✦CAPÍTULO 11✦
Rayssa Sidney
DEPOIS DE MUITO ANDARMOS, chegamos a um desfiladeiro onde um rio começava a descongelar.
— Vamos atravessar, rápido! — disse Pedro com pressa.
— Os castores não fazem diques? — perguntou Lúcia, assustada.
— Não sou tão rápido assim querida — respondeu o sr. Castor.
Que Deus nos ajude, desejei, vendo o quão perigoso aquilo estava se tornando.
— Vamos! — exclamou Pedro puxando a Lúcia.
— Esperem. Quer pensar no assunto um minuto? — perguntou Susana.
— Não temos um minuto! — respondeu Pedro, sem paciência.
— Só tentei ser realista — disse Susana sem jeito.
— Não só tentou bancar a esperta, como sempre — retrucou Pedro enraivecido, deixando a Pevensie sem palavras.
Coloquei minha mão em seu ombro deixando-a mais tranquila.
Ouvimos uivos de lobos se aproximando. Assustadas, descemos o desfiladeiro.
Ao chegarmos perto do rio, vi que faltava pouco para terminar seu descongelamento por completo. Bella avançou um passo para ver se dava de passar e o gelo rachou.
— Esperem, talvez seja melhor eu ir primeiro. — Propôs o sr. Castor.
— É, é melhor — concordou Bella.
O Sr. Castor começou a pisar no gelo verificando se estava seguro a nossa passagem. Algumas partes racharam.
— Você tem comido fora de hora né? — comentou a sra. Castor.
— Ora, nunca se sabe quando pode ser a última refeição, ainda mais com sua comida.
Bella pegou em minha mão e juntas começamos a atravessar o rio devagar.
— Se a mamãe soubesse disso ... — comentou Susana.
— Mamãe não está aqui! — exclamou Pedro se virando, impaciente.
— Essa não! — exclamou Lúcia olhando para cima. Eram os lobos.
— Corram! — gritei.
Mas foi questão de segundos até a alcateia nos rodear. Um dos lobos avançou no sr. Castor o mordeu no pescoço.
— Não! — gritou a sra. Castor.
Pedro desembainhou sua espada e apontou para Maugrim.
— Abaixe isso rapaz — disse o líder dos lobos, se aproximando. — Alguém pode se machucar.
— Não se preocupem comigo, acabe com ele — disse o sr. Castor, preso pelos dentes do lobo.
— Saiam enquanto podem e seu irmão irá com vocês — propôs Maugrim.
— Pare Pedro. É melhor fazer o que ele mandou — disse Susana, desesperada. Pedro balançou a cabeça, negando.
— Garota esperta — elogiou Maugrim.
— Não dê ouvidos a ele, mate-o, mate-o agora! — mandou o sr. Castor.
— Ora, por favor. Essa guerra não é sua! Minha rainha só deseja que peguem sua família e seus amigos e sumam — explicou Maugrim como se fosse algo bem simples.
— Pedro, só porque um homem de vermelho lhe deu uma espada não significa que você é um herói. Abaixe essa arma — pediu Susana, apavorada.
— Não Pedro, Nárnia precisa de nós. Ela precisa de você — eu disse.
— Está com medo, Filho de Adão? — perguntou Maugrim. — Não vou esperar para sempre, muito menos o rio.
Então a parede de gelo rachou, se quebrando e deixando a água cair como uma cachoeira. Pedro fincou a sua espada no gelo.
— Segurem-se em mim — gritou e fizemos o que ele disse.
A parede de gelo se desfez por completo e fomos levados para baixo d'água. Por sorte, a pedra de gelo em que estávamos flutuou. Seguramos firmemente o cabo da espada de Pedro, sentindo o frio congelante.
Nadamos até a lateral onde havia terra.
Quando chegamos a superfície cai de joelhos, agradecida a Deus por estar viva.
Ao olhar para o lado, Pedro segurava apenas com o casaco da Lúcia.
— O que você fez? — gritou Susana, desesperada.
Olhei ao redor a procurando.
— Lúcia, Lúcia. — Começamos a gritar seu nome na esperança de que ela respondesse, mas não ouvimos nada.
— Alguém viu meu casaco? — Uma vozinha doce entoou e vimos Lúcia encolhida, andando em nossa direção.
Soltamos o ar aliviado.
— Não se preocupe, menina, seu irmão vai cuidar muito bem de você — afirmou o sr. Castor.
— Acho que não vão mais precisar de casacos — comentou a sra. Castor.
Nos viramos e vimos as árvores descongelando. Em algumas as flores já floresciam liberando um perfume suave e agradável.
Entramos na floresta.
— Que lindo! — falei, encantada com a primavera de Nárnia.
Depois de um tempo tudo já estava descongelado e abandonamos os casacos, sentindo o calor do sol vindo de encontro a nós.
— Estamos chegando — avisou o sr. Castor.
Foi quando ouvi uma trompa sendo tocada e bem mais na frente um acampamento.
Tudo era tão lindo — a grama, as árvores, as flores, o céu.
— Olha aquilo — apontou Bella. Era uma mulher feita de pétalas de rosa que parecia dançar conforme se movimentava no ar.
Quando nos viu acenou com a mão. Acenamos de volta.
Entramos no acampamento e vi coisas que nunca imaginei que existissem — centauros, minotauros, ninfas, faunos, muitas outras criaturas, que não tiravam os olhos de nós.
— Por que estão olhando pra gente? — perguntou Susana.
— Talvez acharam você engraçada — respondeu Lúcia nos fazendo rir, deixando Susana sem graça.
Chegamos no final do acampamento, Pedro, eu e Bella desembanhamos nossas espadas e Pedro disse a um centauro:
— Viemos para ver Aslam.
O centauro olhou para uma tenda atrás dele e todos ao nosso redor se ajoelharam. Então, lá de dentro saiu um leão enorme. A forma como caminhava demonstrava seu grande poder e força, porém seu olhar era manso.
Nos ajoelhamos.
— Bem-vindo Pedro, Filho de Adão. Bem-vindas Susana, Lúcia, Bella e Rayssa, Filhas de Eva. — disse o grande leão. Sua voz era grossa e potente, mas transmitia calma e paz. — Bem-vindos castores. Obrigado por trazê-los em segurança.
— Foi uma honra — disse o sr. Castor fazendo uma reverência.
— Mas onde está o outro Filho de Adão? — perguntou Aslam.
— Foi por isso que viemos aqui — revelou Pedro se levantando e nós o seguimos. — Precisamos de sua ajuda.
— O que houve Filho de Adão? — perguntou Aslam.
— Foi a Feiticeira — respondi antes dele.
— Ele nos traiu. — Completou o sr. Castor.
— Como podemos confiar nele, se ele nos traiu? — perguntou um centauro atrás de nós.
— Não o julgue pelo que a Feiticeira fez — disse Aslam com autoridade.
— A culpa foi minha. — Lamentou-se Pedro.
Susana colocou a mão no ombro do irmão.
— De todos nós — falou.
— Aslam, vai nos ajudar? — perguntou Bella.
— Farei o necessário para ajudá-los — respondeu ele. — Agora vão descansar.
Uma ninfa apareceu do nosso lado e ...
Continua...
Muitas emoções estão por vir.
Votem, comentem, porque ajuda muito, muito mesmo. Me digam se estão gostando ou não.
E até o próximo capítulo. Tchau.
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