05.
CAPÍTULO CINCO:
Adeus
❝Se há uma coisa que os deuses amam é a tragédia... com asas que queimam e meninos que caem.❞
Algumas pessoas nascem com um coração tão grande que não cabe dentro do peito e têm de viver com ele do lado de fora exposto ao mundo onde tudo é mais incerto.
E improvável.
E sensível.
E doloroso.
E desgastante.
As pessoas simplesmente não conseguem esconder o que sentem porquê elas sentem muito e não dá para confundir brisa com furacão.
Mas não é culpa dessas pessoas ter de viver com paixão. Talvez o erro esteja no resto de nós, que acaba por nascer sem coração.
– á todas as pessoas intensas
Os membros da família real se retiraram para dentro da fortaleza vermelha, Rhaenyra e Alicent caminhando lado a lado sem trocar muitas palavras. Lucerys observava a divisão entre eles, os verdes de um lado e os pretos de outro.
Tão perto, mas tão distante.
Ele parou de andar quando olhou para Sor Erryk e viu que o mesmo carregava consigo um pergaminho nas mãos olhando diretamente para seu rosto. Em passos lentos e temerosos, se aproximou do guarda real que o entregou o pedaço de papel manchado de tinta fresca.
Lucerys havia pedido com cautela que, se pudessem, levassem os destroços de Arrax para Pedra do Dragão. Ele sabia o local, sabia exatamente o lugar onde estava, mas no momento não podia estar lá pessoalmente para fazer ele mesmo. Na resposta, havia escrito que a cabeça de seu dragão já havia sido levada para a sede principal dos Targaryens.
O Velaryon mais jovem suspirou quebrado ao se imaginar revendo o seu dragão.
Seu Arrax.
Apertou os olhos se negando a chorar.
— Luke, nossa mãe está te chamando.
Jacaerys segurou nos seus ombros e ele viu o guarda real acenar para o príncipe e então, sair.
Ambos seguiram até a varanda que dava de frente para a Árvore-coração. Rhaenyra estava segurando em um dos pilares apertando a capa de seu vestido com certa força. O irmão mais velho bateu nas costas de Lucerys com cuidado e caminhou para o lado contrário afim de encontrar algum conforto pelos corredores do castelo.
— Mãe, tem algo que eu gostaria de conversar com a senhora.
A mulher de fios brancos virou para seu filho com um semblante decaído.
— É sobre a chegada de Arrax em Pedra do Dragão?
O príncipe se perguntou como a progenitora soube tão rápido. Mas, decidiu não fazer questionamentos, desfez a expressão confusa e apenas acenou com a cabeça.
— Eu sei que não estamos no momento perfeito, mas... precisa ser hoje.
Suspirou fundo antes de continuar.
— Preciso fazer o enterro de Arrax hoje. – O de fios castanhos sentiu os dedos carinhosos da Targaryen acariciarem seus braços. — E... ele merece estar onde sua família está. Pelo menos boa parte dela, não em um lugar qualquer espalhado. – Mordeu o interior da boca sentindo o estômago revirar. — Arrax merece.
A princesa o olhou com um semblante preocupado, angustiado e principalmente... triste.
Triste pela situação que estava.
Triste pelo filho.
Quando se é mãe, você aprende a tomar todas as dores das suas crianças.
Das mais bobas, até as mais profundas. Aquelas que apenas criam umas feridas na pele e aquelas que perfuram a alma.
— Luke... não precisa estar presente na cerimônia. Você sabe, não sabe?
Recebeu apenas um manear de cabeça.
— Eu nunca deixaria passar. Eu preciso estar. Não quero nenhum septão falando por mim. Eu irei falar. Eu irei me despedir. É o mínimo que eu posso fazer.
— Se é o que você deseja, assim será. – Rhaenyra apertou os lábios sentindo o coração doer. — Vamos agora para Pedra do Dragão. Você não pode me negar de ir com você. Eu sou sua mãe, eu preciso estar com você até nos piores momentos. Posso não saber como é a dor de perder um dragão, aquele dragão na qual você foi vinculado. Mas sei a dor de perder algo que amamos.
Sim, mãe. Você mais do que ninguém sabe a dor de perder algo que ama.
Você perdeu tanto para ganhar tão pouco.
O príncipe pensou mas não disse nada. Lucerys sorriu tristemente em concordância.
— Mas Jace, Serpente Marinha e a Princesa Rhaenys devem permanecer.
— Sabe que seu irmão não gostará.
— Ele precisa. Ele é o herdeiro, Jace precisa segurar as pontas enquanto você, minha mãe, não estiver por perto. E não iremos demorar, eu não quero prolongar minha angústia e desgraça. Estou farto desse peso me consumindo.
A Targaryen de fios brancos não se segurou e abraçou eu filho, o acolhendo protetoramente nos braços enquanto afagava seus fios castanhos.
Lucerys apenas correspondeu, ele poderia chorar se conseguisse.
Mas nem para isso havia mais forças.
— Eu irei preparar tudo para sairmos. – Rhaenyra tocou em seu braço gentilmente, depositou um beijo na sua testa e levou seu olhar para o lado, vendo o filho mais velho voltar. — Converse com Jace.
Antes de se retirar, a Princesa sorriu para Jacaerys que correspondeu se aproximando de Luke.
— Vamos para Pedra do Dragão?
— Eu e a mãe iremos. – O Velaryon ergueu a sobrancelha pronto para refutar mas Lucerys foi mais rápido. — Você tem que ficar, Jace.
— Não se atreva a pedir uma coisa dessas para mim. Eu sou seu irmão! Devo estar com você. – Jacaerys se aproximou do mais jovem e tocou em seus braços tão carinhosamente que o coração de Lucerys se aqueceu. — Como pode me pedir para deixá-lo nesse momento tão delicado?
Ele ficou calado, Jacaerys apertou a pele do irmão devagar apenas para chamar sua atenção.
— Pensa que eu não sei o quão destruído você está, Luke? Eu sou seu irmão mais velho. Você pode não demonstrar, mas eu sei que na sua cabeça estão se passando milhares de coisas. E sinceramente, você não pode mentir para mim, você não deve.
O silêncio permaneceu, mas Lucerys apenas apertou os olhos e voltou a erguer a cabeça.
— Eu sei disso. Mas me entenda também, você é o herdeiro do trono de ferro, Jacaerys. Você precisa estar aqui enquanto nossa família estiver fora. Não podemos deixar Porto Real sem ninguém do nosso lado a espreita.
— Você fala como se os verdes pudessem fazer algo imprudente da noite para o dia.
O Velaryon apertou os lábios, o coração errou uma batida quando as lembranças bateram na sua cabeça como uma pancada forte. A usurpação e o parto prematuro de sua mãe foram as primeiras coisas que lembrou. Balançou a cabeça afim de esquecer.
— Subestimá-los é o maior erro que podemos cometer. Os deuses não dão asas às cobras por motivos.
— Não estou entendendo, Lucerys.
— Esqueça. – Suspirou, por um momento calado, olhou nos olhos quase tão escuros quanto os seus e sorriu pequeno. — Precisa ficar de olho neles. Todo mundo tem um pouco de arrogância e orgulho no peito, até as pessoas mais devotas e que se dizem mais honradas. Geralmente, são elas que são as piores. Devemos proteger o trono de nossa mãe com toda nossa força, não importa o que custe, Jacaerys.
O mais velho pareceu vacilar o olhar, Luke segurou seus ombros.
— Não importa o que custe.
O silêncio havia reinado entre os dois irmãos, lentamente, Lucerys se afastou.
— Eu vou ter a mãe ao nosso lado, é tudo o que é necessário. Você sabe, ela sempre vai nos acalmar, ela é nossa mãe.
Viu um manear vago do irmão.
— Bom, eu já vou. Cuide de tudo por aqui e fique de olho em Joffrey, agora que ele está treinando com Daemon, temo que ele comece a correr atrás de Aemond e Aegon com uma besta carregada em mãos.
Apesar do arrepio correndo por sua espinha ao citar os dois tios, Lucerys deu risada de sua própria fala sendo seguido por Jacaerys, quando iria dar a volta pelos corredores, a voz do irmão soou pelos ouvidos.
— Luke, eu não sei o quanto dói o seu peito, mas imagino. Eu não sei o que seria de mim se eu perdesse Vermax. – Disse tristonho. — Eu sinto muito.
Lucerys sorriu.
Mais uma vez.
Sorriu tristemente.
Com um sobrepeso de melancolia nas suas palavras, ele respondeu:
— Eu sei.
Foi a última coisa que disse antes de sair da visão de Jacaerys. Esse na qual liberou um longo suspiro do peito, seus ombros relaxaram e ele se encostou na parede. Seus pensamentos estavam bagunçados, hora ou outra pensando em seu irmão e na situação que acercava sua família.
Mas a confusão que se alastrava em seu peito, se dava fim quando pensava em um certo alguém de fios brancos e olhos violetas.
O próprio Jacaerys não saberia explicar o porquê de em tão pouco tempo ter se afeiçoado tanto da filha da Rainha-Viúva.
Não que ele se preocupasse que ela fosse sua tia, não, não.
Eles são Targaryens.
Não era tão problemático entre eles esses sentimentos mútuos. Isso era o mínimo dos problemas para Jacaerys.
Ela era mulher de Aegon.
Tinha três filhos com ele.
— Isso é terrível, estou enlouquecendo.
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Não tinha muito o que Daemon, Rhaenyra e Lucerys conversarem. O caminho até a carruagem foi silencioso, assim como a partida de Porto Real.
O Príncipe desonesto sabia que o enteado sofria constantemente em seu próprio mundo enquanto olhava pelas arestas da pequena janela.
E, apertando a mão de sua esposa, ele também sabia que Rhaenyra não estava em melhores condições.
Apesar de estranhar o comportamento tão distante de Lucerys, ele não disse nada. Em outros tempos o garoto estaria chorando sem pudor algum afrente de ambos, mas após os acontecimentos recentes, o de fios castanhos se deixou ser consumido pelo silêncio e quietude. Daemon olhou de canto para ele, tentando decifrar suas expressões suaves.
Foi em vão.
Ele decidiu que iria conversar mais tarde com o enteado.
Quando tudo se acalmasse.
Se é que algum dia isso iria acontecer.
Na carruagem, Lucerys estava encostado perto da janela, estava calado mas na sua cabeça se passavam milhares de coisas. Ele se forçava a esconder os lábios trêmulos e os nervos que enchiam seu coração, quando se viram para fora de Porto Real, o príncipe mais jovem suspirou aliviado e sentiu a dor de cabeça passar.
Lucerys nunca iria esquecer.
Nunca iria esquecer o que eles fizeram. O que sua família passou em Porto Real.
O que fizeram com os dragões.
Ele tentava a todo custo pensar em maneiras na qual justificassem as reações, ele tentou. E ele sabia que cada ser humano agia de forma racional dependendo de sua situações. Ele sabia que em uma guerra, ou você aprende a sobreviver ou você morre. Não há muita escolha.
Apertou os dedos das mãos. Não importava o lugar que estivesse, qualquer um seria melhor que Porto Real.
Lucerys gostaria de, um dia, apenas viver confortável com sua família e com seus dragões. Sem verdes, sem reinado destrutivo, sem ruínas. Sem desgraça.
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O som das ondas quebrando no mar era evidente para o príncipe, o cheiro da maresia impregnando por suas narinas o remetia a lembrança de um lar.
Havia uma grande pira de madeira, com cajados acesos no mais fumegante fogo ao redor. Quatro em cada ponta, adornos em formatos florais e pequenos objetos de ouro sob o batente que levava até o alto da pira.
Olhar para a cabeça de Arrax na sua frente mais uma vez, era muito diferente do que da primeira. Dessa vez ele sabia que tinha que dar adeus.
Mas por que doía tanto?
Ele já havia feito isso.
Por que era mais doloroso?
O príncipe sentiu suas pernas fraquejarem, Rhaenyra, mesmo de longe, sabia que o filho iria desabar naquele momento. Daemon a segurou pelo antebraço e em um olhar silencioso, disse a ela para ficar. A princesa o olhou com o coração pesado, mas entendeu.
Lucerys caminhou até a pira tão devagar e com passos inseguros, quando chegou diante a pequena escadaria, subiu ainda temendo ao ver seu dragão que um dia, tinha vida.
Morto.
Arrax estava morto e não tinha nada que ele pudesse fazer.
Passou os dedos pelas escamas tão... frias. Suspirou quebrado, ele queria falar, queria. As palavras permaneciam bloqueadas na ponta da língua.
Lágrimas se formavam nos seus olhos e seu peito doía, doía tanto. Ele massageou ali e tentou engolir o choro.
— Posso não ter tido o mesmo fim que você, Arrax. Mas uma parte de mim definitivamente morreu naquela tempestade. Obrigada por ter me escolhido desde o berço, você foi e sempre será o meu dragão. Meu.
Desceu e caminhou até um dos cajados de fogo, ergueu até a pira com folheados a rodeando e jogou o objeto fumegante ali. Um círculo de fogo rapidamente se formou ao redor e Lucerys deu as costas.
Incapaz de continuar vendo.
Ele apenas caminhou para onde estavam Daemon e Rhaenyra.
— Acabamos aqui.
Eles sabiam que não tinha tanto o que debater com o príncipe, a mulher afirmou e segurou na mão do filho que não teve tanta reação. Lucerys apenas olhava para a maré baixa pensando em tudo e ao mesmo tempo, em nada.
Talvez a dor nunca fosse embora.
Ela nunca iria embora.
Ela apenas seria esquecida em alguns momentos e depois relembrada mais tarde.
Porque... infelizmente, nunca superamos a morte. Apenas aprendemos a conviver com as consequências que ela deixou.
——— ﹙ 𖥔 ﹚ ———
Helaena ornamentava tecidos com desenhos, utilizando os fios e a agulha para formar um bordado. Ou pelo menos tentar formar um já que sua cabeça estava a mil imaginações. Gemeu insatisfeita com o resultado, ela era ótima no que fazia na maioria das vezes mas... estava tão confusa. Alicent entrou no quarto devagar para não acordar os netos que dormiam serenamente ao lado da mãe.
— Ainda está nisso, querida? – Perguntou já que a mesma estava bordando desde que voltou do enterro do pai. — Se ficar muito tempo vai machucar os dedos.
— Estou apenas tentando desestressar. E esquecer. – Disse a última parte bem baixo, mas não passou despercebido aos ouvidos da progenitora.
A Viúva sentou ao seu lado e passou a mão por seus ombros, Helaena desviou dos toques das mãos com precisão.
Alicent recolheu-as um pouco sentida.
— O que aconteceu?
A Targaryen ficou calada.
— As memórias mais bonitas ficarão guardadas para sempre nos cantos mais calmos e profundos do coração.
Murmúrios que Alicent não entendia, haviam voltado a serem falados por Helaena. A mesma não respondeu nada, apenas suspirou.
— Gostaria de entender o que você fala, filha.
A de fios brancos deixou seu olhar cair na janela aberta do quarto, olhos castanhos invadindo sua mente e beijos carinhosos cobrindo as paredes da sua cabeça.
Eles se afastavam um do outro ofegantes, a princesa tardou em abrir seus olhos com medo do que viria pela frente, Jace aparentemente notou seu hábito e deu uma risada baixa. Ele se deitou ao seu lado ainda segurando uma de suas mãos.
— Se bantis iksis gevie, hae iksā.
A mais velha olhou de relance para o Velaryon com a expressão confusa, os olhos finalmente abertos.
— Sabe o que eu disse?
— Não...
Respondeu envergonhada, apesar de seus irmãos e ela terem aulas de Alto Valiriano, não era tão boa. Aegon nem sempre comparecia, Aemond sabia umas coisas e Helaena... bom, seu avô e sua mãe sempre limitaram-a em apenas saber o básico para poder comandar seu dragão no futuro.
— Eu disse que a noite está linda. – Ponderou antes de continuar. — Assim como você.
Jace podia não ver por estar com a cabeça deitada, mas as bochechas da Targaryen ficaram vermelhas.
— Meu Valiriano também não é dos melhores.
— Não?
Ele riu negando.
— Sou péssimo com textos grandes. Mas sei bastante coisa no literal. Meu irmão, mesmo sendo mais novo, tem um Valiriano impecável.
Eles ficaram em silêncio por um instante.
— Eu queria poder ter mais acesso a nossos costumes Targaryens as vezes. Minha mãe nos limita.
— Talvez a Rainha Alicent queira que vocês sejam mais próximos aos costumes da casa dela. Mas... para ser sincero você fica mais bonita no azul do que no verde.
— Fala isso porque odeia o verde ou porque realmente prefere o azul?
— Os dois, eu acho.
Eles sorriram um para o outro. Mesmo não olhando nos olhos um do outro, sabiam que os sorrisos eram direcionados entre si.
— Essa foi a melhor noite da minha vida, Jace.
O Velaryon olhou para a princesa que já o observava também, virou devagar e levou os dedos até o rosto bonito, passando a ponta deles pelas bochechas macias. Jacaerys deixou um beijo suave na testa de Helaena, como se eles estivessem se despedindo.
— Gostaria de proporcionar todas as melhores noites da sua vida.
A mais velha entendeu o que ele quis dizer. Ambos sorriram tristemente um para o outro, sem precisar de palavras, eles apenas deram um último beijo. Era casto e simples.
Se levantaram, Jace retirava algumas folhas dos fios da Targaryen e ela apenas observava seus movimentos.
Curvaram-se um para o outro e seguiram caminhos diferentes por mais que seus corações estivessem voltando na mesma direção.
— Helaena. – Chamou mais uma vez. — As crianças acordaram.
A princesa deixou de lado os objetos e pegou um dos filhos no colo, se afastando de Alicent, essa que iria dizer mais alguma coisa se não fosse por Aemond que estava esperando-a na ponta da porta.
Alicent deu uma última olhada na filha que estava encostada próxima a janela, balançando Maelor devagar nos braços enquanto uma das servas chamavam gentilmente os gêmeos para brincar.
Por fim, saiu do quarto mas não antes de tocar gentilmente nos braços do segundo filho.
Aemond entrou no cômodo receoso da sua irmã dizer algo.
— Tio!
Jaehaera correu até o mais velho e abraçou suas pernas, o mesmo deu um sorriso de canto. Após a menor receber uma carícia na cabeça, voltou correndo até o irmão que brincava com blocos de madeira qualquer.
— Helaena... – Chamou-a baixinho. — Onde está Aegon?
— Não sei. – Respondeu com a voz grave, sentou em um pequeno estofado e colocou o filho menor no chão brincando com a sua falta de precisão nas perninhas pequenas ao andar, mas deixou-o se aventurar pelo carpete do quarto. — Deve estar fazendo mais bastardos.
Aemond iria repreendê-la por falar tão livremente aquilo se não fosse por sua falta de segurança nas próprias palavras, ele sabia que ela estava amargurada consigo.
— Você não costuma ter esse linguajar.
Ela não o respondeu.
— Sabia que nossa irmã e nosso sobrinho partiram para Pedra do Dragão para o enterro do dragão de Lucerys?
E como se um balde de água fria tivesse sido derramado por sua cabeça, o segundo filho congelou no mesmo instante. Aemond mantinha-se inexpressivo mas pensava em milhares de coisas ao mesmo tempo.
— Não sabia. – Foi o máximo que conseguiu responder. — Não sei porquê está me contando isso, não me importa.
Mentira.
Se não importava, porque ele sentiu mais uma onda de culpa invadindo o seu interior?
As pessoas são hipócritas quando se trata de seus próprios sentimentos.
Helaena sorriu com pesar pelas palavras do irmão voltando a pegar seu bordado inacabado.
— Você é inacreditável.
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Otto Hightower caminhava apressadamente até os aposentos afastados de Larys Strong, quando chegou até o local, viu o mestre dos sussurros sentado enquanto escrevia algo em seus pergaminhos.
— O bastardo está me tirando dos nervos. Achei que seria um alívio não ter morrido, mas preferia que o tivesse.
Larys olhou para o homem, confuso.
— Por que está tão frustrado?
— Não é óbvio? Por algum motivo, o bastardo de Rhaenyra decidiu ficar em Porto Real. Isso não deveria acontecer.
— Otto... não seja tolo. – Larys sorriu pegando sua bengala de madeira, levantou e caminhou lentamente até o Hightower. — Você mais do que ninguém sabe que isso não importa, afinal.
O homem ergueu uma de suas sobrancelhas.
— O Rei está morto. Sua palavra não vale mais de tanta coisa. Boa sorte do conselho é nossa, se conseguirmos apoio o suficiente poderemos entrar em um consenso de atraso da reivindicação do trono.
— Larys, um trono sem rei é igual a um reino desastroso.
— E consequentemente, instável. – Apoiou o rosto na bengala. — Vamos ver até onde a Princesa Rhaenyra aguenta em uma corte rodeada de homens mais inteligentes que ela. O príncipe decidiu ficar, e então? O que ele pode fazer? Ele é só uma criança, Otto. Lucerys não é capaz de fazer nada. Não seja tolo, porque isso eu sei que não é.
Sem muitas palavras, o pai da Rainha sorriu cúmplice.
— De fato. Não sei o que estava pensando. O bastardo não é uma ameaça.
➤ Gentee, se vocês virem nomes novos pela história na qual não existem no universo de fogo e sangue, não estranhem! Como vocês sabem o universo do George é imenso, e faz um bom tempo na qual eu li os livros então pra me lembrar de cada nomezinho que aparece lá é pedir pra resolver a mais difícil questão de exatas do mundo pra mim 😭 vai ter muitos personagens originais, mas as casas continuam as mesmas! Apenas uns novos derivados que irão aparecer.
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➤ ps: quando o texto aparecer em itálico, são flashbacks!
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