Capítulo 32
Angeline Smiths, Los Angeles, 28 de Agosto de 2019
Isso não pode ficar assim, isso não pode ficar assim, isso não pode ficar assim.
Repito isso a mim mesma durante meu caminho de volta pro apartamento de Luke. Após uma noite inteira deitada em minha cama ignorando as batidas na porta que meu pai insistia em dar eu havia chegado à conclusão de que cometi um erro. Não devia ter brigado com meu namorado, juntado as minhas coisas e ido embora. Foi criancice e eu não sou mais uma criança.
Eu acreditava veemente que uma conversa sincera poderia deixar tudo melhor, talvez eu ainda ficasse na casa de meus pais com nosso namoro sendo como deveria ser, sem pressa. Eu só não podia ficar sem ele. Com certeza não podia ficar sem ele. A ideia me aterrorizou a noite inteira e me fazia mal pensar que eu estava dependente mas talvez eu estivesse, nesse momento eu me sentia assim. Com ele eu me sentia uma pessoa melhor, mais madura, mais bonita e mais no controle. Não sou mais a garotinha que flertava por diversão numa tentativa idiota de controlar a única coisa que meus pais não conseguiam.
Eu o amava. Queria ficar com ele, queria um futuro com ele mesmo que isso significasse abrir mão de algumas coisas. Não me importava as pessoas falando mal de mim, toda a fama que ele tinha ou os problemas com a minha mãe, nada disso importava contanto que eu estivesse com ele. Me deixava louca sentir esse sentimento tão avassalador que nunca havia passado por mim antes. Luke Hemmings mudou tudo e eu não estava pronta para abrir mão dele. Acho que nunca estaria.
Quando abro a porta do apartamento sinto um cheiro forte de álcool. Tinha vodka entornada no tapete da sala e garrafas de vinho e de cerveja espalhadas pela casa. Petunia cheira meu pé e afago sua cabeça, me sentando no sofá em seguida. Luke deveria estar dormindo então eu podia esperar um pouco. Acordar outra pessoa não é um bom jeito de começar uma conversa.
Observo a mancha do tapete com atenção e percebo algo brilhando por entre os pelos. Fico de pé e vou até lá, pegando um brinco nas mãos. Esse brinco não era meu.
Uma sensação estranha se apossa de mim enquanto marcho em direção ao quarto, coloco a orelha na porta tentando ouvir alguma coisa mas não ouvia nada. Perco minha paciência e abro a porta vendo roupas no chão e Luke dormindo, o problema é que tinha um cabeleira preta ao lado dele.
— Ah meu Deus. — praguejo e fecho a porta em seguida.
Dou meia volta indo em passos cambaleantes pela sala com medo de cair por conta do salto em minha bota. Meu estômago se contorce num repuxar agoniado enquanto processava o que havia acabado de ver, meu namorado na cama com outra pessoa. Na minha cama, nossa cama.
— Angeline? — eu ouço Luke me chamar.
Tenho vontade de me virar e bater nele até que meus dedos sangrem mas não conseguia fazer isso agora, me apoio na bancada da cozinha e respiro profundamente. Estava ficando tonta.
— Me desculpe eu... eu... tenho que ir.
Antes que desse um passo em direção a porta a bile sobe até minha boca e vomito tudo no chão, minhas mãos tremem de ansiedade e meus olhos lacrimejam. Que merda havia acabado de acontecer? Puta que pariu, que merda é essa?
— Angeline eu...
Sinto sua mão em meu ombro e o empurro, finalmente encarando seu rosto. Isso me comprovou que ele bebeu a noite toda, seus olhos estavam vermelhos e o cabelo bagunçado. Ele só vestia uma bermuda de moletom.
— Não encosta em mim. — tento soar ameaçadora mas sai mais como um animal gemendo de dor. Combinou mais com meus sentimentos no final das contas.
— Não era pra você ver isso.
— O quê? — eu indago. — Resquícios da sua noite de farra? Você se divertindo enquanto eu nem dormi de tanto chorar? Você me traindo?
Luke franze a testa e aponta pra mim.
— Você terminou comigo.
— Terminei? Não me lembro de ter terminado.
— Você pegou suas coisas, disse que não aguentava mais e me deixou aqui.
Agora a culpa é minha por ele ser um desgraçado sem consideração e respeito?
— E isso é um término onde Luke? — pergunto fechando em punho a minha mão que insistia em tremer.
— Pra mim foi um término. —ele insiste.
Dou meia volta sentindo algo se partindo dentro do meu peito, doía de verdade e isso não era pra mim. Não era o tipo de garota que sofria dores de amor e não é agora que eu iria ser, isso não vai acontecer, não vai.
— Você só enxerga o que te convém. — rebato pegando minha bolsa.
— Me desculpa tá bom, vamos conversar.
— Conversar o quê? — eu grito, me virando pra ele. — Eu não tenho mais nada pra falar com você.
— Angeline. — ele grita de volta.
Respiro profundamente sentindo as lágrimas invadirem o meu rosto, me sentia humilhada. Queria me esconder em algum lugar e fingir que nunca vi isso, queria ter pensado melhor antes de terminar com Josh, ele era bom pra mim, tão bom. Por que as coisas não podem simplesmente ser fáceis?
— Você me traiu Luke!
— Não trai você, eu achei que tínhamos terminado.
— Só é um término quando as duas pessoas sabem.
Luke engole a seco enquanto tento raciocinar de era eu quem estava errada aqui. Não é possível que eu havia terminado sem nem ao menos perceber, é? Eu podia perdoar um mal-entendido desse tamanho?
— Isso não foi nada, podemos resolver as coisas. — ele diz.
— Não podemos. Quem está lá dentro? É a Charlie não é? Aquela imbecil nem ao menos esperou pra atacar.
— Não é a Charlie.
Faço careta sentindo meu corpo esquentar de raiva.
— É a nossa cama Luke! Tem nossas fotos no quarto, minhas coisas no guarda-roupa você é... nojento.
— Você terminou comigo! — repete pela milésima vez.
Levanto minha mão e num gesto sem pensar acerto uma tapa em seu rosto. Ele me encara estático enquanto mais lágrimas escorriam dos meus olhos.
— Para de repetir isso! Isso não muda nada!
— Angeline...
— A primeira coisa que faz quando alguém termina com você é dormir com outra então? Agora entendo por que nenhum relacionamento seu deu certo, olha pra você Luke. É só um garoto.
— Eu sinto muito, amo você Angel, amo de verdade.
— Eu não acho que você saiba o que é o amor. Você cria uma história na sua cabeça e se prende a ela como se fosse a coisa mais importante da sua vida mas então quando essa história se desprende você volta a ser o Luke que eu ainda não conhecia. O Luke popstar que não está nem ai pra porra nenhuma a não ser a porra de fama de merda dele!
Sua expressão de tristeza partiu ainda mais meu coração, as lágrimas em seus olhos acabaram comigo de um jeito que nem a cena de minutos atrás conseguiu. Isso não devia ser assim mas era, acho que estavam certos quando disseram que o amor é uma doença. Eu me sentia extremamente doente agora.
— Você é tudo que é mais importante pra mim, como não consegue ver isso? — ele diz.
— Porque você não mostra Luke!
Ele funga e dá um passo na minha direção, dou um passo para trás em seguida.
— Eu amo você, não faz isso por favor.
Respiro fundo e limpo minhas lágrimas para não ter que sair com o rosto ainda pior do que quando entrei.
— Eu vou embora antes que sua visitante acorde e veja uma maluca gritando na sala.
— Angeline...
Era só isso que ele sabia dizer?
— Vá pro inferno, nós terminamos! Acabou! — grito. — Agora acho que tem material o suficiente pra escrever outra música acabando comigo!
Dou meia volta e saio de lá antes que ele dissesse mais alguma coisa e ficássemos nessa a tarde toda. Não iria aguentar mais disso, eu estava cansada e magoada e no momento só queria ficar longe dele. Pra sempre. Todo esse relacionamento foi um erro, ele não era a pessoa que eu pensei que fosse e eu também não era.
Eu era fraca.
— Tina? — é a primeira coisa que digo quando entro no meu carro após discar o número da minha irmã.
As lágrimas embaçavam meus olhos me impedindo de ver a minha frente, estava estacionada na rua.
— Angie, o que foi?
— Pode vir me buscar? — eu peço.
— Onde você está?
— No carro em frente o apartamento, não consigo dirigir.
Ouço o barulho de algo no fundo e depois de alguns segundos ela volta a falar:
— Já estou indo, o que aconteceu?
— O Luke ele... Terminamos.
— Cinco minutos. — ela diz e desliga.
Apoio minha cabeça no volante deixando as lágrimas escorrerem por meu rosto enquanto esperava pela minha irmã. Ela não demorou muito e não fez nenhuma pergunta somente tomou meu lugar e dirigiu pra casa. Agradeci por meus pais não estarem lá, não queria que eles me vissem assim, não queria admitir que eles estavam certos.
Entro no meu quarto e me livro da minha bota, me jogando na cama em seguida. As lágrimas escorriam incessantemente e me abraço tentando manter meus pedaços no lugar. Tina engatinha na minha direção e passa a mão no meu cabelo.
— O que aconteceu?
— Ele estava com outra. — murmuro dando um soluço no final. Como um lembrete do quanto essa frase machucou pra ser dita.
— Como assim?
— Ele achou que tínhamos terminado e então transou com outra.
— E como ele achou isso? — ela pergunta, seus dedos puxando com cuidado o cabelo que se enrolou no piercing em meu nariz.
— Ontem de noite peguei minhas coisas e saí de lá, disse que estava de saco cheio.
— E então ele achou que terminaram?
— É. — admito. — É tudo culpa minha não é?
— Eu não sei, mesmo que tivessem terminado não seria legal isso.
Tento secar minhas lágrimas mas não dá muito certo então me viro para Tina com o rosto molhado mesmo.
— Eu estou me sentindo péssima.
— Quase nunca te vi chorar então imagino que está difícil mas eu estou aqui.
— Eu sei eu só... quero ficar sozinha.
— Nem quer ver a Nicole? — ela sugere.
Não podia estragar a vibe da Nicole com meus problemas, ela e Calum estavam numa fase ótima e é assim que eles tinham que ficar.
— Não. — respondo. — Amanhã falo com ela.
— Tudo bem. — minha irmã concorda e se afasta, ficando de pé. — Vou dormir aqui hoje.
— Não precisa fazer isso.
— Eu quero. E se você reclamar eu chamo o Nick também.
Tento sorrir pra ela mas acho que não consegui. Ela fecha a porta e então me deixa sozinha, fazendo com que eu me arrependa da minha escolha. Sozinha tudo parecia ficar mil vezes pior.
Chorei tanto que acabei dormindo, que nem a noite passada. Não sei quanto tempo se passou só sei que já estava quase escuro quando minha irmã volta a entrar no meu quarto. Olho pra ela sentindo meu rosto quente mas pelo menos as lágrimas secaram.
— Luke está lá embaixo. — ela diz.
Fecho a cara e viro pro outro lado. Uma onda de ansiedade passa pelo meu corpo me deixando desperta.
— Mande ele ir embora.
— Ele está um caco Angie, pelo menos ouça o que ele tem pra dizer. — ela insiste.
— Não quero ver ele.
Acho que nós duas éramos teimosas.
— Mas você tem. Resolva as coisas agora e fiquem juntos ou resolva e siga a sua vida. Pontas soltas prendem a gente. Precisa se libertar.
Suspiro e me viro para encara-la, ela exibe os dentes sabendo que havia me convencido. Fico de pé e coloco meus chinelos.
— Odeio você. — murmuro quando passo em frente a ela.
Luke estava me esperando na sala, andando de um lado pro outro. A vontade de chorar retorna quando ele me vê. Fungo e me aproximo, mantendo uma distância boa.
— Oi. — ele diz, levantando sua mão esquerda.
Respiro profundamente lutando com a tristeza que insistia em querer sair de mim em forma de lágrimas. Abro minha boca numa tentativa de dizer um oi mas a fecho, percebendo que não teria voz pra isso. Eu não sabia como falar com ele, não sabia como olhar em seus olhos.
— Angel. — Luke me chama pelo apelido, se sentando no sofá. — Podemos conversar numa boa?
Tomo coragem para olhar em seus olhos e noto que seu rosto não parecia bem. O cabelo estava bagunçado como se não tivesse sido lavado hoje, a feição abatida como se não dormisse faz tempo e seus olhos vermelhos provavelmente por que ele havia chorado. Isso — de um jeito egocêntrico — me alivia um pouco, eu não era a única que havia passado a tarde molhando as fronhas do meu travesseiro.
— O que você tem para me dizer? — pergunto, minha voz saindo mais rouca e fraca do que eu esperava.
Ele suspira, provavelmente pensando no que dizer e desvio o olhar. Doía tanto olhar pra ele. Luke aponta pro sofá na sua frente como um convite. Me sento. Mantendo os braços ainda cruzados como uma forma de defesa.
— Eu sinto muito. — ele diz e como nem ao menos me mexo ele continua. — Não foi justo o que eu fiz, não foi bom em nenhum aspecto. Mas você tem que entender que eu achei que tivesse terminado comigo.
Reviro os olhos, limpando a lágrima que ameaçava brotar no canto do meu olho.
— Então a primeira coisa que você faria se terminássemos é dormir com a primeira garota que aparecesse na sua frente? — ironizo.
Meu pé balançava rapidamente, de um lado para o outro, numa ansiedade que eu não conseguia controlar.
— E-eu estava magoado. Eu achei que tinha levado um pé da garota que mais amei em toda minha vida. Fiquei perdido e bêbado pra variar. Eu não estava pensando direito.
Fungo.
— Você nunca está.
— Podemos consertar as coisas...
Levanto a mão indicando para que ele pare e é isso que ele faz.
— Não Luke, nós não podemos. — eu falo. — Eu queria que você lutasse por mim! Que fizesse de tudo para consertar o que havia de errado, queria que preferisse ficar sozinho pra sempre do que ficar com outra pessoa que não seja eu! E a primeira coisa que você fez foi dormir com outra.
— Eu estou tentando consertar as coisas agora.
— Agora não é a hora certa! Você perdeu o timing.
Luke estava chorando como um bebê e fico feliz com isso, queria que ele sofresse e entendesse o que aconteceu com a gente. Entendesse que sua atitude infantil só piorou as coisas. Entendesse que eu não merecia isso e que ele não me merecia. Não mais.
— Não faça isso com a gente. — ele pede.
— Talvez se eu tivesse pedido pra você não transar com outra nós ainda estivéssemos juntos. Mas como eu poderia pedir, né? Eu nem ao menos sabia que havíamos terminado. — ironizo. — Eu não sei se sabe, Luke, mas só é um término quando as duas pessoas sabem. Você me traiu.
— Eu achei que aquilo tinha sido um término, por Deus Angie! — ele grita.
— Eu fui saí de casa chorando por todo o caminho pensando no que eu faria sem você! — grito de volta. — Eu me senti perdida, como se eu não tivesse mais um lugar no mundo. Vim pra cá, tomei um banho e pensei em viver sem você. Eu não consegui pensar por muito tempo nessa possibilidade porque o que eu mais amava no mundo era você, eu não podia e não queria te perder. Nunca. Queria ficar com você por toda minha vida. Eu não dormi nem por um segundo. Decidi que iríamos superar isso, que ficaríamos bem e então eu chego em casa e você está nu com outra garota. Na nossa cama, Luke! Com as minhas roupas no guarda-roupa e nossa foto na cabeceira. Com Petúnia andando pela sala.
— Eu sei como você se sente, ok?
— É, e é por isso que você vai entender o por que de eu não poder te perdoar.
— São situações totalmente diferentes. — insiste.
— Não são! Meu mundo caiu do mesmo jeito que o seu caiu quando foi com você.
Ele respira profundamente enquanto me encarava, parecia com medo e eu me sentia quebrada. Queria que ele fosse embora.
— Você voltou pra casa pra consertar as coisas, o que mudou de lá pra cá?
— Eu percebi que você não deveria ser a pessoa que eu mais amo no mundo, a pessoa que eu mais amo deveria ser eu. E eu não posso mais aguentar isso. Eu não posso mais dormir sozinha na nossa cama me perguntando o que de tão importante você havia feito o dia todo para não ter tempo nem de responder minhas mensagens.
— Eu achei que isso tudo fosse sobre a noite passada.
— Não, isso tudo é sobre você e suas atitudes.
— Que você nunca comentou antes. — rebate.
— Estava aterrorizada demais pela ideia de perder você. Mas acho que isso já aconteceu.
Luke se exalta e então se levanta, secando as lágrimas dos olhos e apontando seu dedo pra mim.
— Você está sempre tentando arranjar motivos para me afastar!
— Eu estou afastando você? Então por que não me ligou quando ficou duas semanas fazendo shows? Por que não me pergunta como eu estou? Ou como foi a aula na faculdade? Por que simplesmente esqueceu de mim na porra do seu aniversário? — grito.
— Eu sinto muito, Angeline. Eu não tenho sido o namorado que eu queria ser. Mas prometo que vou melhorar, eu juro. Eu não posso ficar sem você.
— Eu não confio mais em você. Como vamos superar algo desse tamanho? Como eu vou superar? Como vou me sentir se voltar pra você agora e passar mais uma semana sozinha no nosso apartamento sem falar com você nem por cinco minutos direito?
— No ano que vem vamos lançar nosso álbum novo e aí depois da turnê vamos ter alguns meses de férias. Vou poder ficar com você e só com você, podemos ir pra onde você quiser. — sugere.
Isso não me tentou nem um pouco.
— E então as férias acabam e tudo continua na mesma. Sem contar que são meses até lá.
— Eu saio da banda. — ele diz.
Me sento enquanto o encaro estática.
— Você só pode estar louco. — digo.
— Eu não estou.
— 5 Seconds Of Summer é o seu sonho, Luke.
— Você é o meu sonho. Eu quero ficar com você pra sempre.
Me ofendo com sua sugestão, realmente parecia que eu queria que ele largasse tudo para dar atenção pra mim? Sério?
— Eu não quero que largue sua banda! Que tipo de pessoa você acha que eu sou? Não estou pedindo pra você me dar atenção em cem por cento do seu dia ou me ligar um milhão de vezes. Na última vez que foi fazer shows você ficou dois dias sem nem responder minhas mensagens. E não foi por falta de tempo, Luke. Calum postou stories de vocês deitados no quarto do hotel. Sério que não houve tempo pra você me ligar? Por cinco minutos e ver como eu estava? Pra falar que sentia minha falta?
— Eu sinto sua falta a cada segundo que estou longe de você.
— Você devia ter me falado isso quando eu ainda era sua namorada. — rebato.
— Você está terminando comigo?
— Na sua concepção a gente já tinha terminado, certo?
Luke se inclina na minha direção.
— Angeline, por favor...
Fecho meus braços em torno do meu corpo e dou um passo pra trás.
— Não encosta em mim. — murmuro. — Você tem que ir embora.
— Temos que tentar.
— Eu não posso mais fazer isso. — insisto.
— Eu amo você, Angel.
— Isso não é o suficiente.
Dou de ombros e subo as escadas deixando ele sozinho na sala. Ele sabe onde é a porta então consegue sair.
Não ia ficar me lamentando pra sempre, não era pra ser. Somos muito diferentes e queremos coisas diferentes, foi melhor assim. O tempo vai passar e esse sentimento horrível vai passar, só é preciso esperar. Eu acreditava nisso, acreditava de verdade.
Passei dez minutos olhando pro teto do meu quarto tentando me convencer de que tudo ficaria bem e isso ajudou um pouco, pelo menos o suficiente para que as lágrimas parassem de escorrer.
A porta faz barulho e me viro vendo Nicole parada lá. Ela me encara com os olhos alarmados e percebo que seu cabelo estava preso em um coque, coisa que ela nunca usava. Ficava bonita. Me pergunto se Tina contou a ela o que havia acontecido e por isso ela estava aqui.
— Oi. — eu digo e tento dar um sorriso.
Nicole se aproxima de mim e senta na ponta da cama ao meu lado, ela se deita em seguida deixando os pés encostados no chão. A imito. E então ela pigarreia antes de falar:
— Estou grávida.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top