Sidney

NÃO ACREDITO! NÓS VOLTAMOS.

Lúcia se virou para Susana com um sorriso cúmplice. Entendendo, Susana sorriu de volta e ambas correram, sendo seguidas por nós quatro. Corremos até o mar, deixando nossas coisas na praia.

Entramos na água e iniciamos uma guerra de água.

Edmundo parou.

— O que foi ? — perguntou Pedro.

— Onde é que nós estamos? — perguntou Edmundo.

— Onde acha que estamos?

— É que... não me lembro de ruínas em Nárnia — explicou Edmundo, olhando alguma coisa. Do alto da colina, havia um lugar em ruínas.

— Vamos lá — falei saindo da água e pegando minhas coisas.

Subimos a montanha e chegamos no local.

— Quem será que vivia aqui? — perguntou Lúcia.

— Éramos nós — respondeu Susana, segurando uma peça de xadrez.

— Ei! É meu do jogo de xadrez — disse Edmundo.

— Que jogo de xadrez? —indagou Pedro, curioso.

— Em Fitness eu nunca tive um jogo de xadrez, mas isso é meu — afirmou Edmundo, pegando a peça.

— Não acredito! — exclamou Lúcia, e correu.

A seguimos.

— Não estão vendo?

— O que? — perguntou Bella, sem compreender.

— Imaginem muros e colunas ali — começou a Pevensie caçula, nos posicionando um ao lado do outro, e eu e Bella mais a frente. — Um telhado de vidro.

Foi como se eu realmente conseguisse enxergar.

— Cair Paravel — conclui.

Continuamos a vasculhar o local.

— Catapultas — disse Edmundo, ajoelhado perto de uma rocha. — Não foi uma tragédia natural, Cair Paravel foi atacada — afirmou e se levantou.

Pedro andou até uma parede, seguido por Edmundo. Os dois empurraram a pedra, revelando um túnel.

Pedro rasgou um pedaço de sua camisa e enrolou em um graveto.

— Por acaso tem fósforo? — perguntou para Edmundo.

— Não... — E retirou uma lanterna da bolsa. — Mas será que isto serve?

— Podia ter me falado um pouco antes, não acha? — disse Pedro com leveza.

Rimos e entramos.

Iniciamos uma descida pelos inúmeros degraus, com Edmundo nos guiando. Eu estava logo atrás dele. Em um dos degraus acabei tropeçando e indo para frente, mas Edmundo foi mais rápido e me segurou.

Seu rosto ficou a milímetros do meu.

— Dá para vocês dois continuarem? — perguntou Pedro, vindo logo atrás.

Me afastei, um tanto envergonhada.

— Desculpa — dissemos.

Chegamos a um local com seis baús e uma estátua nossa atrás. Nossa câmara secreta.

— Não acredito! Ainda está tudo aqui — disse Bella.

Cada um correu em direção ao seu baú. Abri o meu e sorri ao ver meus pertences.

— Eu era tão alta — comentou Lúcia, segurando um vestido muito maior que ela.

— Não, Lúcia é que você era mais velha — explicou Susana.

— Ao contrário de centenas de anos depois, quando se é mais jovem — disse Edmundo, com um capacete enorme na cabeça.

Não aguentei e ri.

— Você está ótimo assim — eu disse falei e pude ver que ele corou.

— O que foi? — perguntou Bella para Susana.

— Minha trompa. Devo ter deixado na cela quando voltamos — disse.

Vi Pedro ir até seu baú e retirar sua espada.

— Nos dentes de Aslam, o inverno morrerá — recitou Pedro, olhando a espada.

— Na sua juba, a primavera voltará — continuou Lúcia. — Nossos amigos, o sr. Tumnus, os castores. Todos se foram.

Nos olhamos com pesar.

— É hora de saber o que aconteceu — disse Pedro, decidido.

Voltamos nossa atenção para nossos baús. Peguei um vestido preto com detalhes dourados.

— Meninos — chamei a atenção dos dois. — Precisamos nos trocar. Será que vocês poderiam sair um pouco?

Eles pegaram suas coisas e saíram.

Após me vestir, peguei minha espada, meu arco e meu colar.

— Vamos? — chamou Susana.

Lá fora Edmundo e Pedro também já haviam se trocado. Pedro usava uma roupa de couro marrom e Edmundo uma blusa azul e calça marrom. Muito bonito.

Edmundo percebeu que eu o olhava e desviei o olhar, corando.

Começamos a andar pela floresta até chegarmos a um rio.

— O que é aquilo? — perguntou Bella, apontando na direção do rio.

Avistei dois homens em um barco no meio do rio, segurando um anão.

— Querem jogá-lo no rio! — exclamou Lúcia.

Eu e Susana pegamos nossos arcos. Susana atirou e a flecha acertou o barco.

— Larguem ele! — mandou.

Os homens jogaram o anão no rio.

Atirei acertando um dos homens, o outro pulou na água. Pedro pulou para salvar o anão, e Edmundo para pegar o barco.

Quando voltaram à superfície, Pedro colocou o anão no chão. Lúcia pegou sua adaga e cortou as cordas que prendiam-no e ele rapidamente tirou o pano que tapava a boca, cuspindo água.

— Larguem ele? — perguntou o anão com ironia, se levantando. — Foi o melhor que pode pensar em dizer?

— Um simples obrigado já seria o bastante! — disse Susana.

— Estavam me afogando muito bem sem a sua ajuda.

"Que mal agradecido", pensei.

— Devíamos ter deixado — disse Pedro.

— Por que eles queriam matar você? — questionou Bella.

— São telmarinos, é o que eles fazem — respondeu o anão, jogando com força a corda em que estava preso.

Ele não parecia ser muito amigável.

— Telmarinos? Em Nárnia? — observou Edmundo, surpreso.

— Onde estiveram nos últimos cem anos?

— Isso é uma história meio longa — respondi.

Bella entregou a espada de volta a Pedro.

— Só pode ser brincadeira! — disse o anão, sem acreditar. O olhamos sem entender. — São vocês? Os Reis e Rainhas do passado?

— Sou o grande Rei Pedro, O Magnífico — Pedro estendeu a mão.

O anão apenas olhou.

— Você podia ter omitido a última parte — comentou Susana.

— Podia — concordou o anão, soltando uma pequena risada.

Pedro fez cara de quem não gostou.

— Pode se surpreender — ele disse, desembainhando sua espada.

— Ah, é melhor não fazer isso rapaz! — avisou o anão.

— Eu não...ele — respondeu Pedro e olhou para Edmundo.

O Pevensie de cabelos escuros sorriu e desembainhou sua espada. Pedro entregou a espada dele ao anão, que caiu com o peso. O anão segurou firme a espada e deu o primeiro golpe, pegando Edmundo de surpresa.

— Vossa Majestade está bem? — perguntou o anão, fingindo preocupação, após desferir um golpe no rosto de Ed.

Edmundo bateu sua lâmina com a do anão, fazendo-o recuar um pouco. Edmundo olhou para mim e piscou. Revirei os olhos.

O anão deu outro golpe, mas Edmundo acabou jogando a espada do anão no chão e vencendo. O anão caiu de joelhos, pasmo.

— Não é que a trompa funciona mesmo! — exclamou, maravilhado.

— Que trompa? — quis saber Susana.

— Creio que é a sua majestade — respondeu, se levantando.

— Quem nos chamou? — perguntou Bella.

— O Príncipe Caspian. Ele precisa da ajuda de vocês.

— Nos leve até ele — pediu Pedro.

O anão assentiu.

Fomos todos para a beira do rio e entramos no barco.

— Qual o seu nome? — perguntou Lúcia, após um tempo.

— Trumpink.

— Você é amigo do Caspian? — indaguei.

Notei que Edmundo ficou tenso. Olhei rapidamente para o lado vendo que estava com raiva.

"O que há de errado com ele?", pensei.

— Mais ou menos. A história é longa — respondeu Trumpink.

Assenti entendendo.

— Estão paradas — comentou Lúcia, observando as árvores.

— São árvores — começou Trumpink. — O que você queria?

— Elas dançavam — retrucou a Pevensie.

— Logo depois que saíram, os telmarinos invadiram. Os sobreviventes se retiraram para os bosques e as árvores se retiraram para tão dentro delas que nunca mais a ouvimos falar.

— Eu não entendo, como Aslam permitiu isso? — pensou Bella.

— Aslan? Achei que tinha nos abandonado junto com vocês.

— Não quisemos abandoná-los — Pedro tentou se explicar.

— Não faz diferença agora faz?

— Leve-nos aos narnianos e fará — respondeu Pedro, convicto.

Seguimos em silêncio até chegarmos à margem do rio.

— Eu te ajudo — disse Edmundo, me estendendo a mão.

— Obrigada.

— Não se mova majestade! — gritou Trumpink para Lúcia.

Um urso começou a correr em direção a ela. Ao perceber que ele não ia parar, a mesma começou a correr.

— Fique longe dela — mandou Susana, apontando sua flecha para o urso.

Lúcia acabou tropeçando e caindo.

O urso estava prestes a atacá-la quando duas flechas o acertaram. Bella e Trumpink estavam com seus arcos levantados. Mirei novamente o urso que agora se encontrava no chão, morto.

— Por que ele não parou? — perguntou Susana, abaixando o seu arco.

— Devia estar com fome — respondeu Trumpink, indo em direção ao animal.

— Você está bem? — perguntou Bella a Lúcia.

— Estou, obrigada.

Lúcia foi até Pedro que a abraçou.

— Obrigado — ele agradeceu. Bella apenas sorriu.

Trumpink foi até o urso com uma faca.

— Obrigada — agradeceu Lúcia ao anão.

Percebi que o anão ficou sem jeito, mas conseguiu disfarçar.

— Era selvagem — comentou Edmundo.

— Acho que ele nem podia falar — complementou Pedro.

— Seja tratado como um animal selvagem por muito tempo e é isso que você vira. Vão descobrir que Nárnia está mais selvagem do que se lembram. — E enfiou a faca no coração do urso.

— O que está acontecendo com Nárnia? — disse Lúcia, escondendo o rosto no peito de Pedro.

***

— Não me lembro desse caminho — revelou Susana, enquanto passávamos por um caminho cheio de rochas.

— Mulher é assim, nunca consegue guardar um mapa na cabeça — respondeu Pedro, guiando o grupo.

— É porque já temos a cabeça cheia de outras coisas — retrucou Lúcia.

— Queria que ele tivesse ouvido o N.C.A logo de cara — disse Susana.

— N.C.A? — perguntamos eu e Bella ao mesmo tempo.

— Nosso caro amiguinho — respondeu Lúcia.

— Que apelido mais carinhoso, não acha? — comentou Trumpink a Edmundo.

Pedro parou em frente a uma grande rocha que tapava toda a passagem.

— Eu não estou perdido — disse.

— Não, só está indo pelo caminho errado — disse Trumpink.

— Você viu Caspian no Bosque. Sabe que o melhor caminho é atravessar o rio veloz — disse Pedro.

— A não ser que eu esteja enganado, não existe passagem por aqui — afirmou o anão.

— Então está explicado, você se enganou.

— Pedro! — Bella o repreendeu.

Pedro lançou um olhar para Bella, porém permaneceu calado e voltou a andar.

— O que deu nele? — perguntei a minha irmã.

— Eu não sei, mas não estou gostando disso — respondeu e voltamos a caminhar.

Andamos até chegarmos a um...

CONTINUA...

 Oláaaa!! Como estão? As aventuras neste maravilhoso mundo estão apenas começando nessa segunda parte. 

Mas que coisa o Pedro, hein! Todo arrogante. E o Edmundo, estava com ciúmes?

Não esqueçam de deixar a estrelinha e de comentar.

Beijos. Deus abençoe vocês. Até mais!


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