━ 034.
🏹 - olivia castro's point of view
Meses depois.
O dia nasceu frio e nublado em Porto Alegre e acompanhada do meu casaco e cachecol, esperei por Stella que terminava de se arrumar para então, me acompanhar na consulta.
Hoje já era o dia de saber o sexo do bebê e isso já estar me deixando de cabelo em pé de tanta ansiedade. Mesmo com tudo acontecendo tão rápido, eu já amo infinitamente o serzinho que está dentro de mim.
─ Vamos, Stella! ─ Gritei apressando a minha amiga.
─ Ok, terminei. ─ Stella ria enquanto procurava a bolsa no sofá. ─ Vamos. ─ A loira abriu a porta e fomos em direção ao elevador.
Eu tenho muitas perguntas para fazer a obstetra, mas também sei que todas as dúvidas irão sumir quando eu souber quem estar dentro de mim.
Stella também está empolgada e já se considera a melhor tia que esse bebê vai ter na vida, e ela falou isso durante todo o caminho até a clínica.
Esperamos menos de 20 minutos até que chamassem por mim na recepção, Stella me acompanhou e entramos até a sala de exame. Eu estava nervosíssima e assim que adentrei a sala, cumprimentei a médica que logo me orientou para que eu deitasse e a doutora passou o gel gelado em minha barriga.
─ Está pronta? ─ Ela perguntou sorridente.
─ Sim. ─ Uma risada nervosa me escapou e eu fixei meus olhos diretamente na tela.
Ela começou a deslizar o aparelho pela minha barriga já saltada, conforme ela olhava a tela, pude perceber a sua postura mudar, ela já analisava a imagem com mais atenção me causando uma certa tensão.
─ Doutora? Tem algum problema? ─ Perguntei um pouco assustada.
─ Não, querida. Eu só vou pedir uma segunda opinião de um doutor mais experiente, para confirmar o que estou vendo. Mas você pode ficar tranquila que está tudo bem com o seu bebê. ─ Ela tentou me tranquilizar e logo saiu pela porta.
Stella apertou as minhas mãos para tentar me passar boas energias e por mais que a doutora tivesse dito que estava tudo bem, eu não pude deixar de ficar nervosa.
Ela retornou na sala, acompanhada de um gentil médico que se sentou na cadeira que ficava ao meu lado e retornou a consulta, ele conversava comigo e fazia perguntas enquanto analisava atentamente a imagem da tela.
─ E então, doutor. Está tudo bem? ─ Stella perguntou.
─ Está vendo essa bolinha? ─ O doutor apontou para a tela e o meu coração acelerou só de imaginar que pode ser algum problema com o meu filho. ─ Isso se trata na verdade de um outro bebê, não foi possível descobrir a existência dele nos primeiros ultrassom pelo fato dele ainda não ser tão bem desenvolvido.
─ O que isso quer dizer? ─ Perguntei, meu cérebro ainda não conseguia assimilar o que eu havia acabado de ouvir.
─ Você está grávida de gêmeos! ─ O doutor disse com um sorriso enorme no rosto, do meu lado Stella também vibrava.
Meu Deus, gêmeos? Como que cabe duas crianças dentro de mim? Como que eu vou cuidar e sustentar dois bebês?
As perguntas se acumulavam dentro da minha cabeça, mas ao mesmo tempo o amor crescia ao saber que eu tenho duas vidas dentro de mim.
─ Bom, mas vamos precisar estar atento ao desenvolvimento dele e ter cuidado redobrado, o peso dele é quase a metade do que é esperado nesse período da gestação. ─ O doutor alertou fazendo uma preocupação crescer no meu peito. ─ Mas não precisa se preocupar, que vamos cuidar bem dos dois bebezinhos.
─ Certo, obrigada, doutor! ─ Agradeci.
─ Quanto ao sexo dos bebês... ─ Um sorriso largo surgiu em seu rosto e ele virou a tela na minha direção. ─ Tá vendo? Você está esperando uma menininha.
Stella começou a pular e bater palmas animadamente, enquanto isso algumas lágrimas rolavam pelo meu rosto. Eu estou esperando por uma menininha.
─ E o outro bebê, doutor? ─ Perguntei com uma curiosidade que não cabia no peito.
Ele mexeu o aparelho mais uma vez na minha barriga, se antes eu não conseguia entender direito o que estava na tela, agora piorou com os olhos encharcados de lágrima. Porém, ouvir a voz de Stella gritar:
─ É outra menina! ─ Ela disse e o doutor confirmou.
Eu simplesmente não podia acreditar, tenho duas lindas meninas dentro de mim para cuidar e proteger, dois pontinhos de esperança para me lembrar de nunca desistir.
─ Ah meu Deus do céu, já consigo pensar nos penteados que vou fazer nas minhas meninas. ─ Eu disse com um sorriso que não cabia na boca.
Quando eu sair da clinica com todas as minhas perguntas respondidas e uma felicidade sem tamanho, chequei meu celular no caminho de casa e vi algumas especulações de que Maitê, filha de Pedri e Louise, havia nascido. E mesmo sem saber se isso é realmente verdade, a minha felicidade redobrou.
─ Amiga, quando você vai contar para eles que está grávida? ─ Stella perguntou enquanto dirigia.
─ Não sei, acho que eles estão bem sem mim por lá. ─ Eu respondi enquanto olhava a rua pela janela.
─ O Pablo te ama, como ele pode estar bem? ─ Ela perguntou.
─ Os irmãos e a mãe dele me odeiam, não devem querer me ver nem pintada de ouro. Você acha que eles não vão achar que isso é mais um golpe meu? ─ Eu perguntei, ainda um pouco magoada pelos acontecimentos.
Logo ela estacionou o carro em frente ao meu condomínio.
─ Você vai ficar bem? ─ A loira perguntou e eu assenti dando um beijo em seu rosto.
─ Obrigada por me acompanhar. ─ Agradeci antes de entrar no prédio.
Na minha cabeça, o meu pensamento faz total sentido, já que fui praticamente escorraçada da casa dos Gavi meses atrás. Eles certamente irão achar que é outro plano pra manter minha permanência ou renovação do visto e eu não vou aguentar mais uma humilhação. Não nesse estado.
Cheguei em casa e fui me distraí preparando o meu almoço, comendo por três, qualquer dia desses eu não vou sequer conseguir passar na porta do meu apartamento.
Havia acabado de começar um jogo do Barcelona e eu decidi abrir uma exceção e assistir a partida, mesmo tendo prometido a mim mesma que não procuraria saber mais nada sobre Pablo, as minhas meninas merecem ver o seu papai jogar.
Meus olhos acompanhavam cada movimento de Pablo e também de Pedri, já que eu sinto um imensa falta do meu melhor amigo. Eu torcia muito quando Pablo pegava na bola e também me irritava quando algum o derrubava.
É engraçado lembrar que alguns meses atrás eu estava assistindo um jogo como esse pessoalmente, de uniforme e tudo.
─ Isso, a camisa. ─ Sorri correndo pro quarto.
Vesti a camisa do Barça, dobrando-a na altura que dava para ver a barriga saltada e comecei a tirar algumas fotos. Ultimamente eu tenho tirado milhares de fotos da minha barriga e mesmo que não vá postar nenhuma delas, sinto que irei precisar no futuro, para mostrar as minhas filhinhas, ou quem sabe a outra pessoa...
De pé em frente a televisão, pude ver um lindo gol marcado por Pablo, semelhante a um que eu presenciei em uma partida no Campo Nou. Eu vibrei esquecendo completamente dos meus vizinhos, gritei e pulei como uma louca sozinha naquela sala e só parei quando ouvir a campainha tocar e corri para abrir a porta.
─ Boa tarde! ─ Ouvi o cumprimento sair da boca de um rapaz alto e loiro, muito bonito por sinal.
─ Boa tarde! ─ Respondi educadamente.
─ Sei que a partida parece muito boa, mas... Eu virei a noite estudando e só tenho agora para dormir, será que pode gritar um pouco mais baixo? ─ Pediu educado e eu pude sentir minhas bochechas corarem.
─ Me perdoe, me empolguei com o gol, mas prometo não fazer mais barulho. ─ Eu disse ainda envergonhada pela situação.
─ Obrigada... ─ Ele fez uma careta.
─ Olivia. ─ Eu disse prontamente.
─ Eu sou o Pablo. ─ Ele sorriu.
Ah não... Mais um?
•••
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Próximo capítulo teremos descobertas 👀
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