ⓅⓇⓄⓁⓄⒼⓄ
Era uma vez...
Sim, começaremos com aquele clássico clichê dos contos de fadas ou fábulas, aquelas histórias que lemos na infância e que, agora adultos, nos fazem questionar as atitudes e escolhas dos personagens. Você deve estar se perguntando: onde será ambientada esta história? Tenha paciência, jovens. Esta é uma história medieval, desprovida de qualquer elemento fantástico, que se desenrola em Nivaria, um país abençoado e cercado por águas cristalinas dos mares e rios que cortam seus povoados e reinos.
Permitam-me apresentar os reinos e as suas economias florescentes.
Nosso relato começa no Reino de Eclisia, mais precisamente na cidade de Lumaria, uma terra famosa por seu ouro abundante e pelos belíssimos festivais de luzes flutuantes que encantam a todos. Lumaria, conhecida como a joia do reino, é também o local onde a família real celebra, todos os anos, o legado da amada Rainha Miranda, que faleceu há algum tempo. Em sua memória, há um dia especial dedicado à sua lembrança, onde uma grande missa é realizada, e todos os aldeões recebem um merecido dia de folga.
Lumaria é, sem dúvida, uma cidade rica. Suas terras são férteis e generosas, fornecendo abundante agricultura. Além disso, suas minas são repletas de valiosos minérios, e a culinária local é renomada, com sabores que encantam tanto os nobres quanto os plebeus. E assim começa nossa história, nas terras de Nivaria, onde as tradições antigas e as novas gerações se entrelaçam em um cenário de prosperidade, beleza e memórias eternas.
Lumaria é composta por diversos condados, cada um com características que o tornam único. Cristal, por exemplo, destaca-se por sua vasta riqueza mineral, de onde provém a maioria do minério que sustenta a economia do reino.
Adelaide, por sua vez, é famosa pela enigmática Floresta do Sol. Esse condado é conhecido por seus dias escaldantes, tão intensos que nem mesmo as enormes montanhas ao redor conseguem amenizar o calor abrasador. As chuvas são raras, tornando o clima ainda mais árido e desafiador para os moradores.
Lumaria é também atravessada pelo lendário Rio das Lágrimas. Você deve estar curioso para saber por que ele carrega esse nome. Segundo uma antiga lenda, houve um tempo em que um casal profundamente apaixonado foi separado pelo destino. Ao receber a notícia da morte de seu amado, a mulher chorou tão desesperadamente que suas lágrimas formaram um rio. Desde então, o Rio das Lágrimas é considerado um local sagrado, onde casais de todo o reino vão em busca de bênçãos para que seu amor perdure e possam gerar filhos.
Além desses lugares fascinantes, Lumaria ainda possui a Floresta de Pedras, uma região misteriosa onde as árvores parecem ter se transformado em pedra ao longo dos séculos. Há também Aelirion, um local cercado pelas montanhas mais altas de todo o reino, onde vive um povo pacato e isolado. Embora não seja relevante para o início desta história, voltaremos certamente a falar sobre eles mais adiante.
Abaixo de Lumaria, encontramos o enigmático Reino de Onix, um lugar onde o tempo parece se mover de maneira estranha, envolto em mistérios profundos e histórias que arrepiam até os mais corajosos. As lendas que cercam Onix são sombrias e perturbadoras, refletindo a atmosfera de sua capital, Chronos, uma cidade envolta em um frio extremo. Poucos que se aventuraram por suas terras desoladas retornaram para contar suas histórias.
A principal fonte de sustento do reino é a venda de gelo, extraído das imponentes geleiras que cercam a capital. Esse gelo é altamente valorizado em outras regiões de Nivaria, onde é utilizado para conservar alimentos e criar ambientes frescos durante os meses mais quentes. Contudo, a extração e o transporte do gelo são tarefas árduas e perigosas, que exigem força e resistência dos trabalhadores.
Além da venda de gelo, a população de Chronos também depende da caça para sobreviver. Os caçadores se aventuram nas florestas congeladas e montanhas inóspitas em busca de animais selvagens, cuja carne, peles e ossos são usados para alimentação, roupas e ferramentas. Esses produtos são comercializados tanto internamente quanto em mercados distantes, mas a vida como caçador é arriscada, e as recompensas, muitas vezes, são magras.
Em resumo, Chronos é um reino onde a subsistência diária é um desafio constante. A escassez de recursos e as condições adversas fazem com que a prosperidade seja algo raro, e a população precisa ser resiliente para enfrentar as dificuldades que o clima implacável impõe.
O Reino de Onix é também o lar de um vasto cemitério, banhado pelo Rio da Chuva, cujo nome já sugere o clima hostil que domina a região. A cidade de Aurora, outro assentamento importante, é um exemplo de adaptação à adversidade: seus habitantes aprenderam a viver entre as grandes montanhas geladas e as misteriosas estátuas que pontilham a paisagem.
Ninguém sabe ao certo a origem dessas figuras esculpidas, mas elas são profundamente respeitadas pela população local. Aurora também se beneficia de pequenos oásis dentro de seu território, onde surgem fontes termais e vegetação rara, proporcionando alívio e recursos adicionais em um ambiente que, de outra forma, seria desolado. Esses oásis permitem o cultivo de plantas resistentes ao frio, que, embora não abundantes, oferecem uma diversificação à economia local e são trocadas em mercados distantes por outros bens necessários.
Chronos carrega um histórico tenso com o Reino de Lumaria, fruto de antigos conflitos sobre as terras ricas e férteis de Eclisia. Essa rivalidade tem raízes profundas e, embora não seja o foco imediato, desempenhará um papel crucial no desenrolar desta história.
Por fim, temos o Reino de Bellarus, uma terra marcada por extremos. O deserto escaldante de Sundra, a capital, é ainda mais severo do que a Floresta do Sol em Adelaide. O clima árido e implacável forçou seus habitantes, os nômades, a desenvolverem maneiras únicas de sobreviver nas condições mais adversas. A vegetação morta e ressequida que cobre grande parte de Sundra é um lembrete constante das dificuldades enfrentadas pelos habitantes desse reino. Árvores retorcidas, arbustos secos e solo rachado compõem a paisagem desolada, onde a vida parece existir apenas em pequenas e resistentes formas.
Apesar da terra estéril, Sundra é rica em certos recursos escassos, como minerais preciosos e pedras semipreciosas extraídos com grande dificuldade. Estes materiais raros são coletados pelos nômades e outros habitantes do reino, que têm um conhecimento profundo sobre onde encontrá-los e como extraí-los. A extração e o comércio desses recursos são as principais atividades econômicas da região. Além dos minerais, Sundra também é conhecida por alguns produtos artesanais exclusivos, feitos a partir dos poucos recursos naturais disponíveis. Os habitantes criam itens valiosos, como joias e adornos, que são altamente valorizados tanto dentro quanto fora do reino.
O sistema de trocas é vital para a economia de Sundra. Os materiais raros encontrados no deserto são trocados por bens essenciais que são difíceis de produzir localmente, como alimentos, roupas e ferramentas. As trocas são realizadas em mercados locais e com comerciantes de outras regiões, que vêm em busca desses recursos únicos.
As dunas movediças que cercam a região tornam a sobrevivência ainda mais difícil. Sundra, apesar de seu calor opressor, é o coração do reino mais antigo de Nivaria, carregando consigo séculos de história e tradição.
No entanto, nem toda Bellarus é deserto e calor. A cidade de Arcanis, por exemplo, é um oásis de tranquilidade, onde as estações do ano se apresentam de forma equilibrada, oferecendo um clima agradável e ameno. O povo de Arcanis prospera graças à extração de ferro e à colheita de flores raras, altamente valorizadas por suas propriedades medicinais. Estas flores, buscadas por herboristas e médicos de todo o reino, são consideradas tesouros preciosos. No entanto, para obter alguns dos itens mais raros, é necessário aventurar-se na Floresta das Sombras, um local perigoso e de difícil acesso, reservado apenas para os exploradores mais experientes.
Apesar das dificuldades, o Reino de Bellarus possui um pequeno rio de águas doces que serpenteia por Sundra, fornecendo o sustento necessário para o povo que ali vive. Esse rio é uma dádiva em meio ao deserto, permitindo que, mesmo em condições tão inóspitas, a vida floresça. Assim, Bellarus se apresenta como um reino de contrastes, onde o calor do deserto e a frescura das colinas de Arcanis convivem em uma delicada harmonia. E, embora pareça distante e isolado, Bellarus desempenhará seu papel no desenrolar dos eventos seguintes, como uma peça vital no grande mosaico que é Nivaria.
Claro, existem outras regiões além de Nivaria, mas estas não serão relevantes para vocês agora. O que importa é que, após essa breve introdução ao nosso mundo, vocês entenderão por que nossos protagonistas estão fugindo de um grupo extremamente perigoso. E, é claro, conhecerão nossa princesa rebelde, Agnes Lancaster, e o duque devasso, Ryden Beaufort. Talvez ainda não possamos chamá-los de almas gêmeas, mas uma coisa é certa: vocês se surpreenderão com esses dois e as aventuras que enfrentarão para recuperar algo de imenso valor roubado.
Sejam bem-vindos a esta história, que está longe de ser comum, e preparem-se para um final que certamente os deixará boquiabertos.
ᗰ〇〇ᘉ
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top