𝟮𝟬 - 𝗖𝗛𝗥𝗜𝗦𝗧𝗜𝗔𝗡 𝗠𝗔𝗡𝗦𝗘𝗟𝗟
﹙✿𝅼 — CAPÍTULO VINTE. 𓂂 ꣒ 𓈒 ׄ
christian mansell.
Casa de gengibre.
(pedido feito por Mariaesrs)
Maitland — Austrália 2021.
Deixei meu casaco enroscado no cabide atrás da porta, tentava equilibrar os sacos de papel entre meus braços até chegar na cozinha. O inverno havia chegado intensamente em Maitland, os termômetros marcavam quase -3°C, minhas galochas estavam completamente repletas pela neve assim como a touca que joguei sobre a mesa da sala.
Apesar do frio intenso, sabíamos que finalmente estava chegando a melhor época do ano, o Natal. As labaredas escapavam da lareira acessa, provavelmente por Chris meu namorado, o que me fazia lembrar de quando nos conhecemos durante uma noite de inverno à quatro anos atrás.
Faltavam aproximadamente duas semanas até a grande noite de festividades, minha família e a de Mansell sempre tiveram a tradição de se juntarem durante a ceia de Natal com cada um trazendo uma especiaria para comermos. Esse ano seria diferente, mas dessa vez nos dois ficamos responsáveis por levar uma sobremesa tradicional das festas — o que foi estranhamente recusado por todos — levar uma casa de gengibre.
Ficamos sabendo da dificuldade do prato à dois dias atrás, enquanto pesquisava decorações delicadas para fazer na casinha, então decidimos comprar as coisas necessárias para montá-la como uma situação teste, assim podendo evitar caso qualquer coisa desse errado no dia do jantar.
Felizmente não iriamos ter que fazer a massa desde o zero e sim, tentarmos montar as paredes de gengibre com o auxílio do famoso chantilly e os mais variados doces que conseguisse encontrar nas lojas, na intenção de deixá-la mais colorida e divertida, assim como as das fotos. Christian descia as escadas animado, o mesmo usava um sueter vermelho com uma grande estrela amarela em seu peito, era um sueter extremamente constrangedor que havia lhe dado no Natal passado, jurando que ele nunca usaria.
— Precisa de ajuda, meu bem? — O australiano abraçou minha cintura, descansando seu queixo em meu ombro.
Terminei de tirar os ingredientes processados dos sacos, deixando-os separados dos outros itens que comprei apenas para reabastecer a nossa dispensa. Passei meus olhos pela louça lavada, deixei um sorrisinho tomar conta do meu rosto, o loiro havia adiantado todos os afazeres domésticos para podermos decorar a sobremesa juntos.
— Senta aí, vamos começar os trabalhos! — Soltei uma gargalhada na tentativa de parecer algo “maléfico” o que fez o homem rir enquanto sentava-se em minha frente. — Que tal tentarmos com o chantilly?
— Essas coisas duras? — Chris bateu levemente a placa de massa. — Certeza que não vai precisar de cimento?
O loiro riu abrindo as embalagens enquanto tirava os pedaços colocando-os em uma fileira, optei por comprar o chantilly em spray já que o mesmo prometia facilitar nossa vida, mas estava completamente enganado.
— Essa bomba não quer funcionar, nem fodendo…— Já era a quinta vez que balançava a lata tentativas falhas de fazê-la funcionar.
— Deixa eu tentar…— Mansell pegou delicadamente o produto em suas mãos, agitando o mesmo algumas vezes e apertando-o sem resultado algum. — Eles te venderam esse negócio vazio?
— Acho que não, bom, espero que não. — Sorri vendo o mesmo quase derrubar a lata no chão.
Christian ergueu o bico do frasco na direção dos seus olhos apertando suavemente, em uma fração de segundos grande parte do glacê branco jorrou contra seu rosto, o creme gelado escorria por sua camiseta enquanto o mesmo tinha uma expressão — quase coberta — de espanto. Cobri minha boca com as mãos soltando uma risada escandalosa ao ver o loiro lambendo os lábios coberto com chantilly, ainda risonha levantei-me pegando um pano de prato para limpar a sujeira.
Joguei o pano em sua direção acertando sua cabeça, murmurei um pedido de desculpas enquanto me virava para a pia, lavando um bowl para colocarmos os biscoitos e outros doces. Soltei um leve gritinho de susto ao sentir seus braços fortes rodearem minhas pernas me ergueram do chão, o mármore gelado da bancada fez meu corpo arrepiar ao entrar em contato com as minhas coxas.
— Continua rindo sweet, continua mesmo! — O australiano tinha um sorriso travesso em seus lábios, iniciando uma sequência de cócegas da minha cintura até o pescoço. — Quem tá rindo agora hein, hein?
— Cuidado com os pratos! — Avisei tentando me esquivar das suas mãos.
Mordi internamente a bochecha tentando segurar os gritinhos que escapavam junto com a risada, tentei inútilmente segurar suas mãos antes que subissem até meu pescoço onde puxava delicadamente as mechas da minha nuca. Murmurei uma sequência infinita de “não não não” rindo enquanto sentia meu rosto começar a esquentar desde as orelhas descendo até chegar nas bochechas.
— Quem ri primeiro, ri melhor! — Alegou o loiro me fazendo encará-lo ofegante.
— Acho que tá errado isso aí meu bem! — Passei meus braços pelo seu pescoço, aproximando nossos rostos. — Você trocou a ordem.
— Quem ri por início, ri melhor? Não, quem ri no começo, ri melhor? — Desistiu o loiro, encostando nossas testas enquanto começava a rir.
— Quem ri por último, ri melhor Chris! — Sorri passando meu dedo indicador sobre o chantilly que restava em seu nariz, espalhando sobre seu lábio inferior.
O mesmo revirou os olhos apertando sutilmente minhas pernas, antes de subir lentamente sua mão esquerda até minha bochecha, acariciando-a carinhosamente. Meus olhos encaravam fixamente os deles, fazendo-me esquecer toda a confusão que havíamos conseguido fazer pela cozinha em menos de três minutos.
— Você sabe que vou precisar medir minha diabetes depois disso não é? — Questionou risonho empurrando uma mecha para atrás da minha orelha.
— Eu sei lindinho…Por isso comprei zero açúcares! — Puxei-o cuidadosamente em seu queixo, selando nossos lábios em um beijo rápido. Lambi o restante do chantilly que havia ficado em minha boca encarando o loiro, o mesmo parecia indignado enquanto mordia impaciente sua bochecha.
— Você já tinha tudo isso planejado, não é sweet? Usufruindo do meu corpinho lindo!
Ri empurrando seu peito com o dedo indicador, descendo da bancada. Seus braços torneados me prendiam no mesmo lugar — felizmente dessa vez sem sentir frio — enquanto o mesmo balançava a cabeça negativamente, grudando nossas testas novamente.
— E agora quer sair daqui como se nada tivesse acontecido? — Concordei sorrindo. — Ah não não, só vai sair daqui se me der um beijo.
— Mas eu já fiz isso.
— Não um beijo de verdade, aquilo foi mais rápido do que o meu carro!
Sorri com a referência à sua profissão dos sonhos, a cozinha agora parecia mais quente comparada aos ventos fortes que batiam contra a janela, aposto dizer que uma nevasca se aproximava. Puxando-o delicadamente pela barra do suéter vermelho deixei um selar sobre seu pescoço, suas mãos subiam lentamente pela minha espinha até se envolver em meus cabelos.
O australiano abaixou seu rosto fazendo uma trilha de beijos pela minha bochecha até o canto da boca, o que nenhum dos dois esperava era que um dos pratos fossem cair ao loiro esbarrar seu braço acidentalmente sobre ele. Nos encaramos segurando o riso enquanto os cacos de vidro cobriam o chão amadeirado, isso estava se tornando uma bagunça maior a cada segundo.
— Você ainda vai me beijar? — Sorriu.
... 🗯 NOTAS DA AUTORA ﹗
01: Pedidinho de um piloto que eu não conhecia muito bem mas adorei ele instantaneamente! Espero que esteja do seu agrado, já que o tema era livre.
02: Gnt não aguento mais dor de garganta, tô fazendo psicologia reversa dizendo que já tô melhor (pra me sentir melhor 🤩
03: Tô na minha última semana de provas prometo voltar pra cá mais vezes 🙏🙏
04: Espero que gostem ♥︎.
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