• ˖ 🎸 𖥻. 𝓒hapter 25

🎸. 𝓜ason's pov

Mason tomou coragem para abrir a porta de casa. Ele já estava do lado de fora a 20 minutos, odiava a ideia de ter que voltar para a sua casa. De ter que encarar sua mãe novamente. Ele tirou a chave de casa de dentro do bolso, respirando fundo, a mão enfaixada dele ainda latejava um pouco, mas ele tinha que entrar, não é? Afinal, ele morava naquela casa também.

A porta rangeu quando foi aberta, o cheiro de álcool o atingindo, mas o lugar estava escuro e silencioso. Mason deu uma olhada, a garrafa quebrada ainda estava no chão, espalhada a outra pilha de garrafas de bebida alcoólicas que estavam jogadas ao chão, mas fora isso... Parecia vazio.

─── Odelia? ─── Mason chamou, a voz ecoando pela casa. Ninguém respondeu.

Mason queria sair de casa novamente, ele queria estar junto de Scarlett, mas sabia que não podia. Tinha que estar lá. Ele passou a mão pelo cabelo, fechando a porta atrás de si.

"Que merda tá acontecendo comigo? Com a gente?" ele pensou, indo se jogar ao sofá, mas ao lembrar que era ali que a mãe passava as noites e os dias, ele fez uma careta e se dirigiu ao seu quarto.

Ele deu uma olhada, o quarto parecia sem vida, estava arrumado, porém... Ele não tinha mais memórias boas ali, apenas ruins. Os pôsteres de bandas dos anos 80 já estavam começando a descascar, a parte onde estavam os vinis já estava estragando, os vinis que ele havia da mãe estavam dentro de seu guarda-roupa, Mason um dia já havia sido um grande fã de Odelia, mas ao ver os vinis com o rosto dela estampado e olhar para a mulher no sofá da sala, ele lembrava que elas não eram a mesma pessoa, e isso deixava ele triste. E as guitarras... Elas continuavam as mesmas, essa era a única preocupação de Mason, deixar suas guitarras em bom estado, mas as memórias que cada uma guardava agora não eram as melhores.

Tinham 5 suportes para as guitarras, porém só haviam 4 em cada um, lógico que a
guitarra preta dele ainda fazia falta, iria fazer por um bom tempo. Porém quando ele se virou para deitar na cama, bom... Havia uma guitarra preta em cima dela, porém não era qualquer uma, era a sua Fender Stratocaster.

E em cima dela havia um bilhete escrito "desculpa". Ele reconheceria a letra desleixada da mãe em qualquer lugar, ele sempre se lembrou muito bem dos autógrafos que a mãe dava. Mas apenas um pensamento veio à cabeça dele: "porque ela fez isso?"

Será que estaria tentando se desculpar por todo o mal que fez para o próprio filho? Fez isso por obrigação? Ou será que em algum momento ela ficou sóbria o suficiente para se lembrar que quem havia dado essa guitarra para ele foi ela?

Mason se abaixou, encostando a cabeça na cama, não estava feliz, nem triste, nem irritado, ele estava exausto. Exausto de tudo, dos machucados que a mãe fazia ele arrumar; do trabalho que a mãe havia dado para ele; da preocupação de quando a mãe saía e ele não sabia se ela iria voltar ou não; das garrafas espalhadas pelo chão.

─── Oque você fez comigo, mamãe? ─── ele se questionou para si mesmo, passando as mãos pelo próprio rosto ─── Porque você fez isso comigo?

Ele deu uma risada sem humor, se levantando e arrancando o bilhete de cima da guitarra, ele amassou para jogar no lixo, mas não conseguiu, então apenas desamassou e colocou dentro da gaveta. Ele segurou a guitarra e a colocou em seu suporte, observando todas elas por um momento, tentando entender como haviam chegado aquele ponto.

Ele tirou o celular do bolso e o colocou em cima da cama, se levantando e indo até a sala novamente, ele começou a recolher as garrafas, indo do lado de fora para jogá-las fora. Aquele apartamento precisava de uma limpa. Urgentemente.

Mason começou a tirar as mantas que sua mãe usava para se cobrir do sofá, as colocando na máquina de lavar, abriu as janelas, deixando o ar entrar dentro daquele lugar, tirando o cheiro insuportável de bebida alcoólica. Até que ele foi para a cozinha, a garrafa quebrada ainda estava lá, e haviam algumas gotas de sangue que havia saído da mão de Mason. Ele começou a recolher os cacos de vidro, os jogando em um lixo, depois pegou um pano e começou a limpar o próprio sangue.

─── Que irônico, Mason... Quem diria que um dia você estaria limpando o próprio sangue ─── ele murmurou a si mesmo, o pano ficando manchado com as gotas de sangue seco.

Ele deu uma olhada no apartamento pequeno, se lembrando de como foi quando chegaram lá pela primeira vez.






Mason estava com a sua mala, olhando para o apartamento pequeno. Sua mãe estava a frente dele, ela parecia tentar ver as coisas pelo lado positivo.

Acontece que sua mãe não era mais tão famosa assim, outros talentos haviam agora, e as pessoas costumavam dizer que Odelia Thames agora estava "ultrapassada". A mãe dele começou a beber um pouco mais, mas Mason achava que era normal já que a carreira dela não estava indo tão bem assim.

Ele tinha doze anos, o apartamento era velho, esquisito e tinha um cheiro ruim, ele franziu o nariz. Como a mãe conseguia ver o lado bom daquilo? Ela deu um sorriso para ele, segurando sua mão.

─── Mamãe? ─── ele a chamou ─── Como você consegue ver o lado bom disso aqui?

Odelia deu uma risada, e ele sorriu, a risada dela era contagiante, daquelas que mesmo se o clima não estiver engraçado, a risada faz você rir mesmo assim.

─── Por quê vai ser temporário, querido ─── ela apontou, colocando a mala no chão ─── Eu sei que você estava acostumado à nossa casa que era grande, Mas só iremos ficar aqui até eu fazer shows e explodir na música novamente. Enquanto isso... Podemos comprar alguns suportes e pendurar suas guitarras na parede do meio, oque acha, querido?

Ele sorriu, começando a imaginar o apartamento pequeno ficando aconchegante, sua mãe sempre teve o poder de fazer ele ver as coisas pelo lado bom.

─── Vai ser legal! ─── Mason falou, entrando correndo e já começando a escolher o seu quarto.




Sabem de uma coisa? Não foi legal, pelo contrário, foi terrível para Mason. Terrível porque sua mãe não conseguiu fazer mais shows; terrível pois ela começou a se embriagar cada vez mais para esquecer de que agora era um fracasso; terrível porque eles não compraram os suportes para colocar as guitarras de Mason, as guitarras dele nunca ficaram na parede do meio...

Ele olhou para o sofá, ele tinha lembranças ruins e boas ali. As boas foram nas primeiras noites, quando a mãe e ele se sentavam com um balde de pipoca e assistiam um filme de ação na televisão pequena, Mason sempre escolhia. Ruins por causa dos dias que ele chegava exausto da loja de guitarras e a mãe estava em volta de garrafas e xingava ele sobre todos os nomes possíveis. Esses eram os piores, com
certeza.

Ele finalmente terminou de organizar a casa, seria difícil organizar quando Odelia chegasse com as garrafas de bebida e arruinasse sua limpeza. De novo.

Ele foi para o quarto, se jogando na cama, tinha uma mensagem de Scarlett, ele deu um sorriso ao se lembrar da namorada, como ela estava feliz hoje, como ficou feliz com o anel da mãe dele. Scarlett era a namorada dele e ele era o namorado dela, isso era legal.

Mas antes que pudesse responder, Mason recebeu a ligação de um número desconhecido e... Espera, aquele número era da polícia? Será que a mãe dele havia feito alguma coisa? Ele respirou fundo, se preparando para escutar que ela tinha agredido alguém na rua ou algo do tipo:

─── Alô? ─── ele falou, o celular na orelha.

A voz do policial ecoou no ouvido de Mason.

─── Alô, eu falo com o responsável de... Odelia Thames?

Mason franziu a testa, ele era o responsável da própria mãe? Não deveria ser ao contrário?

─── É... Sim ─── Mason respondeu, relutante.

─── Bom, você terá que vir aqui para retirar o corpo até o meio-dia de amanhã, senão ela será enterrada como indigente.

Mason ficou confuso, como assim indigente? Enterrada?

─── Espera... Como assim enterrada?

─── Eu não falei? Bom, ela estava bem embriagada e acabou passando quando o sinal estava aberto e o resultado é... Então, eu sinto muito, mas infelizmente ela faleceu.

Mason sentiu o mundo parar. A mãe havia morrido? "faleceu"? Como assim? Isso só podia ser algum tipo de brincadeira?

O celular de Mason escorregou de suas mãos, a voz do policial chamando quem que tivesse atendido a ligação estava lá, mas Mason não deu importância, o zumbido no ouvido dele não parava, a visão dele estava borrada, não sabia se era de lágrimas ou não.

Odelia morreu. A mãe dele morreu. Como isso aconteceu? Embriagada? Oque ele iria fazer? Como fazia para se lembrar dos exercícios de respiração mesmo?

A respiração dele ficou mais pesada, o peitoral parecia pesar uma tonelada, ele tentava se lembrar dos exercícios de respiração, mas tudo oque vinha a sua mente era:

"Ela morreu. Ela morreu. Está morta. Minha mãe morreu".

E Mason se sentiu cada vez mas na escuridão, como ele iria sair de lá sem a ajuda de Scarlett?








gente do céu

chorei escrevendo esse capítulo, tá?

ai que sensação ruim 😭 como que fica bem depois de matar alguém que mesmo assim era tão odiado?

eu falei que ia ser só depressão, né? pois então, cumpri minha promessa 🥰

aproveitem mesmo que seja um capítulo triste, porque o próximo sai daqui 3 anos 🙏😝

votem e comentem(se não comentarem eu vou atrás), beiju 💋



















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