Capítulo 10

Luke Hemmings, Los Angeles, 19 de Janeiro de 2019

Havíamos começado a beber cedo demais, ouvimos algumas músicas enquanto conversávamos e ela me olhava como se pudesse me devorar. Eu com certeza estava muito afim de devorar ela. Mas havia algo diferente nela, ela estava mais receptiva, mais aberta. Sua gargalhada ecoou por minha sala diversas vezes durante a noite e isso me deu esperança de que talvez ela não fosse tão maluca.

Bebemos a garrafa de vinho inteira enquanto assistíamos Shrek e comíamos sushi – uma exigência de Angel que durante um surto de bêbada praticamente chorou para que pedíssemos. Ela repetia quase todas as falas do filme em um tom de voz engraçado que me fazia rir mas ela se cansou na metade e se esticou no tapete prestando mais atenção no desenho. Me estiquei ao lado dela e gostei do modo como ela usou o seu pé pra cutucar o meu.

Quando o filme acabou ela saltou animadamente pela sala e me encarou com seus olhos desfocados depois de uma garrafa inteira de vinho, acho que beber sempre me deu uma vantagem ótima. Não me sentia bêbado. Isso mudou quando ela voltou a garrafa de tequila.

E então as coisas saíram um pouco de controle.

Bebemos toda a garrafa enquanto ela me fazia diversas perguntas. Ela me perguntou o que eu mais gostava nela e pensei em dizer que era sua gargalhada, quente, animada e contagiante. Ou então o cabelo... ou o cheiro incrivelmente bom e cítrico que ela emanava. Descartei todas minhas opções pensando que claramente soaria piegas e respondi: peitos. Ela achou engraçado. Logo em seguida foi minha vez de rir da expressão que ela fez ao me ouvir perguntar qual era sua posição sexual favorita. Foi nesse momento que percebi que estava bêbado, eu não teria coragem de perguntar isso se não estivesse.

Ela pareceu ter se cansado da conversa e praticamente avançou pra cima de mim. Fiquei satisfeito com a atitude dela e muito, muito empolgado. Os beijos dela eram vorazes, cheios de desejo e animação. Era muito bom. Angel se livrou da minha camisa com uma destreza incrível e senti um alivio enorme quando atirei sua blusa minúscula para o outro lado da sala, eu estava com vontade de fazer isso desde o momento em que ela passou pela porta. Passei minha mão por sua coxa e me afastei levemente de seus lábios podendo ver o extase em sua expressão. Eu estava com calor mesmo estando praticamente sem roupa.

Desço meus lábios por seu queixo e pescoço chegando finalmente perto de seus seios, beijo a parte descoberta deles pensando se seria rude arrancar aquele sutiã. Foi quando sua mão agarrou meus cabelos em um gesto desesperado e ela se sentou.

— Está tirando proveito de uma garota bêbada. — ela disse com um sorriso convencido.

— Foi você que me agarrou! – me defendo apontando o dedo pra ela.

Ela dá risada e eu a acompanho mas não rimos por muito tempo, estávamos completamente sem ar.

E então o sol nasceu. A luz invadiu um dos lados de minha janela dando ao horizonte de Los Angeles um tom alaranjado. Eu não sei se foi a luz que ativou um lado adormecido de meu cérebro mas eu estava começando a ficar com sono.

— Vamos dormir! – ela exclama tentando se levantar do chão sem muito sucesso.

Me ponho de pé rapidamente e estendo minha mão em sua direção.

— Exibido.

— Seu pai não vai te matar ou coisa assim? — pergunto pra ela que cambaleava tentando se manter equilibrada.

— Provavelmente. Mas eu fui uma filha muito boazinha, tenho créditos.

— Você não me parece muito boazinha. — rebato torcendo o nariz.

Ela revira os olhos.

— Sabe que aqui só tem um quarto, certo? — pergunto só pra provocar.

— Faremos uma barreira de travesseiros.

Foi a minha vez de revirar os olhos.

— Preciso de uma blusa. — ela diz assim que chegamos no quarto.

Vou até o closet em passos cambaleantes e pego uma de minhas camisetas. Saio e atiro em sua direção mas ela deixa cair. Ela levanta a blusa e a estende, olhando com curiosidade a estampa.

— O que foi? — pergunto rindo da expressão dela.

— Não te imagino usando isso. — ela diz, fungando.

— É minha blusa antiga do Zepplin, eu usava quando era mais novo. — explico. — Nunca joguei fora.

— Me ajuda? — ela indaga, virando de costas e apontando pro fecho do sutiã.

E ai estava ela, me provocando como o diabo.

— Perigoso. — sussurro e a ouço dar uma risadinha.

Me aproximo e ela joga o cabelo pra um lado só do pescoço. O cheiro dela vem em minha direção

Bom, ela não era a única que sabia provocar. Levo meus dedos com cuidado, segurando o fecho de seu sutiã e o abrindo. Antes que ela tivesse a oportunidade de se afastar eu a seguro pelos quadris e a puxo pra mim, levo meus lábios ao seu pescoço e distribuo beijos lá. Fico extasiado ao ver que seus pelos se arrepiaram. Ela solta um suspiro leve quando começo a usar a língua para brincar com suas orelhas. Aproveito a deixa e deslizo minhas mãos por seu quadril, indo até as coxas tentando alcançar o meio de suas pernas. Ela me interrompe antes que eu consiga.

— Muito perspicaz, Hemmings. — ela diz, se afastando com um pouco de dificuldade.

— Não custava tentar.

Dou meia volta e me sento na cama a observando colocar a blusa de costas pra mim. Retiro minhas calças ficando apenas de samba-canção. A casa era minha então ela ia ter que me aguentar dormindo assim.

Ela sorri de uma forma debochada quando vê o volume entre minhas pernas e atira a saia que ela estava usando na minha cara.

— Os meninos vão rir muito de mim se eu contar o que houve aqui. — digo enquanto ela se enfiava embaixo da coberta ao meu lado.

— Por que?

— Levar uma garota pra cama nunca foi um problema pra mim. — digo e soou muito com um lamento. Admito que meu ego estava ferido.

— Até agora.

— Até agora. — forço minha melhor cara de choro. — Talvez eu não seja tão sexy.

Faço biquinho enquanto ela ri.

— Você é sexy Luke, porra, é a pessoa mais sexy que eu já vi.

— Então...?

— É muito cedo pra isso. — ela diz, se virando pra mim. — Por mais que eu queira muito deixar você me comer.

Meu amigão lateja me lembrando que ele estava acordado.

— Você fica sexy falando palavras sujas. — digo com um sorriso de lado, me enfiando embaixo das cobertas.

— Você é um idiota.

— E você é uma gostosa. — rebato e ela gargalha, me fazendo sorrir.

— A gente tem que acordar até a hora do almoço, então melhor dormir. — ela me lembra, se virando e me dando as costas.

— De anjo você não tem nada. — me lamento.

— Comece a me chamar de Devil.

Me lembro dela e sua blusinha vermelha que está jogada em algum canto da minha sala entrando em meu apartamento ontem a noite. Literalmente o diabo pra me instigar a querer fazer coisas erradas.

— Late night Devil. — concordo e a ouço rir.


xxx

Não dormi muito, não me sentia muito cansado. Quando abri meus olhos o ponteiro do relógio estava próximo das onze da manhã, o que significava que dormi umas cinco horas. De qualquer maneira eu me sentia ótimo. Angeline ressonava, era suave demais pra parecer um ronco, era tranquilizador e fofo. Sua boca estava meio aberta, a cara amassada e os cabelos pro alto. Ela estava linda e principalmente calada... desse jeito ela não me irritava pelo menos.

A primeira coisa que faço é ir pro banho, aproveito pra lavar o cabelo e tirar o cheiro de álcool dele de uma vez. Visto minha calça preta skinny e uma camiseta branca que logo fica encharcada por causa de meu cabelo molhado. Peço comida de um restaurante após ouvir minha barriga roncar e limpo a sala toda. Quando acabo volto pro quarto e me deito, desbloqueando o celular. Bato uma foto de Angel e sorrio triunfante, ela provavelmente me mataria por isso. Checo as redes sociais mas logo me canso, largando o telefone de lado e me virando pra ela.

— Por que você está me encarando? — ela pergunta, ainda de olhos fechados.

Meu coração acelera de susto mas tento não demonstrar.

— Você fica bonitinha toda desgrenhada. — ironizo mas era verdade no final das contas.

Ela suspira e se estica, consigo ouvir seus ossos estalarem, e em seguida abre os olhos.

— Vai pro inferno. – ela pragueja com voz de sono.

— Bom dia pra você também, Angeline. — digo sorrindo.

Ela me ignora.

— Que horas são?

— Já passou das onze. Já pedi comida, tomei banho e limpei a bagunça de ontem enquanto a senhorita dormia. — me gabo com um sorriso triunfante.

Ela se vira pra mim.

— Você não tem sono?

— Eu estou acostumado a dormir pouco. — sou sincero. Viver com a agenda de compromissos lotada tinha suas desvantagens.

Vejo que ela se inclina, pronta pra levantar, e rolo pelo colchão me jogando em cima dela. Seu cheiro cítrico misturado com álcool invade o meu nariz, não estava nem perto de ser um cheiro ruim.

— Me deixa levantar. — ela reclama com dificuldade, provavelmente sem ar.

Uso meus braços pra me erguer um pouco, não seria nada bom matar a filha do meu produtor sufocada.

— Não estou afim. — protesto. —Provavelmente quando você levantar vai começar a agir como uma...

Não termino a frase. Com certeza soaria muito rude.

— Uma...?

Ok Angeline, você me obrigou a isso.

— Vadia. Mas sem ofensas.

Ela dá risada.

— Relaxa Luke, juro que vou ficar pro almoço. — me dou por convencido e rolo novamente pro meu lado da cama. — O que você pediu?

— Hambúrguer e fritas na verdade.

Ela me olha como se já esperasse por isso.

— É perfeito. Obrigada.

Angel se põe de pé e noto que ela parecia abatida, na verdade parecia que ela ia cair a qualquer minuto. Beber tanto não deve ter sido uma boa ideia pra alguém como ela.

— Tem certeza que está bem? Parece que sei lá.... você foi atropelada!

— Estou com bastante dor de cabeça na verdade. — ela diz, colocando a mão sobre a têmpora.

— Vou pegar um remédio pra você.

Sigo até o armário do banheiro e pego um remédio pra ressaca, com certeza iria ajudar. Quando estou voltando pro quarto vejo de relance pelo corredor a blusa vermelha que Angeline usara ontem a noite.

— O que aconteceu?! — ela pergunta assim que atiro a blusa em suas mãos.

Os olhos correndo pelo fecho que eu havia arrebentado ontem a noite, a empolgação era muita. Ainda é.

— Acho que estraguei o fecho da sua blusa ontem... me desculpa. — respondo coçando a nuca.

— Só se me emprestar uma blusa pra eu voltar pra casa. — ela rebate com um sorriso e fico satisfeito por ela não ter dado uma crise.

— Pode ir pro banho, eu levo pra você. — digo com um sorriso malicioso.

— Luke! — o som de sua gargalhada enche o quarto me fazendo sorrir.

— Tá bom, tá bom! — estendo as mãos pra cima em rendição. — Pega uma lá dentro.

— Qualquer uma?

— Qualquer uma! — concordo. — Vou te esperar na sala.

Me sento no sofá e ligo a tevê, coloco em um desenho mas não presto atenção por muito tempo. Meu celular começa a apitar. Abro o grupo "CALM". Os meninos conversavam coisas inúteis mas sentiram minha falta.

Cal: Cadê o Lukeeeeee?
Gordon: Mano, ele provavelmente está chorando banho....
Ash: Ele disse que a Angie ia na casa dele... não esqueçam!!
Cal: É, com certeza ele deve estar chorando.
Gordon: Como uma garotinha hahhahah

Sorrio lendo as mensagens e digito:

Luke: Eu não estou chorando.

Não demorou nem um minuto pra eles me responderem.

Ash: E então? O que rolou?
Cal: Comeu ela?
Ash: @Cal comer é uma expressão machista cabeção!
Gordon: Provavelmente ela deu um beijinho no Lucas e ele resolveu perdoar!
Cal: @Ash foi mal, estou aprendendo...

Retardados.

Luke: Não transei com ela mas ela dormiu aqui. Tá no banho.

Gordon: hahahahahahh
Ash: Não acredito ahahahahha
Cal: LUCAS KKKKKKK O QUE FIZERAM COM VOCÊ?
Ash: Nosso garoto está crescendo... parece que foi ontem que o vi de fraldas...
Cal: Mamando na teta de qualquer uma que aparecesse...
Gordon: Apenas um pequeno menino botando o pau em tudo que é buraco...

Luke: Vocês são idiotas!
Luke: Ainda bem que não dormi com ela, eu ia acabar ainda mais chateado quando ela voltasse a me ignorar.

Por um lado era verdade mas eu poderia ignorar isso muito fácil em momentos como o de ontem. Ela era tão quente, tão cheirosa e... gostosa. Meu amigo lá debaixo fica duro de novo.

Gordon: Você está muito estranho Luke...
Ash: E aquele papo de "isso acaba hoje"?
Cal: "Não quero ser o cara com o coração partido".
Gordon: Daqui a pouco ele tá chorando pelos cantos hahahh
Cal: @Luke não leve em consideração o que o Irwin fala, ele quer roubar a sua garota.
Ash: Isso é mentira (ao menos que ela me queira).

Ouço o chuveiro se desligar.

Luke: Vejo vocês mais tarde, ela tá saindo do banho.
Gordon: Uh la lá!

Desligo o celular assim que ouço a porta do banheiro se abrir. Viro meu rosto pra televisão fingindo que estive prestando atenção no desenho por todo esse tempo. Ela não precisa saber que meus amigos e colegas de banda são extremamente idiotas.

Seu cabelo estava molhado mas diferente do meu não pingava nas roupas. Na minha roupa, por sinal. Ela colocou uma camisa minha, era vinho e de cetim. Combinou com a saia preta e a bota curta que ela vestia. Ela estava linda.

— Você parece melhor. — digo, me levantando.

— Eu me sinto melhor. — ela concorda, sorrindo suavemente.

Sigo em direção a pequena mesa da cozinha e me sento, ela se senta na cadeira ao meu lado. Empurro o copo com água e o remédio em sua direção. Ela toma sem nem pensar.

— Eu adoro essa camisa Smiths, então se estragar ela eu vou estragar você. — a ameaço.

Ela sorri abertamente, a língua encostando nos dentes.

— Soou tentador, Hemmings.

— Você já está usando minhas roupas e dormiu na minha casa, o próximo passo é você se apaixonar por mim.

Angel revira os olhos.

— Só se eu fosse maluca.

— Espere e verá...

— Você não tinha que estar na minha casa? — ela pergunta, mudando de assunto.

— Na verdade não, marcamos duas horas com seu pai. Temos uma reunião com os The Chainsmokers e o produtor deles

Sua expressão fica confusa.

— The Chain-o que?

Arregalo meu olhos... essa menina só pode ter vindo de marte!

— Fala sério, seu pai é produtor musical. Você devia saber mais do mundo pop.

— Eu nunca me identifiquei muito com o estilo, deixei essa parte pra minha irmã.

— Então o que você ouve?

— Eu gosto de folk, blues, clássica e um pouco de indie. As vezes rock, depende do humor.

Tinha que ser a diferentona.

— Então tirando She Looks So Perfect você nunca ouviu outra música nossa?

— Só as que eu achei no Google. - ela responde, arqueando as sobrancelhas.

— Ah, o Google de novo! — digo revirando os olhos.

— Vocês eram muito fofos quando eram mais novos.

— E idiotas também.

— Não acho que isso tenha mudado muito...

Dou risada e ela me acompanha.

— É, eu também não.

— E por que tirou o piercing da boca? Você ficava sexy com ele.

— É o que todos dizem... Foi uma coisa de adolescente e então quando a adolescência passou eu quis deixar isso de lado.

— Você fala como se fosse um velho. — ela diz fazendo careta.

— Não sou, mas pelo não tenho mais dezoito anos. — rebato.

Penso que ela ia se fazer de ofendida mas não. Ela somente arqueia as sobrancelhas e se inclina pra mim.

— Mas tenta fazer sexo com garotas de dezoito anos.

— A.... — é tudo que eu consigo dizer. Eu não tinha uma resposta pra isso.

Ela sorri e se levanta. Passando suas pernas por cima de mim e se sentando em meu colo, bem em cima do meu pau puta que pariu.

— Não se preocupe, você está quase conseguindo o que quer. — ela diz.

Sua boca estava perto da minha orelha e o seu hálito quente em meu pescoço me faz arrepiar. Seu cheiro não era o mesmo, não era cítrico e doce. Tinha cheiro de Luke.

— Angeline. — eu a repreendo.

Queria dizer a ela para que pare mas não tinha forças pra isso. Ela segura meu queixo, erguendo meu rosto para que eu olhe dentro de seus olhos. Por Deus... como ela era bonita. Seu olhar travesso me fazia acreditar que ela era uma obra do diabo feita exclusivamente para me atentar, e olha que eu não era muito religioso.

Antes que ela pudesse fazer alguma coisa a campainha toca.

— Eu posso? — pergunto a ela, apontando pro meu colo e insinuando para que ela se levante.

— Droga! — Angel pragueja se levantando e arrumando sua saia.

Vou até a porta e pego a comida com o entregador, voltando pra mesa em menos de um segundo. Desempacoto tudo enquanto Angeline me observava com um sorriso safado.

— Uou! Quem vem pro almoço? — ela pergunta apontando pra mesa.

Eu pedi quatro hambúrgueres ao invés de somente dois e também pedi uma porção gigante de batata. Ah, e claro... uma garrafa de refrigerante.

— Talvez eu tenha exagerado... — digo torcendo o nariz.

Ela gargalha e se senta na mesa, atacando as batatas fritas.

Pov's Angeline

Fiquei a tarde toda na faculdade, minhas aulas acabaram as quatro mas procrastinei até as seis, tentando evitar o momento de chegar em casa. Meus pais iam me matar por sumir mais de vinte e quatro horas. As chamadas perdidas deles no meu celular me diziam isso.

Saio derrotada do carro assim que estaciono em frente a minha casa. Estava esperando pra ser deserdada ou talvez apedrejada em praça pública.

Assim que abro a porta vejo os três dos quatro 5 Seconds of Summer sentados em meu sofá, eles conversavam animadamente e só me notaram quando eu fechei a porta.

— Oi meninos! — digo com um sorriso assim que os olhos deles pousam em mim.

— E aí Angie! — Ashton me cumprimenta animadamente.

Mike acena com sorriso contido.

— Tudo em cima? — Calum me pergunta, com uma cara maldosa.

— É. Acho que está tudo em cima sim. — me aproximo deles. — Mas e vocês? Estao fazendo o que aqui?

— Seu pai está vendo algumas opções de hotéis e companhias aéreas. — o bochechudo se pronuncia de novo.

— Pra onde vocês vão? — pergunto. Luke não me falou que eles iam viajar.

— Nova York. Na sexta. - explica Ashton, bebendo um gole do copo que ele tinha na mão.

— E onde está o Luke?

— Ele teve um... — Calum parece procurar pela palavra certa —compromisso?

— É, um compromisso. - Michael concorda.

Muito estranho.

— Entendi.

Mordo o interior da minha bochecha imediatamente.

— Angeline, venha cá. — ouço a voz do meu pai preencher a sala, vinha do escritório. — Precisamos conversar.

Calum dá uma risadinha.

— Você se ferrou.

— É, eu acho que sim. — faço careta.

— Espero que pelo menos tenha valido a pena. — Michael diz com um sorriso maldoso.

Reviro os olhos, eles com certeza sabiam sobre o que aconteceu de noite.

— Pois eu espero que não. — Ashton diz.

Acho graça e Michael de intromete.

— Cara, supere o seu crush na Angie.

Ashton fica com cara de tacho e põe a palma da mão no rosto.

— Valeu por dizer isso em voz alta Cal!

— Só rezem por mim. - eu peço.

Calum vira as palmas das mãos pro alto como se estivesse rezando. Dou uma risadinha e aproveito meu último momento de felicidade.

— Oi papai. — digo, dando o melhor sorriso que eu posso.

Minha mãe estava parada ao lado dele, a cara dela conseguia estar pior que a do meu pai.

— Onde você dormiu? — pergunta.

— Não venha falar que foi na Nicole por que ligamos pra mãe dela. — mamãe completa.

Meu estômago embrulha.

— Eu vou fazer dezenove anos. Não sou criança. — é a primeira coisa que passa na minha cabeça mas confesso que não é a mais inteligente.

— Mas vive na minha casa então me deve satisfações. — o tom de voz do meu pai fica ainda pior. — Onde e com quem você estava?

— Luke. — admito.

A cara da minha mãe fica roxa.

— Ah, mas só podia. — papai diz, colocando a mão sobre a têmpora.

— Já falei que não te quero com ele.

Faço careta pra minha mãe.

— Tente me amarrar em casa.

— Você está arrumando dor de cabeça pra mim. — meu pai se lamenta.

— Por que?

— Porque se for vista com ele vai acontecer o mesmo que aconteceu com o Justin. Ou já se esqueceu?

A história com o Bieber foi bem bizarra. Meu pai produziu o álbum Purpose dele e parece que o Justin estava saindo de uma fase bem ruim, ouvi várias coisas péssimas sobre ele mesmo ele sendo extremamente simpático sempre que eu o via.

Nessa época o estúdio aqui de casa não estava pronto então meu pai passava o dia na produtora, era um pouco longe de casa. Eu gostava de ficar com ele e estava sempre lá. Um dia quando eles finalizaram a última música fomos nós três jantar e meu pai foi buscar o carro quando uns paparazzis fotografaram eu e Justin com uma proximidade "suspeita", como eles disseram. Fui apontada como um novo affair e o mais bizarro é que eu só tinha catorze e ele tinha vinte um.

Sofri muito hate nessa época. As Beliebers são enlouquecidas.

— Não pai, não me esqueci. — digo, derrotada. Não queria passar por aquilo de novo.

— Você devia conversar com o Josh e...

— Eu não vou voltar pro Josh mãe, que saco! — me exalto.

Meu pai me olha feio.

— Olha como fala com a sua mãe.

— Me desculpa...

— Não quero você com ele Angeline. Isso está claro? O que esta em risco aqui não é só sua privacidade mas também o meu emprego.

— E a sanidade mental da sua mãe. — ela completa.

— Pensei que você tinha gostado dele. — rebato.

— Ele é um amor mas não deixa de ser um perigo pra você e pros negócios do seu pai. Não podemos esperar muito dele.

— Você transou com ele? — meu pai pergunta.

Tanto a minha cara quanto a da minha mãe ficam vermelhas.

— Pai!

— Eu quero saber ué...

— Eu e Luke somos só amigos... não tem nada rolando entre nós. Acredite. Pedimos pizza e assistimos filmes mas eu fiquei muito cansada pra voltar então dormi lá.

A mentira seria o melhor pra ele e pra mim. Então acho que estou perdoada.

— Posso acreditar em você?

— Claro pai. Se algo estivesse acontecendo eu contaria pra você.

— Tudo bem, querida. — meu pai diz, ele sempre foi mais fácil de amolecer.

— Nos preocupamos muito com você. — completa minha mãe.

— Legal que quando a Tina tinha a minha idade não era desse jeito né.

— Você é minha caçula. Tem que ser protegida. — diz mamãe.

— Coisinha fofa do papai.

Reviro os olhos vendo meu pai apertar o ar como se fosse minhas bochechas. Me levanto.

— Ah, eu mereço. Até mais tarde.





~ Eu sempre sentirei falta das lembranças das manhãs em que estávamos chapados... - High

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Oi gente!! O capítulo de hoje foi bem maior que os que costumo postar, não sei se vocês preferem assim então me ajudem: capítulos menores ou maiores?

Quanto tempo Angeline vai conseguir se segurar pra não pular em cima do Hemmings? Que compromisso é esse que o Luke tinha? Os pais de vocês são ciumentos?

Beijos e muito obrigada por lerem :)

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