Capítulo 21

Luke Hemmings, Los Angeles, 26 de Fevereiro de 2019

Já passei por isso. Já passei mil vezes por isso.

O ponto é que toda vez me incomodava de um jeito diferente, a gente cresce e os anos passam e aí pensamos que vamos amadurecer nesses aspectos, que vamos aprender a lidar com o que já sentimos antes. Bom, isso não acontece.

Quando você fica mais velho começa a valorizar certas coisas nas outras pessoas, amar se torna mais difícil mas o amor se torna mais forte. A decepção também. Aos dezoito anos costumava pensar que aquele sofrimento desenfreado onde você passava dias na fossa chorando era exclusividade de adolescente, que quando fôssemos maduros o suficiente enfrentaríamos o fim de uma forma mais adulta e prática. Doeria mas não por muito tempo.

Não foi assim com minha última namorada, eu fiquei destruído e até fui morar com o Ashton mas o ponto é: nesse momento vendo Angeline me ignorar completamente enquanto dava risinhos no canto da sala com o Calum eu sinto uma vontade enorme de me enfiar embaixo das cobertas e ouvir música triste. Exatamente como eu fazia quando era garoto.

Ela estava escapando das minhas mãos e eu não tinha certeza do que fazer ou de como agir com ela. Não queria ser chato, insistente ou grudento e principalmente não queria ser emocionado e despejar toda minha carga emocional em cima dela. Angel saiu de um relacionamento faz pouco tempo e eu nunca descobri qual era o limite dela. O que ela esperava de mim?

Eu tento dar espaço. Não mando muitas mensagens, não ligo demais e tento limitar meus gestos carinhosos mas é muito difícil. Passar uma semana sem falar com ela chegou a ser doloroso, principalmente depois de ter beijado a Lola. Fui pra Nova York na intenção de colocar um ponto final definitivo em tudo, eu disse que estava apaixonado por outra pessoa e que nunca ficaria com ela. Lola fingiu compreender tudo e então quando estava prestes a ir embora me beijou, fiquei surpreso com o ato mas beijei ela de volta numa tentativa estúpida de sentir alguma coisa. Não senti nada, só o vazio e culpa.

Estar apaixonado é uma droga.

— Quem vai cozinhar? — pergunta Mariana entrando na sala com sua namorada a tiracolo. A garota chamava Alex e tinha a cara bem fechada, sua expressão só vacilava quando colocava os olhos em Mariana. O amor é bizarro. — Acho que vocês não vão querer comer minha comida.

Eu com certeza não iria querer.

— Eu vou. — me ofereço.

Angeline olha pra mim quando ouve minha voz mas desvia em seguida, voltando sua atenção para a televisão.

Eu não sabia o que ela ainda estava fazendo aqui, ela brigou comigo e pensei que ela fosse embora mas aí eu acordo e ela e Calum são melhores amigos. Talvez ela beije ele também — minha cabeça provoca. Sinto náuseas ao pensar nesse possibilidade e tento afasta-la me convencendo de que Angeline não faria isso com a melhor amiga. Melhor e única, fala sério quem só tinha um amigo? Ela deve ter algum defeito terrível que eu ainda não percebi.

— A gente ajuda. — diz Ashley e me tira dos meus devaneios. Ainda bem.

— O que tem pra cozinhar?

Mariana faz careta enquanto sua namorada ri.

— Bom... não tem muita coisa na verdade. Eu não costumo comer em casa.

— Eu e o Cal vamos no mercado então. — Angel diz e Calum balança a cabeça concordando.

Viro a cara.

— O que querem comer? — ele pergunta.

— Macarrão. — responde Mike ao mesmo tempo em que Ashton grita:

— Churrasco!

— Está chovendo, Ash. — o lembro. Sem contar que eu não sabia fazer churrasco.

— Eu não ligo de ficar com a casa toda com cheiro de carvão se for pra comer um bom churrasco.

— Mas eu ligo. — rebate Mariana. 

— Vamos ficar com o macarrão.

Michael comemora se jogando em cima de Crystal.

— E frango.  — completa Cal.

— Vou fazer uma lista.

Dou uma olhada na geladeira e percebo que realmente não havia muita coisa, não tinha nem sal! A lista acaba ficando maior do que eu esperava mas fico aliviado por não ser eu a ter que sair nesse frio... ou pelo menos foi o que eu estava tentando me convencer. A verdade é que eu sairia saltitante pela porta se fosse para fazer compras com Angeline. Queria ficar perto dela.

Assim que entrego a lista à Cal eles partem pro supermercado. Sinceramente eu não sei como era tão fácil pra ela fingir que eu não estava por perto. Quer dizer, ontem ela ficou magoada deu pra notar, mas hoje sua expressão não vacilou nenhuma vez, todas as vezes que ela me olhou foi como se nem me conhecesse. A vontade que eu tinha era de ir pro meu apartamento ficar sozinho assistindo à filmes ruins mas agora já tinha me comprometido a cozinhar. Não sou o rei das escolhas inteligentes.

Mariana e Alex ficam na cozinha conversando enquanto me jogo no sofá enorme entre os dois casais mais felizes do mundo. Michael e Crystal: noivos inseparáveis e Ashton e Ashley: os quase xarás que se descobriram alma gêmeas. Encaro a televisão que passava Scooby-Doo e Mike se arrasta debilmente pelo sofá em minha direção.

— E então, o que rolou? — ele pergunta tirando o cabelo loiro do olho.

— Nada.

— Ela não está nem olhando na sua cara. — continua. — Alguma coisa aconteceu.

Eu odiava o fato deles serem observadores. Não podiam simplesmente se concentrar nas coisas retardadas que eles diziam?

— Acho que nosso inevitável fim finalmente chegou. — admito.

Na tevê o Scooby pula no colo do Salsicha.

— Que merda você já fez?

— Beijei a Lola.

Ashton e Michael gemem de frustração ao mesmo tempo.

— Não acredito. — Ash finalmente abre a boca.

— Olha, ela me beijou e eu beijei de volta. — me explico mesmo nem precisando fazer isso. — Eu gosto dela apesar de tudo, mas não estou apaixonado.

— É apaixonado pela Angie...

Demoro a ter alguma reação. Queria rebater e dizer que não tinha nada a ver mas que outra palavra eu poderia dar para descrever o que sinto agora? Cara, eu senti o cheiro dela e semana toda e ela nem estava perto de mim. Isso é bizarro.

— É. — admito. — Droga, isso não costuma costuma acontecer tão rápido assim.

Mike revira os olhos desprezando totalmente minha palavras.

— Com você as coisas são rápidas Luke.

— Tal do intenso. — Ashton diz e tanto Michael quanto Crystal dão risada.

— O que vai fazer agora?

— Eu não sei... esperar ela me chutar?

— Se arrastar até ela te aceitar de volta? — sugere Ashley.

— Não sei se isso vai acontecer, ela beijou o tal Peter também.

Dessa vez os quatro gemem de frustração.

— Porra, vocês não conseguem segurar essa boca não? — exclama Michael. — Toda hora isso!

Ele tinha razão, estava na hora de parar com essa palhaçada.

— Eu queria que fosse diferente. — murmuro enquanto me afundo ainda mais nas almofadas do sofá, talvez assim elas me engulam e me levem pra um mundo mágico.

—Só tem um jeito de ser diferente Luke. N-A-M-O-R-O.

— Não é uma boa ideia. — rebato.

— Você pensa na garota o dia todo, ficou emburrado a semana em que ficou longe dela, olha pra ela igual cachorro olha pro osso. Você gosta dela e quer ficar com ela, é simples. Mas você quer complicar tudo.

Me viro pra Michael com uma careta em meu rosto.

— Desde quando você diz coisas que prestam?

— Sou um homem responsável agora, Luke.

Reviro os olhos.

— Hm, sei.

— Namora com ela. — insiste. — Não devia se preocupar em quanto tempo vai durar ou no que vai acontecer, para de pensar tanto. Só fiquem juntos. É o que vocês dois querem.

Era o que eu queria. Queria ficar com ela e só com ela, sem ter que me preocupar se ela está por ai com outra pessoa. Quero mandar mensagens a todo momento sem pensar que estou sendo chato e enche-la de vídeos da viagem enquanto estiver fora. Quero segurar sua mão em público e beija-la sem medo de que alguém possa ver. Mas será que ela gostaria de se expor assim? Estar comigo tem seu preço e não sei se ela estaria disposta a pagar.

— Talvez.

Mike bufa.

— Estou falando pra caralho e você me manda um talvez? Sinceramente Luke, você era mais corajoso antigamente.

— Eu sei. — admito com um suspiro.

Talvez eu fosse mais corajoso por não ter quebrado a cara tantas vezes.

Após Angeline e Calum chegarem com as compras eu e os Ash's nos organizamos na cozinha para preparar o almoço. Maroon 5 ecoava por toda a casa juntamente com as risadas que vinham da sala. Calum, Angeline, Mariana e Alex estavam jogando video-game, não sabia exatamente qual jogo mas sabia que tinha um barulho extremamente irritante. Ou vai ver era só o meu mau humor.

Mike e Crystal estavam na cozinha conosco e mais atrapalharam do que ajudaram, o importante é que no final deu tudo certo.

Almocei em silêncio pensando no que faria a seguir. Não podia esperar mais, Angel poderia voltar pra casa a qualquer minuto e aí seria bem difícil convencê-la a me ver, sem contar que se me afastasse um pouco talvez meu orgulho me engolisse e eu perdesse mais uma semana por conta do Texas. Uma semana era muito tempo e significava muita coisa, eu não podia enrolar mais. Estive enrolando desde que ela invadiu meu apartamento com uma garrafa de vinho e quase fizemos sexo no meu tapete da sala.

Quando Alex e Mariana começam a colocar a louça na lavadora vou atrás de Angeline. Ela estava sentada na sala de entrada ao lado de Calum, eles murmuravam com Mike e Crystal como se estivessem contando um segredo super importante. Aposto que não era nada disso.

Paro em frente a Angel e todos param de falar no mesmo segundo, os olhos apontados pra mim.

— Podemos conversar? — pergunto apontando pra sala de tevê.

Angeline se levanta do lado de Calum que dá uma piscadinha cúmplice pra ela. Com certeza ficaram fofocando o dia inteiro, Cal não iria perder a oportunidade de dissecar a vida da Nicole.

— Claro. — responde.

Angeline me segue até a sala e paramos um de frente pro outro. Olho em volta pra ver se tinha alguém por perto mas não havia ninguém. Ela me olhava com certa dureza, a boca estava fechada em uma linha rígida e seus olhos verdes pareciam preocupados e até um pouco tristes. Tudo bem, vamos fazer isso.

— Olha, eu queria dizer que...

Angel estende a mão pra mim.

— Não posso mais fazer isso.

— Quê? — indago.

— Não posso mais fazer isso, Luke. — ela aponta o dedo pra mim e pra ela. — Eu e você, desse jeito, não dá mais.

Meu estômago se embrulha, não estava esperando isso no momento.

— Você não vai nem me deixar falar? — murmuro baixando o olhar.

Conseguia sentir meu rosto arder e o sentimento de rejeição cresce dentro de mim.

— Não tem nada pra falar. — rebate. — Eu achei de verdade que depois de tanto tempo namorando eu ia conseguir ficar com outra pessoa, sem exclusividade nem nada do tipo mas eu sou a garota que namora. Sempre vou ser.

— O que isso quer dizer?

— Gosto de você, Hemmings. É o que isso quer dizer. Não costumo ser agressiva ou ciumenta mas te juro que toda vez que ouço o nome da Lola sinto vontade de afundar a sua cabeça no chão. — ela explica. A risada que sai de meus lábios é aliviada e libertadora. Ela gostava de mim e agora estava com ciúmes, inacreditável! — Para de rir, não tem graça.

Angel faz cara feia, a ruga entre as sobrancelhas se aprofunda quando ela cruza os braços.

— Eu achei bem engraçado na verdade. — me defendo.

Ela revira os olhos.

— É tudo o que você tem a dizer?

— Eu estou feliz ué, se quiser posso dar piruetas. — provoco.

Eu realmente podia dar piruetas nesse momento. Talvez cantar alguma coisa ou me jogar na água gelada da piscina.

— Luke. — me repreende.

Acho que agora já não era mais hora de brincar.

— Tudo bem, chega de gracinhas. Vamos fazer isso.

— Isso?

Um bolo surge na minha garganta quando penso em falar o que queria falar mas logo pigarreio. Precisava fazer isso, era agora ou nunca.

— É, namorar. Acho que você sabe como funciona: exclusividade, sexo o tempo todo, ver filme e essas coisas.

Sua expressão não muda. As sobrancelhas ainda unidas com o vinco entre elas, seu olhar parecia surpreso e confuso.

— Você quer namorar comigo? — pergunta.

— Você não quer namorar comigo? — rebato.

Angeline bufa e bate o pé, estava começando a ficar impaciente.

— Não pode me responder com outra pergunta.

— Na verdade eu posso sim.

Ela suspira e dá de ombros, dando pequenos passos enquanto se afastava de mim.

— Eu não sei se é uma boa ideia. — sussurra.

— Então você gosta de mim, sente até ciúmes mas não quer namorar comigo?

— Não é isso. — diz e então volta a me olhar. — Você tem uma banda, viaja muito e tem toda essa coisa de fãs...

— Isso não interfere o modo como eu me sinto. — digo me aproximando dela. — Quero ver você todos os dias e sentir seu cheiro, quero comer aquele risoto até enjoar do gosto. Quero principalmente poder te dar as mãos e mostrar pra todo mundo que você é minha. Eu quero que seja minha namorada, Angel.

Engulo a seco enquanto tento me livrar da sensação sufocante que sentia ao falar coisas muito pessoais. Isso era aterrorizante pra mim. Angel sorria agora, um sorriso bobo que fez meu coração dar piruetas.

— Não acredito que isso está acontecendo. — diz com um gemido enquanto enrosca o dedo na manga da minha camiseta.

A puxo pra perto de mim e sinto seu corpo quente contra o meu quando a envolvo pela cintura.

— Se quiser eu chamo o pessoal pra testemunhar e poder te dar a certeza de que você não está louca. — sugiro apontando o dedão pra porta.

Ela balança a cabeça.

— Não, por favor.

— Estou apaixonado, sempre estive desde que vi você com sua camisola.

Angel gargalha, o som enche meus ouvidos e me faz ter a certeza de que fiz a escolha certa. Precisava ficar com ela.

— É, eu acho que demorei um pouquinho mais. — ela provoca.

— Demorou é?

Suas mãos envolvem meu pescoço e ela fica na ponta dos pés para poder me beijar. Seu cheiro inebriante enche minhas narinas e seus lábios eram doces contra os meus, um carinho com o qual não estávamos acostumados. É tão bom que tenho a certeza de que fiz um bico quando ela se afastou.

— Ainda temos que resolver essa história da Lola.

Faço careta, foi broxante tocar nesse assunto agora.

— Não tem nada pra resolver. Foi o ponto final. Agora sobre o Peter...

Foi a vez dela de fazer careta.

— Ele é meu amigo, também não tem nada pra resolver.

Sorrio pra ela que sorri pra mim de volta. Seus lábios rosados eram tão bonitos.

— Que delícia. — murmuro.

— O quê?

— Saber que vou entrar em você mais tarde.

Ela tampa o rosto com a palma da mão.

— Ai meu Deus.

— Eu adoro quando você chama Deus. — admito. Era só a verdade.

— Vamos parar agora. — diz e começa a me puxar em direção a sala ao lado.

Eu não queria parar agora, me sentia estupidamente feliz. Aquele tipo de felicidade que você sente quando é uma criança e ganha um presente que sempre quis. É como eu me sentia agora: com o melhor presente do mundo.

— Vou cantar pra todos que estou namorando. La-la-la tenho uma namorada. — cantarolo.

Angeline para de andar e se vira pra mim, os olhos estampados de terror.

— Meu pai vai me matar.

Meu sorriso some.

— Esqueci disso. — praguejo.

Angel passa por mim alisando os cabelos rapidamente.

— Meu deus o Josh vai me odiar, eu terminei faz pouco tempo.

Sua voz parecia desesperada e acho graça por ela se preocupar tanto.

— É amor ué.

Ela para de andar e segura minhas mãos, os olhos ainda arregalados.

— E se suas fãs me odiarem?

Dou risada.

— Ainda bem que elas não decidem quem eu namoro, né? — rebato, passando o braço em volta de seu ombro. — Se acalma, vamos ficar bem.

Angeline respira fundo algumas vezes antes de voltar a andar.

— Vamos ficar bem.

Quando voltamos a sala todos imediatamente param de falar e nos encaram. Isso foi bem desconfortável na verdade. Angel olha pra mim como se esperasse que eu dissesse algo enquanto eu tentava decifrar todos os olhares em cima de nós.

— E então? Acabou o climão? — Michael é o primeiro a perguntar.

Pigarreio.

— Angie e eu agora somos namorada e namorado.

Ninguém tem uma reação, exceto Calum.

— Legal.

— Legal? — indago.

Ouço Angel dar uma risadinha.

— É, o que você esperava? — ironiza Cal. — Fogos de artifício?

— Ninguém está chocado com isso, era inevitável. — completa Crystal. —Vocês que ficaram fazendo hora.

— Como assim inevitável? — pergunta Angeline, dando um passo a frente.

É Ashton quem responde:

— Nós conhecemos muito bem nosso amigo, Luke. É uma coisa de Câncer.

Reviro os olhos e me jogo no sofá ao lado de Ashley.

— Lá vem ele de novo...

Angie tinha uma expressão confusa e linda no rosto. Meu novo problema vai ser parar de olhar pra ela.

— Coisa de Câncer? — ela pergunta.

— É, nosso signo. Somos fofos e apegados. — diz Ashton.

Ele meio que gosta dessas coisas de signos e vive nos zoando de acordo com nosso horóscopo. É divertido na maioria das vezes.

Angeline se aproxima de mim e senta no meu colo, passando os braços em volta do meu pescoço. Fico feliz vendo o gesto de intimidade e por sentir o cheiro dela. Por Deus eu juro que queria jogar ela na cama e fazê-la tremer embaixo de mim.

— E o que você sabe sobre Aquário? — ela pergunta e me tira dos meus devaneios.

Ashton faz careta.

— Não combina com Câncer, vocês não vão dar certo.

Angel abre a boca em um "O" perfeito enquanto Ashley dá uma gargalhada.

— Espero que você esteja errado pois sou Aquário também. — ela fala. Bom, parece que o tiro de Ashton saiu pela culatra.

— Time dos Aquarianos. — grita Calum.

Um frenesi percorre a sala e ouço gargalhadas de todos os lados enquanto Ashley, Calum e Angie se encaram como se fizessem parte de uma nova seita exclusiva.

— Quando vocês nasceram? — pergunta Ash jogando o cabelo ruivo pelo ombro.

— 26 de Janeiro.

— 25 de Janeiro.

Angeline vira para Calum apontando o dedo indicador em um tom de acusação.

— Como assim você nasceu um dia antes de mim? Por que não deu uma festa?

— Não sei se você lembra mas estávamos em Nova York. Ganhei um boquete de aniversário na boate pelo menos.

Faço careta assim como metade dos meus amigos.

— A gente falou que estava namorando e agora estamos falando sobre boquetes no aniversário do Calum? — indago. — Que merda acabou de acontecer?

— É por isso que fiquei calado, é uma coisa de Escorpião. — diz Michael e todos damos risada.

— Pelo menos você não agourou nosso relacionamento. — Angeline diz mudando a posição em cima de mim.

Deixo meus dedos descansarem em sua coxa.

— Claro que não, foi muito difícil convencer o Luke a fazer isso. — responde Mike.

Angel vira pra mim com uma cara chocada e sobrancelhas erguidas.

— Então quer dizer que só me pediu em namoro por causa do Mike?

Seguro a risada.

— Talvez.

— Talvez?

— Olha, antes que tenham a DR de vocês gostaria de mostrar a música que comecei a escrever. — interrompe Ashton e sai correndo escada a cima.

— Você não vai escapar de mim, Hemmings. — Angel sussurra.

Ergo minhas mãos em rendição.

— Não vou e nem quero.

Ashton desce com um violão em mãos.

— É sobre o quê? — Mariana pergunta erguendo os pés sob a mesa.

— Nós. Quer dizer, todo o trajeto sabe... desde quando começamos. É como um obrigado.

— Como um obrigado? — repito.

— Agradecendo a nós mesmos por não termos desistido.

Michael assente e parecia animado.

— Profundo. — murmura.

— O que você tem?

— Tenho o refrão e a melodia. Pensei que agora que estamos todos juntos vocês poderiam opinar e me ajudar com o resto.

Eu adorava compor músicas e com certeza era mais divertido quando tinham mais pessoas envolvidas. As músicas que eu costumava escrever sozinho eram bem tristes na verdade, com o resto do grupo eu meio que saía da minha caixa.

— Tudo bem, vamos fazer isso.

— Sempre quis saber como isso  funciona. — diz Angel enquanto se levanta e se senta no tapete ao lado se Ashton.

— E eu sempre quis saber seus talentos na rima. — rebate Calum.

— São zero.

— É, você é melhor usando as mãos. — falo e Angeline esconde o rosto.

— Estamos ouvindo tudo, sabe? — indaga Mike.

— Então tapem os ouvidos.

— Não ligue pra eles, estou feliz por vocês estarem juntos. — começa Crystal. — E Angeline, por favor, não parta o coração do Lucas, ele não é muito bom com isso.

Faço careta e mostro o dedo do meio pra ela enquanto Angeline sorri sem mostrar os dentes.

— Eu nunca faria isso.





OI GENTE! DEMOREI MUITO DESCULPAAA
Meu ex namorado resolveu aparecer pra atrapalhar minha vida e eu fiquei tão puta que não consegui escrever nada....

Agora indo pra fic:
LUKE E ANGELINE FINALMENTE JUNTOS CARAI DEMOROU PRA PORRA, ME DIGAM OQ VCS ACHAM SOBRE ISSO AAAAA

Espero que vocês tenham gostado e me perdoem pelo capítulo estar menor, vou tentar escrever o próximo mais rápido <3

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