━ 049.

🏹 - olivia castro's point of view

Estávamos na cozinha, eu e Pablo, preparando o jantar juntos. Eu estava encarregada do molho, mexendo a panela com calma, enquanto ele cortava os legumes com cuidado. O cheiro da comida preenchia o ambiente, e a luz suave das lâmpadas tornava o momento ainda mais acolhedor.

A música suave tocava ao fundo, e nos momentos em que nossos olhares se cruzavam, uma sensação de paz preenchia meu peito. Era uma noite simples, mas perfeita, e eu estava grata por cada segundo que passava assim com ele, em casa, em silêncio, mas com tanta cumplicidade.

- Acho que o molho está no ponto, o que você acha? - perguntei, dando uma mexida na panela antes de me virar para ele.

Pablo levantou os olhos, sorrindo. Aquele sorriso fácil, que eu adorava.

- Está ótimo. Vai ficar perfeito, como sempre - respondeu ele, sem parar de cortar os vegetais.

Olhei para ele, com a barriga cada vez maior, e não pude evitar um sorriso bobo. Tudo parecia tão certo, tão tranquilo, mas sabia que a qualquer momento a nossa rotina de casal seria alterada para sempre. A pequena Mavie estava prestes a nascer, e o que antes parecia um futuro distante, agora estava bem ali, na nossa frente.

Sentada no balcão, observando Pablo, senti um desconforto repentino na barriga. Não era uma dor forte, mas algo estava diferente. Antes que eu pudesse processar o que estava acontecendo, a dor veio novamente, um pouco mais intensa, fazendo com que eu parasse de mexer na panela e apoiasse a mão na barriga.

- Oli? Você está bem? - Pablo perguntou, ainda concentrado no que estava fazendo.

Eu tentei manter a calma, mas a dor foi aumentando, e algo me dizia que a hora tinha chegado. Eu estava com a sensação de que a bolsa havia estourado, e isso me deixou tensa. Respirei fundo, tentando controlar a ansiedade.

- Acho que... acho que a bolsa estourou - consegui dizer, com a voz falhando. Ele imediatamente parou de cortar os legumes e me olhou, os olhos fixos em mim.

- O quê? - A surpresa e a preocupação estavam claras em seu rosto. Ele se aproximou rapidamente. - Como assim? Você tem certeza?

Eu olhei para ele, e quando senti uma outra dor, mais forte, não precisei dizer mais nada. Pablo imediatamente percebeu. Ele colocou as mãos nos meus ombros, me olhando como se estivesse tentando absorver tudo o que estava acontecendo em um espaço de segundos.

- Ok, calma, calma, vamos respirar. - Ele disse, tentando manter a calma, mas eu podia ver que ele também estava nervoso. - Vamos ligar para a médica. Você está com dor? Quer que eu te ajude a deitar ou sentar? O que eu faço?

Eu só conseguia acenar com a cabeça, ainda atordoada pela rapidez com que tudo estava acontecendo. As contrações estavam começando a ser mais frequentes, e eu estava começando a sentir uma pressão cada vez maior. Eu ainda não sabia se seria rápido ou se levaria horas, mas uma coisa estava clara: Mavie não estava esperando mais tempo. Ela estava prestes a chegar.

Pablo pegou o celular, ligando para a médica, e seus dedos tremiam um pouco enquanto ele tentava encontrar o número. A tensão entre nós estava palpável, mas ele ainda tentava manter uma aparência controlada. Eu já estava sentada, com a mão na barriga, respirando profundamente.

- Vamos, Pablo, vamos logo. - Eu estava tentando manter a calma, mas a ansiedade estava começando a me tomar. A dor já estava sendo mais constante.

Ele me olhou, com os olhos cheios de preocupação, mas também com uma força que me dava conforto.

- Eu estou aqui, Oli, vai ficar tudo bem. Eu prometo. - Ele se ajoelhou na minha frente, segurando minhas mãos. - Só precisamos sair daqui rápido, ok? Vamos para o carro.

Eu fechei os olhos por um momento, tentando focar na respiração, tentando afastar os medos e a ansiedade. Aquele era o momento que eu sempre imaginei, mas nunca de forma tão intensa. Agora, sentia tudo, desde o nervosismo até a alegria de finalmente conhecer nossa filha.

- Vamos lá. Mavie vai chegar, Pablo - falei, com um sorriso tenso, mas confiante.

Ele assentiu, se levantando rapidamente para pegar a mochila preparada, onde tínhamos colocado tudo o que ela precisaria. Quando ele se aproximou, vi a apreensão nos olhos dele, mas também havia uma confiança ali, uma certeza de que tudo ficaria bem.

- Eu te amo, Oli - disse ele, segurando meu rosto por um momento. - Vai ser incrível. Eu te amo.

Eu apenas assenti, tentando não me perder nas emoções. Eu já podia ouvir os passos rápidos de Pablo indo até a porta para garantir que tudo estivesse pronto.

- Vamos logo, Pablo! - eu disse, quase sem fôlego, com a dor aumentando. - Não temos muito tempo!

Ele sorriu para mim, e, apesar da tensão, aquele sorriso me deu a força que eu precisava. Em poucos minutos, estaríamos a caminho do hospital, e eu sabia que em breve teríamos nossa filha nos braços. Tudo estava prestes a mudar, mas eu estava pronta.

•••

001. Finalmente a nossa princesinha está chegando. 🥺🥺

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