04.
CAPÍTULO QUATRO:
Lágrimas de sangue, tristeza e alívio
❝Você é uma memória que eu vou guardar, e eu sei que você ainda é o que eu procuro. E, algum dia, eu vou encontrar você em um alguém diferente.❞
Lucerys acordou exausto, seu corpo parecia estar mais lento que o normal e as feições não eram das melhores. O braço ainda doía um pouco, mas ele preferia dizer que não para não ter que aguentar o meistre passando ervas quentes por cima dos seus machucados, e também, era suportável na medida do possível.
Ergueu-se até o meio da cama com inúmeros travesseiros e adereços confortáveis, teve a deslumbre visão do janelão do quarto encostado antes das servas entrarem com sua permissão e abrirem as cortinas do grande cômodo. Ele sentou na beirada da cama sentindo os pequenos cachos descerem por sua testa.
O blusão branco de seda caia graciosamente por seus ombros, seu corpo estava pesado e ele gostaria de dormir mais se ao menos conseguisse.
Toda vez.
Toda mísera vez que ele fechava os olhos, as lembranças vinham a tona.
Todas elas misturadas.
Primeiro sua morte, depois a morte de seus irmãos, de sua mãe, de Daenerys...
Tudo se repetindo como um looping cerebral.
Então ele supôs que era melhor a insônia do que a prisão que sua mente proporcionava.
Suspirou pesadamente se desfazendo dos cobertores vermelhos.
— Meu príncipe, a cerimônia do enterro do falecido Rei Viserys irá se iniciar daqui algumas horas, sua mãe pediu que já fôssemos o aprontando.
— Tudo bem.
Lucerys apenas afirmou com a cabeça devagar. O clima estava tão esquisito aquela manhã, então ele lembrou do motivo pelo qual.
O enterro de seu avô.
Em outras palavras, lembrar que Viserys não teve a morte divulgada imediatamente o deixava mais enojado de toda a situação. Ao que ele recordava, não se sabe quanto tempo ficaram sem notícias do Rei.
Então, só de saber que com a sua volta eles não tiveram escolha a não ser contar sobre o falecimento de Viserys, deixava seu interior mais contente por ser uma desgraça aos verdes.
— Príncipe, seu banho está pronto.
A voz da moça de vestimentas simples o fizeram virar o rosto em sua direção, Lucerys acenou enquanto se preparava para as futuras emoções. Ele não se preocupava com o que iria ter que passar, na sua cabeça, só via sua mãe.
Ele estava preocupado, com medo de como ela fosse ficar.
Decidiu deixar seus pensamentos irem embora quando sentiu sua pele se encontrar com a água morna.
Lucerys gostaria que todas as suas preocupações fossem embora naquela água.
E, apesar de tudo, ele ainda precisava resolver algo e tinha de ser hoje.
— Preciso que mandem um corvo até Ponta Tempestade.
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Rhaenyra cuidadosamente ajustou os pequenos arranjos de seu vestido gracioso em um tom forte preto com detalhes bordados a ouro e símbolos fracos de dragões pela bainha. A capa de couro preta caindo por seus ombros delicadamente enquanto as servas cuidavam de seus fios brancos, traçando pequenos fios de cabelo um no outro.
A princesa olhava seu reflexo no grande espelho do quarto real, os ombros tensos e a respiração lenta.
Ela estava tentando ao máximo não cair de joelhos no chão perfeitamente limpo de seu quarto.
Tentando encobrir as pernas bambas por baixo do tecido pesado, o corpo quente e o coração batendo fortemente em seu peito.
As nossas emoções são nossas piores inimigas quando devemos nos mostrar a pessoa mais forte de nosso ciclo.
Se você chorar, é fraco.
Se você mostrar-se em um estado instável, eles irão te pisar.
Razão e emoção são caminhos distintos que devemos traçar separados, Rhaenyra Targaryen sabia bem disso.
Os dois juntos não fazem sentido, machuca e não soluciona.
A futura Rainha dos Sete Reinos desceu do pequeno palanque segurando no antebraço da sua mais fiel criada, a mais jovem afagou suas costas e sorriu em sua direção.
Rhaenyra retribuiu mesmo não tendo emoções felizes por trás de seu próprio sorriso.
— Princesa, esperam por você.
Ela a avisou cuidadosamente, a Targaryen se olhou uma última vez através do espelho.
— Eu irei visitar os aposentos de meu pai.
A jovem não disse nada, apenas acenou em confirmação e chamou as restantes para saírem do cômodo real. Rhaenyra sentiu seus lábios trêmulos, ela segurou nas laterais de ouro do espelho tentando encontrar uma força interior na qual não existia.
E os deuses sabiam o quanto ela estava tentando.
O quanto ela estava tentando levar tudo tao calmamente mesmo com o mundo inteiro nas suas costas. Mesmo estando rodeada de pessoas que constantemente querem vê-la destruída.
Ao redor de pessoas que tentaram matar seu filho.
Ao redor de pessoas que não entendem a sua dor de perder o pai.
Rhaenyra olhou uma última vez para si mesma antes de se desfazer do seu quarto, passou pelos corredores reais com a mão na sua barriga, cuidando de forma protetora do pequeno feto que estava ali.
Dois guardas que faziam a vigia no quarto do falecido Rei, abaixaram sua cabeça quando viram a princesa, essa que entrou no quarto do pai que ainda havia poucos resquícios do cheiro das ervas queimadas. Os seus dedos passearam pelas paredes, caminhando lentamente até a grande cama.
— O pensamento é uma das maiores ironias da vida.
Recitou para si mesma. A voz quebrada e o coração doendo. Curtas lembranças passando ao redor de sua cabeça.
— É algo que somos obrigados a fazer sem parar. E geralmente... é algo que machuca. – Sorriu tristemente observando as pequenas gravuras. — Como o senhor se foi antes mesmo de conseguir ver seus netos crescerem e se tornarem homens? Minha mente está projetando nosso futuro... um futuro na qual você está, meu pai. E isso dói. Dói. Porque é impossível. E imaginar isso... deixa tudo tão mais ridiculamente tenso para mim.
Rhaenyra se levantou com pesar, as mãos tremendo juntamente aos lábios. Os olhos se enchendo de lágrimas, mas ela não chorou.
Ela levantou sua cabeça para cima e esperou as lágrimas cessarem.
— Amar é deixar ir. E eu sou egoísta o suficiente para não querer deixar você ir.
Ela estava se poupando aos poucos para não se mostrar vulnerável àqueles que queriam vê-la quebrada. Rhaenyra levantou com a cabeça erguida e sorriu, mais uma vez, sorriu tristemente para si mesma.
A porta do quarto foi aberta revelando a imagem de seu marido, Daemon tinha vestimentas tão pretas iguais as dela. Ele se aproximou cuidadosamente e segurou em sua mão, a outra indo em direção a sua barriga e acariciando.
O homem não gostava da sensação de visitar o quarto de seu irmão após sua morte.
Ele olhou para ela como se esperasse uma resposta. A princesa apertou seus dedos e o olhou também.
— Acabamos aqui.
Ambos seguiram para fora dos aposentos reais, guardas escoltaram-os até a área livre. A grande arquibancada branca que mantinha o corpo do falecido rei estava imposta no gramado, o sol estava escondido e o tempo era frio.
Todos estavam ali.
Mas nem todos estavam compartilhando da mesma tristeza que Rhaenyra sentia dentro do seu peito.
De um lado pouco distante, Alicent se permanecia ao lado dos filhos, o vestido era preto porém com um véu na coloração verde escuro, quase passando despercebido. A princesa tentou engolir o nó que se formou na garganta por ver seus irmãos ali, tão desinteressados com o falecimento do rei.
Mas, culpá-los era eufemismo.
Todos lidavam de maneiras diferentes de acordo com suas vivências e sentimentos.
Ela permaneceu em silêncio.
Seu coração sentiu-se um pouco mais contente e sua feição suavizou quando viu seus três garotos se aproximarem.
Joffrey abraçou suas pernas, e por mais que não entendesse a situação, ele sabia que sua mãe carregava um peso no peito.
Jacaerys se pôs ao lado da sua progenitora de forma protetora, e a mulher não podia se sentir mais acolhida.
Lucerys segurou em sua mão, enlaçando seus dedos macios nos seus trêmulos.
Daemon estava ao seu lado, com Rhaena e Baela impostas juntamente ao pais.
Os pequenos Aegon e Viserys dormiam nos colos das servas.
O silêncio entre todos era perceptível.
Alicent não havia chorado de tristeza pela morte de Viserys.
Ela chorou pela falta da vivência.
Quando perdemos nosso costume com algo, o sentimento desconfortável invade nosso peito.
E ela sentiu que perdeu algo da sua rotina.
Ela não amava Viserys. Mas ele era pai de seus filhos.
Aemond estava impassível.
O sentimento desconfortável e estranhamente confuso estava em seu peito.
Viserys... bom, ele não era um pai, mas ainda sim, era seu sangue.
Aegon gostaria de estar bêbado agora.
Assim ele não teria que pensar muito em seus próprios sentimentos.
Helaena sofria silenciosamente. Viserys não era presente, mas a tratava bem.
Ela não chorava.
Mas também não sorria.
Ela apenas olhava para o corpo empalado com os olhos caídos.
Um homem de estatura média se aproximou do alto palanque. Ele deu início a despedida do Rei Viserys, recitando um comum trecho em Alto Valiriano.
— Mōrī jēda hemtubis. īlon mērī emagon maybe. Mōrītubis iksin sȳz yn ziry ropatas apart. Tubī could sagon se mōrī jēda. Se vēzos shines tolī olvie, hides coldly, skoros iksis gevie ends rȳ se mōris hen tubis. Isse se eternal arlinnon hen vyguēsin.
(— Última vez do amanhã. Só temos o talvez. O ontem foi bom mas se desfez. Hoje pode ser a última vez. O sol brilha em demasia, se esconde com frieza, o que é belo acaba no fim do dia. Na eterna mudança da natureza.)
Rhaenyra suspirou contento suas lágrimas, Daemon olhava para o corpo em cima do batente branco tentando achar uma maneira de se sentir melhor.
De não sentir aquele aperto dentro do peito.
Ele sentiu Rhaena e Baela passarem seus braços ao redor de sua cintura, assim como faziam quando crianças.
Ele não podia estar bem. Mas tinha suas filhas ao seu lado. Tinha Baela e Rhaena para o segurar mesmo nos mais piores dos dias.
E aquele dia era um desses.
A morte de um irmão pode ser uma desgraça ou uma vitória dependendo de certos laços familiares.
Para Daemon, era uma desgraça.
Alicent não tinha forças para falar nada ao seu marido antes dele ser transformado em cinzas e Rhaenyra olhava tão intensamente para o corpo morto do pai que não notava os olhares para si.
E, como se fosse uma lembrança passada, Daemon a olhou com carinho e pesar. Assim como fizera no enterro de sua mãe.
Ele disse as mesmas palavras daquele dia.
— Estão esperando por você.
A Targaryen fechou os olhos e a sua primeira lágrima desceu pelas bochechas.
Uma lágrima solitária e infeliz.
Syrax apareceu entre uma das montanhas.
Rhaenyra apertou a mão de Lucerys, o mais jovem moveu os lábios e segurou na mão menor de Joffrey, o fazendo vir para perto de si e se desfazer das pernas da mãe.
A princesa se aproximou em passos curtos, Syrax sentindo-se aflita tão qual sua montadora.
Rhaenyra respirou fundo, sem prolongar mais seu sofrimento próprio, ela disse:
— Dracarys.
Uma bufada de fogo forte foi vista, as chamas tão vivas se mostrando pelas íris dos membros reais. Alicent respirou fundo, o peso fugindo dos seus ombros, ela virou a cabeça para o lado contrário não conseguindo continuar a ver Syrax cuspindo fogo no corpo de Viserys.
Rhaenyra não desviou o olhar uma única vez.
Para a finalização, era necessário uma refeição entre toda a família. Mesmo que isso significasse mais um ambiente tenso e desconfortável.
A mesa estava no meio do gramado um pouco mais afastada, diversos tipos de comida eram postos em cima. Os servos ficavam ao lado para servirem os membros reais quando necessário, as crianças pequenas foram levadas até seus quartos a pedido de Alicent.
Lucerys deixou a cadeira de sua mãe livre para ela sentar.
Mais uma vez, a família estava dividida até mesmo nos lugares de sua mesa. Rhaenyra sentou bem no meio ao lado de Daemon e Jacaerys.
Apoiou seus cotovelos por cima da madeira, passou seu olhar por cada membro de sua família.
Família.
Pensar nesse nome em específico ao ver seus irmãos era estranho.
Ela abriu os lábios, eles esperavam a princesa para falar algo porque nenhum deles tinha o que dizer. Daemon iria a confortar mas a mesma apenas fez um sinal com a mão, tentou formular o que dizer, mas sua garganta se fechou.
Cruzou suas mãos uma na outra e apoiou a testa entre os dedos sentindo a pele arrastar contra seu anel de ouro.
Aemond, Aegon e Helaena não eram próximos de Rhaenyra.
Eles nunca trocaram mais do que cinco palavras com a irmã.
E mesmo assim, eles sentiram a angústia da irmã.
Eles sentiram Rhaenyra cair diante seus olhos, as lágrimas caindo pelo pano que cobria a mesa desenfreadamente. As gotículas formando uma poça maior e os suspiros cansados e oprimidos escapando da sua boca.
A princesa respirou fundo antes de levantar sua cabeça buscando forças para continuar, Lucerys cobriu a mão da mãe com a sua, dando-a incentivo.
Ela sorriu para seu filho.
Um sorriso que no olhar cansado de Lucerys, significava muito como também, pouco.
— Nosso pai por muito tempo foi o melhor homem que existiu em minha vida. – Ela começou temerosa. — E, eu sei que a relação que eu tinha com ele não se iguala a que ele teve com vocês.
Os irmãos pareceram se surpreender minimamente ao ver a mais velha olhar para eles. Alicent também estranhou, olhou para Otto que apenas observava atentamente a herdeira.
— Eu entendo os sentimentos de vocês, e entendo que nós temos os nossos próprios motivos para não gostarmos um do outro. Temos ressentimento, que talvez dure por uma vida inteira até nossos ossos virarem pó. – Parou por um momento. — Mas em amor ao meu pai, eu quero uma trégua. Não estou dizendo que vamos nos perdoar porque isso é inacessível diante nosso histórico familiar no momento.
Eles sabiam o que Rhaenyra queria dizer.
Aemond sabia muito bem.
Ele torceu seus lábios e olhou para Lucerys, seu sobrinho que parecia o olhar, ele apenas desviou os olhos e apertou a mão da mãe.
— O amor é um marco eterno, dominante, que encara a tempestade com bravura. É astro que norteia a vela errante cujo valor se ignora, lá na altura. O amor pelo meu pai talvez dure em meu coração para sempre. O amor que vocês possam sentir por ele, talvez não exista. E está tudo bem.
Aegon olhou de canto para a irmã, seu peito doendo por algum motivo.
Rhaenyra estava sendo muito diferente do que ele realmente achava que ela era.
Mas seus próprios achares nunca mudando.
— Amor não é amor se quando encontra obstáculos, se altera ou vacila ao mínimo temor. – A Targaryen sorriu pequeno. Pegou um copo com vinho dentro e levantou minimamente. — O maior sonho de meu pai era que a paz se instalasse em nossos corações, e eu espero que, mesmo não gostando um do outro, possamos conviver sem querer alastrar adagas em nossos próprios peitos.
Silêncio prevaleceu.
Ela imaginou que sim.
Até Helaena também pegar sua própria taça e fazer o mesmo.
Rhaenyra sorriu para a irmã. Daemon, meio relutante, fez o mesmo.
Ele podia odiar cada um dos verdes, podia ter ódio e força de vontade o suficiente para levantar sua espada e arrancar a cabeça de cada um mas, respeitou o momento.
— A irmã de vocês tem razão. Eu sei que um dos mais profundos desejos de Viserys era a paz entre nós, e agora que ele se foi, eu espero que possamos conviver em boa harmonia.
Lucerys mordeu o inferior da bochecha tentando não se sentir descontente.
Não foi preciso mais palavras, eles comeram em silêncio sem perceber o sorriso contido que abrigava os lábios de Jacaerys, o príncipe olhava para Helaena que discretamente passava seus dedos ao redor do seu copo. Baela, que estava ao lado do Velaryon, cutucou seu braço com o cotovelo obtendo sua atenção.
— E esse sorriso? – Perguntou baixinho.
— Não sei do que está falando.
A garota sorriu.
— Vou fingir que não sei o que você fez na árvore-coração ao anoitecer.
Jacaerys arregalou seus olhos enquanto Baela sorria de forma brincalhona.
— Não se preocupe, apenas eu e Luke vimos. Nos agradeça por não terem sido pegos por um dos guardas reais da Rainha ou algum mandante de Aegon.
Jade afirmou com a cabeça, ele sabe que não era necessário de tanto falatório com Baela. Eles se ajudavam quando necessário, era uma relação saudável na qual eles confiavam um no outro cegamente.
Desde crianças foram assim.
Teve um certo período na qual eles tentaram ter algo romântico, eles seriam um ótimo casal!
Mas foi perda de tempo, na primeira tentativa de beijo dos dois, foi tão desconfortável quanto usar um sapato apertado. Eles bateram os dentes entre si e de quebra caíram em uma poça de lama porque Jace se desequilibrou entre os pés da princesa.
Foi um desastre.
Naquele dia, entre risadas bobas, eles perceberam que podiam até não se amar de forma romântica, mas se amavam como irmãos.
Do outro lado da mesa, uma figura baixa com fios castanhos se aproximou de Aegon. Ele levantou uma de suas sobrancelhas e olhou para o garoto.
— Tio Aegon...
Falou baixinho, o mais velho cruzou os braços enquanto o olhava desconfiado.
— Veio me morder de novo, praga?
— Eu faria pior...
— Disse algo?
— Nada! – Murmurou rapidamente. Juntou as mãozinhas para trás e levantou os olhos caídos para o platinado. — Me desculpa por ter mordido você.
— Essa cara de cachorro sem dono não se aplica a mim. Pode desistir. – Bebericou seu vinho. — Por que você está me pedindo desculpas? Não acho que você se arrependa.
— Não me arrependo! – Levantou um de seus dedos indicadores pronto para explicar algo. — Mas, meu padrasto, Daemon, disse que por mais ódio que sentimos de alguém, não devemos demonstrar que não gostamos desse alguém.
Pontuou sua frase.
— Para então podermos dar o bote na moita...
Falou esse último um pouco mais baixo.
— E minha mãe me disse para pedir desculpas.
— Não vou desculpar.
— Problema seu!
Deu a língua e correu para perto das criadas. Aegon olhou a criança se afastar rápido com a feição desacreditada.
— Que demônio.
Ainda indignado, balançou a cabeça em negação terminando o que tinha no seu copo.
Lucerys observou o mestre dos sussurros, Larys Strong se aproximar ao longe olhando especificamente para Otto. Esse na qual levantou e pediu licença, o príncipe mais jovem levantou o olhar sorrateiro para ambas as figuras.
Se iria começar os seus planos, precisaria começar tirando o mal pela raiz.
Não é preciso ir ao inferno para conhecer o diabo. Ele está presente na maioria das pessoas.
Pessoas mal intencionadas na corte eram muitas. Elas eram sujas e sem escrúpulos quando seu ego era ferido ou quando seu orgulho era imenso. Vai ser difícil e um caminho longo.
Mas se isso fosse significar que sua mãe, no fim das contas perseverasse sentada no seu trono, no trono de ferro, trono que é seu por direito.
E significasse poder salvar a dinastia Targaryen da desgraça e ruína, então ele iria enfrentar cada um daqueles demônios.
Nem que para isso, tivesse que sujar suas mãos de sangue.
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