# 𝐭𝐡𝐫𝐞𝐞
FINALMENTE CAPÍTULO NOVO!!!
Gente, quero agradecer aos comentários e aos feedbacks, nunca é demais saber da opinião de vocês e amo ler, espero que o desenvolvimento da história continue agradando vocês conforme eu for publicando os capítulos.
Agora, quero agradecer a inukwa por ter feito esse gif set maravilhoso da fic, ficou a coisa mais linda e a partir daqui ele vai ser usado no início dos capítulos! Dêem uma passadinha no perfil dela, tem fics do universo de Tokyorev, Haikyuu e logo ela estará com uma coisinha nova com um tema incrível, recomendo demais!!!
Espero que gostem desse capítulo, já peço perdão antecipadamente se tiver algum erro ortográfico que eu não tenha visto. Boa leitura! ♡
CW/TW: Consumo de bebidas alcóolicas e drogas ilícitas, menção à dependência química.
[Nome]
Me desprendi do cinto de segurança para sair da caminhonete de Akkun já estacionada próxima das motos na garagem larga do condomínio de Hakkai. Nenhum de nós enrolou para se aproximar da porta do Shiba, graças a Yuzuha, que tinha a chave do condomínio, não foi necessário chamar pelo garoto para nos receber. Seguimos logo atrás dela.
Passamos pelo hall, com curtos passos chegamos na sala, o olhar do azulado caiu sobre nós quase de imediato, disponibilizando a visão da ponta do baseado aceso entre seus lábios enquanto encontrava-se sentado em um dos lugares vagos do sofá, Takashi estava junto, com outro fumo segurado por seus lábios, contudo, somente virou a cabeça para nos ver quando terminou de acender a ponta com o isqueiro, deixando a aparentar que estava concentrado.
As orbes purpúreas se enterraram nos meus, mas o contato visual sequer demorou cinco segundos devido ao meu desvio. Ainda não processei seu retorno cem por cento, se ele planejava uma reaproximação entre nós dois eu ainda precisava saber o que aconteceu enquanto ele estava longe. Pelo o nosso envolvimento pretérito, eu tinha uma parcela de culpa por ele ter que suportar um sofrimento, talvez, intenso naquele buraco de lugar repleto de podridão. Não carecia ser perspicaz para ter noção de que passar seus próximos dias em um presídio pútrido é um inferno.
— Já tava pensando que desistiram de aparecer — Hakkai disse, após soprar a fumaça para fora da boca, levantando-se do sofá e dando início aos seus passos em nossa direção.
— Acha que eu permito que deixem meu irmãozinho na mão? — Yuzuha rebate, desferindo um leve soquinho no braço esquerdo do azulado enquanto passa por ele.
A Shiba passou perto do sofá, bagunçando os fios de Takashi durante seu rumo à cozinha. Hakkai cumprimentou os meninos com um toque de mãos, quase fazendo o mesmo com as meninas se não fosse pelo puxão para um abraço apertado, conseguindo me arrancar uma risadinha antes do mais alto se aproximar de mim. Acenei com a cabeça em um gesto gentil, todavia sua reação foi sorrir de canto, seus olhos baixos pareciam analisar cada característica de meu rosto.
— Vem aqui logo — ele pede, abrindo seus braços de uma maneira reconfortantemente preguiçosa.
Quase alarguei meu sorriso, parando para pensar em todos esses anos que ficamos sem nos falar, tendo em vista que depois que Takashi teve seus dias arruinados, o azulado em minha frente nunca mais foi o mesmo. Algo dele havia sido tirado se sua vida, e eu… Fiquei perdida quando isso resultou neste acabar deixando de fazer parte da minha, da mesma forma que o arroxeado deixou.
Envolvi meus braços em sua cintura, repousando as mãos em seu dorso enquanto deixava meu rosto encostado em seu peito, Hakkai rodeou os braços por minhas costelas e me apertou em uma leve firmeza. Pude sentir o odor de hortelã mista da erva em sua camiseta, não sendo ruim, mas isso acabaria fazendo com que eu remetesse esse cheiro à ele se o sentisse outras vezes.
Nos afastamos um pouco rápido, porém não parei para olhar seu rosto antes de caminhar até Takashi, sorrindo minimamente para o rapaz. Ele tragou a fumaça e segurou-a por uns cinco segundos até expulsá-la. Continuou no lugar quando me sentei um pouco distanciada dele, mas ainda tendo perfeita visibilidade de nossas faces um para o outro.
O sofá cor vinho de canto no estilo chaise é consideravelmente grande, dando até para sentar umas dez pessoas, isso se nos apertássemos um pouco para caber mais. Takashi se encontrava sentado em uma parte do estofado que ficava de costas para quem entrasse no cômodo, enquanto a parte que eu estava era vista na lateral.
— E aí — ele toma iniciativa para falar, esticando o braço até a mesinha de centro para dar fracas batidinhas com o dedo no baseado, deixando a cinza cair em uma vasilha de alumínio encima do objeto de vidro.
— Oi — respondo — Bom te ver, Takashi.
O garoto liberou um riso anasalado pela a minha resposta, cruzei meus braços enquanto ainda sorria, meus olhos fixos em cada um de seus movimentos. Reparei depois de alguns segundos que os botões de sua camisa estavam abertos, deixando seu peito e abdômen tatuados à vista. Acabei me repreendendo quando estava quase chegando a conclusão de que em outras partes de seu corpo também poderiam ter mais desenhos, e claro, minha única reação foi desviar o olhar.
Os outros vieram cumprimentá-lo também, iniciando uma curta conversa antes de se dirigirem à cozinha. Ousei pensar que eles nos deixaram sozinhos de propósito, contudo, estaria mentindo se dissesse que não achei uma boa decisão. Poderíamos não ter absolutamente nada, nunca mais, poderia ser possível ele até não ter mais vontade de ficar comigo, mas, não dava para negar como ele ainda me causa efeito.
— Gostei do corvo no peito — comento, umedecendo meus lábios, ousando encará-lo novamente — É sua cara.
— Foi um elogio? — ele pergunta, com um sorriso de canto enquanto fixa sua visão ao chão.
— Lógico que não, você é péssimo — meu tom demonstra uma brincadeira, fazendo-o me encarar, deixando evidente que achou graça.
— Você acabou de admitir que tem um péssimo gosto pra homens.
— Nunca neguei isso — rebato, e agora, ele bufa uma risada, me estendendo o baseado em seguida — Valeu.
Eu o peguei entre meu dedo indicador e médio, levando a erva enrolada à seda aos meus lábios, puxei a fumaça e segurei-a por alguns segundos antes de liberá-la. Conseguia sentir as orbes lilás queimando em minha pele, mas não cedi, dei mais dois tragos e entregando de volta para ele. Infelizmente, eu tenho o costume de fumar desde os meus quatorze anos, o que até me fez cair no vício. Atualmente, eu ainda possuo uma irritante dificuldade para me libertar da nicotina e maconha, porém preferia isso do que voltar a usar aquelas merdas.
Takashi acompanhou essa fase miserável de minha vida, eu duvido que ele me ofereceria esse baseado se eu não fumasse. Ele saberia.
— Você tira fotos bonitas — o mais velho quebra o silêncio, atraindo meu olhar.
— Você é um stalker fodido. A gente se vê um dia e você já corre procurar meu perfil? — novamente brinco, e a única reação dele foi cerrar as sobrancelhas, mas não desfez seu sorriso desleixado — Deveria disfarçar mais.
— Não é como se eu quisesse esconder — ele dá de ombros, tragando duas vezes, a seguir decidindo me passar mais uma vez, liberando a fumaça — A Yuzu te marcou no storie e o Hakkai também te seguiu.
Eu sorri, tentando não focar em sua primeira frase, sendo descaradamente uma resposta direta de que ele ainda espera, no mínimo, um replay. Não quis dar nenhuma esperança, não tinha certeza do que poderia acontecer, então decidi nem mesmo comentar sobre, similarmente não querendo deixar óbvio que eu guardava essa vontade tanto quanto ele. Por agora, me esforcei mais em fumar a maconha do que pensar em uma resposta. Provavelmente, ele também não espera que eu fale alguma coisa sobre o assunto.
— Achei que ficaria mais tempo preso — comento, ao liberar a fumaça.
— Eu também — suspira — Graças aos Shiba’s eu tô… Quase completamente livre.
— Quase? — franzo o cenho.
— Tô na condicional.
Minhas sobrancelhas se ergueram levemente ao receber a mais nova informação. Então ele não estava tão livre assim das mãos da justiça… Eu não deveria estar surpresa, pelo o que ele fez eu deveria suspeitar, mesmo que nenhum de nós quiséssemos isso. Um embrulho envolveu meu estômago, logo meu olhar se manteve baixo.
— Merda, Takashi… — é a única coisa que consigo responder.
— Relaxa, foi culpa minha.
— Eu ainda acho que devia ter feito alguma coisa — inclino meu tronco para frente, expulsando a cinza da ponta da seda, fazendo-a se transformar em pó quando se esparramou no alumínio — Nunca permitiram que eu te visitasse mesmo que eu quisesse muito.
— Eu tava na solitária — revela, agora, parecendo carregar um tom cheio de exaustão — Até comida era difícil de conseguir naquela merda, achei mesmo que morreria de fome.
A vontade de me derramar em lágrimas fez meu peito fervilhar em excesso de culpa, mas com a minha incrível habilidade de reprimir isso, elas não desceram sem minha permissão. Deixei o baseado ainda aceso na vasilha, conseguindo enxergar a fumaça seguindo um rastro para cima e se espalhando ao ar. Me levantei apenas para me sentar ao lado do garoto, levando minha mão até a dele para segurá-la, acariciando o local da pele pálida com o polegar.
— Sinto muito, Takashi.
— Não é culpa sua — ele reforça, mais uma vez— Eu fui um burro, [Nome].
Takashi entrelaçou seus dedos nos meus, encaixando-as perfeitamente para manter o contato. Eu vislumbrei nossas mãos unidas, um simples gesto que fez meu coração martelar entre as artérias, todavia, nada foi dito. Nada precisava ser dito.
Ele se inclinou para pegar o baseado novamente, que por sorte não apagou, mas tendo que puxar a fumaça um pouco rápido quando percebeu que estava perto de acontecer, assim mantendo-o aceso com a pequena chama um pouco mais aparente que antes. Conseguimos ouvir o som ser ligado na parte dos fundos da casa, onde provavelmente ficava a piscina. Always Forever, Cults ecoando pelos os cômodos.
Nós aproveitamos o nosso próprio silêncio, de mãos dadas, enquanto a música estridente abraçava nossas entradas audíveis, tendo como companhia o baseado que já estava saindo da metade. Não percebi o tempo passar depois que o fumo chegou ao fim, a essa altura nos encontrando sob o efeito relaxante da erva. Takashi desfez o contato de nossas mãos para envolver meus ombros com seu braço, dando uma leve cutucada em minha pele com o indicador, compreendi segundos depois que era para eu pegar a mão dele novamente. Assim fiz, sem hesitar.
Deitei minha cabeça em seu ombro para ficar mais confortável, contudo, senti ele virar a dele na minha direção, meus olhos relaxados fixaram os seus, que não se encontravam de maneira diferente. O contato visual mergulhando no oceano paralisado de nossas íris, o toque das borboletas em meu estômago faziam cócegas em meu interior, não lembrava que sentir isso fosse tão gostoso, embora ainda sobrasse um pouco de receio em meu coração.
Takashi levou sua mão livre na lateral esquerda de meu rosto, iniciando uma carícia lenta com seu polegar em minha bochecha no mesmo instante que nossas testas colaram uma na outra. Me deixei levar, a sensação é boa demais para simplesmente ousar me afastar, nós dois sabemos que eu não quero fazer isso. Talvez ele soubesse disso melhor do que a mim mesma.
A ponta de nossos nariz roçaram de um jeito débil, parecendo querer me torturar com todo aquele suspense, presumi que fosse na intenção de fazer eu questionar a mim própria se ele me beijaria ou não, contudo, eu já sei a resposta. Ele fez a mesma coisa no nosso primeiro beijo.
Nossos lábios se encaixaram com lentidão, meus dedos apertaram os seus pela sensação eufórica borbulhando internamente, sentindo nossas línguas entrando em contato com poucos movimentos do ósculo fervente em desejo mútuo. É calmo e lento, do jeito que fazíamos no passado. Sua língua desliza na minha como se fosse uma dança em perfeita sincronia, deixando evidente que ambos queríamos isso desde o momento que nos reencontramos na praia.
Um toque de saudade mista da ansiedade em um único beijo.
Nós não paramos por ali, todavia, não passamos disso. O beijo tinha algumas pausas para podermos recuperar o fôlego poucas vezes, mas retornávamos em seguida, permanecendo unicamente por ser bom. Não esperava menos de Takashi, ele ainda continuava o mesmo em alguns pontos, seu toque cuidadoso fazia eu me lembrar de como eu me sentia antes, é como deitar em uma nuvem tão fofa e confortável, algo que ninguém, além dele, conseguia me proporcionar.
Meu lábio inferior foi mordido e puxado devagar por seus dentes, encerrando o beijo com um selar seguidamente, continuamos com as testas encostadas, trocando algumas carícias e olhares discretos. Esse momento nos fez demorar para raciocinar que ficamos ali por mais tempo do que esperávamos.
— É melhor a gente se juntar ao pessoal logo — sugiro.
Takashi não disse nada, mas demorou até que ele concordasse silenciosamente. Nos afastamos para nos levantar, isso fez com que minha cabeça girasse um pouco devido ao efeito da erva ainda circulando dentro de mim, porém continuei a andar ao lado dele, ouvindo Superman, Eminem aumentar a intensidade do volume conforme nos aproximávamos. Passei pela entrada da porta de vidro primeiro que ele, dando de cara com a cena de Hakkai e Akkun cheirando uma fileira de pó para cada. Takuya também estava ali, conversando aleatoriamente com os dois, contudo não os acompanhava para desfrutar da droga.
Senju, Emma e Arya estavam sentadas na beira da piscina conversando entre si com os pés relaxando na água, Mikey, Draken, Inui e Takemichi se encontravam dentro enquanto bebiam suas cervejas nas pequenas garrafas amarronzadas de vidro, Hinata e Yuzuha sentadas na bancada, similarmente batendo papo e bebendo distraidamente, já Kazutora, Chifuyu e Baji se encontravam sentados no chão, como os outros, jogando conversa fora e dividindo um baseado. Takashi se direcionou à mesa que Hakkai estava com o loiro e o ruivo, sentando-se na cadeira vaga ao lado do azulado.
Decidi pegar uma bebida para me juntar à Yuzuha e Hinata, pegando o abridor para expulsar a pressão da tampa ligada com firmeza à garrafa, não demorando para me sentar junto com elas, ambas sorriram animadamente ao me ver, retribuí de forma relaxada, dando um gole na cerveja.
— Vocês demoraram — Hinata comenta, não fazendo nem questão de dar um disfarce ao seu sorriso malicioso, resultando no meu fraco revirar de olhos, entretanto, não deixando de sorrir.
— Nós ainda temos assuntos inacabados. Não esquece que temos uma história um tanto… Conturbada.
— Você não parece tão conturbada agora — Yuzuha brinca, embora eu sinta um fundo de verdade no joguinho dela, me arrancando uma leve risada.
— Nós fumamos um baseado juntos, por isso tô assim — argumento.
— Te conhecemos, [Nome], você parece mais alegre que o efeito comum de quando fuma. E nem vem argumentar que é porque o traficante ali te deu uma das boas — Yuzuha responde, em meio à gaitada que escapou de sua boca antes de puxar a bebida pelo canudinho.
Acabei cerrando as sobrancelhas moderadamente, em reação ao que a acastanhada chamou Takashi. Agora me questionava o motivo dele continuar vendendo drogas mesmo na condicional, e pior… Sendo o motivo principal de sua sentença. Pensar que isso poderia se repetir fez com que uma pontada atingisse meu estômago, contudo, se eu não estivesse tão chapada agora, essa informação me afetaria mais do que eu gostaria. Claro, eu ainda tinha receio de todo aquele inferno voltar a nos assombrar, mas eu preferi evitar ponderar sobre isso, ao menos por hoje.
— Cacete, Hakkai! — Akkun exclama, me fazendo virar a cabeça na direção dele para descobrir o que estava acontecendo — Onde você consegue as com melhores qualidades? Essa é boa pra caralho!
— E você acha mesmo que vou revelar, idiota? Meu trabalho depende do sigilo — Hakkai responde, deixando seu sorriso desleixado dançar em seus lábios.
Me bem lembrava que quando todos eles tinham a Toman mais ativa, tinham envolvimento com as vendas, entretanto, Hakkai e Takashi foram os que mais se enterraram de vez nisso, e por mais que o dinheiro viesse fácil, acabou gerando suas próprias consequências.
Pelo visto, Takashi não é o único que continua nesse ramo.
— De qualquer forma, você ganhou mais um cliente — o ruivo disse, estendendo notas de dinheiro enroladas para o mais novo.
— Guarda isso aí — o Shiba responde, estalando a língua — Aproveita que tô bonzinho, hoje é por conta da casa.
— Você é foda, cara — o sorriso de Akkun alarga.
— Meu Deus… Me lembrem de não deixar meu irmão perto do Akkun de novo — Yuzuha profere, balançando a cabeça em negação.
Até eu queria que isso fosse possível, se significasse que meu melhor amigo ficaria longe das drogas para não acabar como eu.
Meu olhar se desviou para Takashi por ele ter junção aos dois na mesa, mas concentrado em derramar a erva do dichavador na seda com a piteira pronta no início do baseado, ele aproveitou que o cartão — provavelmente do Shiba — estava perto, pegando-o e pressionando ao papel frágil que envolvia o fumo, conseguindo enrolar da maneira correta, seguidamente aproximou de sua língua. A cor lilás se misturou aos meus olhos enquanto passava o músculo molhado pela seda, enfim tendo a maconha pronta para fumar. Reorientou sua visão de volta ao que fazia após, deslizando o polegar e o indicador duas vezes pelo papel bege para firmar.
Tive que segurar a vontade de sorrir, me forçando a dar um longo gole na bebida e lambendo meus lábios para expulsar os resquícios do líquido alcoólico seguidamente, mantive meu olhar desviado para acabar não cedendo àquela breve provocação do arroxeado. Ele pode saber que ainda tenho um fraco por ele, mas não queria deixar isso óbvio todas as vezes que colocava os olhos em mim, me sentia ridícula quando isso acontecia.
Hakkai se levantou depois de checar o celular, seguindo até a entrada da varanda e sumindo do nosso campo de visão, provavelmente mais gente chegou. Os meninos costumavam fazer algumas amizades aleatórias e nos apresentar em seguida, Inui foi uma das pessoas que começou a fazer parte de nosso grupo social graças a Senju, enquanto os outros já tinham participação desde quando éramos crianças.
— Tô com uma larica fodida — Takemichi disse, saindo da piscina.
— Eu vi uma pizzaria aqui perto, essa hora ainda deve estar entregando — Mikey comenta.
— Porra, eu não negaria mesmo uma agora — o moreno responde, comprimindo levemente os lábios com as mãos nos quadris — Beleza, topam fazer um racha?
— Pode ser — respondo — Vou te transferir o dinheiro.
Takemichi assentiu, direcionando seus passos à Hinata, ela sorriu quando ele se colocou à frente desta, rodeando os braços envolta da cintura da ruiva e trilhando alguns beijos carinhosos pelo pescoço da garota. Ela sequer se importou com o fato dele estar encharcado e retribuiu o toque carinhoso. Eu e Yuzuha olhamos uma para outra com um sorrisinho pela interação amorosa do casal, até ambos se distanciarem novamente. O garoto caminhou até uma das espreguiçadeiras e pegou sua toalha, passando desajeitadamente pelo corpo molhado, seguidamente esfregando o tecido em um ritmo frenético nas madeixas negras que chegavam a escorrer gotículas de água.
— É melhor pedirem dois combos — Arya comentou, levantando-se, deixando um rastro de água por onde passava até alcançar a mesa que deixou suas coisas — Só um ainda é pouco pra quantidade de pessoas que tão aqui.
— Dois combos do quê? — a voz de Hakkai preenche a varanda mais uma vez.
O azulado apareceu acompanhado, dando a conclusão que saiu para permitir a entrada destes. Deixei um sorriso largo aparecer em meus lábios quando vi que eram os gêmeos Kawata, ambos retribuíram na mesma intensidade, principalmente Nahoya, que por seu sorriso marcante ganhou o título de Smile quando participava da Toman, enquanto seu irmão, Souya, era chamado de Angry, o motivo disso… Bem, é auto-explicativo.
— Porra, não acredito que você tá aqui! — Nahoya exclama, animadamente, seguindo em minha direção no mesmo instante.
Não tive tempo de responder, o ruivo rodeou seus braços em minha cintura e me ergueu do chão, me arrancando uma risada pela surpresa, ele não poupou nem mesmo me rodear antes de me colocar de volta no chão. Fiquei contente com sua alegria ao me ver, embora também tenha rolado o afastamento dele e do irmão e similarmente começarem a frequentar eventos diferentes dos nossos, eu identicamente fiquei animada em vê-lo aqui.
Agora que todos estavam voltando a se unir novamente, podíamos voltar com os velhos costumes. Acompanhei o início da aventura dos gêmeos enfrentando uma barra junto com Hakkai depois do julgamento de Takashi, tendo isso como motivo para nos separarmos. Óbvio que não fiquei feliz com isso, além dos dois terem desviado dos nossos caminhos, igualmente a decisão do Shiba, tive que vê-los suportando a culpa extrema que sofreram por não conseguirem fazer nada.
Abracei Souya um pouco apertado quando ele parou ao meu lado, sentindo sua mão gelada esfregar minhas costas, assim que me afastei, eu deixei meus olhos passearem por eles, não conseguindo deixar de pensar como esses dois ficaram bonitos. Aparentemente, todos aqui estavam começando a se encher de tatuagem e deixar seus cabelos crescerem.
— Eu senti falta de vocês dois.
— O puto do Hakkai nem avisou a gente que estaria aqui, mas de qualquer forma foi uma surpresa muito boa — Souya disse, permitindo que um sorriso de canto surgisse em seus lábios enquanto vasculha seus bolsos.
— Teríamos ficado mais bonitinhos se soubéssemos, também — Nahoya brinca, novamente me fazendo rir.
— Agora que nos encontramos de novo, espero poder ver vocês mais vezes.
— Com certeza, gracinha — Souya responde, tirando um cigarro do maço e colocando-o entre os lábios antes de se afastar para cumprimentar as meninas.
Nahoya sorriu para mim antes de decidir cumprimentar o restante do pessoal junto com seu gêmeo. Ambos estavam conhecendo Arya só agora, e claro, não esconderam a surpresa quando Mikey afirmou que ela já era dele ao perceber segundas intenções no olhar do Kawata ruivo. A garota revirou os olhos, bufando uma risada e desviando seu campo de visão para um ponto aleatório, seguidamente apoiando os cotovelos no balcão. Ela parecia estar se encaixando bem em nosso ciclo, o que me deixava contente.
Ousei olhar para Takashi mais uma vez, ele pareceu ter assistido minha curta conversa com os gêmeos depois de cumprimentá-los, visto que já tinha os olhos em mim, mas desviou sua visão quando os mesmos indivíduos pararam perto dele para cumprimentá-lo, ambos foram retribuídos sem cerimônias.
Foi comentado que pediríamos dois combos de pizza com o pagamento surgindo da parte de todos, contudo, alguns deles não deixaram as meninas pagar a parte delas, tendo em vista que eles mesmos fariam isso por elas. Estas, sendo Emma, Hinata e Arya, não tiveram uma reação tão boa, o que acabou gerando uma breve discussão sobre elas terem dinheiro o suficiente para terem participação no pagamento, mas no fim, acabaram cedendo pela teimosia dos meninos.
Cada um de nós transferimos o valor exato que tínhamos no aplicativo no banco em nossos celulares à conta de Takemichi, que se disponibilizou a usar o próprio cartão para isso, e então, se apressou para fazer o pedido quando todos nós escolhemos os sabores, o que levou à conclusão de escolhermos vários tipos. Cada combo disponibilizava duas pizzas salgadas e uma doce, com direito a um refrigerante, e tudo isso com o sabor que quiséssemos, além disso, poderíamos pedir sabores meia-a-meia de cada. Adorava essa pizzaria por esse benefício.
Aproveitamos para fumar mais um pouco, tendo ciência de que a erva nos daria fome, resultando em todos nós ficarmos ainda mais chapados do que anteriormente. Hakkai e Akkun precisaram fumar dois baseados individuais em uma grossura a mais para que cortasse o efeito da cocaína, tendo em vista que se continuassem sob efeito do pó nem mesmo teriam apetite.
Graças a bebida, mesmo sendo só uma garrafa pequena, tive necessidade de ir ao banheiro. Yuzuha explicou que o cômodo ficava no andar de cima, segunda porta do corredor à direita, não enrolei para me direcionar pelo caminho correto, encontrando com facilidade. A porta estava fechada, mas não estava trancada, de qualquer forma, ela voltou a se fechar para que eu pudesse usar mais confortavelmente, me limpando ao terminar e dando descarga em seguida. Conseguia sentir minha bexiga agradecendo aos deuses por eu ter expulsado todo aquele líquido que parecia querer me explodir.
Parando em frente à pia, iniciei a limpeza de minhas mãos com o sabonete, deixando-o ensaboar até a água expulsar a textura escorregadia em seguida. A porta se abrindo fez eu direcionar meu olhar de imediato à mesma, vendo a figura de Hakkai. Seus olhos estavam tão vermelhos e baixos que parecia estar com alguma alergia, contudo eu sabia que era devido ao baseado que havia fumado.
Eu não estava tão diferente dele. Graças a minha espiada no meu reflexo, pude perceber que nem mesmo conseguia abrir meus olhos direito.
— Foi mal — o Shiba disse, devido a sua entrada inesperada.
— De boa — respondo, terminando de tirar o sabão de minhas mãos até não sobrar mais nenhum resquício, seguidamente tratei de secá-las — Você mora sozinho aqui?
Hakkai umedeceu seus lábios lentamente, encostando-se na parede e cruzando os braços. O efeito da erva parecia não deixá-lo raciocinar tão bem, mesmo que estivéssemos conscientes de nossos atos.
— Às vezes a Yuzu me faz companhia.
— Isso é legal… — comento — É bom saber que mesmo depois de toda a merda que aconteceu, ainda continuaram aguentando a barra juntos.
Além disso, Yuzuha teve que se esforçar para não tomar a mesma decisão que seu irmão mais novo. Ela compreendia que Hakkai precisava do seu próprio espaço, provavelmente foi por isso que ela também nunca dizia onde ele passava seus dias ou onde ele estava, mesmo que nós quiséssemos vê-lo, ela insistia em protegê-lo.
— Ela é minha irmã, nunca vou deixar ela sozinha — afirma.
— Não duvido. Você também não desistiu do Takashi até conseguir um acordo de liberdade condicional pra ele, pelo que sei.
— Então ele te contou… — um risinho nasal é liberado — Ele ficaria por mais tempo se eu e minha irmã chegássemos a mandar tudo à merda.
— Fico feliz por terem continuado se esforçando, então — um sorriso desleixado se forma em meus lábios.
Nada saiu da boca de Hakkai depois de minha resposta, deixando transparecer que a conversa havia encerrado. É estranho não saber como agir com um cara que eu costumava conhecer bem... Ou pensava conhecer bem. Assim como eu e Takashi, eu e Hakkai também não parecíamos nada mais do que dois estranhos, mas a grande diferença nisso tudo é que com Takashi eu tinha um envolvimento maior, que ainda me fazia sentir liberdade de conversar, enquanto com o azulado em minha frente… Só me dava a sensação de que eu não tinha direito nem de perguntar como ele estava. Acabou virando um poço de enigma pra mim.
Consegui ver como ele amadureceu atualmente, o que não era algo inesperado agora que estava com seus vinte anos, assim como eu, sendo apenas alguns meses mais velho. Sua aparência similarmente ficou mais chamativa e um pouco sombria. A cabeça não era mais raspada, suas madeixas azuis estavam chegando nos ombros, não deixei de reparar a nova cicatriz dando início um pouco acima de seu lábio superior e finalizando abaixo do inferior, provavelmente por obra de uma briga. As tatuagens visíveis e espalhadas pelos braços e pescoço — locais estes que eu conseguia ter visibilidade — caíram perfeitamente bem nele.
As íris azuis-escuras me analisaram, e só depois de uns dois minutos me dei conta que estávamos esse tempo todo em silêncio. Questionava a mim mesma se ele não estava apertado, me lembrando de sua entrada repentina, achei estranho ele também não ter me expulsado para usar o banheiro, me fazendo pensar a seguir que ele queria me falar alguma coisa, ou quem sabe, não quisesse que eu fosse embora.
Meu olhar baixou, e então, relaxei meus ombros, sentindo a lentidão da erva começar a ter uma intensidade maior, além disso, eu estava faminta.
— Vou voltar lá pra baixo — quebro o silêncio.
Ele continuou calado, mas assentiu com a cabeça. Direcionei meus passos até a porta, girando a maçaneta e puxando-a, não enrolando para sair e desfazer a abertura da entrada, mantendo o objeto amadeirado fechado mais uma vez. Uma sensação estranha começou a dominar meu peito durante a minha descida aos degraus da escada, contudo, eu preferi ignorar, não sendo muito difícil quando encontrei todos os meus amigos esparramados na sala, cena esta quase idêntica a que vi na casa de Mikey, mas a diferença é que o sofá quase nem tinha espaço com os corpos tumultuados quase em cima do outro, enquanto os que estavam fora do estofado, sentaram no chão gelado.
Takashi era um deles.
Foi automático andar em sua direção, não pensei em parar e nem hesitar quando me sentei ao seu lado, deixando meu tronco encostado na parede. Eles conversavam sobre um assunto aleatório de qual animal doméstico dava mais trabalho, mudando para os quais eram mais selvagens, para terminarem falando sobre uma espécie estranha de gato misturado com coelho, nesse meio tempo Hakkai já havia aparecido e se juntado ao assunto. Isso tudo me fez perceber que estavam tão chapados que mal sabiam o que estavam falando, não consegui sobreviver um minuto que fosse sem rir, resultando em uma dor em minha barriga graças às gargalhadas.
Quando as pizzas chegaram, imediatamente levamos até a mesa de centro depois de recebermos o motoboy e realizarmos o pagamento, não nos importando de deixar algumas das caixas no chão, visto que estava limpo, preferimos comer naquele cômodo. Pegamos os copos para nos servir com o refrigerante, mas tivemos que guardar uma das garrafas de dois litros na geladeira para que não esquentasse. Devoramos quase tudo devido à fome extrema que todos estavam, sobrando alguns pedaços nas caixas circulares, contudo, as pizzas doces não sobreviveram graças ao nosso querido Mikey.
Ajudamos a arrumar tudo na sala, incluindo a varanda para que o Shiba não precisasse fazer isso sozinho depois, ignorando as tentativas do garoto de nos impedir, ao terminar, desligamos o som e relaxamos novamente na sala, iniciando mais uma conversa aleatória. O grupo foi se desfazendo aos poucos pelo horário e sonolência, Yuzuha acabou decidindo dormir aqui, visto que não queria voltar pro dormitório tão tarde.
Eu e Takashi ainda estávamos presentes ali, acabei chegando à conclusão de que se eu decidisse ir embora agora, ele se sentiria na obrigação de me levar. Independente de uma situação, ele nunca me deixava ir pra casa sozinha quando escurecia. Acreditava que ele ainda iria considerar me acompanhar atualmente.
— Você já vai? — Takashi pergunta, checando a hora ao desbloquear a tela do celular, consegui ver que são duas da manhã.
— Não sei, acho que sim — respondo, bocejando a seguir pelo o cansaço.
— Eu te levo — disse, levando as mãos até seus olhos para coçá-lo, em seguida, se levanta.
Me mantive de pé quase no mesmo instante que ele, sentindo a preguiça tomar dominância de meu corpo, o que quase me levou a desistir de voltar pro dormitório, mas a probabilidade de perder aula não me agradava, além de minhas coisas se encontrarem em meu quarto.
De forma automática, meus passos seguiram até a varanda.
— Pra onde você vai? — ouço ele perguntar, o que atrai meu olhar ao seu rosto.
— Lá pros fundos, não tenho certeza se quero ir embora agora.
Alcancei o local desejado do apartamento, fixando a luminosidade azul da piscina ganhando contraste na escuridão, além da lua marcando o céu negro com os pontinhos brancos, sinalizando ser as estrelas, quase não tinha luz. Decidi me sentar na beira da piscina com as pernas cruzadas, ouvindo os passos de Takashi atrás de mim até chegar ao meu lado e sentar, abraçando as próprias pernas.
A sensação de euforia voltou quando me lembrei do nosso beijo, tão calmo quanto o momento atual que nos encontramos, e por mais que eu não admita em voz alta, sentia necessidade dos seus lábios se encaixando nos meus novamente.
Virei meu rosto na direção dele, que me olhou de volta quando percebeu, agora parecendo tentar ler meus pensamentos só com base em meu olhar, como se isso fosse expulsar o mistério que nos fazia companhia. Eu queria saber como ele estava, queria perguntar se ele ainda estava se sentindo seguro, e queria saber o motivo dele continuar vendendo drogas mesmo que isso pudesse arruinar a sua liberdade condicional.
— O que foi? — ele pergunta, me dando certa coragem para ousar perguntar.
— Por que continua vendendo?
Ele hipnotiza seu olhar ao meu por alguns segundos, reorientando à água, o que me pareceu uma espécie de competição entre o brilho de seus olhos púrpuros e o azul iluminado da piscina. Ele não parecia pronto para falar sobre isso, não parecia tão invulnerado de me contar tudo mesmo que nossa ligação tivesse uma força inabalável. Eu não queria forçá-lo, e infelizmente, eu não poderia dizer que isso é um problema meu. Ele poderia simplesmente não me contar se não quisesse, visto que nunca tivemos um relacionamento sério, de fato.
— É uma história difícil de contar, [Nome] — finalmente responde, ainda sem olhar para mim — Desculpa, a gente pode falar de outra coisa?
Quando seu olhar encontrou o meu, demorou para que eu assentisse, percebendo que ele ficou um pouco aliviado devido a sua fisionomia ter relaxado da tensão. Se ele não queria falar sobre isso, tudo o que eu tinha que fazer era respeitar sua decisão, apesar disso me manter cada vez mais apreensiva. Quem sabe ele ainda tivesse questões mal resolvidas para continuar no tráfico. As drogas foram o que foderam com a gente durante anos, não foi somente uma dose em uma festa, um comprimido para nos divertirmos, uma fileira ou outra para ficarmos loucos e rirmos disso um dia.
Isso realmente acabou com nós dois.
Lembrar disso fez um arrepio subir dos meus pés à cabeça, resultando em um encolhimento de meus ombros, abracei meus próprios braços e fechei meus olhos por curtos segundos, abrindo-os depois de liberar um suspiro quase inaudível.
— Eu não uso — ele revela, e mais uma vez, volto a encará-lo — Não mais.
— Eu fico feliz por isso — afirmo — Eu também não uso mais.
— Sabia que ia conseguir — ele sorri de canto.
Eu retribuí o gesto, ousando continuar o contato visual, vendo a seriedade começar a tomar dominância de sua face, suas íris lilás se entregando cada vez mais às minhas, até eu perceber sua aproximação repentina, me levando a pensar que ele provavelmente iria me beijar. Contudo, a necessidade de fazer alguma pilantragem tomou conta de minha criança interior, não me contendo em erguer a mão até suas costas e empurrá-lo, fazendo-o arregalar os olhos antes de seu corpo se encontrar com a água.
Tudo o que consegui fazer depois foi gargalhar, mesmo sabendo que eu acabei estragando o clima que poderia ter sido alimentado se eu também me aproximasse, mas acabei não resistindo. Senti que precisávamos quebrar um pouco o galho pelo assunto desagradável que relembrou nosso passado, e bem, eu estava precisando rir um pouco.
— Merda, [Nome]! — ouço sua reclamação, me arrancando mais gaitadas, resultando nas lágrimas saindo de meus olhos — Essa água tá gelada pra caralho.
Sua voz trêmula pelo frio foi perceptível, eu sequer conseguia levar seu protesto a sério, visto que eu tinha em mente que ele não ficou com raiva, mas sim surpreso com a minha atitude infantil.
— Ah… Que dó — deixo o sarcasmo nítido em meu tom, na intenção de provocá-lo um pouco.
Takashi paralisou enquanto me assistia rir de sua cara, suas madeixas lilás grudavam em seu rosto por causa da água, seus dentes batiam pelo tremor devido ao frio noturno, e agora, ele estava encharcado por minha causa. Só parei de me divertir com a cena quando ele se aproximou com um ar ameaçador, quase me fazendo engasgar, mas acabei retornando às gargalhadas pelo nervosismo, tentando me arrastar para longe dele o mais rápido possível. Pelo desespero, nem mesmo consegui levantar.
Foi inútil tentar fugir, ele havia conseguido agarrar meus tornozelos e me puxar até a beirada da piscina cuidadosamente para não me machucar. Ainda entre a explosão de serotonina, tentava me debater em uma falha tentativa de conseguir fugir de suas mãos, até seus braços rodearem minha cintura, me forçando a entrar e sentir o gelo que estava aquela água, todavia, não tive tempo de reclamar, fui jogada para longe dele, e então, me afundei um pouco, mas subi imediatamente para recuperar o fôlego.
Minha única reação foi jogar uma enxurrada de água no garoto, consegui enxergar o sorriso travesso em seus lábios graças aquela farra toda que eu comecei.
— Okay, me arrependi de ter te jogado na água, eu tô congelando aqui — digo, abraçando meus próprios braços, como se isso fosse me livrar do frio.
— Você é uma filha da puta — ele responde, balançando lentamente a cabeça em negação.
— Você é muito mais. Um cavalheiro nunca deixaria a dama se molhar, e se eu não soubesse nadar? — finjo drama, arrancando uma gargalhada fraca dele.
— A piscina não é funda o suficiente pra você não conseguir apoiar os pés.
Takashi nadou até a beirada, saindo da piscina, me aproximei logo em seguida para também me retirar, recebendo sua ajuda graças a mão estendida para mim. Ele tirou sua camisa e aproveitei para fazer o mesmo com meu pequeno sobretudo, torcendo a peça e expulsando o excesso de água, fazendo de igual forma com minhas madeixas. Takashi jogou a franja do corte capilar para trás, esperando que eu o seguisse para entrarmos ou acabaríamos pegando uma friagem. Nem sabia como voltaria pro dormitório desse jeito, mas precisava urgente de um banho quente e lavar meu cabelo para espantar o cloro, por mais tarde que estivesse.
Eu e o mais velho subimos os degraus da escada, nos direcionando ao banheiro, por sorte tinha uma toalha, mas ele não se importou de se secar e enrolou o tecido em meu tronco gelado, esfregando as mãos por meus braços cobertos na intenção de me esquentar um pouco.
— As coisas não estão muito justas aqui. Vem, a toalha é larga o suficiente pra cobrir nós dois.
Iniciei uma abertura, mas fui impedida de continuar pela mão dele. Sua expressão me fazia perceber que ele não queria que eu me descobrisse, nem mesmo pensando nele.
— Não, tudo bem. Não quero que fique doente.
— E eu também não quero que fique doente — rebato — Vem logo, Takashi — e então, dou continuidade em afastar um pouco a toalha de mim, convidando-o para se esquentar também.
Ele hesitou antes de finalmente aceitar, se juntando a mim e fazendo com que ficássemos mais colados na parte lateral de nossos corpos. Nosso calor aumentaria e nos faria esquecer o frio, a toalha serviria de ajuda para isso, similarmente. O tecido fechava nossos troncos, que agora estavam bem próximos, acabei esquecendo por um momento como era ficar assim com ele novamente, depois de tanto tempo. Takashi me virou para ficar de frente para ele, deixando seu busto nu colado um pouco acima do meu, suas mãos alcançaram meu rosto, permitindo que os polegares acariciassem minhas bochechas. Permaneci imóvel, apoiando minhas mãos em seu peitoral, mas deslizei-as até as laterais de seu pescoço. Nossas testas colaram uma à outra seguidamente.
Takashi me beijou pela segunda vez, agora em uma madrugada silenciosa enquanto nos encontrávamos ensopados e grudados com cloro. Dessa vez deixei que ele prosseguisse, eu não queria desfazer o contato, tinha em vista que isso poderia acabar muito rápido, queria ao menos poder aproveitar nem que fosse um pouco. Era notório como a saudade nos infernizou por todos esses anos, pensar no que passamos e nos motivos que gerou nosso egresso fez com que o aperto machucasse meu peito, como se sentisse alguém pisoteando meu coração e apedrejando meus sentimentos.
Mergulhei meus dedos em seus fios molhados, sentindo as mãos pesadas descendo até minha cintura e segurá-la firmemente, o aperto que deu na área fez meu coração martelar, quase me tirando um suspiro durante a osculação. Sua língua deslizou com lentidão sobre a minha, deixando o beijo cada vez mais gostoso, além das mordidas leves que meu lábio inferior recebia de seus dentes e do toque intenso de suas mãos em minha cintura. Sentia que se ele me soltasse eu acabaria perdendo o equilíbrio de minhas próprias pernas.
Encerramos o beijo quando a toalha acabou caindo no chão e nos expôs ao ar frio mais uma vez, mas isso não impediu do arroxeado deixar dois selares carinhosos em meus lábios, esfregando lentamente a ponta de seu nariz no meu.
— É melhor eu te levar logo — sua voz sussurrante acaricia meus ouvidos, me dando a necessidade de abraçá-lo forte.
— Já quer se livrar de mim? — brinco, ele sorri de canto, fixando meus olhos.
— Não. Mas eu sinto que não vou ficar comportado por muito tempo se continuarmos — responde, me fazendo erguer minhas sobrancelhas.
— E quem disse que eu quero que você se comporte?
— Eu disse, [Nome] — um riso fraco se liberta de sua boca — Vamos, você tem aula mais tarde. E não tira a toalha, tá frio.
— Você sabe que a toalha tá úmida agora, né?
— Mesmo assim, é melhor se cobrir com ela do que ficar se tremendo inteira na moto.
Eu suspirei, vendo-o se afastar de mim, mas segurou minha mão depois que peguei a toalha do chão e ajeitei-a novamente, não acreditando que ele estava me fazendo sair com ela porque aparentemente se sentiria culpado se eu ficasse doente. O fato de eu ter que aguentar várias aulas com poucas horas de sono me desanimava um pouco, mas eu precisava manter meu compromisso com a faculdade se quisesse me formar um dia.
De qualquer maneira, eu sabia que essa semana estava apenas começando.
Oi, amores, tudo bem? O que acharam do capítulo? Amo ler o feedback de vocês, então digam aqui, por favor.
Eu realmente AMEI esse capítulo e tava extremamente ansiosa pra publicar, porque além de ter falado um pouco do que aconteceu no passado (pra matar a curiosidade de vocês também KKKKKK), nosso casal se beijou!!! Não quis deixar todo um suspense pra isso acontecer porque como eles já tem uma história juntos e um passado BEM complexo achei compreensível deixar um beijinho rolar nesse capítulo. A narração da [Nome] também deixou claro que, não só ela, mas o Takashi também sente uma falta absurda dela.
Me digam aqui, até agora, qual é o personagem favorito de vocês? E por quê?
Farei a mesma pergunta em um capítulo futuro, já que todos nós podemos mudar de ideia, mas como eu sou a autora e sei de cada pedacinho do que vai acontecer, afirmo que o meu favorito até agora é o Hakkai! Meu protegido, este.
Mais uma coisa, convido vocês a seguirem a playlist da fic no spotify, o link tá disponível no meu mural e na minha bio. Torço pra que agradem vocês! ♡
É isso, meus amores, espero que tenham gostado. Me perdoem caso houve algum erro ortográfico que eu não tenha visto.
Até o próximo capítulo!
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top