﹙✿𝅼  —  CAPÍTULO DEZOITO. 𓂂  ꣒  𓈒  ׄ
sergio (checo) perez.
Grande família.

(pedido feito por rafaladaa)

Guadalajara — GP do México 2020.

Charles havia nos convidado para participar de um after que aconteceria na casa de um conhecido dele, na intenção dos pilotos poderem se distrair e se divertir depois da corrida conturbada. Beberiquei um gole da minha pinã colada procurando um lugar menos movimentado, os leds eram intercalados entre vermelho e azul, me deixando levemente tonta.
Passei meus olhos pela multidão, o monegasco sempre foi conhecido por dar as melhores festas e ele estava fazendo jus à isso. Procurava por Perez em todos os cantos daquela casa, mas era como se o mexicano tivesse evaporado do ambiente, o que me deixava apreensiva.

Apoiei meu corpo sobre o batente da porta, suspirei sentindo minha cabeça revirar enquanto minha visão sumia gradativamente. Sabia que não poderia ser efeito da bebida, já que era o meu primeiro copo nessa noite.
Céus o embrulho em meus estômago parecia ecoar por todo o ambiente, a música alta fazia minha voz ser abafada cada vez mais. Quando tudo parecia perdido, mãos delicadas tocaram meu ombro, seria o meu anjo da guarda ou talvez Checo?

— Ei eu te vi de longe, e você não parecia nada bem. Precisa de ajuda? — Virei-me vendo Alexandra, namorada do monegasco festeiro. Não éramos extremamente próximas, mas admirava a elegância da morena todas as vezes que a encontrava pelo grid.

O gosto amargo tomava conta das minhas papilas degustativas, me fazendo questionar se conseguiria respondê-las ou se apenas iria vomitar ali, no meio da festa. Balancei a cabeça concordando e torcendo internamente para que ela entendesse o que significa, a mesma retirou a bebida das minhas mãos deixando sobre a bancada ao meu lado.
Alexandra me guiou até uma das cadeiras livres na cozinha, um dos únicos cômodos menos conturbados da festa, abrindo a torneira rapidamente, enchendo um copo de água a morena aproximou-se.

— Aqui, toma. — Murmurei um obrigada, meus lábios pareciam fracos. — Não precisa agradecer, querida. — A mesma puxou uma das cadeiras para si, sentindo-se ao meu lado. — Sei que não somos amigas nem nada, mas se quiser me contar o que você está sentindo…vou tentar te ajudar o máximo que puder!

Encarei meu próprio copo entre meus dedos, o meu próprio reflexo brilhando brevemente sobre a água cristalina, ponderando o que faria naquela situação.

— Eu não sei bem o que acontece…— Apoiei minha testa sobre o punho. — Meu estômago começou a embrulhar e minha cabeça girar mais rápido do que um frisbee.

Alexandra desviou seu olhar, mordia impaciente o lábio inferior percorrendo seus olhos castanhos pela multidão que frequentava a casa.
Tentei tomar mais um pouco da água, acreditando que isso me ajudaria a melhorar, o que foi totalmente falho. Encarei a morena enquanto tapava minha boca, felizmente a italiana percebeu meu olhar de desespero para o que poderia acontecer, guiando-me até o banheiro.

Bati meus joelhos contra o chão — provavelmente ficariam roxos amanhã — todo o meu almoço resolveu deixar meu estômago em poucos minutos. Os sons em minha volta estavam abafados, mas era óbvio que alguém conversava com a morena.
Senti meus cabelos serem segurados enquanto outra pessoa me ajudava a levantar, caminhando em direção à pia.

— Amiga, você precisa jogar água no rosto! — Minha visão parecia menos turva, podendo encarar o reflexo de Kika através do espelho.

Suspirei aliviada quando a água gelada bateu contra o meu rosto, felizmente a sensação de embrulho havia cessado. Sequei meu rosto com os lenços de papel, agora conseguindo pensar melhor sem me sentir em uma montanha russa.

— Amiga tá tudo bem? — Virei-me vendo Rebecca apoiada no batente junto com Alexandra, a qual tinha um olhar preocupado em seu rosto.

— O que pode ter feito você passar mal assim… — A italiana estava tão angustiada quanto eu.

Mordi meu lábio ponderando o que teria causado todo esse rebuliço em meu estômago, Perez e eu não havíamos comido nada fora do normal.
Entre nós quatro Kika era a que tinha a expressão mais relaxada, a mesma acariciou meus ombros chamando minha atenção para ela.

— Amiga, você e o Perez nunca imaginaram ser papais? — Arregalei os olhos enquanto a portuguesa sorria abertamente.

— Não tem como! Eu sempre, sempre tomo meus remédios! — Balancei a cabeça discordando. — Nunca deixo passar o dia, a não ser que…

Estávamos no México a exatas duas semanas, nos primeiros dias Perez mal podia parar no nosso quarto de hotel já que precisava revisar as coisas sobre o seu carro junto aos engenheiros. No primeiro final de semana juntos — anterior ao da corrida — o mexicano havia voltado extremamente tarde da noite para o hotel e decidimos aproveitar um pouco a companhia um do outro.
Entretanto não fazia ideia que meu remédio já havia acabado e por conta do dito e cujo alto horário da noite, decidimos deixar para comprar no dia seguinte. No que resultou em dois adultos cansados esquecendo disso.

Checo e eu namoramos desde adolescentes, tive a sorte grande em conhecê-lo quando acompanhei meu primo em um dos seus treinos de kart quando fui visitá-lo. A partir de então nossa conexão foi repentina, com o mexicano sempre me presenteando com flores e cartinhas escritas a mão.
Agora estávamos completando três meses de noivado, o pedido foi algo de tirar o fôlego, durante um dos seus pódios mais especiais Perez fez o pedido qual aceitei com muita alegria.

— A não ser o que mulher? Não me deixe ansiosa! — Kika estalou seus dedos me fazendo voltar a realidade.

— Talvez eu tenha me esquecido, um único dia do remédio…

Alexandra e Rebecca arregalaram os olhos sorrindo, Kika segurou minhas mãos comemorando. Minha ficha ainda não tinha caído, tudo bem que ainda precisaríamos fazer um teste de gravidez e um exame de sangue, mas eu poderia ser mãe. Cogitar essa ideia não parecia tão ruim assim.

— Precisamos comprar um teste! — Sorriu Rebecca.

— Imaginem as roupinhas do chá de bebê! — Alexandra apertava as próprias bochechas com um bico em seus lábios. — Vai ser adorável!

— Você vai ser uma ótima mãe amiga, eu tenho certeza disso. Perez vai ficar radiante com essa notícia! — Kika me abraçou, afundei meu rosto em seu cabelo.

Já tinham se passado cinco meses desde aquela festa, naquele dia o teste havia dado positivo o que me fez chorar de felicidade junto às meninas. Durante esses meses de gestação optei por guardar essa grande novidade de Perez, queria lhe fazer uma surpresa.

— Checo vou sair com a Alexandra e a Kika, tudo bem? — Peguei minha bolsa sobre a mesa de centro, o mexicano estava sentado no sofá jogando Fifa.

— Checo? Porque Checo ao invés de corazón?

Sorri com a pergunta do mesmo, minha barriga não havia crescido muito — mas ainda assim preferia usar roupas mais soltas — o que foi de grande ajuda para Perez não desconfiar. A dois dias atrás, Kika e Alexandra me acompanharam no ultrassom que revelaria o sexo do bebê, pedi ao médico que evitasse me contar o resultado informando somente as duas.
Desde a notícia, as duas citadas têm preparado uma caixa surpresa para mim e Perez, onde teria o meu teste de gravidez, a revelação do sexo foi bebê e alguma outra surpresa que as duas não tiveram o trabalho de me contar.

Abracei as duas modelos assim que cheguei à cafeteria, Kika estendeu uma caixinha de veludo branca em minha direção, a portuguesa estava radiante.

— Obrigada por fazerem isso por mim, de verdade! — Entrelacei nossas mãos sorrindo.

— Não tem que agradecer querida! — Continuou Alexandra. — Perez não desconfiou de nada?

— Felizmente não! Quero que isso seja uma surpresa para nós dois!

Ao chegar em casa apertei a caixinha entre meus dedos, meu estômago parecia embrulhar como naquela festa, acariciei minha barriga entrando na casa. Não esperava encontrar Verstappen e Pierre alí, os três continuavam a jogar, mas agora um simulador de corrida, cumprimentei os dois enquanto deixava minhas comprar sobre a mesa da cozinha.
Senti braços torneados rodearem minha cintura, a barba sem aparar arrepiava minha pele sempre que depositava beijos delicados em meu pescoço. Sorri imaginando que aqueles momentos seriam divididos com novas companhias em nossas vidas.

— Senti sua falta meu bem! — Perez afastou-se me ajudando a retirar os produtos das sacolas, até reparar na caixinha branca. — O que é isso?

— É um presente para nós dois…Mas especialmente para você! — Enrolei uma mecha de cabelo em meu dedo.

O mexicano me encarou por alguns segundos como se perguntasse “é para mim mesmo?”, sorri o encorajando a abrir a caixa. Acompanhando o teste de farmácia está o resultado do sexo do bebê, tremendo Perez levou o papel à altura dos olhos enquanto as minhas próprias lágrimas escapavam.

— Isso é sério? — Questionou mordendo o lábio. — Não é nenhuma brincadeira?

— Não…Você vai ser um ótimo papai para o nosso filho ou filha! — Sorri segurando seu rosto entre minhas mãos.

— Nossos filhos…

— O quê?

— São gêmeos, meu amor! Somos papais de dois garotinhos! — Perez me puxou para um abraço apertado, deixando milhares de beijos em minha testa. — Esse é o melhor presente que você poderia me dar!

Nosso sonho de ter uma família juntos finalmente iria se concretizar, parecia que estava vivendo um sonho. Nos afastamos ao ouvir palmas, Verstappen e Pierre estavam sorrindo apoiando-se no batente da porta.

— Então teremos dois novos pilotos para a Red Bull? — Max abraçou o companheiro de equipe antes de me parabenizar, assim como Gasly.

— Claro que sim! — Cocei minha garganta fazendo o meu noivo gargalhar. — Obviamente se a mãe deles deixar!

Rimos juntos, abracei lateralmente Perez enquanto sorria. Isso era mais perfeito do que qualquer sonho que eu poderia ter.

 ...   🗯 NOTAS DA AUTORA  ﹗

01: Os cap com pedidos estão a todo vapor, o pedido apenas citava o Perez então deduzi que o tema fosse livre. Espero que esteja do seu agrado!

02: Pra mim o Perez vai ser um pai tão amoroso (vejo ele como visão paterna.

03: A relação entre a protagonista com as outras wags 🤏🤏🤏

04: Ficou um pouquinho grande porque me empolguei durante a produção KLKKKLK.

05: Espero que gostem ♥︎.