𝟭𝟯 - 𝗣𝗔𝗨𝗟 𝗔𝗥𝗢𝗡
﹙✿𝅼 — CAPÍTULO TREZE. 𓂂 ꣒ 𓈒 ׄ
paul aron.
Parque de diversões.
Montreal — GP do Canadá 2022.
O céu estava estrelado sendo encoberto por algumas nuvens mais escuras, puxei a jaqueta jeans do banco de trás assim que descemos do veículo. Antonelli havia nos contado sobre um novo parque de diversões que estaria na cidade esse final de semana, o qual é considerado um dos maiores eventos atualmente em Montreal.
Paul não correria nesse final de semana devido um mal contato no motor, além de ter ocorrido uma colisão durante a volta de qualificação com outro piloto do grid. O estoniano parecia ter se animado com a ideia de passarmos grande parte da nossa noite gritando em meio da multidão ou passando mal em alguma montanha russa, como uma boa namorada me prontifiquei a acompanhá-los nessa diversão.
— Em qual você quer ir primeiro? — Questionou o loiro guardando sua carteira após comprarmos uma quantidade considerável de tickets.
— A gente começa com algo mais leve? — O parque realmente estava lotado, o que me fazia duvidar se poderíamos aproveitar a noite, sem Paul ser reconhecido a cada dois segundos.
— Que tal o carrinho de bate-bate? — Disse com um sorriso travesso.
— Mas aí não vai valer né! — O mesmo riu, entrelaçando nossas mãos enquanto caminhávamos. — Mas tudo bem, acho que vai ser divertido te deixar comendo poeira.
Aron levantou uma das sobrancelhas me encarando debochado, já tinha tirado minha habilitação há dois anos e o fato de nunca dirigir não significava absolutamente nada, ele ainda comeria muita poeira. Entreguei um dos tickets para a moça que ficava na entrada, a mesma nos encarou com um certo julgamento — provavelmente pela nossa idade — mas apenas abriu o portãozinho e nos explicou como funcionava o carrinho.
Afivelei o mais forte possível o cinto de segurança contra a minha cintura, havia escolhido um carrinho verde com uma pintura meia boca mas que lembrava a da Aston Martin. Já Paul estava com um sorriso maroto em seus lábios, seu carrinho era azul escuro com alguns adesivos soltos mas que era fácil reconhecer a semelhança com a Red Bull.
— Espero que se divirtam. — Murmurou a moça enquanto saía dali, sua empolgação era contagiante. Ou não.
— Eu tô logo atrás de você! — A pista ganhou várias luzes coloridas, enquanto as pessoas começavam a gritar e girar desesperadamente seus volantes.
Paul estava na minha cola batendo algumas vezes a frente do seu carro na minha traseira, o mesmo gritava repetidamente que iria me alcançar mas a única coisa que sai dos meus lábios eram risadas. Virei meu carrinho desviando de Aron qual bateu contra a grade de segurança, aproveitei o momento para bater na traseira do seu carro.
— Isso é por bater no meu carrinho! Sua lata de energético! — Rimos antes de um outro carrinho desgovernado bater no meio de nós dois, me fazendo girar pela pista.
— Tá inteira aí ou já posso me considerar vencedor por DNF? — Aproximou-se o loiro, seus cabelos estavam bagunçados devido os impulsos das batidas.
— Pode ir tirando seu cavalinho da chuva, eu tô logo atrás de você Aron! — Escovei meus cabelos para trás enquanto manobrava o carrinho, batendo algumas vezes na grade, o que arrancou diversas risadas de Aron. — Eu tô te ouvindo loirinho!
O mesmo afastou-se batendo no carrinho de um casal durante o processo, casal esse qual encarou o estoniano com fogo saindo pelos olhos. Cobri meus lábios enquanto tentava me aproximar, Paul era como um imã para chamar atenção aonde quer que passasse, seja por ser um piloto bem conhecido ou por situações como essa.
— Não olha para onde dirige cara? Já é a segunda vez que bate na gente! — O homem parecia alterado enquanto sua parceira segurava em seu braço, murmurando que estava tudo bem. — Espera um pouco…
Eu e Paul nos encaramos, antes do homem que até agora parecia enfurecido abrir um sorriso estonteante enquanto apontava para o loiro. Estávamos completamente confusos.
— Você é piloto, não é? Aron alguma coisa! Vieram pro grand prix, certo? — Suspirei aliviada, agradecendo por não ter que assistir uma briga se desenrolar. Paul concordou com um sorriso em seus lábios, o loiro adorava quando as pessoas reconheciam seu trabalho ou só lhe pediam uma simples foto. — Que demais! Você pode autografar meu boné cara?
Para a sorte desse fã, a instrutora do brinquedo avisou que já tinha acabado nosso tempo ali e que era pra sairmos com cuidado da pista. Acompanhei o casal que conversava animadamente com Paul, não podia deixar de me sentir orgulhosa do loiro já que o mesmo superou muita coisa para chegar até aqui.
— Muito obrigado mano, boa sorte na qualificação! — Os dois se cumprimentaram com um aperto de mão, enquanto eu acenava para a mulher. Eles pareciam um casal bem unido.
— Não imaginava que isso fosse acontecer dentro de um brinquedo. — Riu envolvendo uma de suas mãos pela minha cintura, deixando-nos colados ao andarmos.
— Muito menos eu! Já estava vendo algum paparazzi postando alguma manchete “Paul Aron briga em carrinho de bate-bate”. — Soltei uma gargalhada alta. — Ia ser o maior escândalo da sua carreira!
Nos aproximamos das milhares barracas de alimentação, quando digo milhares, quero referir-se a uma quadra repleta de todos os tipos de comida que se pode imaginar. Desde algodões doces, refrigerantes de sabores ilimitados ou até mesmo cachorro quente coreano. Passei minha língua úmida sobre lábio inferior, sentindo minha barriga roncar e contorcer-se com o aroma agradável que pairava pelo ar. Aquilo era um paraíso.
— O que você acha se comermos alguma coisa mu armastus¹? — Questionou o loiro retirando sua carteira do bolso.
— Seria ótimo!
— Um hambúrguer? Ou prefere algodão doce?
— Um hambúrguer seria muito bom agora, açúcar só vai me deixar mais frenética! — Ri, deixando um selar na bochecha do mais alto. — Obrigada meu bem!
Suas bochechas pálidas estavam levemente vermelhas, era raro vê-lo tímido com algo.
— A senhorita me daria a honra de me acompanhar até lá? — Desviei meus olhos para o grande mar de pessoas que caminhavam entre as barracas.
— Prefiro esperar até que o meu poiss-sõber² volte aqui, confortavelmente sentada! — Sorri. O loiro concordou apertando meu nariz gelado antes de sair, seus olhos não se desprenderam dos meus até o mesmo sumir naquela multidão.
A cada minuto que passava o frio parecia aumentar, ter optado por usar uma saia não parecia ter sido a melhor das minhas ideias. Observava atentamente as pessoas que perambulavam pelo parque, muitos casais, muitas famílias com suas crianças e o que mais prendeu minha atenção, um casal já idoso sentados próximo a mim.
Minha mente viajava pela possibilidade de um dia eu e Paul sermos exatamente assim, dividindo experiências e sentimentos novos um ao lado do outro. Unidos pela eternidade, degustando todo dia um amor renovado.
— Posso me sentar aqui?
Me assustei quando um corpo masculino se aproximou, sem ser meu namorado. O homem aparentava ser mais velho e tinha longos cabelos pretos da mesma cor dos seus olhos, que me encarava intensamente.
— Desculpe, mas esse lugar já está guardado. — Esfreguei minhas mãos tentando esquentá-las.
— A senhorita parece estar precisando de uma companhia. Gostaria de levá-la à um passeio pelo parque, que tal? — Suas mãos agarraram meu pulso, enquanto sua voz saía tremida.
— Obrigada pelo convite mas não. O senhor poderia me soltar agora! — Balancei meu braço tentando afastá-lo, o que foi falho devido sua força. — Se o senhor não me soltar eu vou chamar meu namorado!
— Não vejo namorado nenhum aqui mocinha…
Sua frase foi interrompida quando um vulto loiro o empurrou, fazendo-o com que me largasse e se afastasse de nós dois.
— Agora você tá vendo! — Paul havia voltado, no momento mais do que exato. — Você não escutou ela disse seu merdinha?
Um aglomerado de pessoas surgiram em nossa volta, passei meus braços pela cintura de Paul tentando me acalmar. Alguns seguranças do parque retiraram o homem do lugar, evitando que o mesmo incomodasse mais pessoas.
— Você tá bem amor? Ele não te machucou né? Eu nunca mais te deixo esperando sozinha! — Suas mãos acariciavam meu rosto.
— Fica calmo Paul, eu tô bem. Só foi um susto. — Beijei rapidamente seus lábios. — E também não foi sua culpa, e nem minha. A culpa é totalmente daquele idiota.
Envolvi sua cintura deitando minha cabeça sobre o seu peito, ouvindo sua respiração leve e sentindo seu aroma cítrico. Paul me acalmava por simplesmente estar ali, ao meu lado.
— Ainda quer comer hambúrguer? — Perguntou com a voz baixa, acariciando meus cabelos.
— Claro que sim! Precisamos ir na montanha russa ainda!
O loiro sorriu, parecia menos preocupado. Entrelaçamos nossas mãos enquanto caminhávamos para uma área menos movimentada.
— Esses jovens de hoje em dia. — Resmungou o senhor de idade, bebendo um gole do seu refrescante.
— Éramos exatamente assim quando nos conhecemos seu bobo! — A senhora ao seu lado riu, deixando suas linhas de expressão mais visíveis.
No dedo dos dois a aliança dourada brilhava, assim como a futura aliança entre o nosso jovem casal.
— Em estoniano ૮୨
(segundo o google)
mu armastus¹: meu amor
poiss-sõber²: meu namorado
... 🗯 NOTAS DA AUTORA ﹗
01: Avisando que nao passo pano pra macho fodido igual o que mecheu com a protagonista, apenas citei para representar o que infelizmente muitas mulheres passam!
02: A culpa não é nossa e muito menos das nossas roupas.
03: Sou apaixonada pelo Aron e consigo visualizar ele sendo um namorado extremamente protetor 🥺
04: O casal de idosos me deixou abalada, achei uma graça.
05: Espero que gostem ♥︎.
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