Capítulo 36

Angeline Smiths, Los Angeles, 4 de Março de 2020

Josh ri da minha expressão quando a campainha toca pela terceira vez e eu finalmente percebo que Nicole e Calum não vão parar com o que quer que estejam fazendo para atender a porta. Largo ele cortando limões e entro na casa, ouvindo o suspiro aliviado de tia Marie por eu ter tomado a inciativa.

Quando chego na sala Cal está no sentado no sofá com Nicole em cima dele numa cena de pegação explícita. Faço careta.

— Ei, que putaria é essa? — praticamente grito.

Calum faz a gentileza de tirar a língua da garganta da minha amiga mas nenhum dos dois se move, permanecendo naquela pose digna de um pornô (talvez eu esteja exagerando um pouco).

— Putaria é exagero. — Nicole se defende.

Cal nem ao menos se dá ao trabalho de me encarar, hipnotizado demais pelos peitos de grávida que nesse momento estavam na sua cara.

— Concordo. — ele resmunga.

Cruzo os braços, as vezes com esse dois eu me sentia uma mãe. Marie sempre foi muito liberal com a Nicole e olha só no que deu, acho que eu vou ter que tomar as rédeas perante a educação desses dois.

— Não iam atender a porta? — pergunto.

Nicole bufa.

— Eu estou grávida.

— E eu estou com a grávida em cima de mim, fica um pouco difícil.

A expressão de Nic fica raivosa em frações de segundo.

— Está me chamando de gorda?

— Claro que não amor.

— Mentiroso.

Reviro os olhos com essa discussão idiota e então a campainha toca novamente me fazendo lembrar o porque eu havia entrado. Antes que eu pudesse me virar para a porta tia Marie coloca a cabeça pela janela que dava pro lado de fora.

— Ninguém vai atender essa merda? — pergunta já impaciente. Paciência não era uma característica dos Longwell.

— Desculpa tia, já vou. — grito em resposta seguindo para a porta.

— Obrigada Angie.

A primeira coisa que vejo quando abro a porta é um buquê gigante de flores azuis, e quando digo gigante é gigante mesmo. Nem sei como alguém aguentaria isso. Por trás do buquê está o cabelo — agora preto — de Ashton, ele sorri e mostra as covinhas.

— Ashton! — exclamo, me aproximando pra abraça-lo mas parando no caminho quando me lembro da atrocidade à mãe natureza nas suas mãos. — Que saudade de você!

— Mas eu te vi tem duas semanas. — rebate.

Desde quando os garotos voltaram da viagem de Natal temos nos visto frequentemente. Falei com Luke duas vezes por telefone — quando ele ligava pra casa da Nicole atrás do Calum — e tentei aproveitar as oportunidades mas não tínhamos muito o que falar. O que quer que tenhamos que resolver teria que ser pessoalmente mas nenhum de nós tinha coragem o suficiente pra isso.

— Não posso sentir saudades mais? — resmungo, cruzando os braços.

Ele revira os olhos e escancara a porta passando por mim enquanto me dava a língua. Isso dá espaço para que eu consiga ver Ashley com seu um metro e sessenta e cabelos longos, ruivos e cacheados.

— Também sentimos sua falta. — ela diz e pula em minha direção, me dando um abraço.

A aperto com força contra mim.

— Ashley você está linda!

Ela sorri, a língua aparecendo pelo espacinho do dente.

— Obrigada, como estão o papais?

Aponto pro sofá onde Calum e Nicole — ainda na mesma posição de antes — agora conversavam com Ashton que colocou o enorme buquê na mesa da cozinha.

— Se engolindo como de costume e deixando todo o trabalho para mim, Josh e a coitada da tia Marie. — resmungo alto o suficiente para que eles ouçam.

— Isso é mentira! — Cal grita em resposta, se defendendo.

— Nós enchemos todos os balões e colocamos a mesa. — Nicole completa.

Reviro os olhos ouvindo a risada dos Ash's ecoarem pela sala. Me aproximo deles de braços cruzados.

— Sua família não vem? — Ashton pergunta.

— Só conseguiram voo para amanhã então parece que teremos um round dois, espero que venham. — Calum responde com o sorrisinho que ele dá quando quer algo dos outros.

É fofo e desfaz a minha careta de raiva mesmo não sendo direcionado a mim.

— Íamos almoçar com a mãe da Ash.

Nicole se põe de pé, ajeitando o vestido em cima da enorme barriga enquanto Cal se apressa pra colocar uma almofada em seu colo.

— Ah pelo amor de Deus cancelem isso, não podem deixar uma mulher grávida a mercê das garras de sua sogra.

Acho graça de todo o drama.

— Ela não é tão ruim assim. — Calum defende.

— Você só fala isso porque a sua sogra te chama de Calumzinho e faz chocolate pra você de manhã. — o lembro arrancando risadas dos presentes na sala.

— A última vez que ela me fez chocolate eu tinha uns treze eu acho. — Nicole diz.

— Estão com sorte, a minha nunca fez pra mim. — lamenta Ashton.

— Já a minha fazia não só o chocolate como um banquete inteiro. — me gabo, levantando meu nariz.

Calum faz careta.

— Cozinheiros...

— Agora que tal levantarem e nos mostrarem a casa? — sugere Ashley, unindo as mãos em frente ao corpo, parecia ansiosa para ver tudo.

— Vai criticar meu laranja? — Nic pergunta.

Ashton franze a testa.

— Laranja?

— Eu adoro laranja! — a ruiva exclama.

— Perfeito, então vamos.

Nicole abre caminho até o andar de cima e Ashley praticamente sai correndo atrás dela. Não é nenhuma surpresa Ashton não ter ido com elas.

— E nós vamos lá pra fora. Marie está fazendo um churrasco incrível!

Nos sentamos todos na enorme mesa de piquenique que tinha no jardim da nova casa de Nicole e Calum, nos revezamos para ir verificar a churrasqueira e tentamos não vomitar com o drink que Ashton preparou para nós. Calum ganhou vinte dólares por beber um copo inteiro daquilo.

— Olha só quem chegou! — exclama Josh com um pedaço do pão ainda na boca apontando para a porta que dava pro jardim.

Nos viramos para olhar vendo Michael e Crystal com um bando de sacolas em suas mãos.

— Ei, como vocês entraram? — tia Marie pergunta.

Mike arregala os olhos e aponta o dedo para a entrada.

— A porta estava aberta.

Nicole faz cara feia e se vira para Calum de braços cruzados.

— Não vamos durar uma semana sozinhos nessa casa desse jeito Cal!

— Mas foi a Angeline que abriu a porta.

Faço careta.

— Foi mal. — murmuro.

— Trouxemos presentes! — exclama Crystal exibindo as sacolas.

Calum se levanta e abraça os dois. Demorou alguns minutos até guardarem tudo que o casal havia trago e voltarem para a mesa.

— Como estão os preparativos? — pergunto assim que todos estão na mesa.

Eu estava quase mais ansiosa do que os noivos para esse casamento.

— Tudo tranquilo eu acho mas não comente nada com a Crystal, ela se empolga muito fácil. — Mike responde e sua noiva revira os olhos.

Acho graça.

— E quando vão ter o monstrinho de vocês? — é Calum quem pergunta.

Tive a impressão que Michael se engasgou um pouco com o pedaço de carne que ele mastigava.

— Monstrinho? — ele indaga.

— O bebê.

— Espero que logo. — responde Crystal mas Mike faz careta.

— E eu espero que não tão cedo.

— Michael! — sua noiva o censura.

— Não estou pronto pra ser pai.

— E você acha que eu estou? — rebate Cal. — Mas agora só sinto empolgação.

— Até o neném chorar na sua cabeça de madrugada. — Nicole diz.

Isso parece ter mudado a cabeça dele.

— Faz sentido.

Com o passar do tempo fui murchando como uma flor se água, eu me desanimava ainda mais a cada segundo que passava. Esperava que Luke viesse, esperava de verdade. Pensei que podia falar com ele de uma maneira descontraída, perguntar sobre sua vida sem parecer invasiva afinal estávamos entre amigos. Meu plano foi por água abaixo.

Enquanto Calum cantava a versão acústica de Wildflower e Nicole se derretia por ele eu resolvi entrar. Me sentei no banco da cozinha encarando debilmente as notificações do meu celular. Não demorou muito até que alguém viesse atrás de mim, o ex namorado número um se senta no banco ao lado do meu.

— Ele não vem. — é o que Josh diz.

Bufo, me odiando por ser expressiva o suficiente para que todos notem o porque do meu desânimo.

— Eu já imaginei. — minto.

— Por que não liga? Dêem um jeito de se encontrar.

— Liguei algumas vezes mas não temos muito o que falar, é só uma enrolação sem fim.

— É por que não resolveram tudo o que deveriam.

Suspiro, levando mais do drink de morando pra minha boca.

— Deve ser.

— Ele vai vender o apartamento.

— Vai?

Isso me deixa triste, muitas memórias estavam naquelas paredes. Memórias incríveis e outras... terríveis.

— Vai. Provavelmente Calum vai ficar encarregado de pegar tudo que é seu.

— Por que ele vai vender? Ele adora aquele lugar.

— Era o apartamento de vocês Angeline, acho que nesse momento ele não gosta de lá tanto assim.

— E como sabe disso? — pergunto.

— Eu a Cal temos conversado bastante enquanto você e Nicole se matam decidindo a decoração da casa. — Josh responde com um sorriso, me fazendo sorrir também. — Queria fazer a observação de que você opina demais.

— Ela pediu minha ajuda. — me defendo.

— Mas quem vai morar aqui é ela.

— Mas ela pediu minha ajuda. — insisto.

Ele revira os olhos e ergue a mão em rendição.

— Tudo bem, guerra perdida. — se põe de pé. — Vou atrás de um hambúrguer, devia tirar essa cara de poucos amigos e comer alguma coisa também.

O observo sair para o jardim no mesmo momento em que Crystal entra. Ela me olha e se aproxima com uma expressão... maliciosa?

— Posso fazer uma pergunta? Não quero soar intrometida nem nada mas está me corroendo.

— Claro que pode Crystal, você não devia se preocupar com isso.

— Você é Josh estão tendo alguma coisa? — ela pergunta.

Intrometida.

— De onde tirou isso?

— Vocês andam bem próximos pelo que eu saiba, sempre estão juntos e bom... ele é seu ex.

Dou risada da lógica de Crystal, era no mínimo engraçado pensar que eu e Josh ainda sentíamos alguma coisa um pelo outro. Eu o amava, é verdade, mas como um amigo e eu sabia que ele me amava assim também.

— Não tem nada a ver, nossa época já passou.

Crystal suspira e parece ter ficado mais leve.

— Estou um pouco aliviada, acho que Luke surtaria com algo do tipo.

Não acho isso.

— Ele deve estar ocupado com a cara nos peitos de outra loira. — resmungo.

Fungo, desviando o olhar para não receber nenhum olhar de julgamento.

— Ele tem parado com isso, precisa ver como ele está, o mesmo de sempre.

— Um dia quem sabe eu fique assim também.

— Não vou falar como ele te ama ou como vocês deviam conversar sobre isso porque você já sabe.

É um alívio saber que pelo menos uma pessoa não queria me dizer isso. Ultimamente tenho dispensado o óbvio.

— Nem vai falar sobre a parte da teimosia?

— Não. Vocês vão ficar juntos Angeline, não tem teimosia no mundo que mude isso.

Sorrio para ela no mesmo momento em que nossos amigos entram na sala, provavelmente estavam fugindo da ventania que havia começado do lado de fora. Os garotos se jogam no sofá e Nicole estava prestes a se sentar quando faz uma careta de dor, seus olhos pareciam querer saltar das órbitas enquanto ela se contorcia.

— Galera acho que temos um problema. — murmura Nicole, seu rosto ainda estático encarando o vazio.

— Que tipo de problema? — Josh pergunta.

Nesse exato momento um grito estridente sai da garganta de Nic, ela se contorce ainda mais e segura a enorme barriga com a mão.

— Um problema grande pelo visto. — diz tia Marie indo em direção à sua filha.

— Acho que vou parir. — Nicole resmunga se apoiando em sua mãe e agora em Josh que estava ao seu lado.

— Ai. Meu. Deus. — Calum murmura pausadamente caindo no sofá em estado de choque.

— E agora? — pergunto olhando para os outros presentes na sala que pareciam mais perdidos do que eu.

— Pega a bolsa. — tia Marie ordena.

O pânico atinge meu estômago e sinto vontade de sair correndo.

— Onde está?

— O Calum que sabe. — geme Nicole com uma careta de dor horrível.

— Acho que ele está em estado de choque. — Mike diz tentando acordar o amigo que nem ao menos parecia piscar.

— Dane-se eu procuro. — diz Crystal se pondo de pé. Ashley se levanta também.

— Vou com você.

As duas sobem as escadas correndo .

— E a Nicole? — pergunta Josh.

— Vamos levar ela pro carro. — tia Marie diz já começando o caminho.

Vejo um líquido escorrendo pelas pernas de Nicole e me pergunto se quero mesmo ter um filho um dia, uma bolsa estourada parece ser incômodo.

— Vai estragar meu estofado. — pragueja Ashton.

Perco minha paciência e o seguro pelo queixo.

— Asthon é melhor você ajudar essa garota grávida imediatamente ou eu juro por Deus que esgano você. Está me ouvindo? Que se foda o seu carro!

Ele assente repetidas vezes.

— Entendi. — concorda e sai em disparada pro lado de fora, espero eu em direção ao seu carro.

— Vou pegar umas toalhas, talvez ajude. — diz Mike sumindo pela porta da cozinha.

Tia Marie e Josh começam a guiar Nicole para o lado de fora. Ela se vira pra mim, os olhos desesperados de medo e dor.

— E o Calum?

Faço um sinal com a mão dizendo para ela olhar pra frente e sair e quando finalmente os três estão do lado de fora eu me viro para Calum. Ainda estava com o olhar vazio, respirava normalmente mas não dava nem sinal de que iria piscar. Pelo menos ele estava sentado no sofá.

— Me desculpa amigo. — eu digo antes de dar um tapa em seu rosto com toda a força.

— Ai! — ele grita, os olhos voltando a se focar.

Ouço passos correndo pro lado de fora.

— Você vai ter um filho caramba se recomponha e ajude a sua namorada!

O puxo pelo braço e seguimos aos tropeços em direção ao carro de Ashton. Assim que Calum vê o estado de Nicole seu rosto perde a cor.

— Vou desmaiar.

Nicole ganha uma expressão furiosa por cima de toda a dor.

— Se desmaiar eu juro que nunca mais vai ter a oportunidade de fazer um bebê de novo!

Cal engole a seco e entra no carro.

— Estou me sentindo melhor.

Michael, Crystal, Josh, Ashley e eu entramos no outro carro e seguimos atrás deles. Pareceu ter passado uma eternidade até finalmente chegarmos no hospital, inclusive perdemos o carro de vista no meio do trânsito. Era fim da tarde de domingo, Los Angeles estava lotada!

Quando chegamos ficamos iguais cinco patetas tentando achar onde era a tal unidade de maternidade do hospital. Não encontramos. Resolvi largar os quatro no corredor e ir pedir alguma ajuda.

Vou até o guichê de informações e a moça de cabelos escuros faz um sinal com o dedo pra mim, indicando que eu espere até ela acabar de falar no telefone. Gemo de inquietação e dou de ombros, é quando um cheiro conhecido invade minhas narinas.

— Angeline. — cumprimenta Luke com um sorriso tímido no rosto.

Me apoio no balcão para não tropeçar em meus próprios pés enquanto o encarava. Fazia tanto tempo e ele estava tão lindo que fez meu coração dar cambalhotas. Calça preta, camisa de botão branca de manga curta, óculos na cabeça e aquela quantidade fora do normal de cordões, anéis e pulseiras que eram um saco de se livrar quando fazíamos sexo. Queria abraça-lo mas não me atrevi a tanto.

— Pensei que não estava aqui. — foi a primeira coisa que disse e me senti uma idiota por nem ter dado um oi.

— Voltei tem dois dias.

Assinto.

— Os garotos estão aqui... — começo mas paro quando viro para trás e não vejo ninguém. — Pelo menos estavam.

Luke dá risada.

— Eles saíram correndo.

— Quê? — indago tentando ganhar tempo para me recompor depois de seu sorriso. Meu Deus devia ser crime ser apaixonada por alguém assim.

— Eles literalmente saíram correndo. — explica com paciência.

— Adoro eles. — murmuro e me viro para a assistente que agora havia saído do telefone.

— Nicole Longwell, ela entrou agora a pouco, vai ter um bebê. — explico.

A moça mexe em alguns papéis.

— Eles já estão na sala de parto, provavelmente vai demorar.

— É em que andar?

— No quinto.

— Obrigada.

A moça sorri pra mim e seu sorriso se alarga quando passa por Luke. Cruzo os braços como uma criança birrenta e possessiva enquanto ele me encarava de canto de olho.

— Quer tomar um café? — ele pergunta.

Não faça isso Angeline.

— Claro.

Não foi uma caminhada muito grande até a lanchonete do hospital. Me xinguei diversas vezes por não conseguir manter uma expressão serena e xinguei meus amigos o dobro por me abandonarem com meu ex namorado.

— Um café preto e um capuccino com creme. — eu peço assim que chegamos ao balcão.

Luke me encara e só então percebo que havia pedido por nós dois. Tento não fazer careta mas acho que não deu muito certo.

— Desculpa, força do hábito.

Ele desvia o olhar com um sorrisinho idiota no canto da boca.

— Sem problemas. — ele se vira ao atendente. — Quero uma torta de creme também.

O garoto anota o pedido e assente para nós.

— Já trago tudo.

Me sento no banco do balcão e Luke se senta ao meu lado.

— Por que não foi hoje? — pergunto não querendo dar espaço para começar a me sentir constrangida com seu olhar. É como se ele me avaliasse.

— Não sabia se estava pronto para te ver. — murmura em resposta olhando o pacote de açúcar na sua frente.

— E agora?

— Ainda não sei.

Suspiro. Eu também não sabia.

— Tem muito tempo né. — digo mas nem ao menos sabia o por que havia dito. Pensar em ficar em silêncio com ele me aterrorizava.

— Seis meses.

— É.

— Senti sua falta. — ele diz.

Meu coração lateja e obedecendo as leis da natureza um sorriso brota em meus lábios. Sou rápida em esconde-lo.

— Luke, não vamos fazer isso agora...

Ele assente, seus olhos claros brilhando como costumavam brilhar toda vez que acordávamos de manhã na nossa cama... Nossa casa...

— Você acha que...? — ele pergunta, não precisava ser um gênio para adivinhar o resto.

— Eu não sei. — sou sincera. — Podemos resolver isso depois certo? Nossos amigos estão tendo um bebê nesse momento, vamos nos focar nisso.

— Tudo bem, estou satisfeito só de estar aqui.

Sorrio de novo, um calor gostoso se espalhando pelo meu corpo e me deixando mais relaxada. O garoto coloca nosso pedido no balcão.

— Como estão seus pais? — pergunto, levando a xícara com café preto a boca.

— Muito bem na verdade mas no mês passado minha mãe comprou uma planta nova que acabou com o jardim dela, foi bem difícil resolver o problema.

Dou risada imaginando como Liz deve ter ficado uma fera. Ficamos conversando por bastante tempo — felizmente sem tocar no assunto do nosso relacionamento. Quando encontramos os nossos amigos eles já estavam de pé esperando o momento de entrar no quarto para vermos Calum, Nicole e o mais novo membro da nossa equipe.

— É menino. — é a primeira coisa que Nicole diz quando entramos no quarto.

Ela parecia cansada mas anestesiada de algum modo, o cabelo estava molhado de suor mas ainda tinha no rosto o sorriso mais feliz do mundo. O mesmo servia para Calum, eu nem ao menos conseguia ver suas íris de tão fechado que seus olhos estavam, o sorriso parecia capaz de bater nas orelhas.

Tia Marie estava sentada numa poltrona no canto, parecia orgulhosa e genuinamente feliz. Todos pareciam genuinamente feliz e eu queria saltar só de imaginar num pequeno garotinho de cabelo cacheado e bochechas gigantes correndo por aí e me chamando de titia.

— Ai meu Deus que gracinha. — Ashley murmura quando finalmente vemos a cara rechonchuda e inchada do recém-nascido.

— Eu quero pegar. — completa Crystal estendendo seus dedos na direção dos dedos do bebê.

O garotinho por sinal apertava com força o indicador de Calum que nem ao menos havia se virado para nos olhar. Parecia hipnotizado.

— Só quando eu desmaiar de cansaço, sinto muito. — rebate Nicole aconchegando seu bebê nos braços.

O bebê dela. Meu Deus eu vou chorar.

— Como vai se chamar? — pergunta Luke.

Calum finalmente se vira para nós com um sorriso zombeteiro nos lábios.

— Kurt. Que nem o Noturno do X-men.

Nicole franze a testa.

— Como assim X-Men? Kurt como Kurt Cobain.

— Me poupe, tenho certeza que ele vai dizer pra todos que é o Noturno.

— Nosso filho não vai ter o nome de um personagem azul!

— Na verdade ele já tem.

O pequeno Kurt faz um barulho estranho e repuxa a boca em algo parecido com um sorriso. O gesto faz com que todos nós déssemos um sorriso também.

— Acho que ele gostou da discussão de vocês. — Ashton diz, nos arrancando risadas.

Calum concorda com a cabeça e dá um beijo na testa de Nicole.

— Que bom que gosta, vai ouvir muito isso.


Oie! Kurt Longwell Hood finalmente nasceu galera, ai eu imagino ele tão fofinho que dói!

Inicialmente imaginei esse capítulo dividido em duas partes mas me empolguei e acabei juntando as duas.

Muito obrigada pelos votos, comentários e aos leitores novos que chegaram nesse tempo. Isso me dá muita força e ânimo para escrever.

No mais é isso, capítulo novo até Domingo se der tudo certo! Beijos!

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