◞ 𓍢 𝟬𝟱. A REUNIÃO DO CONSELHO

APÓS UM NOVO DESENTENDIMENTO com Chishiya, Alicie Kobayashi estava desde o dia anterior o ignorando ─ na verdade, ela fez isso com todo mundo. Porque? O garoto de cabelos platinados tinha razão sobre muitas coisas, incluindo, o fato dela não gostar mais do seu noivo. Ou... como ela poderia olhar novamente na cara dele, ao descobrir que seu ex namorado sabia o motivo do término deles? Ou de dizer que era impossível ficar longe dela?

Shuntaro Chishiya fez muito mais do que revelar segredos ou deixar coisas para que Alice pensasse... ele a deixou confusa sobre seus sentimentos.

A verdade é que, assim como ele mostrou claramente não estar incomodado com ela, e também como nunca a esqueceu, a escritora não poderia dizer o contrário. De fato, no fundo, ela nunca esqueceu Chishiya.

Mas, sem muito mais tempo para pensar em paz, uma sirene toca do lado de fora, revelando que era a hora de jogar para aqueles que iriam. Alice, com dois dias ainda sobrando, não se importaria em descer, mas resolveu ver o que estava acontecendo.

Ela desceu as escadas até o térreo, onde ficava o salão principal da mansão da praia. Quando chegou lá, viu seu irmão, Arisu e Usagi ─ que chegaram um dia depois dela, em um cantinho. Alice se aproximou deles e ficou ao lado de Dori.

─ Ei, irmã, você está bem? ─ O Kobayashi perguntou, um pouco preocupado. ─ Não vi você direito desde ontem!

─ Sim, não se preocupa. ─ Alice sorriu minimamente para o irmão, apenas para fingir que estava tudo bem. Claramente Dori notou que não estava. ─ Só precisava descansar.

Uma multidão gritava o nome do chapeleiro... e só pararam quando o anfitrião chegou na varanda do primeiro andar e levantou a mão, fazendo as pessoas pararem de gritar seu nome. Ao lado dele estavam algumas pessoas de patente mais alta, que viviam o seguindo.

─ Companheiros, chegou a hora novamente está noite... não precisam temer nada. Essa é uma batalha feroz contra o medo! ─ O homem gritava para o público, chamando a atenção de todos. ─ Todos aqui tem a bravura para superar obstáculos. A partir de agora, todos aqui devem agir como um só time! Vamos conquista todas as cartas para voltarmos juntos ao mundo real. Portanto, agora só depende de nós!

Assim que acabou, os jovens gritaram seu nome muito alto e o ovacionaram.

─ Nós precisamos ir. ─ Arisu falou, virando-se para os Kobayashi. Diferente deles, ele e Usagi estavam com o dia contado e precisavam jogar.

─ Boa sorte e voltem vivos, ok? ─ Alice respondeu, dando um tapinha no ombro do amigo. ─ Se não eu vou te buscar no inferno, tá me ouvindo?

Arisu soltou uma risada, concordando.

─ Tá bom, tá bom. ─ Ele levantou as mãos, como se rendesse. ─ Nossos jogos são diferentes, então... volta viva, Usagi.

─ Você também. ─ Usagi disse para Arisu. ─ Tchau gente.

Os dois cumprimentaram os irmão e seguiram os outros, na direção dos carros que eles pegaram e os levaram até seus jogos.

Após mais ou menos umas duas horas, felizmente Arisu e Usagi conseguiram voltar. Alice estava em um canto da piscina, sentada em um batente, observando a maioria dos jovens se divertindo como se estivessem em um paraíso. Bebiam, fumavam, dançavam e entre outras coisas. Ela olhou para o céu e viu a lua, notável e na sua última fase, cheia.

A Kobayashi estava cansada de ficar ali. Ela odiava aquelas festas, a gritaria e a falta de noção que a maioria deles tinha. É claro que cada um lidava com seus problemas ou frustrações de um jeito, até porque, eles estavam em uma situação muito complicada, mas... mesmo assim. A escritora achava que essa não era a melhor solução para resolver nada e curtir o dia todo e passar o dua embebedando sem controle, para no outro dia jogar, só ia os prejudicar.

─ Alice. ─ Hayato, seu noivo, a chamou. Era a primeira vez no dia que eles se falavam... após ela o ignorar tantas vezes. ─ Você pode vir comigo por favor? Eu queria falar com você.

Talvez tenha mesmo chegado a hora deles conversarem... por mais que aquele não seja o melhor momento.

─ Tá, claro. ─ Ela respondeu, concordando.

Alice seguiu Cho até a sacada do terceiro e último andar, e parou na borda quando o homem também parou. Ela encostou na proteção branca feita de cimento e esperou silenciosamente, até que ele começasse a falar. Sinceramente ela era terrível em começar conversas, principalmente quando os assuntos eram mais sérios ─ e ela sabia que aquele seria um assunto sério.

─ Tem alguma coisa errada que você não quer me contar... e não é só do jogo. ─ O coreano-japones falou, cruzando os braços. Ele encostou as costas na proteção e suspirou. ─ O que aconteceu? Porque você não quer mais ficar perto de mim? Estamos noivos! Isso... é estranho.

Fazia alguns meses que os dois não se entendem muito na sua relação e Alice se afastou quase completamente dele. Ele sabia que tinha algo errado, mas não o que, já que sua noiva não falava nada sobre isso. Alice não expressava descontentamento, apenas ficava na sua, o torturando silenciosamente todos os dias se dizer o que estava sentindo ─ e óbvio, isso o magoava. Cho Duramitsu Hayato não é um homem ruim e não merecia a falta de comunicação da Kobayashi.

─ Eu percebi que você não fala mais comigo, não quer mais me beijar, e nossos momentos juntos... ─ Ele fez uma pausa, falando sobre momentos mais íntimos entre os dois. ─ Ou você não quer, ou não demonstra nada depois que fazemos. Não pode ser sincera comigo pelo menos dessa vez?

Alice sentia-se uma pessoa horrível, pois de fato, não estava sendo sincera com seus sentimentos. Carregando seu noivo junto com ela, para lá e para cá, como se os sentimentos dele não fossem tão importantes. Não que ela achasse isso, porque ela não queria magoa-lo ainda mais, mas... ela se tornou uma pessoa confusa ao longo dos anos ─ e por ser assim, magoava as outras pessoas.

─ Me desculpa. ─ Foi a primeira coisa que ela conseguiu falava. Alice quase nunca pedia desculpas, então, nesse caso, ela estava falando muito sério. ─ Eu não sabia como contar a você, mas eu não acho que deveríamos nos casar.

Ainda que fosse algo esperado, Hayato se sentiu mal e traído pelos sentimentos dela ─ ou pela falta deles. Ele gostou de Alice por muito tempo, a pediu em casamento em um momento ótimo na carreira dos dois, mas agora tudo estava indo por água abaixo.

─ Você gostava mesmo de mim? ─ Magoado, ele perguntou. Alice entendeu o lado dele... ela também ficaria muito chateada.

─ Claro que sim, eu gostei de você... ainda gosto, mas... como amigo. ─ Ele e seu irmão, além de Arisu que não encontrava por um bom tempo, foram os únicos amigos após Chishiya que fizeram parte da vida dela. Que a conheceram de verdade. ─ O que eu fiz foi errado e eu vou entender se não quiser mais falar comigo, mas... eu te considero meu amigo.

Alice Kobayashi abaixou a cabeça e olhou para o penúltimo dedo, onde estava o anel de noivado. Ela o encarou por alguns segundos e finalmente, depois de algum tempo, retirou. A escritora pegou a mão do Duramitsu, a abriu e colocou o anel de noivado ali dentro... fechando a mão dele em seguida e colocando sua mão por cima da dele.

─ Você merece alguém que ame você de verdade... ─ Alice levantou o olhar e pousou a mão esquerda no ombro do agora, ex noivo. ─ E que de preferência esteja viva até lá.

─ Esse é o problema de estar tentando me afastar? ─ Hayato, achando que a Kobayashi só estava tentando não magoa-lo com outro assunto particular, questionou. ─ Se for, eu...

─ Não, é... ─ Ela o interrompeu, negando. Estava sendo sincera. ─ Não dessa vez.

O Cho suspirou pesadamente e puxou Alice para um abraço ─ agora, muito mais aliviado. Ele passava a mão nas costas dela para cima e para baixo, fazendo um carinho. Não dá para dizer que o homem estava totalmente bem e que superou, óbvio que não, ele teve sentimentos por ela durante muito tempo, mas... doeu menos do que ele esperava que doeria.

─ Eu sei que eu fui babaca, então me desculpa. ─ Alice fez o mesmo, passando a mão pelas costas dele. Sabia que foi insensível e o deixou imerso dentro de uma relação sem futuro.

─ Posso te contar uma coisa? ─ Ele indagou, e ela murmurou um "aham". ─ Eu ainda gosto de você, mas... eu acho que entendo quando você fala sobre amizade. ─ Hayato parou de acariciar as costas dela e deu dois tapinhas. ─ Terminar não doeu tanto quanto eu achei que doeria.

Alice olhou para cima, vendo seu ex noivo sendo verdadeiro, e não fingindo que estava tudo bem só para ela não se sentir tão mal. O coração dela aliviou-se momentaneamente... por mais que ainda julgasse seu próprio carácter diante da falta de sinceridade anteriormente com ele. Contanto que Hayato não se sentisse tão mal diante da falta de comunicação dela, se sentiria menos má.

─ Agora... e o cara com cabelo de idosa? ─ Duramitsu soltou Alice e deu dois passos para trás, cruzando os braços novamente. Seu tom de voz era tranquilo. ─ Achei que você tinha bom gosto.

─ O Chishiya? ─ Alice engoliu seco. Claro que os problemas não tinham acabado e ainda existia Shuntaro Chishiya para resolver. ─ Não, a gente terminou há muito tempo. Não somos nem mais amigos.

─ Eu notei a sua cara quando viu ele pela primeira vez... deu pra vê que você sentiu algo.

Sim, raiva e frustração ─ por parte dela, e também saudade. Alice tentou fugir todos esses anos, ignorar a vontade que tinha de achar seu ex namorado e consertar tudo, mas seu passado nunca foi embora de verdade. E por mais que ela tivesse certeza que Chishiya nunca mais olharia na cara dela, ele novamente a surpreendeu e a fez acreditar que os dois ainda tinham uma conexão.

─ Não quero falar dele com você, mas... para de fazer merda. ─ Cho descruzou os braços e segurou dos dois lados dos ombros dele. Por ser mais alto, abaixou um pouco a cabeça , o suficiente para ficar na altura do rosto dela. ─ A qualquer momento a gente pode morrer, então... se tem algo que você quer resolver... resolve.

E assim, dando um conselho que nem mesmo ele saberia como conseguiu ─ provavelmente pelo carinho que ainda nutria por ela, Hayato foi embora sem dizer mais nada. Deixando Alice Kobayashi com mais um problema para pensar em resolver.

Por sorte e até sendo bastante hilário, foi o Chapeleiro que tirou Alice de seus pensamentos. O homem olhou para trás, vendo o Duramitsu sair e sorriu para a escritora quando os olhos dos dois se encontraram.

─ Você agora escuta conversa é? ─ A Kobayashi cruzou os braços, o repreendendo. Ele com certeza escutou algo.

─ Não foi proposital querida, mas... Pelo visto agora a senhorita está livre. ─ O Chapeleiro soltou uma risada, olhando para o dedo da Kobayashi. ─ E o Chishiya? Hm... É por isso que ele fala tão bem de você. ─ Ele bem que achou estranho o platinado falando bem de alguém para ele. ─ Claro que eu já percebi que você é talentosa, mas é diferente.

Alice revirou os olhos.

─ O que você quer? ─ Ela perguntou, indo direto ao ponto.

─ Vamos ter uma reunião dos membros executivos... Quero que venha comigo. ─ A escritora arqueou a sobrancelha, achando aquela convite totalmente estranho. Ela havia acabado de chegar e ele rapidamente já confiava nela? Isso parece mentira. ─ Você tem muito muito potencial... faça parte dos membros.

─ E a milícia? ─ O questionou. Não é que ela estava com medo deles, mas precisava ter alguém do seu lado para entrar no covil deles. Era mais fácil e menos burrice. ─ Soube que eles são um grupo oposto por aqui.

Pouco antes de sua conversa com Hayato, Kuina se aproximou dela, Arisu e Usagi para contar mais sobre a milícia. Que eles não deveriam mexer com eles, pois eram perigosos. Explicou que o Aguni, o ex militar no mundo real, era o líder do grupo ─ com Niragi sendo seu braço direito, e que ele era o responsável por todas as armas que tinham na praia.

O poder da praia era dividido entre o Chapeleiro, o número um e os seus lacaios, e a milícia de Aguni logo depois. Ou seja, Aguni ainda sim era liderado pelo Chapeleiro ─ e o ex militar não gostava nem um pouco disso. Por isso, a qualquer momento, poderia ter uma guerra entre eles.

─ Você estará do meu lado, então não se preocupe.

Essa era uma boa chance para se aproximar deles e saber o que eles estavam fazendo. Até mesmo de seguir o plano de Chishiya e roubar as cartas nos próximos dias.

─ Eu jogo todos os jogos que você quiser e te apoio o suficiente a termos as cartas, mas com duas condições. ─ Se ela tinha que se dá o trabalho de jogar pelas cartas e ainda havia conseguido boas cartas que eles não tinham antes de chegar, tinha vantagem. ─ Uma, meu irmão e o Hayato também tem sua proteção. Dois, eu não sou um dos seus lacaios.

─ Você é muito exigente... ─ O Chapeleiro riu, achando engraçado. ─ Porque eu faria tanto por você?

─ Você sabe que eu e até o Arisu somos um dos melhores nos jogos... É uma troca. ─ Alice respondeu, aproximando-se um pouco mais do Chapeleiro. ─ Posso até mesmo ir nos mais longes... Você pode decidir isso.

O Chapeleiro olhou para Alice

─ "O segredo, querida Alice, é rodear-se de pessoas que te façam sorrir o coração. É então, e só então, que você estará no País das Maravilhas. ─ O Chapeleiro citou uma das frases do conto. Por mais louco que pudesse parecer, ela entendeu o que ele quis dizer. ─ Agora vamos?

Ela concordou, balançando a cabeça positivamente.

QUANDO ALICE E O CHAPELEIRO chegaram na mesma sala que ela o encontrou pela primeira vez, as portas foram fechadas. Lá estavam o Chapeleiro, seus lacaios, a milícia, ela e Arisu ─ que ficaram em pé do lado direito, juntos, encostados na parede. Alice observou ao redor da sala, sentindo-se observada pela maioria deles. Principalmente, pela milícia. Ao olhar o centro da mesa, ela viu Chishiya sentado em uma cadeira. Ele acenou calorosamente para ela e para Arisu, com um pequeno sorriso sonso no rosto.

É óbvio que Chishiya não estava feliz e nem era tão simpático como demonstrou. Ele só queria fingir muito bem.

As cartas adquiridas nos jogos estavam em uma mesinha de centro, próximo da parede que tinha todas as cartas pintadas.

─ Dois de espadas, seis de espadas, quatro de outros, quatro cartas de dois de paus... ─ Mira Kano, a mulher de cabelos preto, falou enquanto andava para lá e para cá. ─ Até o momento não conseguimos encontrar nenhuma carta com figura.

─ E se as cartas com figuras não existirem, só falta o dez de copas. ─ Aguni comentou.

Alice soltou uma risada debochada.

─ Do que você tá rindo, garotinha? ─ Niragi fez menção a se levantar para ir até ela, mas seu chefe o impediu.

─ É óbvio que que as cartas com figuras existem... ninguém faz um jogo com basicamente todas as cartas do baralho e exclui as principais. ─ Principalmente quem havia criado aquele mundo, aquele jogo... tudo era muito bem planejado. ─ Rei, rainha e valete... E tem o coringa também, se você contar.

E se as cartas maiores já eram difíceis, as com figuras seriam ainda mais. Isso seria meio óbvio, pensando na lógica do valor de cada carta e em cada jogo.

─ O que você disse? ─ Tentando se fazer de 'macho alfa', para colocar medo, ele aumentou o tom de voz.

─ Você escutou.

─ O dez de copas nunca apareceu em um jogo antes. ─ Kano continuou, impedindo que eles começassem uma discussão.

Mas Aguni percebeu a "petulância" e não deixaria passar.

─ Então não tem como zerar. Talvez haja uma condição para aparecer... Talvez ser fora da cidade. ─ Rizuna Ann também entrou na conversa. Agora ela estava sem seus óculos escuros, então Alice conseguiu vê-la melhor.

─ Mas nunca encontramos um jogo que acontecesse fora de Tóquio. ─ Tsuyoshi Abe, outro dos executivos, os lembrou. De longe, ele era um dos mais membros mais inteligentes dali, junto com Ann.

─ A nossa estratégia não vai mudar. ─ O chapeleiro bateu na mesa, chamando a atenção de todos da sala. ─ Vejam quantos dias de visto ainda tem e continuem procurando o dez de copas. Eu vou ter que renovar o meu visto daqui há alguns dias.

Alice, que observava cada um deles no meio da reunião, notou que Aguni se entre-olhou com os membros da milícia quando o chapeleiro falou sobre ter que ir jogar. Muito conveniente, ela diria. Facilmente desconfiavél, devido a movimentação e os olhares.

─ Mas tem alguns jogos que podem te dar mais dias de vistos. ─ A mulher de franja, Kano, se sentou em uma das cadeiras e colocou o bloco de notas encima da mesa. ─ Jogos de copas te deixam brincar com o coração e os sentimentos das pessoas. Se você envolver quem não se importa em morrer, vai conseguir vencer com toda certeza.

Mira Kano riu, parecendo uma psicopata.

─ E porque você tá rindo? Acha isso engraçado? ─ Alice contestou. Pelo que notou, a maioria deles era bastante suspeito e de índole duvidosa.

─ Eu só estou falando! ─ Mais uma vez ela sorriu, dessa vez, olhando para a Kobayashi. ─ Inclusive no jogo de sete de copas que o Arisu zerou e no de nove de copas que a Alice zerou, foi isso que aconteceu. ─ Mira a provocou com o olhar. ─ É um jogo que não precisa de raciocínio.

Alice e Airu olharam um para outro, lembrando-se cada um dos seus momentos. Eles odiavam os jogos de copas.

─ Sim, só de maldade. ─ Alice completou.

─ Mas não sabemos que jogos vamos jogar até o fim das incrições. ─ Ann disse.

Mas dá pra deduzir com as probabilidades. ─ Abe retrucou.

─ Não preciso de um método tão complicado! ─ O Chapeleiro se levantou de sua cadeira e caminhou até a parede com as cartas pintadas. ─ Eu vou me inscrever no próximo jogo. Seja ele qual for, eu tenho um histórico de 100% de vitórias! Membros e executivos, supervisionem tudo até eu voltar.

O chefe se virou para os demais e olhou para os dois jovens novatos na reunião.

─ Alice e o Arisu agora fazem parte do nosso conselho. ─ Disse, fazendo com que os olhares se virassem para os dois. ─ Reunião encerrada.

Assim que o Chapeleiro encerrou a reunião, Alice despediu-se do Ryohei e seguiu Chishiya pelo corredor. O garoto, que sabia que estava sendo seguido ─ já que ela não foi nada discreta, virou uma esquina e se escondeu dentro de um depósito. Quando Alice passou, ele segurou seu braço, a puxou e fechou a porta atrás dos dois.

Na sala, o máximo que tinha era uma luz artificial passando pela fresta da porta.

─ Tá me seguindo agora? ─ Shuntaro sussurrou, próximo do ouvido da Kobayashi. ─ Você me ignorou por quase dois dias.

─ Escuta, a gente precisa roubar as cartas e ir embora daqui. ─ Ignorando o papo sentimental no momento, ela falou na mesma altura para que ninguém escutasse. ─ Quando o chapeleiro disse que iria se inscrever no próximo jogo, o Aguni olhou para os idiotas da milícia... Ele deve está tramando algo.

─ Entendi. ─ Chishiya olhou por um tempo para baixo, pensando. Já imaginava que algo aconteceria, mas agora, sabendo que a tensão poderia ser muito mais do que uma tensão, pensaria em algo. ─ Amanhã a gente pode se encontrar do terraço e resolvemos isso.

─ Vai levar a Kuina? ─ Alice perguntou, Chishiya confirmou. ─ Então vou levar meu irmão, Hayato, o Arisu e a Usagi.

─ Não era só seu irmão e aquele idiota? ─ Fingindo que já não queria recrutar Arisu e Usagi para ajudar, Shuntaro perguntou. ─ Eles são seus amigos por acaso?

─ O Arisu era, e a Usagi... Ela me ajudou. ─ A Kobayashi explicou. ─ Mas isso não interessa. Eu confio neles, então eles vão.

Alice finalizou a conversa e tentou sair do depósito, mas Chishiya a puxou para perto dele novamente, suspirando. Ele com certeza estava escondendo algo!

─ Que droga, o que foi?

─ Precisamos conversar.

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CHESHIRE

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