• ˖ 🎸 𖥻. 𝓪 𝓵oja 𝓭e 𝓰uitarras

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𝓔ra mais uma noite normal. Eu estava no meu quarto, deitada na cama de barriga pra baixo, comendo cookies recheados com chocolate. Um caderno com uma composição minha estava na minha frente, do lado, minha caneta vermelha com cheiro de morango que eu usava apenas para composições.

─── Pensa, Scarlett... Você consegue fazer melhor do que isso ─── eu murmurei para mim mesma, batucando a caneta no caderno.

Eu já tinha escrito quatro estrofes, mas ainda não era o suficiente. Minha criatividade não estava nos melhores dias no momento. Bufando, eu mordi mais um cookie, deixando algumas migalhas espalhadas pela colcha da cama.

─── Scarlett! ─── eu escutei o grito da minha mãe, vindo do andar de baixo.

Em poucos minutos, eu já escutava os passos dela na escada, e depois, a porta do quarto se abriu, revelando minha mãe.

─── O que foi? ─── eu perguntei, me sentando na cama.

─── Você vai sobreviver só de cookies agora? ─── ela perguntou, se encostando na porta e cruzando os braços.

Eu me deitei na cama novamente, ainda olhando para o caderno, cantando a música baixinho.

─── Não... Só tô... Compondo ─── eu disse, balançando a cabeça.

Ela falou algo, mas eu sequer escutei, já estava imersa no mundo da música. Em minha cabeça, a melodia estava sem vida. Até que... Uma ideia me veio à cabeça.

─── Isso! ─── eu exclamei, sorrindo.

Minha mãe se assustou com a minha animação repentina.

─── Isso oque?

─── É disso que a música precisa. De solos de guitarra! ─── eu disse, fechando o caderno e olhando para mim.

─── Mas... Você sabe tocar guitarra? ─── ela perguntou, inclinando a cabeça.

Isso era verdade. Eu não sei tocar guitarra. Ainda.

─── Ainda não sei ─── eu falei, dando um sorrisinho ─── Mas vou aprender.

Ela sorriu e bagunçou de leve meu cabelo.

─── Tenho certeza de que vai conseguir ─── ela falou, segurando a maçaneta ─── Boa noite!

─── Boa noite!

Era isso, eu vou aprender a tocar guitarra.


Claramente, eu não entendo nada sobre guitarras. Tipo, nada mesmo. Mas não deveria ser tão difícil, não é? Quer dizer, seria apenas escolher uma que eu achasse bonita e, pronto! Eu procurei na internet algumas lojas de guitarra que tivessem uma boa avaliação. E, por destino ou não, encontrei uma que se encontra apenas à cinco quadras da minha casa.

Aqui agora estou eu, na frente da loja de guitarras com nome de "O.T ". Sinceramente, eu não entendi muito bem o conceito do nome, mas a loja tinha ótimas avaliações, então teria que ser esta mesmo.

─── Vamos, Scarlett. Você consegue ─── eu falei, enfiando o celular no bolso do casaco e indo em direção à loja.

No momento em que entrei, um cheiro de coisas antigas ─── porém reconfortantes ─── me atingiu.





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O sino que indicava a chegada das pessoas da loja tocou. Eu levantei a cabeça quase que instantaneamente, pronto para ver quem seria o próximo cliente do dia. Eu esperava tudo, desde de uma criança de dez anos, até um idoso muito velho. Esperava tudo, menos... Uma garota. Uma garota bonita. Muito bonita.

Ela tinha cabelos loiros, que caíam dos ombros em ondas levemente encaracoladas. Um batom vermelho estilo anos 50 pintava seus lábios. Os olhos vasculhavam a loja com uma expressão quase... Curiosa. Aquela garota parecia ter saído de um filme de romance. Parecia ter saído de um sonho.

Para de pensar nisso, Mason. Ela, provavelmente, é só uma cliente. Será que ela percebeu que eu encarei ela dos pés até a cabeça?

Garotas não costumavam vir muito até a loja. Não do estilo dela, pelo menos. Geralmente eu recebia senhores de meia-idade, que provavelmente não aceitavam a idade de que tinham e vinham aqui comprar uma guitarra para "reviver seu jovem interior". Provavelmente, era por isso que todos eles eram solteiros.

Eu me levantei do balcão. Deixando a guitarra que estava no meu colo em cima da mesa. Me recostando nele e pigarreando.

─── Então... Veio aqui só pra admirar? ─── eu perguntei, cruzando os braços e lançando um sorriso sarcástico a ela.

Ela finalmente olhou para mim, e eu melhorei minha postura, esperando. Era sempre assim que eu conseguia ler as pessoas, talvez esses anos todos trabalhando na loja tenham me transformado em um observador profissional. Eu tentei observar alguma coisa nela, em seu olhar, procurando qualquer sinal de desprezo, curiosidade. Porém, curiosamente, não encontrei nada.

Ela é diferente.

─── Eu vim aqui para comprar uma guitarra ─── ela respondeu, mantendo a voz firme.

Eu batuquei os dedos no balcão. Sempre essa mesma resposta. Talvez ela quisesse uma guitarra apenas para... Deixar exposta?

─── E por quê você quer uma guitarra? ─── eu perguntei, estreitando os olhos.

Ela me olhou como se eu fosse o iniciante ali.

─── Pra... Tocar?

─── Será mesmo? ─── eu questionei, andando até a direção dela com passos lentos. Ela era pequena, devia ter 1,64, no máximo ─── Todo mundo vem aqui por que quer comprar uma guitarra, mas tocam uma vez e deixam expostas em um lugar visível da casa para que quando as pessoas vierem visitá-lo, pensem que ele sabe tocar guitarra. Mas, na verdade, não sabe tocar nada.

─── Eu acho que não entendi. Você sequer me conhece e está insinuando coisas sobre mim? ─── a garota perguntou, cruzando os braços e levantando o queixo.

Eu me inclinei, ficando à altura dela.

─── Não. Eu só quero saber por quê você quer uma guitarra.

Ela respirou fundo, como se estivesse juntando todo o resto de sua paciência. E depois olhou para mim, seus olhos azuis fitando os meus. Ficamos assim por segundos. Segundos que duraram horas.

─── Eu quero uma guitarra porquê... Porquê eu quero me tornar uma cantora. Uma cantora famosa. Uma cantora incrível, e não são só aulas de canto e aulas de instrumentos que vão me ajudar. Eu quero aprender a tocar guitarra ─── ela disse, franzindo de leve o nariz. Devia ser um costume, talvez ela fizesse sem perceber, mas eu percebi.

Não sei bem o porquê, mas eu não conseguia tirar meus olhos dela.

─── Nossa... Falou bonito, hein ─── eu falei, desta vez cruzando os braços. Ela apenas deu de ombros ─── Qual o seu nome?

─── Scarlett.

Scarlett. Scarlett. Então esse era o nome dela, bom, combinava com ela.

─── Scarlett... ─── eu murmurei baixinho, testando o som nos lábios ─── Parece nome de alguém que daria surra em uma guitarra. Será que o nome faz jus à pessoa?

Eu adoro provocar os outros.

─── Com certeza ─── ela respondeu, estreitando os olhos para mim. Ela não se abalou pela minha provocação.

─── Vamos, Scarlett. Vamos encontrar a melhor guitarra pra você ─── eu falei. Sem sequer esperar, eu peguei a mão dela e entrelacei nossos dedos.







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Eu arregalei os olhos. Ele realmente entrelaçou nossos dedos? Nós nos conhecíamos fazia... Uns quinze minutos, talvez?

Eu não podia deixar de negar. Ele é muito bonito, qualquer garota se apaixonaria por ele facilmente. Principalmente com o sorriso ou os olhos que ele tem... Droga, no que eu estou pensando?

─── Você sempre sai pegando na mão das pessoas? ─── eu perguntei, tentando passar normalidade.

Ele se virou para mim, e sorriu de novo. Aquele mesmo sorrisinho. Droga.

─── Não. Só de garotas bonitas que estão em apuros e precisam da minha ajuda ─── ele disse, dando uma risadinha logo em seguida.

Eu abri a boca, sem reação. Que atrevido! Então, fiz oque me pareceu apropriado no momento, dei um tapinha no ombro dele. Não fez efeito nenhum, ele apenas deu uma risadinha.

Até que nós chegamos em um corredor cheio de guitarras. Eu encarei todas elas, algumas eram brilhantes, outras foscas, outras coloridas.

─── É a guitarra que escolhe você. Não o contrário ─── ele falou, apoiando a lateral do corpo em uma prateleira.

─── Então é tipo... A seleção para as casas de Hogwarts? ─── eu perguntei, animada.

Ele me olhou de um jeito estranho, como se estivesse tentando se lembrar de algo. Não, não era possível que...

─── Espera, você nunca viu Harry Potter? ─── eu questionei, chocada.

─── Prefiro mais Clube da Luta ─── ele respondeu, dando de ombros.

─── Francamente, você tem que ver Harry Potter! ─── eu falei, desapontada.

─── Me convida pra ver um dia ─── ele disse, apoiando o queixo nos braços e me dando aquele mesmo sorrisinho.

Droga...

─── Será que dá pra me explicar como a guitarra vai me "escolher"? ─── eu perguntei, cruzando os braços.

─── É simples, você vai encostar nas guitarras, a que for pra você, vai ser diferente.

─── Diferente como? ─── eu questionei, confusa ─── Eu vou encostar de um jeito diferente?

─── Você não vai apenas encostar. Você vai sentir.

Eu bufei, mas comecei a fazer isso. Eu encostei primeiro em uma guitarra preta. Nada. Tentei em uma verde. Nada. Marrom. Nada.

Eu já estava na metade da parede, até que cheguei em uma guitarra vermelho- sangue, no momento em que meus dedos encostaram na guitarra, eu senti uma espécie de... Eletricidade? Não sei bem, mas algo era diferente.

─── É essa.

Ele estava com a cabeça baixa, os braços cruzados, quase como se estivesse tirando um cochilo. Mas, no momento em que escutou minha voz, levantou a cabeça.

─── Sério? Finalmente hein, achei que fosse demorar mais umas duas horas ─── ele disse, a voz meio rouca.

Eu fuzilei ele com olhar, ele levantou as mãos em sinal de rendição.

─── Só testa em outra antes. Pra ter certeza.

Eu fiz oque ele disse, encostei em uma preta ao lado da vermelho- sangue. Nada aconteceu. Eu encostei na vermelha novamente, e senti aquela mesma sensação de antes.

─── É essa mesmo ─── eu respondi, passando os dedos pela guitarra.

Ele se acomodou ao meu lado, nossos ombros se encostando. Ele estava com as mãos nos bolsos e balançou a cabeça em um gesto de aprovação.

─── Stratocaster Vogga... As cordas são macias, tem um bom modelo pra segurar no colo... Você tem bom gosto ─── ele murmurou, também passando os dedos pela guitarra, antes de retirá-la do suporte, indo em direção ao caixa.

Eu segui atrás dele. Antes que ele pudesse começar a embalar a guitarra, eu pigarreei:

─── É... Bom, tipo, eu não sou a melhor pessoa tocando guitarra e...

Antes que eu pudesse terminar de falar, ele deu uma risada, me encarando.

─── Então, você está querendo dizer que não sabe tocar guitarra, não é? ─── ele disse, quase como se estivesse lendo meus pensamentos.

Eu abri a boca, pronta para retrucar, mas ele estava certo. Eu não sei tocar guitarra. Ainda.

─── Tá, eu não sei tocar guitarra ─── eu faiei, batucando as unhas no balcão ─── Mas... Você pode, por acaso, me ensinar?

O sorriso dele se desfez na mesma hora. Será que eu disse algo errado? Ele parecia, no mínimo... Desconcertado.

─── Eu falei isso porquê... Você trabalha em uma loja de guitarras e... Eu acho que você sabe alguma coisa, não é? E...

─── Eu te ensino ─── ele respondeu, simples e direto.

Oque? Tão fácil assim? Ué, eu podia jurar que iria demorar mais algum tempo.

─── Deixa eu ver como você segura a guitarra ─── ele falou, de repente parecendo interessado.

Eu não fazia a mínima ideia de como segurar uma guitarra. Então, peguei a guitarra do balcão e a segurei de um jeito que, para mim, fazia sentido.

─── Tá, primeira lição ─── ele falou, puxando um banquinho de trás do balcão e e o colocando do meu lado ─── As damas primeiro.

Eu me sentei no banquinho.

─── Para de segurar a guitarra como se fosse uma granada ─── ele falou, observando minha postura, consertando a forma como eu segurava a guitarra ─── Agora... Toca alguma nota.

Eu olhei para a guitarra. Eu não fazia a mínima ideia de como fazer isso, então toquei uma nota qualquer. Como o esperado, ela saiu desafinada, de modo que até eu estreitei os olhos, aquilo não era música, aquilo era terrível. Ele fez uma careta.

─── Hum... Bom ─── ele ajeitou de novo os meus dedos sobre a guitarra, ajeitando a forma de tocar as notas. E, porque eu tive a impressão de que ele manteve os dedos nos meus por um tempo a mais que o necessário? ─── Tenta de novo.

Eu tentei, até que deu certo. Quer dizer, não era uma nota perfeita, estava longe de ser, mas não era mais tão ruim assim. Eu dei um pequeno sorrisinho, orgulhosa de mim mesma.






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O sorriso de Scarlett é muito bonito. Até mesmo eu dei um pequeno sorrisinho assim que vi. Ela estava tão imersa na própria nota, que provavelmente não percebeu que uma mecha de seu cabelo loiro estava na frente dos olhos. Mas eu percebi, eu não tirei meus olhos dela desde que ela entrou na loja.

Então, em uma atitude meio imprudente, eu desviei a mecha dela dos olhos, colocando atrás da orelha dela. Ela virou o rosto para mim, os olhos levemente arregalados.

─── Acho que já deu por hoje ─── eu falei, retirando de leve a guitarra do colo dela e indo até o balcão.

Ela pagou pela guitarra. Eu a embalei e depois apoiei o queixo na mão, encarando Scarlett.

─── Sobre as aulas de guitarra... Eu fecho a loja todos os dias às 18:00 ─── eu comecei, fazendo círculos com os meus próprios dedos em torno dos dedos dela ─── Pode ser sexta-feira?

Ela assentiu, pegando a guitarra embalada, com bastante cuidado.

─── Os cuidados com a guitarra estão aí dentro ─── eu disse, enquanto ela se afastava, indo em direção à porta da saída ─── E, a propósito, você não perguntou, mas meu nome é Mason.

Ela já estava com a mão na maçaneta, porém se virou para mim. A cena era encantadora, os últimos raios de sol banhavam sua pele e seus cabelos louros, dando a ela um ar angelical.

─── Tchau, Mason ─── ela falou, com um sorriso. Um sorris genuíno.

E, caramba... Que sorriso.















2257 PALAVRAS, EU OUVI UM AMÉM?!

nossa, eu surtei tanto escrevendo esse capítulo( a beca surtou lendo os trechos que eu mandei pra ela KKKK)

bom, não é porque as aulas dela vão ser na sexta feira, que eu também só irei postar os capítulos na sexta. Mas, por enquanto, minha criatividade está boa, então talvez o segundo capítulo não demore.

espero que gostem! votem e comentem! beijoss!










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