CAPÍTULO SETE:
Um Lannister sempre paga suas dívidas

❝Os livros têm os mesmos inimigos que o homem: o fogo, a umidade, os bichos, o tempo e o próprio conteúdo.❞

Aegon não gostava daquilo.

Ele não gostava da idéia de estar ajudando aquele bastardo, de estar segurando aquela montanha de livros nas mãos cansadas, ele preferia estar bebendo do seu melhor vinho enquanto transava com alguma prostituta qualquer, mas, ele não tinha tantas escolhas; a última coisa que queria é ter que suportar a mãe nos seus ouvidos falando sobre o quão descuidado e imbecil ele é. Já escutava todos os dias, podia ficar pelo menos um em paz. Sem contar que a biblioteca era bem distante do resto dos quartos, o que ele agradecia imensamente. Joffrey caminhava mais a frente com os dedos acariciando seu queixo pequeno, um suspiro derrotado saiu dos seus lábios.

— Que inútil! Não tem nada... - Resmungou chateado. — Aposto que é você me dando má sorte.

O platinado olhou para a criança, inacreditado. Iria refutar se não fosse um livro caindo bem no meio de sua cabeça, o que resultou em uma bagunça de papel jogada no chão e um Targaryen amaldiçoando Westeros inteira pela imensurável dor no cérebro. O Velaryon quis rir por um instante, mas resolveu pegar o livro que estava aberto no chão, passeou a ponta dos dedos pelas letras marcadas de tintura preta lendo minusciosamente cada frase, Joffrey podia ser apenas uma criança com seus oito anos, mas passava mais tempo que o necessário lendo livros. Seja aqueles que contavam as histórias gloriosas de Valíria, dos Targaryens ou até mesmo os pergaminhos de outras casas do Sul e Norte. Ele gostava de se manter informado e bem ciente das regalias que o cercavam. Rhaenyra tinha muito orgulho desse traço interessável do filho mais jovem, mas também ficava preocupada quando o menor perdia suas noites de sono por tanta ansiedade acumulada no peito para terminar a história que lia.

— Deuses! Deuses! - Falava embaralhado nas palavras. — Encontrei!

— O que? Estou a tempos seguindo-o mas você ainda não me disse o que tanto procura.

Levantou com dificuldade, não recebeu uma resposta, o que ele já esperava. Mas não imaginava que Joffrey o puxaria tão animadamente pelas mãos, – As duas, já que as dele eram grandes e as do de fios castanhos, eram pequenas. – até um dos estofados macios perto de uma grande janela entreaberta, dando uma bela visão ao exterior do castelo. Talvez Aegon ainda estivesse bêbado, quer dizer, ele gostaria de mentir para si mesmo que sim. Porque ele não gostou de como ficou contente com o sobrinho interagindo consigo tão... feliz? Ele não saberia extender o assunto com muitas explicações. Quer dizer, ele quer se enganar e dizer que sentiu repulsa pelo toque do bastardo.

Mas desde quando o chamar de bastardo se tornou tão estranho?

Sentiu um arrepio na espinha querendo esquecer aqueles pensamentos esquisitos em volta do sobrinho.

Observou-o abrir o grande livro de moldura preta com detalhes bordados em ouro puro. Até mesmo o Targaryen se interessou, nunca havia visto um livro tão cheio de regalias ricas. Se apoiou no batente de madeira da janela sendo acompanhado pela criança que teve dificuldade de sentar no sofá por ser alto e grande. Aegon revirou os olhos mas levantou e o pegou por baixo dos dois bracinhos sentando-o. Joffrey sorriu abertamente, claramente agradecido então não foram necessárias palavras.

Um pouco depois de vê-lo ler, descobriu que o conteúdo falava sobre os dragões de Valíria, haviam muitas espécies que Joffrey com certeza iria ler com mais atenção, mas naquele instante ele só tinha um objetivo, encontrar qualquer coisa sobre o possível dragão de gelo.

— Por que está tão obcecado por isso? É uma causa perdida.

Falou com desdém mas isso não deixou o menor desmotivado.

— Eu vi nos meus sonhos uma vez, desde então eu tenho tentado achar uma motivo pra isso.

— Sonhos? - Parou para analisar. — Você tem sonhos de dragão!

— Foi só uma vez, depois do que aconteceu com o meu irmão eu tive uma noite bem ruim. Não sei se foi sonho ou pesadelo, mas sei que tinha algo haver com esse dragão, eu sinto... - Balançou a cabeça. — Sou só uma criança, mas entendo que teve significado!

O de fios grisalhos não disse mais nada, apenas o olhou estar tão determinado a achar qualquer informação. Apoiou o queixo entre as mãos, sabendo que levaria um bom tempo a julgar pela expessura do livro, o que não foi demasiado problema para Joffrey, já que escutou o sobrinho gritar minimamente em emoção. Os olhos castanhos dele transbordavam ansiedade e êxtase, a boca levemente aberta e admiração estampada em suas feições.

Joffrey elevou seu olhar até as palavras atentamente, lendo cada uma delas sem querer perder qualquer detalhe.

A imagem rasurada de uma criatura imensa era imposta, o grande dragão tinha escamas detalhadas em um azul marinho, porém sua pele era preta e as asas refletiam um índigo forte. Era um dragão completo de quatro patas, Aegon firmou o olhar e jurou que a besta podia ter um tamanho similar a Vhagar, talvez um pouco menor, mas definivamente era grande.

— Andrômeda. Esse é o nome.

Falou baixinho observando os detalhes da foto.

❛𝐀𝐧𝐝𝐫𝐨̂𝐦𝐞𝐝𝐚 𝐞𝐫𝐚 𝐮𝐦 𝐝𝐫𝐚𝐠𝐚̃𝐨 𝐦𝐚𝐜𝐡𝐨 𝐯𝐢𝐬𝐭𝐨 𝐝𝐨 𝐞𝐱𝐭𝐫𝐞𝐦𝐨 𝐧𝐨𝐫𝐭𝐞, 𝐬𝐮𝐩𝐨𝐫𝐭𝐚 𝐨 𝐩𝐢𝐨𝐫 𝐟𝐫𝐢𝐨 𝐝𝐚𝐬 𝐩𝐢𝐨𝐫𝐞𝐬 𝐞𝐬𝐭𝐚𝐜̧𝐨̃𝐞𝐬 𝐝𝐨 𝐢𝐧𝐯𝐞𝐫𝐧𝐨, 𝐞 𝐨𝐝𝐞𝐢𝐚 𝐨 𝐪𝐮𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐝𝐨 𝐯𝐞𝐫𝐚̃𝐨. 𝐎𝐬 𝐩𝐨𝐫𝐭𝐚𝐝𝐨𝐫𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐬𝐚𝐧𝐠𝐮𝐞 𝐝𝐞 𝐝𝐫𝐚𝐠𝐚̃𝐨, 𝐫𝐞𝐬𝐩𝐞𝐜𝐭𝐢𝐯𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐨𝐬 𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐫𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐝𝐫𝐚𝐠𝐚̃𝐨, 𝐚𝐟𝐢𝐫𝐦𝐚𝐯𝐚𝐦 𝐪𝐮𝐞 𝐚 𝐟𝐞𝐫𝐚 𝐝𝐞 𝐠𝐞𝐥𝐨 𝐭𝐞𝐦 𝐬𝐞𝐮 𝐞𝐧𝐜𝐚𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐟𝐨𝐫𝐦𝐚 𝐝𝐞𝐬𝐜𝐨𝐧𝐡𝐞𝐜𝐢𝐝𝐚. 𝐍𝐚̃𝐨 𝐡𝐚𝐯𝐢𝐚𝐦 𝐦𝐮𝐢𝐭𝐚𝐬 𝐜𝐫𝐢𝐚𝐭𝐮𝐫𝐚𝐬 𝐩𝐞𝐥𝐚𝐬 𝐞𝐱𝐭𝐞𝐧𝐬𝐨̃𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐕𝐚𝐥𝐢́𝐫𝐢𝐚, 𝐞𝐥𝐞𝐬 𝐧𝐚̃𝐨 𝐠𝐨𝐬𝐭𝐚𝐯𝐚𝐦 𝐝𝐨 𝐜𝐥𝐢𝐦𝐚 𝐟𝐞𝐫𝐯𝐨𝐫𝐨𝐬𝐨 𝐞 𝐝𝐢𝐟𝐢𝐜𝐢𝐥𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐬𝐞 𝐝𝐚𝐯𝐚𝐦 𝐛𝐞𝐦 𝐜𝐨𝐦 𝐨𝐬 𝐝𝐞𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐝𝐫𝐚𝐠𝐨̃𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐟𝐨𝐠𝐨. 𝐍𝐚̃𝐨 𝐞𝐱𝐢𝐬𝐭𝐢𝐚𝐦 𝐦𝐨𝐧𝐭𝐚𝐝𝐨𝐫𝐞𝐬, 𝐞𝐫𝐚𝐦 𝐬𝐞𝐥𝐯𝐚𝐠𝐞𝐧𝐬 𝐞 𝐨𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐭𝐞𝐧𝐭𝐚𝐯𝐚𝐦 𝐝𝐨𝐦𝐚́-𝐥𝐨𝐬, 𝐯𝐢𝐫𝐚𝐯𝐚𝐦 𝐛𝐞𝐥𝐢𝐬𝐬𝐢́𝐦𝐚𝐬 𝐞 𝐜𝐨𝐫𝐭𝐚𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐞𝐬𝐜𝐮𝐥𝐭𝐮𝐫𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐠𝐞𝐥𝐨, 𝐨𝐬 𝐧𝐨𝐛𝐫𝐞𝐬 𝐝𝐚 𝐞́𝐩𝐨𝐜𝐚 𝐭𝐞𝐧𝐭𝐚𝐯𝐚𝐦 𝐭𝐫𝐚𝐳𝐞𝐫 𝐚𝐬 𝐩𝐞𝐬𝐬𝐨𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐯𝐨𝐥𝐭𝐚 𝐦𝐚𝐬 𝐪𝐮𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐨 𝐟𝐫𝐢𝐨 𝐬𝐞 𝐝𝐢𝐬𝐬𝐢𝐩𝐚𝐯𝐚, 𝐞𝐥𝐚𝐬 𝐞𝐬𝐭𝐚𝐯𝐚𝐦 𝐠𝐞́𝐥𝐢𝐝𝐚𝐬 𝐢𝐠𝐮𝐚𝐢𝐬 𝐮𝐦 𝐜𝐚𝐝𝐚́𝐯𝐞𝐫 𝐝𝐢𝐬𝐬𝐞𝐜𝐚𝐝𝐨. 𝐏𝐞𝐬𝐜𝐚𝐝𝐨𝐫𝐞𝐬 𝐚𝐟𝐢𝐫𝐦𝐚𝐦 𝐪𝐮𝐞 𝐩𝐨𝐬𝐬𝐚 𝐞𝐱𝐢𝐬𝐭𝐢𝐫 𝐩𝐨𝐮𝐜𝐨𝐬 𝐝𝐚 𝐬𝐮𝐚 𝐞́𝐬𝐩𝐞𝐜𝐢𝐞 𝐩𝐨𝐫 𝐖𝐢𝐧𝐭𝐞𝐫𝐟𝐞𝐥𝐥, 𝐚𝐝𝐨𝐫𝐦𝐞𝐜𝐢𝐝𝐨𝐬, 𝐦𝐚𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐧𝐚̃𝐨 𝐞𝐫𝐚 𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐢𝐦𝐩𝐨𝐬𝐬𝐢́𝐯𝐞𝐥 𝐚 𝐬𝐮𝐚 𝐞𝐱𝐢𝐬𝐭𝐞𝐧𝐜𝐢𝐚. 𝐍𝐚̃𝐨 𝐡𝐚́ 𝐫𝐞𝐠𝐢𝐬𝐭𝐫𝐨𝐬 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐚𝐟𝐮𝐧𝐝𝐚𝐝𝐨𝐬 𝐝𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐨𝐬 𝐫𝐮𝐦𝐨𝐫𝐞𝐬 𝐞 𝐝𝐢𝐳𝐞𝐫𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐜𝐚𝐦𝐩𝐨𝐧𝐞𝐬𝐞𝐬 𝐞 𝐦𝐞𝐫𝐞𝐭𝐫𝐢𝐳𝐞𝐬.❜

— Por acaso você pensa em domar esse dragão, sobrinho?

Aegon perguntou enquanto dava risada, retirou um pequeno frasco do bolso escondido da bainha do seu manto real, abriu a tampa e tomou a bebida de uma vez, ainda deixando uma certa quantidade dentro.

— Não! - Se aprontou a falar. — Meu dragão, Tyraxes, é mais do que o suficiente! Eu apenas sou muito curioso.. o que é isso? Eu quero!

Tentou ver o que o Targaryen estava consumindo, mas Aegon rapidamente empurrou sua cabeça com a ponta dos dedos.

— Curioso e enxerido.

— Me deixa ver!

— Se sua mãe ficar sabendo que eu pelo menos mostrei pra você um pingo de álcool, estou acabado.

— Desde quando você se importa?

Aegon parou por um instante, seus olhos violetas encararam minimamente os olhos do sobrinho e ele também se perguntou... quando começou a se importar tanto. Sua linha de pensamentos foi interrompida pela porta sendo aberta e mostrando a imagem de sua irmã pouco contente, ela parou na abertura com uma das mãos na barriga e a outra em sua cintura, Joffrey se encolheu minimamente e riu consigo mesmo.

— Aí está você.

Tentou manter sua postura séria, mas não sustentou quando o filho sorriu.

— Tio, me ajuda aqui!

Ergueu os braços para o Targaryen mais velho que prontamente entendeu o que ele quis dizer, segurou em sua mão e o ajudou a descer, logo vendo ele correr até a progenitora com as pernas rápidas. Rhaenyra acariciou os fios bagunçados e com ondulações, baixou o tronco lentamente apenas para deixar um beijo casto no topo da cabeça.

— Meistre Gerardys está o esperando para as aulas de alto valiriano, corra antes que eu deixe você sem ler por mais uma semana.

— Indo! - Antes de sair, correu até onde Aegon estava e puxou a ponta do manto macio. — Obrigada pela ajuda, tio.

Por fim, pegou o livro grosso, iria terminar de ler nos seus aposentos. Aegon apenas o olhou de canto tentando conter o sentimento confortável de ver o sobrinho feliz. Rhaenyra, por outro lado, franziu as sobrancelhas claramente confusa. Joffrey chegou perto da princesa e segurou em sua mão delicadamente.

— Vamos, mamãe.

Ela apenas sorriu de forma genuína para o filho, por pouco tempo, Aegon e a irmã trocaram olhares silenciosos. Ele voltou a beber o que tinha trago e a mais velha se desfez do comodo com o filho menor.

————————— ♦ —————————

❝𝒞𝒶𝓇𝑜 𝒫𝓇𝒾𝓃𝒸𝒾𝓅𝑒 𝒟𝒶𝑒𝓂𝑜𝓃 𝒯𝒶𝓇𝑔𝒶𝓇𝓎𝑒𝓃, 𝒹𝑒𝓈𝒹𝑒 𝑜 𝒾𝓃𝑜𝓅𝑜𝓇𝓉𝓊𝓃𝑜 𝒶𝒸𝑜𝓃𝓉𝑒𝒸𝒾𝓂𝑒𝓃𝓉𝑜 𝒸𝑜𝓂 𝑜 𝒫𝓇𝒾́𝓃𝒸𝒾𝓅𝑒 ℒ𝓊𝒸𝑒𝓇𝓎𝓈 𝒱𝑒𝓁𝒶𝓇𝓎𝑜𝓃, 𝓋𝑒𝓃𝒽𝑜 𝓅𝓇𝑒𝓈𝓉𝒶𝓇 𝓂𝒾𝓃𝒽𝒶𝓈 𝓈𝑜́𝓁𝒾𝒹𝒶𝓇𝒾𝒶𝓈 𝓅𝓇𝑒𝒸𝑒𝓈 𝓅𝒶𝓇𝒶 𝓆𝓊𝑒 𝑜 𝒻𝓊𝓉𝓊𝓇𝑜 𝓈𝑒𝓃𝒽𝑜𝓇 𝒹𝒶𝓈 𝓂𝒶𝓇𝑒́𝓈 𝑒𝓈𝓉𝑒𝒿𝒶 𝒷𝑒𝓂 𝑒 𝓈𝒶𝓊𝒹𝒶́𝓋𝑒𝓁. ℰ𝓃𝓉𝓇𝑒𝓉𝒶𝓃𝓉𝑜, 𝓂𝒾𝓃𝒽𝒶 𝒸𝒶𝓇𝓉𝒶 𝓃𝒶̃𝑜 𝑒́ 𝒶𝓅𝑒𝓃𝒶𝓈 𝓅𝒶𝓇𝒶 𝓅𝓇𝑒𝓈𝓉𝒶𝓇 𝓂𝒾𝓃𝒽𝒶𝓈 𝓈𝑜𝓁𝒾𝒹𝒶𝓇𝒾𝑒𝒹𝒶𝒹𝑒𝓈, 𝓉𝒶𝓂𝒷𝑒́𝓂 𝒸𝑜𝓃𝓋𝒾𝒹𝑜 𝒶 𝒸𝑜𝓇𝓉𝑒𝓈𝒾𝒶 𝒹𝒶 𝒫𝓇𝒾𝓃𝒸𝑒𝓈𝒶, 𝑜 𝒫𝓇𝒾𝓃𝒸𝒾𝓅𝑒, 𝓈𝑒𝓊𝓈 𝒻𝒾𝓁𝒽𝑜𝓈 𝑒 𝒾𝓇𝓂𝒶̃𝑜𝓈 𝓅𝒶𝓇𝒶 𝓊𝓂 𝒯𝑜𝓇𝓃𝑒𝒾𝑜 𝑒𝓂 𝓂𝒾𝓃𝒽𝒶 𝒻𝑜𝓇𝓉𝒶𝓁𝑒𝓏𝒶 ℛ𝑜𝒸𝒽𝑒𝒹𝑜 𝒞𝒶𝓈𝓉𝑒𝓇𝓁𝓎. 𝒩𝑜𝓈𝓈𝑜 𝒽𝒾𝓈𝓉𝑜́𝓇𝒾𝒸𝑜 𝓃𝒶̃𝑜 𝑒́ 𝑜 𝒹𝑜𝓈 𝓂𝑒𝓁𝒽𝑜𝓇𝑒𝓈, 𝑒𝓊 𝒸𝑜𝓂𝓅𝓇𝑒𝑒𝓃𝒹𝑜 𝓂𝒶𝓈 𝓉𝒶𝓂𝒷𝑒́𝓂 𝒹𝑜𝓊 𝓂𝑒𝓊𝓈 𝓈𝒾𝓃𝒸𝑒𝓇𝑜𝓈 𝓅𝑒𝓈𝒶𝓂𝑒𝓈 𝓅𝑒𝓁𝑜 ℛ𝑒𝒾 𝒱𝒾𝓈𝑒𝓇𝓎𝓈 𝒯𝒶𝓇𝑔𝒶𝓇𝓎𝑒𝓃, 𝓆𝓊𝒶𝓃𝒹𝑜 𝓇𝑒𝒸𝑒𝒷𝑒𝓂𝑜𝓈 𝑜 𝒸𝑜𝓇𝓋𝑜 𝒾𝓃𝒻𝑜𝓇𝓂𝒶𝓃𝒹𝑜 𝓈𝑜𝒷𝓇𝑒 𝑜 𝒻𝒶𝓁𝑒𝒸𝒾𝓂𝑒𝓃𝓉𝑜 𝒹𝒶 𝓋𝑜𝓈𝓈𝒶 𝑔𝓇𝒶𝒸̧𝒶, 𝒻𝒾𝒸𝒶𝓂𝑜𝓈 𝒶𝒷𝒶𝓉𝒾𝒹𝑜𝓈. 𝒜𝒹𝑒𝓂𝒶𝒾𝓈 𝓆𝓊𝑒 𝒶 𝒫𝓇𝒾𝓃𝒸𝑒𝓈𝒶 𝒸𝑜𝓂 𝒸𝑒𝓇𝓉𝑒𝓏𝒶 𝒶𝒹𝑜𝓇𝒶𝓇𝒾𝒶 𝓊𝓂𝒶 𝒹𝒾𝓈𝓉𝓇𝒶𝒸̧𝒶̃𝑜 𝒹𝒾𝒶𝓃𝓉𝑒 𝒶 𝓉𝑒𝓂𝓅𝑒𝓈𝓉𝓊𝑜𝓈𝒶 𝓈𝒾𝓉𝓊𝒶𝒸̧𝒶̃𝑜 𝓆𝓊𝑒 𝒶𝒸𝑒𝓇𝒸𝒶-𝓋𝑜𝓈 𝑒𝓂 𝒫𝑜𝓇𝓉𝑜 ℛ𝑒𝒶𝓁. 𝒩𝒶̃𝑜 𝒶𝒸𝑒𝒾𝓉𝑜 𝓊𝓂𝒶 𝓇𝑒𝓈𝓅𝑜𝓈𝓉𝒶 𝓃𝑒𝑔𝒶𝓉𝒾𝓋𝒶, 𝒶𝒸𝓇𝑒𝒹𝒾𝓉𝑜 𝓆𝓊𝑒 𝓃𝒶̃𝑜 𝓈𝑒𝒿𝒶 𝒻𝑒𝓉𝒾𝑜 𝒹𝑜𝓈 𝒯𝒶𝓇𝑔𝒶𝓇𝓎𝑒𝓃𝓈 𝓅𝑒𝓇𝒹𝑒𝓇 𝒶 𝓂𝒶𝑔𝓃𝒾𝓉𝓊𝒹𝑒 𝓆𝓊𝑒 𝓈𝑒𝓇𝒶́ 𝓃𝑜𝓈𝓈𝑜 𝓉𝑜𝓇𝓃𝑒𝒾𝑜 𝒶𝓈𝓈𝒾𝓂 𝓆𝓊𝑒 𝑜 𝓈𝑜𝓁 𝓃𝒶𝓈𝒸𝑒𝓇. ℋ𝒶́ 𝓊𝓂 𝒹𝓇𝒶𝑔𝒶̃𝑜 𝓆𝓊𝑒 𝑔𝑜𝓈𝓉𝒶𝓇𝒾́𝒶𝓂𝑜𝓈 𝒹𝑒 𝒶𝓅𝓇𝑒𝓈𝑒𝓃𝓉𝒶́-𝓁𝑜𝓈, 𝓊𝓂 𝒹𝓇𝒶𝑔𝒶̃𝑜 𝓆𝓊𝑒 𝑒𝓈𝓉𝒶́ 𝓈𝑜𝒷 𝓃𝑜𝓈𝓈𝑜 𝒹𝑜𝓂𝒾́𝓃𝒾𝑜. ℛ𝑒𝒶𝓁𝓂𝑒𝓃𝓉𝑒 𝓅𝑒𝓇𝒹𝑒𝓇𝒾𝒶𝓂 𝑒𝓈𝓈𝑒 𝑒𝓈𝓅𝑒𝓉𝒶́𝒸𝓊𝓁𝑜 𝓈𝑒𝓃𝒹𝑜 𝓈𝑒𝓃𝒽𝑜𝓇𝑒𝓈 𝒹𝑒 𝒹𝓇𝒶𝑔𝒶̃𝑜?❞

𝓙𝓪𝓼𝓸𝓷 𝓛𝓪𝓷𝓷𝓲𝓼𝓽𝓮𝓻

― O grande conselho irá se reunir para discutir sobre a situação da carta, meu príncipe.

O príncipe desonesto baixou o papel lentamente, olhou ao redor do quarto e quando Lucerys menos percebeu, o papel estava jogado em um canto qualquer e Daemon havia puxado a espada Irmã Sombria de sua cintura, e a empunhado fazendo uma força no antebraço e jogando-a para frente, o guarda que trouxe a mensagem, baixou o corpo e viu o objeto de aço valiriano atravessar a rica moldura do quarto do falecido Rei. O de vestes pesadas se reverenciou e rapidamente saiu do comodo.

Lucerys caminhou até o papel lendo minusciosamente cada trecho.

Dragão.

Dragão?

Os Lannister tinham um dragão?

— Isso é ridículo. – Disse para si mesmo. — É um blefe.

Ele firmou para si, mas Daemon parecia pensar.

— Vou chamar sua mãe para comparecermos a reunião, ela precisa estar a par das decisões. Eu vou respeitar seu pedido e deixá-la cuidar das partes teóricas. – Respirou profundamente, se aproximou do garoto e minimamente tocou em seu cabelo. — Eu protejo os meus.

Como se fosse um hábito, e algo familiar, Lucerys sorriu ladino para o homem.

Ele sabia muito bem daquelas palavras e o significado delas.

Daemon o vingou.

Não fez justiça.

Daemon o vingou. Causou a mesma dor que causaram em sua mãe.

Ele não podia ser mais agradecido por tudo que o padrasto fez por ele e por toda sua família.

— Eu sei. Você é surtado mas sabe o que faz.

Sua feição se desfez rapidamente.

— Surtado?!

————————— ♦ —————————

Otto Hightower conversava com Tyland Lannister devido o pergaminho recente recebido pela corte naquela manhã, Alicent estava na cadeira, que era do Rei Viserys, com um copo de vinho entre os dedos ouvindo atentamente a conversa dos homens. A porta foi aperta por dois mantos brancos, a Viúva ajustou a postura quando viu Rhaenyra passar pela sala.

Ela vestia um belíssimo vestido preto de tecidos caros em tapeçaria, detalhes dourados e bordados leves de dragões pela bainha, o busto era colado, mas não ao ponto de machucar sua barriga. Usava jóias ricas em ouro, o tradicional colar que Daemon havia a presenteado, que só de ver dava dores de cabeça na Rainha consorte. Pequenos brincos de diamantes pintavam as orelhas da princesa.

Ela estava magnífica, como sempre.

— Eu gostaria de ficar na cadeira de meu pai.

Sua voz saiu grave e decidida.

— Eu entendo. Mas sou a Rainha Consorte, eu...

— Você está em um cargo instável no momento, Alicent. Enquanto não tivermos alguém ocupando o trono de ferro, não há mais títulos. – O Lorde Mão iria a interromper, então a mesma continuou. — A Herdeira do Trono gostaria de ficar onde o Rei ficava.

Os lábios da Hightower se contorceram, ela levantou a contragosto, caminhando até o lado do pai e sentando ali.

Daemon sorria genuinamente, puxou uma cadeira e ficou ao lado de sua mulher. Rhaenyra se pôs à frente e apoiou as mãos na mesa de madeira.

— Eu estou a par da situação. E, mesmo que não seja de meu agrado deixarmos Porto Real em um momento como esse, é necessário. Há um dragão, e isto é preocupante.

— Pode ser um blefe.

O Targaryen olhou de canto para o Hightower, logo depois revezou entre ele e Tyland Lannister.

— Eu duvido muito. Não é novidade o quão exibidos os Lannisters são. – Sentiu o olhar do homem de fios claros esquentarem sua nuca, Daemon apenas suspirou estressado. — Tyland Lannister... não sabia dos planos de seu irmão mais velho? Me surpreende que não, isso seria alguma conspiração com a coroa? Tentar nos intimidar com um possível dragão? Fazendo então com que saíssemos de Porto Real logo com o reino instável? Isso é uma jogada de mestre, de fato.

— Estas acusações são muito sérias, Príncipe! Não escutarei tais difamações calado, escutando minha casa ser questionada de sua lealdade à coroa.

— Príncipe Daemon, acusar sem provas é uma calúnia! Ainda mais com os Lannisters, esses na qual apoiam os Targaryen fielmente.

Rhaenyra, prevendo a discussão se formar, bate firmemente na mesa. Os homens se entreolharam e sentaram novamente.

— Mas de fato é uma situação interessante seu irmão nos convocar sabendo que o Rei está morto. – Seu olhar caiu no mestre dos navios, esse na qual engoliu a seco. A princesa levantou uma das sobrancelhas e continuou. — Nós iremos. Mas os mais fiéis guardas permanecerão, meus filhos irão ficar para cuidar das coisas em minha ausência, parte do pequeno conselho deve permanecer. Se bem conheço os Lannisters, sei que não vão ficar nada satisfeitos com a presença vazia. Todos nós devemos ir. – Olhou diretamente para Alicent. — As crianças devem permanecer.

— Rhaenyra. – Daemon a chamou. – Eles devem vir conosco.

— Não levarei meus filhos para um possível teatro ridículo deles. – Respondeu friamente. — Assim como não quero deixar.... – Travou a fala por um instante. — Não quero deixar meus irmãos em perigo.

Alicent levantou o olhar se surpreendendo pela fala da de fios brancos que não correspondeu mas sabia que a Rainha viúva olhava-a com um semblante indescritível.

— Os pequenos devem ficar, Jacaerys tem de manter as coisas em ordem mas você sabe, Lucerys gostaria de vir. Vamos levá-lo. Assim como levaremos Aegon e Aemond.

Alicent rapidamente levantou da cadeira.

— Não! Meu filho não. – Torceu os lábios. — Meus filhos. Meus filhos não.

— Eles precisam ir.

— Eu não entendo o motivo.

— Tenho que concordar. – A princesa virou para o marido devagar. — Lucerys já passou por muita coisa, Daemon.

— Ele precisa saber o tipo de pessoa que estamos lidando, o tipo de víboras que estão nos cercando continuamente. Ele já tem noção, mas precisa ver de perto.

Larys Strong, o mestre dos sussurros, tinha a cabeça apoiada em sua bengala de madeira escutando atentamente a conversa dos membros reais. Seu olhar se balançando entre Otto Hightower e Tyland Lannister, ambos que também vacilavam.

A Targaryen se virou para todos do pequeno conselho.

— Estaremos partindo para Lannisporto esta tarde. Avise meus irmãos.

— Mas...

— E este é o veredito final. – Rhaenyra levantou. — Vocês todos podem ter adiado minha sucessão, mas saibam que ainda sou a Princesa e herdeira do trono. Minha palavra é a escolha final. Se não formos, sabem as consequências, devemos ver quais tipos de perigos esse suposto dragão trará para nós.

No fundo, a princesa estava nervosa e confusa. Como eles poderiam ter escondido a criatura sem que soubessem antes? Tudo naquela situação era esquisita. Ao mesmo tempo que tinha certeza do que fazer, tinha medo das consequências que trariam. A casa Lannister sempre foi uma casa na qual Rhaenyra não confia. Mesmo que tente, ela não conseguiria.

Os restantes membros do pequeno conselho se retiraram, então, ela conseguiu respirar calmamente. Daemon se aproximou enquanto acariciava sua barriga.

— Foi bom. Melhor do que eu esperava.

A mesma não disse nada, apenas sorriu minimamente. Claramente exausta.

— O que lhe aflige, minha rainha?

— Estou confusa. – Descansou os ombros. — Como é possível algo assim, Daemon? Isso é ridículo.

— Foi a mesma coisa que Lucerys disse.

— Ele sabe?

— Sim. Por isso eu disse que ele deveria ir. Não se martirize, Jacaerys sabe o que fazer em nossa ausência. Será apenas por um dia e meio, eu também fico receoso de deixar o Reino como está, mas temos dragões e Rhaenys estará aqui para segurar as pontas.

Apesar do sorriso cansado que recebeu da Targaryen, ela ainda não parecia satisfeita.

— E, para não irmos totalmente desarmados, estou pensando em deixar Caraxes e Syrax pela encosta dos grandes campos ao redor, estariam escondidos. Não vamos chegar com eles, se.... se for realmente verdade a existência desse dragão, não é inteligente chegarmos com mais dois na qual com certeza se estranhariam.

— Seria uma bagunça.

— De fato.

A mulher olhou ao redor e logo depois parou no príncipe.

— Acha que foi algum bastardo que reivindicou?

— Talvez. É a única explicação plausível. – Levantou oferecendo uma das mãos para a mesma. — Mas me intriga que existam dragões fora  de Pedra do Dragão.

Ela confirmou minimamente com a cabeça, aceitando o pedido silencioso do marido e caminhando com ele até fora do salão.

— Quando me tornar Rainha, me lembre de tirar essas decorações tenebrosas, está me dando mais ânsia que o normal.

— Espere eu tirar antes mesmo da sua sucessão ao trono.

Ambos sorriram com os próprios planos em mente. Indo se aprontarem para partirem de Porto Real.

Mais distante dos corredores, Alicent andava preocupada até os aposentos de Aemond. Não havia motivos pelos quais nervosismo, até porque os Lannisters sempre apoiaram a causa. A sua causa. Quer dizer, a sua causa e a de seu pai. Certo?

Mas como Daemon fazia questão de frisar, eles são traiçoeiros e mudam constantemente de opniões e linhas de raciocínio, embora escolhessem os lados mais fortes que os favoreciam.

Quando abriu a porta do quarto do segundo filho, se deparou com ele observando a lareira acesa. O fogo tão forte quando uma rajada do seu próprio dragão.

Ele virou seu rosto e olhou para a mãe, preocupada.

Levantou com pesar, se aproximou a viúva e segurou em seus braços.

— O que houve?

— Filho, estamos partindo para Lannisporto. – A sua voz saía de forma quebrada pelos lábios ressecados. — Avise seu irmão, e estejam prontos até às três. Provavelmente chegaremos ao amanhecer.

— Por que isso de repente, mãe?

— Os Lannisters aparentemente tem um dragão. – Pausou. — E isso está preocupando o conselho. Não sabemos se é uma ameaça ou apenas um capricho, ainda sim, temos que ir. Helaena ficará com as crianças.

Uma parte de Aemond ficou mais aliviado.

Porém, também ficou curioso.

— Quem mais está indo?

Alicent ponderou antes de responder.

— Rhaenyra e Lucerys. Aemond, não arranje intrigas. Você sabe.

O mais jovem não disse nada, observou silenciosamente a mãe desaparecer do cômodo e mexeu silábicos visivelmente incomodado.

Lucerys.

Lucerys Velaryon.

Por que ele vivia nos seus pensamentos desde aquela fatídica tarde? Naquela tempestade desgracenta.

Naquele dia sangrento.

Por que ele não podia sumir da sua cabeça?

Forçou os olhos tratando de esquecer.

Esquecer.

Ele gostaria de poder.

————————— ♦ —————————

Joffrey tinha os fios sendo cuidadosamente penteados por Lucerys, o irmãos mais novo balançava as penas curtas rente a cama brincando com pequenos dragões de madeira.

— Luke...

O irmão mais velho murmurou em resposta, terminando de ajustar as ondulações da criança.

Ele já estava ciente que iriam partir aquela tarde, ele e Jacaerys. Então, havia se aprontado. Com muito resmungo, Joffrey o deixou arrumá-lo para dormir. Estava zangado que iriam viajar sem ele.

O Velaryon vestia roupas de tons da casa Velaryon, uma calça de pano azul cinzento, um gracioso manto azul com mangas bufantes brancas de estampas reais com sua abertura de fechos metalizados, no seus antebraços haviam proteções na mesma cor da calça e suas mãos eram protegidas por luvas pretas. A cintura era rodeada por um colete preto com detalhes que lembravam as características da casa Targaryen, um pingente de ouro era interligado por seus ombros e seus pés eram cobertos por botas, também, pretas. O cabelo estava solto e com as ondulações pouco formadas.

Sem faltar o símbolo do cavalo marinho rente ao seu peito.

Joffrey virou para o irmão com os olhinhos brilhando.

— Por que você não tenta domar o dragão do papai?

A pergunta fez o coração de Lucerys doer um pouco. Talvez seja a lembrança de seu falecido pai se semelhando com a idéia de ter um novo dragão após Arrax.

— Seasmoke não é para ser meu, Joff... – Suspirou sorrindo. — Sabemos exatamente quando o dragão está interligado a nós. Um dragão não é um escravo.

Tocou levemente o nariz pequeno do menor.

— Eu sei! Dragões são livres, assim como deve ser e na verdade, são eles que escolhem seus montadores. Mas... eu queria que você pudesse ter seu dragão, Luke.

O mais velho sorriu com aquilo. Mesmo que seu sorriso carregasse um fardo de dor terrível.

— Eu também queria. Mas, está tudo bem... vamos, quer se despedir da mãe?

— Uhum!

Lucerys segurou na mão pequena e ambos se retiraram do quarto sendo escoltados por Sor Erryk, quando chegaram ao exterior da Fortaleza Vermelha, os olhos caíram em Lucerys. Rhaenyra o olhou encantada, Corlys e Rhaenys observavam o neto com o olhar cheio de admiração.

Ele estava totalmente como um Velaryon.

— O que é isso? – A mulher se aproximou devagar. — Querido... você está tão lindo! – Suspirou contente. — Onde achou essas vestimentas? 

— Obrigada, mãe... – Respondeu sem jeito. — Meu pai deixou umas coisas guardadas para nós, eu só as negligenciei por um tempo, agora não irei mais.

Ela afirmou feliz para o filho.

Todos estavam lá, apostos perto das carruagens.

— Bem que eu me perguntei onde estavam as roupas que Laenor costumava usar. Agora eu sei onde foram parar. – Corlys se aproximou admirando o neto. — Está fabuloso, Luke.

O citado sorriu para o mais velho.

Seguiu Joffrey com os olhos e viu o irmão ir diretamente para perto de Aegon que parecia pedir socorro com as caretas que fazia, não sabia explicar desde quando o irmão havia se tornado tão próximo do platinado.

Ele não gostava da ideia.

Não gostava da ideia mesmo. Ele não conseguia achar um bom motivo, não quando as lembranças estavam tão frescas na memória. Tocou o céu da boca com a língua bem desconfortável, ao lado de Aegon, estava Alicent e Aemond.

Aemond o olhava intensamente, talvez não fosse sua intenção disfarçar o olhar.

Que asqueroso.

Lucerys não entendeu e muito menos pareceu gostar. Como sempre o caolho mantinha sua postura tão séria e imbatível.

Nosso exterior é uma coisa, mas o que acontece por dentro de nossa cabeça é bem diferente.

Deslumbrante.

Foi isso que passou por sua cabeça quando viu o sobrinho. Ele se frustrou tanto com aquele pensamento, que mordeu a própria língua.

Estava frustrado. Não parecia, mas estava.

Ele deveria sentir o ódio. Apenas o ódio por Lucerys estar vivo.

Por Lucerys não sofrer as consequências dos seus atos.

Mas, ele apenas conseguia pensar no quão magnífico ele parecia naquelas roupas estupidamente azuis.

Aquilo estava o consumindo.

Consumindo de uma forma infeliz.

Mas se Aemond Targaryen achava que Lucerys Velaryon não estava sofrendo as consequências das suas ações, ele estava totalmente enganado.

Quase 4 mil de palavras aiii finalmente terminei essa capítulo, ele tava quase apodrecendo nos rascunhos. Agora, finalmente uma das minhas partes favs da história vai começar. 😁

Viram que o aemond ta começando a ficar meio biruta? Ele que lute e é isso bjss de luz para o querido.

Eu iria postar esse fim de semana também mas tenho enem então talvez saia algo lá para o meio da semana e tal, por favor esperem 😥