✦CAPÍTULO 16✦

Rayssa Sidney

LÚCIA PEGOU SEU ELIXIR e levantou com um sorriso, correndo para ajudar os feridos.

No dia seguinte...

Após um bom descanso, eu me encontrava em um dos quartos do maravilhoso castelo de Cair Parável. Me observei em frente ao espelho, analisando a roupa que usaria para na coroação — um vestido longo verde, composto por detalhes dourados e mangas que vinham até os cotovelos e se abriam caindo até perto do chão. Meu cabelo se encontrava preso em ambos os lados, formando uma flor no meio e o restante solto.

Eu estava linda.

Alguém bateu na porta.

— Pode entrar! — gritei sem tirar os olhos do espelho.

— Oi — disse Bella, colocando primeiro a cabeça para o lado de dentro do quarto e entrando em seguida. — Ah, você está tão linda!

Eu ri, entusiasmada.

Bella usava um belo vestido azul escuro longo, que possuía detalhes dourados na cintura e nas mangas.

Ouvimos outra batida na porta.

— Deixa que eu abro — disse minha irmã indo até a porta e a abrindo, revelando Lúcia já vestida para cerimônia.

— Oi. Pedro, Susana e Edmundo estão nos esperando lá embaixo — avisou a pequena.

— Então vamos — falei caminhando até elas.

Descemos as escadas e fomos para onde nos esperavam. Ao chegarmos lá, vimos Aslam. Sem conseguir me conter corri e o abracei.

— Olá Rayssa — ele cumprimentou. — Está pronta?

— Estou — falei com firmeza. — Apenas um pouco nervosa, talvez.

— Não é necessário. Você não estará sozinha — afirmou o Leão.

Balancei a cabeça mostrando um sorriso, grata por suas palavras de conforto.

Me posicionei atrás dos Pevensie e Bella se posicionou ao meu lado.

— Estão prontos? — indagou o Grande Leão.

— Sim! — respondemos em coro.

As portas se abriram revelando um grande salão cujo chão era feito de porcelanato, havia vitrais e sacadas que davam a vista para um belíssimo horizonte.

Olhando mais ao meio, o salão estava cheio de faunos, centauros e minotauros, entre outras criaturas. E bem ao final estavam seis tronos. Quatro dos Reis e Rainhas e dois menores mais à frente — um de cada lado — das Princesas.

Paramos em frente às escadas dos tronos. Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia subiram primeiro e ficaram em frente aos seus tronos. Enquanto eu e Bella ficamos paradas em frente às escadas.

— Em nome dos brilhantes mares orientais, apresento-lhes: rainha Lúcia, a Destemida — pronunciou Aslam.

Vi o sr. e sra. Castor segurarem as coroas em cima de almofadas, enquanto subiam as escadas seguidos pelo fauno Tumnus.

O sr. Tumnus pegou uma coroa prata e a colocou na cabeça de Lúcia.

— Em nome dos grandes bosques dos ocidentes, rei Edmundo, o Justo. — Sr. Tumnus também colocou uma coroa de prata em sua cabeça.

— Em nome do radiante sol do Sul, rainha Susana, a Gentil — uma coroa dourada foi posta em sua cabeça.

— E em nome do limpo céu do norte, apresento-lhes: rei Pedro, o Magnífico — colocou uma grande coroa dourada.

Os mesmos se sentaram em seus tronos.

— Quem for coroado Rei e Rainha de Nárnia, será sempre Rei e Rainha — afirmou Aslam.

Ele olhou para mim e para Bella e fez um sinal com a cabeça. Subimos e ficamos em frente aos nossos tronos.

— Pela sua força e coragem e em nome de toda Nárnia, apresento-lhes: princesa Bella, a Conselheira. — O sr. Tumnus colocou uma coroa dourada com cristais.

— Pela sua bondade e valentia e em nome de toda Nárnia, apresento-lhes: princesa Rayssa, a Valente — o fauno colocou uma coroa com pedras de cristais em minha cabeça.

— Princesas e guardiãs de Nárnia — proferiu Aslam.

Nos sentamos em nossos tronos ao mesmo tempo.

Todos começaram a gritar.

— Viva o Rei Pedro! Viva o Rei Edmundo! Viva a Rainha Susana! Viva a Rainha Lúcia! Viva a Princesa Bella! Viva a Princesa Rayssa!

***

Já estava de noite quando fui até a mesa de petiscos comer alguma coisa. Tinha tanta coisa que fiquei em dúvida. Peguei um salgadinho e olhei para o salão. Estavam todos dançando e se divertindo.

— Sinceramente, espero não passar mal de tanto comer — comentou Pedro e só então o notei ao meu lado.

— Eu também — falei e rimos.

— Sabe, acho que Edmundo está com ciúmes — comentou ele.

— Por que acha isso? — indaguei.

— Ele não para de olhar para cá e a cara dele não é a das melhores — respondeu, fazendo meus batimentos aumentarem um pouco.

Olhei disfarçadamente para Edmundo e Pedro tinha razão, a cara dele não era a das melhores.

— Mas não há motivos para ele ficar com ciúmes, então não temos com o que nos preocupar — falei, tentando aceitar minhas próprias palavras.

— Tem razão — Pedro disse e sorriu.

Percebi que o mesmo havia concentrado seu olhar em algo. O segui. Ele olhava para Bella.

— Por que não a chama pra dançar? — perguntei o fazendo olhar para mim.

— Não sei se devo — ele abaixou o olhar.

— Está com medo, rei Pedro?— indaguei. Ele levantou o olhar e me encarou.

— Não é que... E se ela não aceitar? —perguntou.

— Você só vai saber se for lá — respondi o fazendo pensar um pouco.

— Não vai se incomodar? — Olhou para mim. Abri um sorriso.

— Nem um pouco. Vá em frente — incentivei.

Pedro sorriu.

— Então, obrigado pela conversa — agradeceu, fazendo uma reverência, sendo retribuído por mim.

Bella Sidney


ENQUANTO TODOS DANÇAVAM, eu estava aproveitando para conversar com alguns de nossos súditos. Os mesmos estavam alegres por nos ter como seus novos governantes e desejavam um longo reino.

— Com licença — ouvi Pedro me chamar. — Me concederia a honra dessa dança, princesa?

O olhei surpresa, pois ainda pouco o tinha visto conversando com minha irmã.

Olhei sua mão estendida. Não havíamos tido tempo de conversar desde o beijo.

— Seria uma honra, Grande rei — falei, fazendo uma reverência.

Pedro segurou minha mão e me guiou até o meio do salão, onde começamos a dançar.

— Então como está se sentindo sendo rei? — perguntei, enquanto rodopiamos pelos salão.

— É uma grande responsabilidade — respondeu e sorriu. E que sorriso. — E você, como está se sentindo?

— A verdade? Estou um pouco assustada. Também sou guardiã e parece que só agora caiu a ficha — comentei e rimos.

Continuamos rodando, nos deixando ser levados pelo som instrumental. Nem eu e nem Pedro conseguimos desviar nossos olhares um do outro.

— Você está linda — sua fala saiu como um sussurro. Permaneci calada, não conseguindo desviar o olhar daquelas íris azuis.

Aos poucos, Pedro foi aproximando seu rosto do meu até que nossos lábios se encontraram. Paramos nossa dança para apreciarmos nosso beijo e para a nossa surpresa uma multidão de palmas inundou nossos ouvidos, nos fazendo parar.

Todos no salão haviam parado o que faziam para nos aplaudir. Dei um sorriso tímido, sentindo meu rosto esquentar.

Voltei minha visão para Pedro, que mantinha sua visão em mim. Seu olhar me fez perder o ar por alguns segundos, antes de voltarmos a dançar.

Rayssa Sidney

PEDRO ANDOU ATÉ BELLA e a chamou para dançar. Quase dei um pulo quando vi que ela aceitou.

Vi alguém estender uma mão para mim. Era Edmundo com um sorriso tímido no rosto.

— Me concede essa dança? — perguntou.

— Mas é claro — fiz uma pequena reverência ao pegar sua mão.

Começamos a dançar.

— Se me permite dizer, você está linda — ele elogiou, sorrindo. Senti meu rosto esquentar.

— Obrigada! — agradeci com um sorriso maior ainda. — Você também não está nada mal.

Rimos.

— Obrigado.

Ouvimos palmas e gritos de felicidade vindo do outro lado do salão. Surpresa e curiosa, virei para ver o que era. Pedro e Bella se beijavam.

— Nossa! Seu irmão é rápido — comentei com Edmundo que olhava a cena sem acreditar.

— É o que parece — respondeu.

Comecei a bater palmas também.

— Vai dar casamento! — gritei, fazendo os dois me olharem sem graça.

Eu rir e Edmundo e eu voltamos a rodopiar.

Uma música animada começou a tocar. Comecei a dançar no ritmo.

— O que está fazendo? — Edmundo perguntou me olhando.

—Dançando, não está vendo? — Ele ficou parado, me observando.

— Vem, vou te ensinar! — falei, fazendo os movimentos devagar para que ele pudesse aprender. Aos poucos ele foi pegando e quando finalmente se sentiu seguro deu um sinal com a cabeça.

Começamos a dançar e todos do salão ficaram nos olhando até que Bella se juntou a nós para dançar. De início foi um pouco atrapalhada, mas conseguiu pegar rápido. Aos poucos foram se juntando mais criaturas à dança até que todos estavam dançando a mesma coreografia.

Essa seria uma noite que eu nunca mais esqueceria.

10 ANOS DEPOIS

Nos encontrávamos todos na sala dos tronos quando o sr. Tumnus adentrou o salão.

— Majestades! Altezas! — Cumprimentou fazendo uma reverência.

Sua barba começava a ficar grisalha revelando a idade chegando em sua vida, mas mesmo o tempo não havia apagado o brilho que o fauno carregava e sua gentileza que nos apresentou desde o início.

— Avistamos um alce branco nos arredores do palácio.

Bella olhou para mim de seu trono.

— Acho que temos uma caçada pela frente — comentou ela.

Olhei para o fauno.

— Obrigada por nos avisar sr. Tumnus.

Ele fez outra referência e se retirou.

— Vamos? — chamei minha irmã, me levantando.

— Com certeza! Será divertido — respondeu, se levantando.

— Não! — Ouvimos Edmundo falar. O olhamos sem entender. — Eu vou caçá-lo sozinho. — Nisso, se levantou de seu trono e andou até nós.

— Mas isso é trabalho para as guardiãs — interveio Bella.

— Mas eu sou rei. Posso caçá-lo sozinho — disse, convencido. — Não é tão difícil.

— Está bem. Vá em frente — falei, estendendo a mão para ele passar.

— Muito bem. Meninas fiquem no castelo que eu pego o alce sozinho — disse e saiu da sala com autoridade e nariz empinado.

Bella e eu nos olhamos.

— Vamos atrás dele! — dissemos ao mesmo tempo.

— Vou com vocês — disse Lúcia, animada.

— Eu também! — falou Susana.

— Eu é que não vou deixar minha namorada caçar um alce sozinha — disse Pedro, saindo de seu trono e indo para perto de Bella.

— Pedro, ela não estará sozinha — falei, fazendo ele me olhar.

— Você me entendeu — respondeu e depositou um beijo na testa de Bella, que sorriu.

Pedro e Bella começaram a namorar fazia pouco tempo. Com a responsabilidade de cuidar do reino eles decidiram esperar um pouco, o que se tornou vários anos, mas no final deu certo e agora aqueles dois não se desgrudavam.

— Então vamos — disse Lúcia, por fim.

Pegamos os cavalos e entramos na floresta. Não demorou muito até avistarmos Edmundo atrás do alce.

—Então, já pegou o alce? — perguntei num tom brincalhão, cavalgando ao lado dele.

— O que está fazendo aqui? — perguntou.

— Estou aqui para vê-lo capturar o alce — sorri. Edmundo revirou os olhos me fazendo rir.

Olhei para frente. O alce sumiu no meio dos arbustos. Parei meu cavalo e esperei os outros.

— O que ele disse, Susana? — perguntou Lúcia, rindo.

— Meninas fiquem no palácio que eu pego o alce sozinho — ela respondeu e uma multidão de vozes ecoou na floresta.

— O que é isso? — perguntou Pedro olhando um poste. Descemos dos cavalos. — Parece familiar.

— Aquele poste. Esse lugar. Sala fazia — disse Lúcia, como se estivesse se lembrando de algo.

Ela começou a correr e nós a seguimos.

— Lúcia! — chamou Pedro.

— De novo não — resmungou Susana.

— Lu! — A chamei passando por galhos, arbustos e árvores.

— Venham — ela chamou sem parar de andar.

Chegamos numa parte cheia de casacos.

— Aí, meu pé — reclamou Bella.

— Edmundo, você está me empurrando — falei.

— Desculpa — pediu.

Caímos no chão, um por cima do outro. Estávamos em uma sala familiar. A sala vazia da casa do professor Kirke. A sala do guarda-roupa!

Olhei para os meninos e os vi do mesmo jeito que entramos naquele dia. Olhei para mim mesma e vi que eu também. Erámos crianças de novo!

A porta da sala se abriu revelando o professor que entrou na sala.

— Ah, estão aí! — ele exclamou. — O que estavam fazendo dentro do guarda-roupa?

Olhamos uns para os outros.

— Se nós contarmos não irá acreditar, senhor — respondeu Pedro.

O professor jogou uma bolinha, a qual Pedro pegou.

— Experimentem. — Disse o professor.

Sorrimos e...

Continua...

QUE CAPÍTULOS FOI ESSE MINHA GENTE??

Nossos personagens voltaram, mas as aventuras ainda não acabaram! 

Não esqueçam da estrelinha e do comentário. 

Deus os abençoe!


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