━ 002.
🏹 - narrator's point of view
Casamento é um passo importante na vida de duas pessoas, é o propósito valioso de quem quer passar a vida ao lado da pessoa que ama e compartilhar das melhores e piores coisas de um matrimônio.
Olivia sempre pensou que quando encontrasse o homem certo, saberia no exato momento que seria com ele que iria se casar e viver a vida na qual sempre sonhou.
Mas a realidade esmurrou suas expectativas e agora, por pura ironia do destino, a morena estava prestes a pedir o seu namorado de apenas seis meses em casamento. Não era algo que estava nos seus planos, porém é a única coisa que pode lhe fazer permanecer na Espanha.
Oli realmente esperava que Marco entendesse o que a mesma iria dizer e o quanto precisava daquilo para ficar.
Assim que o Uber estacionou em frente à residência, a morena desceu rapidamente por conta do frio, e tocou a campainha, sendo logo atendida pelo seu namorado, que a recebeu de braços abertos.
A Castro sentia medo dessa felicidade ir embora assim que o moreno soubesse sobre o que precisavam conversar.
Os lábios foram selados e o mais alto a puxou para dentro do local, grudado atrás da mesma enquanto distribuía beijos em seu pescoço.
─ Que bom que conseguiu um tempinho. ─ Marco disse.
─ É, deixei a loja com a Mia. ─ Oli respondeu vendo o se sentar no sofá e puxá-la para o lado dele.
─ Está de pé o nosso cinema hoje a noite? ─ Perguntou.
─ Na verdade, nós precisamos conversar, amor.
─ Aconteceu alguma coisa? ─ Perguntou com o cenho franzido.
─ Eu vou ser deportada. ─ A brasileira decidiu que não adiantaria enrolar, então foi direto ao ponto, falando calmamente enquanto acompanhava os olhos saltarem em choque.
─ Como? Quando? Porque? ─ Disparou as perguntas, estava confuso.
─ Meu visto venceu, pode ser em breve e eu estou desesperada... Um amigo me deu uma opção para tentar evitar que eu volte ao Brasil. Mas eu precisava conversar com você. ─ Pausou e ele assentiu freneticamente.
─ Qual é a opção?
─ Casamento.
─ Casamento? ─ Perguntou meio engasgado.
─ Parece que quando você se casa com um espanhol ou um residente daqui, as chances de ser deportada se anulam. Eu iria adquirir o sobrenome do meu parceiro e ter a chance de renovar meu visto.
─ É a única solução? ─ Perguntou.
─ Até agora é a mais rápida, antes que eu seja contactada e retirada do país. ─ Olivia respondeu por fim e observou o mais velho se levantar.
─ É uma opção meio drástica, não é? ─ Comentou e a garota concordou.
─ Eu sei que não tenho direito nenhum de te pedir isso, Marco. Acontece que é a única chance de ficar aqui em Barcelona. Jamais pediria isso se não estivesse desesperada e sem saber o que fazer no momento.
─ Eu tenho tempo pra pensar? Você me pegou de surpresa com essa história. ─ Ele questionou visivelmente desconfortável.
─ Tem, eu acho... ─ Sorriu derrotada. ─ Eu tenho que ir agora, fiquei de passar na casa do Pedri.
─ Resolveremos isso, certo? ─ Garantiu enquanto segurava o rosto tristonho da garota em suas mãos.
─ Certo. ─ Oli assentiu. Os lábios rosados tocaram os do rapaz num selinho demorado e seguido de um abraço apertado.
─ Ainda teremos nosso cinema mais tarde? ─ Marco perguntou quando se soltaram.
─ Acho que o cinema pode ficar pra depois... ─ Entortou um pouco a boca e ele assentiu segundos depois.
Olivia queria chorar, mas não necessitava ser na frente do seu companheiro, temia que o mesmo tivesse pena dela, então juntou todas as suas forças e saiu da residência pegando o primeiro Táxi que passou.
No banco de trás ouvindo alguma música do The Fray, a brasileira se permitiu chorar tudo o que estava entalado desde que chegou naquela casa.
O taxista não lhe perguntou nada a respeito, porém Oli podia perceber o olhar preocupado daquele senhor pelo retrovisor central e isso seguiu até a que chegasse na casa do seu amigo, Pedro González.
E para sua surpresa, não foi o camisa 8 quem a atendeu, mas sim o melhor amigo do mesmo. Gavira já começou explicando que Pedri havia ido ao aeroporto buscar Louise, porém assim que viu o estado da garota parada em sua frente, a puxou para dentro e a envolveu em um abraço.
Abraço esse que a morena necessitava no momento.
Verdadeiramente, ela não queria regressar ao Brasil e já imaginava que a resposta do seu companheiro seria não. E em sua cabeça, Olivia pensava que não podia culpá-lo por isso, e nem por nada do que estava acontecendo.
Aos poucos Pablo foi soltando-a e a ajudou a se sentar no estofado, logo correu para a cozinha e pegou um copo de água, voltando para entregar com um sorriso gentil.
Olivia pôde entender perfeitamente o motivo de Pedri gostar tanto de Gavi.
─ Eu não sou o Pedro, mas posso tentar lhe ajudar se você me contar o que aconteceu. ─ Afirmou docemente.
─ Eu vou ser deportada, Gavi. Não tenho mais chances. ─ A brasileira sentiu o seu coração apertar cada vez mais ao ouvir aquela palavra.
─ E o seu namorado? Você disse que iria conversar com ele... ─ Antes mesmo que pudesse completar a frase, foi interrompido pela garota.
─ Temos seis meses juntos e ele não irá aceitar se casar comigo. Eu sei que pedir isso a ele foi demais, porém eu tinha uma pontinha de esperança de que ele cogitasse a ideia; ele pediu um tempo pra pensar. ─ Pausou a fala enquanto secava as lágrimas. ─ Sei onde isso termina...
─ Eu sinto muito, Olivia. Se houvesse alguma coisa que eu pudesse fazer pra lhe ajudar, eu juro que faria.
─ Porque me ajudaria? Nós sequer somos amigos.
─ Temos o Pedri em comum e eu sei o nível de importância que você tem pra ele, você é uma garota bacana e não merece passar por isso. ─ Ele sorriu.
Pablo era doce, tanto no jeito quanto nas palavras. As vezes ele não tinha limite e Olivia já escutou diversas broncas que Pedri lhe dava pelo telefone por ter bebido demais, ou ter dormido com várias mulheres. Mas esse era o lado perigoso da fama, e Oli pensava que talvez ele só não soubesse lidar com isso ainda.
Nessa conversa, a garota teve a chance de conhecer um Gavi do qual nunca havia ouvido falar. Um jovem maduro e cheio de empatia, realmente Pedro tinha um grande amigo.
─ Você está com fome? ─ A pergunta saiu de repente.
─ Estou sempre com fome. ─ Ele riu.
─ Que tal se fizéssemos um almoço para o Pedri e pra Lou?
─ Eu não sei cozinhar, Olivia. Eu improviso. ─ Gavira respondeu meio envergonhado.
─ Eu te ensino, vem cá! ─ Gavi sorriu enquanto era puxado para a cozinha.
A brasileira conhecia muito bem cada parte daquela casa, e decidiu fazer a receita mais rápida e fácil que conhecia. Pablo se enrolava com os utensílios e ingredientes, as ordens de Olivia para o mesmo também não tinha muito sucesso, já que a garota confundia os idiomas, deixando o moreno confuso.
Enquanto a comida estava no forno, ambos começaram a lavar a louça; o camisa 30 do Barcelona brincava com tudo o que fazia, o que fez a mais nova esquecer um pouco dos seus problemas.
─ Por que você nunca participa das sociais do Pedri com os meninos? ─ Perguntou.
─ É o momento de vocês, não me sinto à vontade em invadir esse espaço. ─ Explicou Oli.
─ Não curte os holofotes. ─ Deduziu e a garota concordou. ─ No início eu achava que vocês namoravam e estavam tentando esconder isso.
─ Eu e o Pedri somos amigos faz bastante tempo, nada além disso.
─ Os garotos do time ficavam enchendo o saco dele pra te conhecer. ─ Gavi confessou fazendo Olivia gargalhar.
─ Aposto que o Pedri ficava bravo e negava. ─ Ele assentiu entre risos.
─ Acertou! Ele é bastante protetor quando se trata de você.
─ Invasores na minha casa! ─ A voz de Louise ecoou pela cozinha, ambos viraram rapidamente para observar os donos da casa.
─ Lou! ─ A morena exclamou e sorriu enquanto puxava a amiga para um abraço.
─ Que saudades que eu estava de você! ─ Louise exclamou enquanto a enchia de beijos na bocheca.
─ Que cheiro gostoso é esse? ─ Pedri perguntou.
─ Eu e o Gavi fizemos um almoço para vocês. ─ O moreno logo olhou para Olivia e depois pro companheiro de time.
─ Desde quando vocês são amigos assim? ─ Perguntou com uma sobrancelha arqueada.
─ Você não pode esconder a Olivia do mundo para sempre, meu amigo. ─ Pablo disse com um ar debochado e Pedri fez uma careta.
─ Cuidado Oli, o safado é galanteador! Não caia no papinho furado dele.
─ Amor, a Olivia já é uma mulher. ─ Lou disse dando um tapinha no braço do namorado.
─ E o Gavi é um safado! ─ Ele se justificou enquanto gritava da sala, arrancando uma risada dos amigos.
─ Mas eu não fiz nada! ─ Gavi gritou de volta fazendo uma carinha inocente.
Pablo não pôde ficar para o almoço e Oli teria de voltar para loja, então a morena se despediu do casal após a sobremesa e correu de volta ao trabalho. Estava mais relaxada, e era tudo graças a Pablo Gavi.
Decidiu também atender o máximo de clientes possíveis para se distrair e não pensar nos problemas. Por volta das nove, Mia e Olivia fecharam a loja, e a brasileira pegou uma carona com a amiga.
As garotas estavam conversando sobre coisas relacionadas a loja, já que Mia não sabia sobre a deportação, e muito menos sobre Marco.
Até que o celular da morena vibrou, com uma mensagem que ao invés de ser a sua salvação, poderia ser o seu fim.
✉ Marco:
Me perdoe, mas eu não posso aceitar esse acordo.
Não é o que pretendo agora e um casamento, mesmo que de mentira, irá abalar todos os meus planos.
Eu aceitei uma oferta em Paris e estou indo este fim de semana.
Sinto muito Oli, espero que algum dia me perdoe; eu te amo.
[ 𝗍𝗁𝖾 𝘀𝗲𝘁𝘁𝗶𝗻𝗴𝘀 ]
精神 𓏲 ࣪₊♡𓂃 ִֶָ ִֶָ ➷
▬ O que vocês acharam da atitude do Marco? Se fosse você no lugar dele, o que faria?
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▬ Deixe o seu votinho, isso motiva muito!
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