𝟬𝟲. COMIDA APIMENTADA

A NOTÍCIA QUE UM DOS FUNCIONARIOS DA BABEL QUÍMICA cuspiu sangue no presidente Jang Hanseo no lançamento da BLSD, bem na frente de diversos repórteres, foi notícia nacional. Mesmo que a Babel tivesse o diretor do jornal impedindo que qualquer notícia ruim ou vergonhosa saísse, outros jornalistas ou até funcionários do local, acabaram compartilhando em seus celulares, vídeos do ocorrido. O sangue do homem desmaiado salpicado bem na cara do presidente da empresa foi chocante, mas o que deixou todo mundo mais impressionado também foi a reação do Jang. Que sem empatia nenhuma, gritou estérico pelo salão, xingando o funcionário e implorando para que o levassem para o hospital.

Em contraste com a notícia no jornal, o restaurante italiano do Geumga Plaza presenciou uma briga entre os bandidos de Park Seokdo de Vincenzo bem na hora do almoço. Óbvio, foram eles que começaram, já que como o próprio chefe da gangue diria, "não faço ideia de como vocês sobrevivem sem ter autocontrole". Tudo começou quando um dos bandidos fingiu que tinha um prego na comida, o agente infiltrado Ahn Giseok respondeu, o bandido revidou jogando uma das mesas do restaurante no local e avançando para cima dele. Por sorte Vincenzo chegou na hora, mas burro do jeito que eles erram, tentaram enfrentar o italiano e acabaram todos levando uma surra ─ e ainda tiveram que pegar pela comida, e por parte do prejuízo.

Com pena de Toto e dos pratos quebrados que eram da mãe dele, Vincenzo deu muitos Wons para o chefe.

─ Aqueles idiotas não cansam, meu Jesus! ─ Hong Yeoboo revirou os olhos. Se perguntando até quando aqueles bandidos iriam atormentar os moradores. ─ Mas o que o senhor Vincenzo fez foi muito maneiro!

─ Você também ajudou... até empurrou uma cadeira pra ele cair. ─ Junho soltou uma risada, lembrando da cena de poucos minutos atrás. Ver um dos bandidos cair no chão e fazer papel de idiota foi um acumulo para sua serotonina. ─ Até que ele não é tão ruim.

Referia-se ao advogado italiano.

Quando os dois chegaram da Jipuragi, após ajudarem Toto a organizar o restaurante, viram uma cena muito sugestiva, com Vincenzo e Chayoung tão pertos um do outro, que pareciam estar em um momento íntimo. Pelo menos da visão que eles tinham da porta da advocacia, claramente os jovens poderiam pensar que eles estavam tendo um caso! ─ literalmente. Do outro lado, assim que Vincenzo largou os olhos de Chayoung e parou de encara-la, deu um pequeno peteleco na testa dela, que sequer encostou. O encanto pela advogada coreana maluca o fez sorrir. Um sorriso tão meigo, que qualquer uma que não visse, acharia que era mentira.

Ver os dois advogados mirins na porta foi mais constrangedor do que tudo.

Ele pigarreou, se afastando de Chayoung imediatamente, e não se atreveu a olhar para trás nem por um segundo, enquanto colocava o relógio no pulso.

─ O que foi isso? ─ Chayoung, um pouco tímida, falou. Ela passou a mão na testa, olhando para baixo. ─ Faz direito!

─ Juro que tentei, mas pelo visto, errei. ─ Disse aparentemente calmo. Mas por dentro, estava se perguntando porquê nenhum dos dois estagiários falaram nada até agora.

Yeoboo e Junho olharam um para o outro, contaram um sorriso bobo e piscaram um para o outro. Fingiriam que não viram nada e que haviam acabado de chegar, apenas para depois acabarem enchendo a paciência de Vincenzo com perguntas.

─ O que vocês estão fazendo? ─ Boo  perguntou assim que entrou. Colocando sua bolsa transversal em cima da sua mesa de trabalho.

─ Arrumamos tudo lá. ─ Junho respondeu, antes que Chayoung perguntasse.

─ Eu perdi uma aposta e ele ia me dá um peteleco, mas acabou que ele pegou muito leve! ─ Mesmo tendo achado fofo ele não ter feito isso de verdade, e ter deixando passar, não admitiria isso

─ Ele tá certo, não se bate em mulheres! ─ Junho concordou. Ele provavelmente também teria a mesma reação que Vincenzo, pois não teria coragem de dá um peteleco forte em Yeoboo.

Mesmo que ela não pensasse do mesmo jeito com ele, como já aconteceu. Mas tudo bem, Junho até achava engraçado.

─ Você concordando com ele? ─ Chayoung arqueou a sobrancelha, achando estranho. ─ Adoeceu?

Yeoboo soltou uma gargalhada, seguido de um "é, realmente". Ver um concordar com o outro deveria ser uma cena completamente única e diferente, já que desde o começo, nem Vincenzo parecia confiar em Junho, nem mesmo Junho pareceu confiar em Vincenzo. Então, felizmente, talvez isso tivesse mudando ─ pelo menos pela parte Yang Junho.

─ Agora que o So Hyeon-u não representa mais as vítimas, temos uma vantagem. ─ Vincenzo mudou de assunto, antes que ela continuasse balbuciando sua indignação. ─ Como foi na Wusang?

─ A Choi Myunghee queria saber se tínhamos algum acordo para fazer com eles. Nós demos nossas regras, mas eles não quiseram. ─ Yeoboo soltou uma risada sarcástica, lembrando-se de como eles estavam se achando, mesmo depois de perder o processo. ─ Então demos um conselho para que eles ficassem atentos.

Com palavras nada doces e totalmente incisivas.

─ Avisamos que teria um preço. ─ Junho continuou, largando a mochila na cadeira de rodinhas. ─ Tenho certeza que agora eles vem com tudo. ─ No fundo, ele ainda tinha medo do que poderia acontecer. ─ Mas esse era o plano, não é? Instiga-los.

─ Foi bom vocês terem ido... mostra que não são presas fáceis. ─ O advogado italiano estava encostado ao lado de uma pilha de papéis, raciocinando a respostas e elaborando os próximo passos mentalmente. ─ Além do mais, Sr. Yang, é bom a Wusang ver que você mudou de lado. Eles provavelmente vão comunicar o seu pai.

Ou seja, isso queria dizer que o plano deles estava indo tudo certo para todos os lados. Pelo menos por enquanto, os advogados tinham uma mínima vantagem ao conseguir as famílias das vítimas. Claro que, nem de longe eles teriam a maior chance de ganhar em um processo, visto que até o juíz era próximo dos advogados da Wusang e do presidente do grupo Babel, mas já era algo. Contando que eles não tinham nada dias atrás.

E dando parte desses créditos a ajuda dos monges, que fizeram um pequeno teatro na frente das famílias das vítimas, mostrando quão So Hyeonu era um salafrário e também de Chayoung, que conseguiu uma gravação em alto e bom som, em uma conversa secreta com um colega da Wusang, revelando toda a verdade sobre o outro advogado.

─ Nós agora estamos de igual para igual. ─ Chayoung comemorou, se precipitando o suficiente para que sua arrogância interior desse as caras novamente.

─ Na verdade vocês tem 90% de chance de perder. ─ O Cassano falou, cortando o clima. ─ Antes de tudo você precisa considerar três coisas: a habilidade , a ganância e a esperteza. ─ Chayoung riu, mas logo foi interrompida antes que começasse a expressar suas habilidades novamente. ─ A questão aqui é que as habilidades e ganância de nenhum de vocês, permitem que machuquem os outros.

Os três olharam para ele, sentindo o lado sombrio dessa resposta. A questão era que ou eles venciam a primeira audiência, ou faziam de tudo para atrasa-la o máximo que pudessem. Como primeiro opção era a mais difícil de ser concretizada, Vincenzo Cassano pensava em como conseguiria a segunda.

─ E o que o Sr. faria? ─ Yeoboo questionou.

─ Vou ensinar a vocês como é ser um vilão de verdade.

─ Escuta, eu posso até seguir seus conselhos dessa vez, mas... quando chegar a hora, você também vai ter que seguir os meus. ─ Hong Chayoung, com oito anos de carreira, achava desnecessário ter que levar conselhos de um advogado italiano, que mal sabia das leis mais básicas. ─ E não adianta dizer não!

─ Ok. ─ Concordou sem discussão.

─ O julgamento é amanhã, então temos que terminar de nos preparar! ─ A Hong mais nova falou, animada para o que eles realizaram. Ela olhou para o relógio e depois para eles. ─ Temos algumas horas ainda.

─ Temos exatas doze horas. ─ Junho sabia que o resto do dia seria intenso, contado que provavelmente eles nem dormiriam direito para terminar de organizar tudo. ─ Que tal a gente colocar os papéis principalmente na mesa e nos dividimos?

─ Como vamos entrar com a minha mãe, acho que se o Junho ficasse com parte do processo contra a Wusang seria bom. ─ Disse Yeoboo. Como Chayoung era a única advogada formada dos quatro e que poderia falar diretamente na defesa, Yeoboo e Junho eram seus ajudantes. Já que eram estagiários. O único que não podia exercer era Vincenzo. ─ Ele já foi estagiário lá e todo mundo sabe. Então ficariam se perguntando como ele ficou contra eles!

O Cassano olhou para a garota e, como se estivesse orgulhoso, deu um pequeno e singelo sorriso. Tão discreto que nenhum deles notou o suficiente para perguntar o porquê da felicidade.

─ É uma boa ideia. ─ Ele concordou, sem muita expressão no rosto. Por dentro, ficou orgulhoso. ─ Certo, sentem, vou explicar o plano.

QUANDO JANG JUNWOO resolveu aparecer na Jipuragi para contar das novidades e que havia virado um dos sócios da Wusang, foi a deixa perfeita para que ele convidasse Hong Chayoung e Hong Yeoboo para jantar. Ele nem chegou a olhar para Vincenzo ou para Yang Junho direito, os ignorando quase completamente, até a hora que foi necessário os provocar. Porquê? Porque a ideia de Chayoung era jantar comida apimentada, no entando, só ela e Yeoboo gostavam tanto assim de comida apimentada! Então, apesar de ter pedido para ir para outro lugar e ter levado um grande 'não' como resposta, o ápice da conversa foi ouvir o senhor Cassano dizer que não queria jantar. E acabou o provocando indiretamente, juntamente com Chayoung, ao dizer que o italiano ou que Junho não aguentariam comida picante.

Junwoo, Vincezo e Junho acabaram entrando em uma breve discussão sobre pimentas. Cada um que fala-se uma coisa e que defendesse o seu lado. Prometendo que aguentavam muito mais do que o normal comida picante. E bom, pela conversa, até pareciam super-humanos! Mas é claro que as verdadeiras campeãs em comidas apimentadas estavam caladas, apenas observando homens discutindo pelo próprio ego e esperando a hora que eles parariam para que fossem comer.

Agora, estavam os cinco ao redor de uma mesa. Vincezo e Chayoung de um lado, Yeoboo e Junho do outro, e Junwoo na ponta, ao lado das meninas. Todos com um tipo de babador para não sujar as próprias roupas. Mas as únicas que pareciam estar aproveitando eram as Hong, já que, enquanto elas se deliciavam com sua sopa de frutos do mar picante, ou rapazes encaravam um ao outro, como se estivessem guerriando.

─ Então, Jun, como é ser sócio da Wusang? ─ Yeoboo o chamou pelo apelido que lhe deu. Sua relação com ele era muito mais amigável e carinhosa do que com a dele e de Chayoung. Junho olhou de canto... ele não gostava de Junwoo e nem mesmo quando ela o chamava pelo apelido. ─ Tá pronto pra comer crimes contra a lei e a ordem?

─ Can you feel my heartbeat? ─ Ele colocou a mão por trás do blazer, fingindo que seu coração estava pulsando. Junwoo  sempre misturava inglês com coreano, após ter feito intercâmbio nos Estados Unidos. ─ Isso é demais! Eu tô muito animado!

─ É, dá pra vê que você quer muito acabar com a vida das pessoas. ─ Junho retrucou, soltando um sorrisinho sarcástico. Ele tomou um gole de água, sentindo sua garganta seca. ─ Deve ser divertido ser babaca.

─ Não sei, me diz você! ─ Junwoo devolveu na mesma moeda, sorrindo o Yang. ─ É fácil falar quando você é herdeiro.

Junho abriu a boca para contestar, mas olhou para o lado e viu Yeoboo pedir com os olhos para que ele não continuasse. Olhou para Chayoung, e viu ela sorrindo ─ claro que ela se divertiria com aquilo por algum momento. Já quando olhou para Vincenzo e ele lhe olhou de volta, tudo que Junho sentiu foi a percepção de que se fosse o advogado italiano mafioso, a última coisa que ele demonstraria era incômodo.

─ E você por acaso é pobre, Junwoo? ─ Chayoung questionou, basicamente defendendo Junho. Não queria que o assunto do pai dele chegasse na roda. Sabia que ia o chatear. ─ Que isso garoto , você até fez intercâmbio!

─ Que isso Chayoung, assim você me magoa! ─ Ele fez um biquinho, fingindo estar magoado. ─ Não fica do lado dele.

─ Parem de brigar vocês dois! ─ Boo colocou as mãos para cima dramaticamente, bufando descontente. Ele olhou furiosamente para Junwoo e Junho, de olhos cerrados. ─ A comida tá esfriando!

Yeoboo e Chayoung pegaram dois pequenos potinhos com líquido apimentado especial e jogaram por cima das sopas de todos. Os rapaz, que já achavam que suas sopas estavam picantes o suficientes, olharam para aquela cena sem saber o que fazer. Os olhares tristes e chateados, imaginando o que seria do seus estômagos e de toda sua boca ao provar a próxima colherada.

─ Conseguiu algum caso?  ─ Chayoung perguntou a Junwoo.

─ Aham, os alces abriram um processo. ─ Falou como se todo mundo fosse entender. Como ninguém entendeu, ele continuou. ─ É uma organização ambiental que abriu o processo em nome dos alces... contra a TQ, que está tentando construir um túnel.

─ Nossa, porque parece que você tá desinteressado nisso? ─ Boo questionou. ─ Você tem a chance de defender animais indefesos. Isso é legal!

─ Isso é comum na América do Norte, na América do Sul e na Europa, mas ele não saberia. ─ Vincenzo desdenhou do novo sócio da Wusang. ─ Você está certa, é bom defender que não consegue.

Yeoboo sorriu para ele, sentindo-se importante. Ninguém recebia um elogio de Vincenzo Cassano tão fácil.

─ Quais tipos de processos você lidava na Italia? ─ Jang Junwoo perguntou, curioso. ─ Deve ter tido trabalho com mafiosos.

─ A máfia não se mete na vida de todo mundo, eles se resolvem entre eles, seu idiota. ─ Junho respondeu pelo próprio Cassano, tendo em vista sua experiência sobre seus trabalhos na faculdade sobre a máfia. ─ Você é burro em!

Vincenzo até o admirou por alguns milésimos. O garoto tinha razão e basicamente tirou as palavras de sua boca. Os mafiosos sempre se resolviam entre eles e deixavam as pessoas comuns e pequenos negócios deles em paz.

─ Chega de falar de trabalho!

─ Então, mas vocês estão trabalhando juntos? ─ O Jang ignorou o pedido da advogada.

─ Eu disse chega de trabalho! ─ Chayoung fez uma cara feia pra ele. Ela só queria comer em paz.

─ Não te interessa. ─ Jun retrucou, com a pouca paciência que ainda lhe restava. Ou seja, nenhuma.

─  Eu só tô falando, porque não quero que vocês dois tornem a vida da Yeoboo  e da Chayoung tão difícil. ─ Junwoo, o rapaz mais intrometido do mundo, parecia até fazer parte da família. Ele simplesmente estava se colocando na frente dos dois, cobrando cuidado e mostrando preocupação. ─ Seu pai é muito poderoso e você tá brincando demais com a cara dele... não acharia estranho se ele quisesse se vingar. ─ Disso para Junho. ─ E você... você parece muito rude. ─ Referia-se ao Cassano.

─ Eu não sou desse jeito. ─ O italiano respondeu sem alterações. Tentando não demonstrar o quão odiava aquela comida apimentada.

─ Na verdade ele é uma pessoa muito gentil. ─ Yeoboo o defendeu, quase causando espanto no advogado mafioso. Ele a olhou surpreso, mas no fundo, com uma pontada de felicidade. ─ E o Junho... o pai dele que venha! Aquele pilantra!

Chayoung riu, concordando. Ela faria de tudo para proteger o garoto, da mesma forma que protegeria a filha. Ele nunca estaria sozinho, se essa fosse parte da insinuação.

─ Sei que você tá muito preocupado com a gente, mas não precisa. ─ Colocando limites em Junwoo e mostrando que estava tudo bem, Junho respondeu. Erguendo o peitoral e arrumando a coluna para aparecer mais sério. ─ Tenho certeza que conseguimos nos cuidar.

─ Que isso, eu só tô falando! ─ Junwoo sorriu sarcasticamente, irritando ainda mais os dois homens. ─ Uma pessoa pode parecer gentil por fora, mas pode ser feia e cruel por dentro.

Quando Jang Junwoo foi quase expulso após acabar a refeição, sendo mandado para casa pelas Hong, antes que ele continuasse falando e falando por horas, o quarteto foi para fora do estabelecimento.

─ Meu deus, vocês tão na merda em. Foram bancar uma de machões e agora estão assim. ─ Chayoung revirou os olhos ao olhar para Yang Junho e Vincenzo Cassano, encostados em uma pilastra do lado de fora. Eles pareciam bêbados, mas era dor de estômago. ─ Vamos, temos que terminar nossas coisas!

Hong Chayoung ajudou Vincenzo a se levantar e o fez se apoiar nela enquanto caminhava. O escritório não era tão longe do restaurante, então seria bom que eles caminhas sem um pouco antes de irem. Ajudaria na digestão e também a relaxar um pouco! A noite estava linda, estrelada e bem ventilada. Vários casais andava pelas ruas de mãos dadas ou amigos curtindo a brisa noturna. Outros, como eles, comiam antes ou depois de ir trabalhar, para espairecer do dia cansativo ou da noite repleta de trabalho que viria.

─ Vem, se apoia em mim, seu bobão. ─ Boo estendeu sua mão para que ele pegasse e ela o ajudasse a se levantar. ─ Aigoo, pra que você foi fazer isso. ─ Ela balançou a cabeça, soltando uma risada ao ver seu estado deplorável.

Junho olhou para ela com os olhos um pouco inchados e lacrimejando. Sua boca também estava inchada, as bochechas rosadas, a cara casada, o cabelo um pouco bagunçado e o corpo caído. Chayoung olhou para trás, chamando os dois, mas Yeoboo sinalizou que tudo bem, eles poderiam ir na frente, que logo mais eles iriam também. A mais velha fez um 'ok' e seguiu vagarosamente seu caminho ao lado de Vincenzo.

─ Ele até parecem um casal. ─ Yeoboo comentou ao olhar para sua mãe e o senhor Cassano juntos. Com o coração aquecido. Ele só demonstrava ser durão, mas era gentil, doce e aparentemente, carente e dramático. ─ Pequena que o Sr. Cassano disse que vai voltar pra Itália assim que acabar. Acho que ele combinaria com minha mãe, você não acha, Juno?

Quando Junho viu a mão dela na sua frente, seu primeiro extinto foi de segurar. Os dedos dedo deslizaram lentamente entre os espaçamentos da mão dela e juntaram suas mãos, as entrelaçando. Yeoboo até esqueceu por um momento do que estava falando ao sentir suas mãos coladas uma na outra. A sensação era quente, macia e protetora. Confortável, ela diria. Um conforto que gostaria de sentir mais vezes e por muito mais tempo. A situação ficou ainda mais quente para sua coração quando Junho encostou a testa no meio na barriga dela. Claro, ele parecia cansado e só queria um lugar para se sentir bem, mas ainda sim aquilo parecia muito contato íntimo para dois melhores amigos.

Sempre foi mais claro para todo mundo o quanto Yang Junho era apaixonado em Hong Yeoboo. Ficou óbvio em pouco tempo. Os olhos, os sorriso e a proximidade. Tudo exalava "estou apaixonado por você". Já Yeoboo eda muito mais discreta ─ parecida com sua mãe. Ela demonstrava ser carinhosa e próxima, mas todo mundo sempre achava que era coisa de amigo mesmo! Porque, bom, a Boo era mesmo uma garota fofa e carinhosa, não tinha como tirar tantas conclusões precipitadas.

Mas estava ficando cada vez mais difícil de esconder esse sentimento, porque ele a deixava a flor da pele.

─ Juno? ─ O chamou pelo apelido novamente. ─ Tudo bem?

Ele concordou, balançando a cabeça ainda encostada na barriga dela. Yeoboo sorriu, achando graça. Junh o parecia uma criança. Mesmo com os sentimentos de achar graça pela palhaçada que fizeram ou de sentir pena por vê-lo assim, era fofo. Ele estava fofo agindo todo manhoso.

─ Você escutou a mamãe, temos muito trabalho. ─ Ela disse, recebendo um resmungo com resposta no mesmo instante.

Junho levantou a cabeça e olhou para ela, mas sem se afastar ─ Yeoboo basicamente estava se controlando para não agir por impulso e beija-lo ali mesmo. E Junho, enquanto isso, olhava para aqueles olhos castanhos escuro dela e só pensava no quão lindos eles eram. No quão a Boo, a sua Boo, parecia tão iluminada ainda mais naquela noite. Na boca avermelhada da garota e no sorriso perfeitamente encaixado. E claro, ele não poderia esquecer das mãos ainda entrelaçadas.

O Yang parou para imaginar que eles estavam parecendo um casal.

Voltando para a realidade, ele apoiou na parede e passou o braço por trás dos ombros da sua melhor amiga. Sentiu um braço pequeno circundar sua cintura e fazer de tudo para dar todo apoio para ele. Junho, aproveitando o momento, criou o pouco de coragem que ainda tinha e falou a seguinte frase:

─ Porque você soltou minha mão? ─ Perguntou, olhando para a mão livre por trás do ombro dela. ─ Estou com frio.

Yeoboo olhou para ele, tentando confirmar se era mesmo isso que ele queria falar ─ e quando Junho olhou para sua própria mão novamente, ela entendeu. Engoliu seco, olhou para frente e segurou a mão dele novamente. Andando pelas ruas da Coreia como se fossem um casal e ignorando o fato de que toda aquela proximidade mudava o rumo de seu relacionamento. De que, de algum modo, eles estavam virando mais do que apenas melhores amigos.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top