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E eu ficarei acordado a noite toda, não fecharei meus olhos, eu sei que posso sobreviver. Vou andar em meio ao fogo para salvar minha vida, eu quero isso, quero muito a minha vida. Estou fazendo tudo que posso. E então mais um vai ao chão. É difícil perder quem eu escolhi.

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─ Ao enkagon iā gēlȳn! Taoba...



A voz alta ressou por seus ouvidos, mas ele estava mais preocupado em guiar Arrax para cima, o mais alto que conseguisse. Lucerys estava nervoso, seu coração batia tão rápido que ele tinha medo do orgão sair para fora, ele sentia Arrax com medo, muito medo abaixo de si, a ligação dos dois era tão forte, que ele não podia deixar de tremer.


O medo é traiçoeiro.


Ele nos faz tomar decisões ruins, ter maus pressentimentos.


E foi pelo medo, pelo medo que seu montador estava sentindo, por essa sensação desesperadora que Arrax soltou uma bufada de fogo em Vhagar, algo que desesperou Lucerys.


― DAOR ARRAX, DOHAERAS!


Gritou em desespero e não tardou em subir ainda mais com seu dragão, Vhagar rosnou alto, Aemond suspirou confuso quando sentiu o seu dragão claramente raivoso. Segurou com forças nas rédeas da sua cela.


Ela estava furiosa.


― NO, NO, NO, NO VHAGAR, NO!


Gritou de forma desesperada no momento em que ela começava a seguir o pequeno dragão.


― DAOR! - Se segurava com mais força na cela. - ME SIRVA, VHAGAR!


Achar que controlamos os dragões é tolice.


A mais pura das burrices.


Lucerys olhou ao redor, já não havia mais as nuvens cinzentas e nem Aemond, ele podia relaxar os músculos e soltar um longo suspiro.








Lucerys caiu assim que Vhagar deu a primeira mordida ao redor do corpo de Arrax, ele escutou os ossos de seu dragão ressoando por seus ouvidos, enquanto caia das grandes alturas, Lucerys fechou seus olhos e uma lágrima caiu por sua bochecha.


Ele sabia que iria morrer.


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Ele podia até não ter o sangue Velaryon correndo por suas veias.


Mas morreu nas águas igual um.


Lucerys por um momento abriu os olhos, dificultoso com aquele sangue de dragão, ele quis rir, chorar, gritar. Mas não podia.


Seu corpo flutuava nas águas, ele aceitou o destino. Não tinha o que fazer.


Mas... por um acaso, quando fechou os olhos sentiu o ambiente ao seu redor mudar, ficar menor e seu corpo virar de posição. Então era assim que era morrer? Em desespero, ao sentir sua cabeça doer como se tivessem enfiado uma espada em seu crânio, levantou com toda sua força, se estava morto por que seu corpo ainda comandava suas ações? Mais uma vez o medo dominou seu corpo, ele não queria abrir seus olhos, estava com medo, muito medo.


― Arrax... - Juntou as mãos em uma só e começou a arrastar a pele entre si. ― Me perdoe, me perdoe... por favor, eu não quero continuar vivo sem você, eu preciso... preciso ir com você.


Não demorou muito até cair lágrimas por seu rosto, seu corpo tremia, e ele não ousaria abrir seus olhos.


― Lucerys.


Ele escutou uma voz doce, tão calorosa que o Velaryon sentiu uma calmaria esvair por suas entranhas.


― Abra os olhos, querido.


Ao que parecia ser uma mulher, tocou em seu rosto delicadamente, no seu rosto molhado e frio. Seus lábios tremeram.


― Não tenha medo, estou aqui para lhe explicar e ajudar com tudo.


As pálpebras tremedeiras foram se abrindo devagar, bem na sua frente, uma figura de fios brancos, tão brancos como a neve e olhos cinzas lhe encaravam com carinho, Lucerys pareceu menos temeroso. A mulher acariciou sus bochechas e lhe estendeu a mão, quando parou para observar ao redor, estava em uma banheira de mármore preto, bem no que parecia ser um septão sagrado, o som do mar era presente e um cheiro de maresia infestava seu nariz.


Era tão bom.


Tão reconfortante.


─ Melhor?


Ele não conseguiu falar nada, apenas balançou a cabeça e segurou na mão macia, levantou da banheira com pesar, ainda confuso e a mente latejando.


─ Quem...


─ Que modos os meus, não? Me perdoe por não me apresentar, querido. Sou Vizcarys. Gostaria de me expressar melhor mas não temos muito tempo, precisa vir comigo e então entenderá.


Lucerys ainda relutante mas sem nada a perder, enlaçou os seus dedos nos da mulher que continuava a estender sua mão, e quando menos esperou, várias memórias passadas apareceram como um sopro na sua frente, eventos da sua infancia e até mesmo ao que parecia ser antes dela. Vizcarys o incentivou a caminhar para perto, ele tentou tocar mas sua mão passou pelas lembranças, sua boca abriu levemente e os olhos que antes estavam assustados, pareciam curiosos.


─ Lucerys, peço que preste atenção. Iremos ver muitas memórias, não as do passado, mas as do presente e futuro, você precisa ser forte.


─ Por que isso? Eu não entendo! Por que não estou morto?!


─ Você está. Mas por pouco tempo. Venha, veja.


Ela o guiou para o lado, ele viu seu corpo inconsciente, caindo e caindo nas profundezas da Baía dos Naufrágios, um arrepio passou por sua espinha. Logo depois, ele viu com seus próprios olhos Arrax destroçado, ele virou seu rosto para o lado, não iria ver, não queria ver.


Seu peito doeu como o inferno e ele praquejou sentindo uma súbita vontade de chorar, se soltou do aperto das mãos e se apoiou nos próprios joelhos. Não conseguiu segurar, estava chorando, gritando em desespero e queria tanto que a dor fosse embora.


─ Lucerys...


─ E-eu prometo que vou cooperar, só... por favor, se tiver como... eu quero ver, eu quero tocar pela última vez, por favor.


Pediu com a voz baixa, em meio a um choro doloroso e os lábios tremulos sem ter coragem de olhar nos olhos da mulher. A mesma assentiu, tocou em seu ombro e ele sentiu a textura da areia úmida, levantou o corpo e olhou para a frente, a cabeça ensanguentada de Arrax estava ali, o sangue não estava mais fresco, ele tentou questionar mas aquilo não importava, caminhou sem se importar da pouca dor nos joelhos, correu logo após até seu dragão morto e caiu de joelhos quando chegou perto.


─ Me perdoe Arrax, por favor... eu sinto muito, muito.


Seu desespero apenas se intensificava e Vizcarys, mesmo de longe, se viu fascinada.


─ Nunca achei que humanos pudessem se importar tanto com uma vida diferente da deles. Sinto muito, Lucerys Velaryon.


Ela sentiu seu peito doer, sentia empatia pelo garoto. Não iria o apressar, deixaria ele tomar o tempo necessário.


Lucerys passou suas mãos pelas escamas, olhou para o céu e logo depois para seu dragão.


Suspirou com a voz trêmula mais uma vez.


─ Ainda vamos nos encontrar novamente.


Encostou a testa no focinho gelado.


─ Sua dor é a minha dor.


Por fim, levantou, com poucas forças mas o fez. A ventania se intensificou mas quando caminhava, se viu novamente no septão.


─ Há muitas coisas que eu tenho de explicar, Lucerys. Mas você deve primeiro navegar pelas coisas que estão por vir, só então, voce vai saber como pode ajudar o destino a cumprir seu dever.























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Avisos!

─ A história é algo totalmente ficticio, é bom deixar claro pois sempre tem as pessoas que não sabem separar a fantasia do real.

─ Vamos relembrar dos pares romanticos aqui? Teremos Lucemond, - sim, eu sei que nem todos gostam porém está no anexo das tags, se você não se interessa, mais uma vez é só parar de ler. Lucerys no geral é o foco principal da trama, porém também terão os secundários:

Rhaenyra + Lagertha

PS: A Lagertha não é uma oc! Ela é uma personagem da série vikings, inicialmente eu iria colocar outro nome e usa-la de fancast, mas Visenya já está tão usado que decidi deixar seu nome original porque não imagino ela sem ser com um desses dois nomes.

Helaena + Jacaerys

"Ah mas só tem incesto na história."

Gente, são os Targaeryens, praticamente metade da linhagem Targaryen é incestuosa, menos por favoooor.

─ Existem personagens que foram criados por mim e aqueles que são originais do universo de got, portanto tenham em mente nomes novos que aparecerem.

Ponha sua conta em risco sabendo os obvios:

- Conteúdo +18

- Incesto

- Muito linguajar exagerado.

─ Eu sei que muitos gostam de ver personagens vingativos, mas esse não é o foco da história, escrevo ela para fugir da desgraça que foi a dança (não falando que foi ruim a trama, e sim triste demais) decidi fazer pra poder fugir da realidade e criar um ambiente legal e saudável para todos os que merecem aqui, porém teremos muito do nosso querido Luke sendo um diabinho para a infelicidade dos verdes.


Beijinhos!

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