ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ( 𝟎𝟕 ) CARROSSEL DOS PESADELOS

⋆.ೃ࿔*:𓇼' C A P Í T U L O S E T E ˚˖𓍢ִ໋🌷͙֒

౨ৎ : o carrossel do pesadelo
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Existem dois tipos de pesadelos: os que normalmente são realistas e assustadores por isso, e os não realistas, mas que ainda conseguem fazer a pessoa se encontrar em choque. Normalmente os dois são perturbadores e horrendos, de forma diferente, ambos deixam as pessoas suando frio, com a respiração pesada e com o coração faltando sair pela boca, tudo isso fazendo a pessoa ansiar acordar mais do que tudo. É como se fosse um balde de água fria para as pessoas que acharam que teriam uma noite tranquila de sono. E normalmente os mais assustadores são aqueles são lembranças ou um medo constante de que aquilo pudesse acontecer.

Os olhos de Nari estavam vidrados na frente, encarando as costas do jogador 001, perdida em pensamentos, ela estava sentindo seu coração bater fortemente em seu peito, sua respiração estava pesada e ela suava frio. As mãos dela tremiam levemente enquanto ela apertava os joelhos contra o peito, os olhos dela minimamente arregalados enquanto ela ouvia a música clássica mais uma vez começar a tocar, a mesma que esteve presente em seu pesadelo, a mesma que a estava levando a beira da loucura.

Ela queria poder enterrar aquele sonho no fundo de sua mente e nunca mais lembrar, mas ele sempre acabava voltando, os flash e imagens voltando. Suas mãos ensanguentadas, Jun-Hee deitada no chão sem respirar, sangue deixando seu corpo, pele gelada, ela estava morta, e tudo por culpa de Nari. Tudo isso fazia a garota querer chorar, mas ela não podia, ela não queria deixar os outros preocupados, eles tinham seus próprios problemas.

— Você está bem? — a voz de In-Ho soou, e Nari moveu os olhos para encarar ele, um suspiro trêmulo deixando seus lábios.

— Sim.

“O jogo começará em breve.”

Assim que as palavras ecoaram pelo quarto Nari respirou fundo, seu olhar voltando-se a Jun-Hee pela décima vez desde que ela acordou, garantindo que ela estivesse respirando e dormindo calmamente, uma mão estava na barriga e a outra se apoiou na cama quando ela despertou de seu sono, se sentando para que todos pudessem seguir para o próximo jogo.

Não demorou muito para que os guardas guiassem os jogadores para fora do quarto, forçando eles a subirem novamente aquelas escadas enormes, e como sempre, Nari nunca se acostumaria com elas. Elas eram infernais, com toda certeza eles criaram aquilo para os jogadores puderem pagar todos os pecados que cometeram em suas vidas.

Mas Nari não pensou muito mais nisso quando notou que o grupo da senhora seguia atrás de Dae-ho, o que significava que Young-mi estava logo atrás dele. Ela sorriu e acenou com a mão para ela:

— Ei Young-mi!

A garota sorriu minimamente de volta, acenando também, dessa vez mais timidamente, ainda sem se acostumar a ter uma amiga que não fosse HyunJu ou Geum-ja. Mas a interação repentina não impediu Jun-Hee de olhar para trás, vendo Nari cumprimentar a garota, ela levou sua mão para encontrar a de Nari, apertando-a a sua e andando o mais rápido que conseguia, fazendo Nari seguir ela.

Nari não percebeu a leve mudança de humor da garota, seus olhos encarando curiosos enquanto eles eram levados a um corredor que as paredes eram levemente amareladas, até cortinas foram abertas, os guardas saindo de frente dos jogadores, revelando uma plataforma no meio da sala, onde havia alguns cavalos, e o local parecia uma tenda, como um circo, várias portas - provavelmente de salas - em volta dos jogadores, que pouco a pouco foram entrando na sala, encarando o lugar com curiosidade. O lugar tinha a aparência infantil demais, o que fazia o coração de Nari errar uma batida.

“Jogadores bem-vindos ao terceiro jogo, nos já vamos começar. O nome do jogo de hoje é Socializar. Repetindo as instruções: O nome do jogo de hoje é Socializar.”

Nari encarou em volta, engolindo em seco enquanto pensava no quão ferrada ela estava. Ela não era uma pessoa muito tímida, mas ela também não era a pessoa mais extrovertida do mundo, ela tinha coragem o suficiente para superar seu medo e falar o que queria quando queria, mas ela sempre tinha um pouco de vergonha quando era pra se aproximar de pessoas que ela não conhecia, então naquele lugar ela estava ferrada… principalmente quando alguns deles eram irracionais e dava arrepios na pele dela.

A voz ao fundo de Thanos que estava com um sorriso no rosto fez Nari fazer o cenho, ele estava dizendo que aquele jogo seria irado e divertido, mas a única coisa que ela conseguiu pensar era no quanto gostaria de estar em casa vestindo suas meias da Hello Kitty, comendo frango picante e assistindo a um bom Dorama, e não naquele jogo mortal que a estava deixando cara vez mais traumatizada.

“Prestem atenção nas regras do jogo! Jogadores por favor dirijam-se ao centro da plataforma. Quando começar a plataforma começará a girar e um número será anunciado. Vocês terão trinta segundos para formar um grupo com a quantidade de membros referente ao número que foi anunciado, entrar em uma sala e fechar a porta.”

A garota foi arrancada de seus pensamentos, enquanto tentava focar e fixar as palavras do alto-falante em sua mente, sabendo que um erro e ela ou Jun-Hee estariam mortas, e ela não deixaria o pesadelo dela se concretizar. Ela apertou fortemente as mãos de Jun-Hee a sua, respirando fundo e tentando manter a calma.

— A gente fazia um jogo parecido na escola, eles falavam que a gente tinha que abraçar os colegas. — 390 disse, fazendo o olhar de Nari retornar a ele.

— É, mas ao invés de abraçar a gente tem que entrar nessas salas. — Dae-ho disse, apontando para as portas coloridas.

Todos eles estavam nervosos pelo jogo, então acabaram se reunindo como todas as pessoas estavam fazendo com seu grupo, ansiosos e querendo criar um bom plano para garantir que todos do grupo saíssem vivos de lá.

— Se disserem um número maior que seis, a gente sai pegando quantas pessoas precisar.

— Mas e se for um número menor que seis? — Dae-ho questionou Gi-Hun. — Se for três, quatro…

— Gente vamos tentar ficar calmo, aconteça o que acontecer, tá? — 001 disse rapidamente, fazendo com que Nari assentisse e respirasse fundo, tentando mais uma vez manter a calma. — Todo mundo aqui vai conseguir.

Ele estendeu a mão, fazendo com que todos do grupo colocassem a mão sobre a dele, e dessa vez Nari fez sem questionar, finalmente sabendo que não era indesejada no grupo, que ela fazia parte deles agora.

— 3, 2, 1…

— A vitória!

Os jogadores foram guiados pelos guardas e encorajados a subir na plataforma, e Nari sentiu seu estômago embrulhar com ansiedade quando todos os jogadores estavam lá em cima, ela respirou fundo, tentando se manter calma confiante e determinada, por Jun-Hee.

“atenção, o jogo está começando.”

Nari sentiu a mão de Jun-Hee apertar a sua enquanto a plataforma começava a girar lentamente, uma música infantil ecoando pelas paredes, e Nari sentiu seu coração bater forte no peito enquanto isso a lembrava do seu sonho e trazia a mesma sensação de volta ao seu corpo. Medo. As luzes se apagaram repentinamente e a plataforma abaixo dos pés deles se acenderam luzes, fazendo com que os jogadores fossem os únicos na sala iluminados.

A garota percorreu seu olhar pela sala e pela plataforma, vendo a alguns metros de distância Thanos começou a balançar o braço e a dançar, como se isso fosse a coisa mais legal que ele já fez. As drogas que ele usava realmente era das pesadas, fazendo ele provavelmente se esquecer que poderia morrer a qualquer momento, isso era insanidade.

Repentinamente a plataforma parou, fazendo com que Jun-Hee e Nari perdessem o equilíbrio, mas logo Jun-Hee foi segurada por Dae-ho, que impediu que a garota caísse e ajudando ambas a manter o equilíbrio, e Nari sorriu minimamente a ele em agradecimento.

Mas a atenção de Nari foi para outro lugar, pro relógio na parede que agora contavam exatos trinta segundos, a luz do quarto se torna do roxa.

“Onze!”

— Aqui! Aqui!

A tensão cresceu no local enquanto as pessoas gritavam e tentavam formar um grupo com o número dito, o desespero borbulhando na pele de Nari enquanto ela agarrava mais fortemente a mão de Jun-Hee e se aproximava de Gi-Hun, sabendo que ele teria um plano.

— Aí, vocês tão em quantos? — Gi-Hun questionou a jogadora 120, que estavam do lado deles.

— Em quatro!

— Ah não, aí da dez. — 390 disse, enquanto todos se aproximavam para perto dos outros jogadores.

— A gente precisa de três pessoas. — um homem se aproximou de repente. — Três pessoas, três pessoas, rápido!

— A gente tá em cinco pessoas, a gente tá em cinco pessoas! — outro homem gritou, agarrando o de antes.

Tudo estava confuso demais, as pessoas desesperadas enquanto o corpo de Nari ficava tenso a cada minuto que se passava, suas mãos tremendo levemente enquanto ela sentia a sua respiração se tornar pesada pelo esforço que ela estava fazendo ao tentar manter a calma.

— Uma pessoa aqui! — HyunJu gritou, quando de repente os olhos dela focaram na jogadora 044, andando e agarrando ela. — A gente conseguiu, vem!

HyunJu foi a primeira a descer da plataforma, sendo seguida pelos outros jogadores até uma sala, com Nari o tempo todo apertando a mão de Jun-Hee que apertava a dela de volta, como forma de garantir que ela estivesse atrás dela. Um suspiro aliviado deixando os lábios dela quando chegaram na sala, a porta se fechando atrás de todo mundo com um bip quando o têm limite foi atingindo, todos ofegantes e cansados.

— Espera! Espera! Espera! Não atira por favor!

Várias vozes e gritos ecoavam pelo lugar, fazendo com que Nari se encolhesse levemente ao ou ir os tiros em seguida, seu corpo tremia levemente enquanto ela respirava fundo mais uma vez, enquanto tentava se livrar das imagens de sangue jorrando no chão e os sons dos corpos caindo em um baque. Isso era assustador demais.

Gi-Hun estava na porta, encarando pela pequena janelinha a situação do lado de fora, observando as pessoas serem mortas, sua expressão em seu rosto sendo quase indecifrável, se não fosse pelo fato de que ele provavelmente se sentia mal por elas e decepcionado consigo mesmo por não ter conseguido salvar elas.

Nari então voltou seu olhar a In-Ho, observando a forma como ele encarava Gi-Hun, era quase como… se ele se sentisse um pouco, nem que seja minimamente, satisfeito com a forma como Gi-Hun se sentia.

— É graças a mim que vocês estão vivos! — a jogadora 044 gritou, se aproximando do centro da sala.

— Aí que susto! — 390 sussurrou, e Nari olhou na direção deles antes de levantar a mão e fazer um sinal perto da cabeça, indicando que aquela jogadora era doida, e ele assentiu concordando.

Os olhos de Nari então se arregalou quando a mulher se aproximou dela e de Jun-Hee, que estavam no canto da sala, mas a mulher tinha os olhos fixos em Jun-Hee, com uma expressão estranha em seu rosto, a mão da garota descansando por cima de sua barriga grávida, enquanto ela provavelmente tentava recuperar o fôlego, e o movimento não foi despercebido para a mulher que desceu o olhar a barriga protuberante da garota, um sorriso nos lábios dela enquanto Nari se colocava entre ela e Jun-Hee, protegendo a garota da visão daquele mulher que parecia não bater bem da cabeça.

— Existe um motivo pra você ter vivido por mais tempo do que o destino queria. Você foi trazido até esse lugar por uma razão. — a mulher se aproximou de Gi-Hun, o encarando antes de retornar o olhar ao local em que era pra estar Jun-Hee, mas ela já não podia ver ela já que Nari estava em frente a ela.

Aquela mulher era bizarra, e dava arrepios na pele de Nari, que desejava que eles não tivessem levado ela para a sala. Qualquer pessoa era melhor do que estar com aquela mulher ali, mas pelo menos todos estavam vivos e bem.

“Os jogadores eliminados são 013, 043, 049, 051, 054, 060.”

Nari sentiu seu corpo ficar tenso enquanto o alto-falante anunciava as mortes. Muitas pessoas morreram, e era apenas a primeira rodada, imagina a próxima? A fechadura da porta foi aberta em seguida em um bip, enquanto todos os jogadores saiam e eram encaminhados novamente para a plataforma.

Nari sentiu sua mão se separar da de Jun-Hee e ela ser lentamente empurrada para longe da garota enquanto ela ouvia a mesma gritar seu nome, provavelmente as pessoas estavam sempre empurrando uns aos outros para conseguirem lugares bons lá, mas ela não teve tempo de pensar sobre isso direito ou voltar ao lado de Jun-Hee, já que a plataforma começou a girar novamente.

Os olhos dela focaram no sangue no chão, seus lábios se entre-abrindo enquanto sua respiração engatava.

— Nari? — ela ouviu a voz de Semi, o que a fez se virar para encarar a garota. — Você se perdeu do seu grupo?

Nari assentiu timidamente, enquanto encarava a garota, seu olhar então se voltando para Thanos e Nam-gyu que estavam de braços dados e giravam e dançavam na plataforma, parecendo animados enquanto balançavam suas mãos. Eles estavam felizes… enquanto várias pessoas morriam. Isso chocou um pouco a garota.

— Fica com a gente então.

Nari assentiu enquanto sentia Semi puxar ela para ficar mais perto dos outros, um suspiro deixando seus lábios enquanto ela olhava em volta, a plataforma repentinamente parando.

“Quatro!”

Nari olhou em volta, seu olhar percorrendo a sala para tentar encontrar seu grupo original, mas quando não os achou ela retornou o olhar a Thanos, que encarava entre ela e Minsu, claramente pensando em quem levar com eles, e ela franziu o cenho, mas então sentiu um chute atingir sua barriga, fazendo-a cair de bunda no chão, o fôlego sendo arrancado de seus pulmões.

— Nari, sai fora! LET’S GO!

Ela não queria necessariamente ficar no grupo deles mesmo, ela só ficou perto por conta de Semi, e ainda sim, levou gratuitamente um chute no estômago, e agora ela não tinha mais forças alguma pra sequer conseguir pensar na situação direito, não quando estava respirando com tanta dificuldade.

Ela sentiu os olhos de Semi cair sobre ela, mas antes que ela pudesse reagir completamente Nam-gyu agarrou o pulso da garota e a puxou para sala, Minsu encarou Nari com pena, como se não soubesse o que fazer antes de correr para sala também, e Nari apenas suspirou enquanto tentava recuperar o fôlego para pensar no que fazer.

Mas antes que ela pudesse pensar corretamente ela sentiu braços envolverem sua cintura, forçando-a a se levantar, as luzes roxas confundindo sua visão enquanto por fim a pessoa agarrava seu pulso, fazendo com que ela corresse o mais rápido que podia, ambos entrando nos últimos segundos da contagem regressiva em uma sala em que havia dois homens.

Nari andou até o canto da sala, deixando-se deslizar para se sentar no chão, respirando pesadamente enquanto seus olhos se moviam para encarar a pessoa que a ajudou. Myeong-gi.

— P-por que… por que me ajudou? — Ela questionou sem fôlego.

— Porque você é importante pra Jun-Hee… e se eu te deixasse lá e você saísse viva, você me mataria se soubesse que eu apenas deixei você lá pra morrer.

— Sim, provavelmente sim. — ela assentiu e a contra gosto adicionou: — Obrigada.

Ele apenas assentiu em reconhecimento enquanto se colocava ao lado dela, e ela ignorou os olhares dos outros dois homens direcionados a ela e o garoto ao lado dela. Era esquisito estar em uma sala só com homens, ainda mais quando dois deles era desconhecidos.

— NARI!

Um grito foi ouvido do lado de fora da sala e ela franziu o cenho, reconhecendo ser a voz de Thanos e ela revirou os olhos percebendo que ele provavelmente estava muito drogado quando chutou ela bem no estômago e que agora ele provavelmente a estava procurando, talvez preocupado? Ela não sabia dizer.

Tiros ecoaram pelo local novamente, gritos e mais gritos ecoando enquanto ela respirava fundo, se levando ao ouvir o bip da porta, indicando que ela havia sido destrancada, uma mão em volta do seu fôlego enquanto ela dava passos para fora da porta, olhando em volta a procura de seu grupo.

E então repentinamente ela foi envolvida por braços masculinos, e ela franziu o cenho ao ver o colar de cruz e ela rapidamente reconheceu ser o mesmo homem que a chutou a minutos atrás.

— Aí Nari, eu fiquei tão preocupado com você! Eu pensei que você tava atrás da gente, onde você se meteu?

— Ah, só levei um chute no estômago antes, nada demais. — Ela deu batidinhas leves nas costas de Thanos, como se estivesse confortando ele, mas ao ouvir sua voz ser chamada pelas pessoas de seu grupo ela rapidamente disse: — Eu tenho que ir agora.

Ele a olhou um pouco confuso, mas apenas deixou que ela se afastasse, ela sorriu minimamente ao ver Semi, que a encarava preocupada, garantindo que ela soubesse que ela estava bem e não estava de jeito nenhum brava com ela.

— Nari! — a voz de Jun-Hee foi ouvida, a voz trêmula de preocupação.

Nari rapidamente ignorou a dor que ainda persistia em seu estômago e correu até Jun-Hee, que a envolveu quase automaticamente quando a viu em um abraço apertado, e ela respirou fundo ao sentir o cheiro da garota, acalmando-a, e nem se importando mais com toda a situação com Thanos, Semi, ou qualquer outra pessoa. Tudo que importava era Jun-Hee.

— Você está bem? Fiquei preocupada com você!

— Sim, sim, estou bem!

— Tem certeza? — Dae-ho questionou.

— Sim! Tenho certeza.

— Que bom que você está bem, garota. Ficamos preocupados com você. — Nari ouviu a voz de 390, e ela se afastou de Jun-Hee, permitindo que ele a envolvesse em um abraço apertado.

— Fiquei preocupado, que bom que você estava bem. — Gi-Hun sorriu sem mostrar os dentes para Nari, e ela sorriu de volta, surpresa por ele ter sorrido. Desde que chegou lá ela nunca o viu sorrir.

Então Nari olhou em volta, franzindo o cenho, preocupação enchendo seu corpo enquanto ela respirava fundo.

— Cadê o In-Ho?

— Gi hun! — In-Ho gritou repentinamente, sorrindo enquanto andava até o grupo, fazendo com que todos sorrissem e suspirassem aliviados.

— In-Ho você tá vivo! — 390 gritou, parecendo feliz por ver o homem, quando o homem de aproximou o suficiente ele o abraçou. — Eu sabia que você ia conseguir se virar! Eu sabia! Eu logo vi que você não era um cara qualquer.

— Eu tava preocupado, que bom que conseguiu.

— Eu sou uma pessoa bem sociável. Então eu me dou bem nesses jogos. — Ele então retornou o olhar a Nari. — Eai Nari, você tá bem? Você se perdeu no meio dos jogos.

— É! Ficamos bem preocupados. — 390 assentiu.

— Estou bem sim, o… jogador 333 me ajudou. — ela assentiu, sorrindo agradecida às preocupações, mas as palavras dela fez Jun-Hee franzir o cenho.

— E você Jun-Hee, tá bem?

— Eu tô bem sim. Eu tô feliz que você voltou. — ela sorriu, fazendo In-Ho sorrir e acenar positivamente.

— Pera aí um pouco… se eles pedirem um grupo de sete nessa rodada… nos já estamos bem, né? — ele disse, fazendo os jogadores ficarem confusos.

— Que?

— Ah! O bebê!

Uma risada forçada deixaram os lábios de todo mundo ali, para não deixar In-Ho sem graça ou envergonhado

— Mas e se forem gêmeos?

— Aí seriam oito.

“Atenção jogadores, dirijam-se ao centro da plataforma.”

Todos subiram na plataforma novamente, mas dessa vez Jun-Hee estava agarrada ao braço de Nari, para garantir que elas não iriam se afastar novamente e que Nari não iria se perder de seu grupo, a música infantil enchendo o corpo da garota de ansiedade.

“três.”

Eles estavam em seus, então eles já estavam em três, o coração de Nari acelerou enquanto eles se olhavam, o grupo se formando quando Nari soltou a mão de Jun-Hee.

— Vai com o Dae-ho, eu fico com o Gi-Hun e o In-Ho.

Jun-Hee abriu a boca para negar e responder outra coisa, mas seu olhar caiu em Gi-Hun, que assentiu em direção a ela, garantindo que Nari ficaria bem, então ela assentiu, agarrando a mão de Dae-ho enquanto eles e Jeong-bae corriam para uma sala.

Rapidamente ela sentiu a mão de Gi-Hun agarrar seu pulso e ambos começaram a correr para uma sala, mas seus olhos caíram na jogadora 149 caída no chão, e Semi do outro lado da sala, sozinha, sem ninguém, o que fez Nari impulsivamente soltar seu pulso do aperto do homem mais velho, ambos se virando lata encarar ela.

— Vão ajudar ela! Agora! — ela apontou para Geum-ja.

— Nari? O que? Mas e você?! — Gi-Hun questionou.

— Eu me viro!

Antes que eles pudessem questionar mais alguma coisa ela se afastou, respirando fundo antes de começar a correr para Semi, sentindo suas pernas doerem de exaustão, quando chegou perto suficiente ela agarrou o pulso de Semi, que a olho surpresa, mas não contestou, e faltando apenas 8 segundos a garota puxou ela, o olhar percorrendo a sala até cair em Myeong-gi.

— Vem!

Ambas as garotas correram ate o garoto, e quando Nari finalmente conseguiu agarrar o pulso dele ela o puxou, ela podia ouvir o coração batendo fortemente contra o peito, a contagem regressiva ecoando pelo local enquanto ambos entravam na sala, com o jogador 333 fechando a porta atrás dele e a porta sendo trancada logo em seguida.

— Nari! Eu sinto muito por antes, eu…

— Tá tudo bem, Semi! Eu tô bem! — Ela deu batidinhas reconfortante nas costas da garota. — Esse idiota me encontrou.

— Ei, idiota é você!

— Calado, Cripto Moedas!

Os olhos de Semi iam e voltava entre os dois, enquanto Nari ficava ao lado dela, suspirando, as mãos ainda trêmulas pelo fato de que se ela tivesse demorado mais um minuto ela teria morrido, assim como as pessoas das partidas anteriores e a dessa que não conseguiram encontrar uma sala.

Mas bem, ela fez o melhor que pode pra tentar salvar todo mundo, ela esperava que In-Ho, Gi-Hun e Geum-ja estivessem vivos, ela jamais se perdoaria se qualquer um deles morressem.

— O que aconteceu pra eles deixarem você sozinha? Pro Minsu te deixar sozinha? — Nari quebrou o silêncio, seu olhar focado em Semi.

— Ele escolheu o Thanos e o Nam-gyu.

Os olhos de Nari se arregalaram e ela abriu a boca para dizer alguma coisa, mas nada saiu dela. Minsu sempre foi protegido por Se-mi em quase todas as ocasiões que Nam-gyu tentava algo contra ele, e foi por conta dela que ele conseguiu entrar no grupo… e ainda sim ele abandonou ela sem pensar duas vezes? Isso era surpreendente.

Um silêncio recaiu na sala, sendo quebrado apenas pela trava da porta sendo desfeita, indicando que era para todos saírem dali. Ela sentiu um olhar fixo em suas costas e nas de Semi, quase pareciam que iam queimar buracos no local. Quando ela se virou pra ver quem era seu olhar se encontrou com o de Minsu.

Mas ela não deu ouvidos, desviando em seguida e olhando em volta, procurando por Jun-Hee, e não demorou para ela encontra a garota e o grupo dela ao lado de HyunJu e Young-mi. Eles estavam bem, eles estavam todos bem. Ela suspirou aliviada.

— Eu tenho que ir.

Antes que Semi pudesse dizer mais alguma coisa Nari correu até Jun-Hee, suspirando aliviada ao ficar em frente a garota, e quando ela ia recuperar o fôlego sentiu a mesma abraçar ela e apertar fortemente em seus braços.

— Por favor, não se separe novamente! Eu fiquei preocupada.  — Jun-Hee apertou Nari contra ela.

— Eu tô bem, eu sinto muito, eu tô bem. — Nari esfregou as costas da garota, enquanto seu olhar retornava a Geum-ja e seu filho, o jogador 007.

Não demorou muito para Nari se separar dos braços de Jun-Hee e ambas seguirem para a plataforma, um suspiro deixando os lábios da garota enquanto ela apertava fortemente a mão da garota a sua, sentindo o local ao redor delas girarem quando a plataforma começou a fazer o mesmo. A música infantil era um contraste claro ao sangue escarlate que manchava o chão e a sola do tênis dos jogadores.

“Sete!”

— Cinco mulheres e dois homens! — Gi-Hun disse rapidamente, se virando ao grupo.

— Eu vou com a minha mãe! — 007 disse rapidamente, apertando sua mãe ao lado dele.

— Eu posso procurar!

— Vai!

— Tá.

— Corre.

Nari entrelaçou seus dedos aos de Jun-Hee enquanto ambas desciam da plataforma e corriam atrás dos outros, a procura de uma sala, seus olhos se arregalando quando Dae-ho abriu uma porta e eles deram de cara com um grupo horroroso do jogador 100.

— Sai daqui! SAI DAQUI!

— velho chato. — Nari murmurou enquanto eles fechavam a porta na cara do grupo.

— AQUI! AQUI! — HyunJu gritou, segurando e mantendo uma porta aberta, fazendo Nari se perguntou em que momento ela saiu de perto do grupo e ninguém percebeu. — Aqui tá vazio.

Faltando apenas poucos segundos eles correram, o mais rápido que podiam enquanto seus corações batiam rápido contra o peito, a adrenalina percorrendo seu sangue como um combustível, amortecendo as emoções mais fortes que eles pudessem sentir, como suas pernas doendo por tanto correrem desesperados naquele jogo ou o fato de seus peitos doer com o pouco fôlego que eles reuniram pra estarem correndo daquela maneira.

Um suspiro de alívio deixou os lábios de todos os jogadores enquanto eles entravam dentro da sala, recuperando o fôlego enquanto HyunJu contava um por um quando entravam.

“Sete, seis, cinco…”

A contagem regressiva ecoou pelo local, a mente de Nari correndo a mil por horas enquanto ela notava rapidamente que faltava uma pessoa: Young-mi. Ela soltou a mão de Jun-Hee que a encarou confusa, em seguida ela se aproximou da porta junto com HyunJu, percebendo a figura pequena caída no chão a alguns poucos metros de distância.

Um grito rasgou os lábios de Nari e HyunJu:

— Young-mi!

A garota saiu da sala o mais rápido que pode, com HyunJu atrás dela, pronta pra sair também, tentando alcançar Young-mi, mas ela sentiu uma mão agarrar seu pulso e a puxar para dentro novamente, forçando-a a empurrar HyunJu para la também, a porta se fechou em seguida, a trava sendo ativada quando os últimos segundos se esgotaram.

“Três, dois, um.”

Nari estava assustada, seu coração batendo fortemente no peito quando o rosto de Myeong-gi foi revelado. E ela implorou mentalmente para tudo aquilo ser apenas um sonho, não podia ser verdade. Os olhos dela arderem, uma vontade repentina de chorar.

— HyunJu! — ela ouviu a voz trêmula de Young-mi na porta, os olhos da garota aparecendo na pequena janela que havia ali.

— Young-mi! Não… — a mulher mais alta gritou, se lançando para a porta e tentando desesperadamente abrir ela, mas sem sucesso. — Young-mi! Young-mi! Young-mi!

— Young-mi… — Nari sussurou, trêmula enquanto sentia a mão de Jun-Hee apertar a dela, as lágrimas ameaçando cair de seus olhos.

Um tiro soou, ecoando pelo local, como um baque que foi ouvido por todos, tirando assim, as memórias, sorrisos, lágrimas, esforços e tudo que Young-mi era, se tornando então apenas uma lembrança. Os olhos dela se tornaram sem brilho, vazios, as lágrimas parando de cair em suas bochechas, sua expressão se relaxando e seu corpo deslizando até cair em um baque no chão, fazendo com que eles não pudessem mais ver a garota tímida, mas gentil, que Young-mi era.

— Não Young-mi! — a jogadora 120 disse, sua voz trêmula, como se ela estivesse chorando. — Não…

— Ah, meu Deus! — a jogadora 149 chorou.

Nari enterrou seu rosto no pescoço de Jun-Hee, as lágrimas deslizando por sua bochecha, enquanto ela chorava silenciosamente, não querendo incomodar ninguém ali, enquanto Jun-Hee erguia seu olhar para encarar 333 com uma expressão indecifrável.

— Young-mi, o que foi que a gente fez?! O que foi que a gente fez?

Interrompendo as palavras de Geum-ja HyunJu avançou, agarrando a gola da camiseta de Myeong-gi e batendo as costas do garoto contra a parede fortemente.

— É TUDO CULPA SUA!

— Cala a sua boca, se não fosse por mim vocês teriam morrido!

— É TUDO CULPA SUA! EU IA CONSEGUIR SALVAR ELA!

— NÃO TINHA MAIS TEMPO! Assim que você saísse da sala eles iam te matar e eles iam ficar com um a meno, então eles também iam morrer! Vocês só sobreviveram por minha causa! Eu tô mentindo?! Eu não tô certo?! Falem alguma coisa porra!

— Ele… ele não tá errado. — Jun-Hee sussurou, fazendo com que Nari afastasse seu rosto do pescoço dela, querendo encarar seu rosto, levemente descrente por sua melhor amiga dizer isso.

— É verdade! Não ia dar tempo mesmo… — Dae-ho concordou com Jun-Hee.

Nari então se afastou de Jun-Hee, não porque estava brava com ela, mas porque sabia que outra pessoa precisava mais da presença dela do que a garota naquele momento. Ela andou até HyunJu que se apoiava na porta, as mãos dela se erguendo para esfregar lentamente as costas da mulher mais alta, para cima e para baixo, tentando confortar ela.

— Você pode até estar certo… mas você não tem o direito algum de agir arrogantemente sobre isso. Uma amiga deles morreram e tudo que você tem a dizer é que eles sobreviveram por sua causa? Muitos deles estão aqui por sua culpa também! Então abaixa sua bola. — Nari disse em tom firme para Myeong-gi, que não a respondeu, um suspiro exasperado deixando os lábios dela enquanto ela enxugava as bochechas dela com a mão livre.

Um silêncio se instalou na pequena sala enquanto seu olhar caia em Myeong-gi encarando Jun-Hee, que retribuía o olhar, mas Nari ignorou aquilo, focada em tentar confortar HyunJu pelo ocorrido, que provavelmente achava que era culpada pela morte de Young-mi, mas ela não era e Nari queria mostrar isso de alguma forma, mas não sabia como, então ela apenas sussurou:

— Não é culpa sua.

Alguns segundos depois as portas foram destrancadas, conversas preenchendo o lado de fora enquanto eles saiam da sala, um suspiro deixando os lábios de Nari enquanto ela seguia ao lado de Jun-Hee, tentando não prestar atenção em sua melhor amiga conversando com o ex idiota dela atrás de si.

Todos seguiram de volta para a plataforma, que não demorou a começar a girar e tocar aquela música que provavelmente estaria nos pesadelos de Nari, a mesma que se colocou ao lado de Gi-Hun, sentindo sua garganta ficar seca e seus olhos arderem com a vontade de chorar novamente pela morte de Young-mi.

Elas mal se conheciam, trocaram apenas algumas palavras e alguns cumprimentos, mas Nari nunca iria querer que ninguém ali morresse, principalmente alguém que ela viu implorar pra ir embora, principalmente alguém que ela achou que faria amizade. Ela queria ter conseguido sair de lá e convidar Young-mi para tomar um sorvete, emprestar suas presilhas pra elas, fazer e entregar algum bolo a ela, e principalmente ter mais conversas. Mas isso não seria mais possível.

“vamos começar a última rodada.”

Nari sentiu o alívio tomar conta de seu corpo quando deram a notícia de que era o último jogo. Ela queria ir embora dali, o mais rápido possível, não aguentando ficar nem mais um minuto ali. Ela esperava que após esse jogo o lado O desistisse e votassem no X, para todos irem embora e voltarem para suas casas.

— Que número você acha que vai ser dessa vez? — 390 questionou a Gi-Hun.

— Dois. — In-Ho respondeu por ele, e Nari arqueou levemente a sombrancelha.

— E por que?

— Sobraram 126 pessoas e tem 50 salas, ficando duas pessoas em casa sala só tem espaço pra 100, do quem entrar primeiro nas salas sobrevive.

Nari arregalou minimamente os olhos com a resposta deles achando que a lógica dele fazia sentindo, o que significava que ele era bem inteligente, ela queria ser inteligente algum dia assim também.

Repentinamente a plataforma parou, a luz se tornou roxa e o desesperou borbulhou na pele de Nari enquanto ela respirava fundo, tentando manter a a calma.

“Dois.”

In-Ho estava certo.

— NARI! — Jun-Hee gritou, os olhos da garota rapidamente percorrendo a sala até encontrar a figura da garota correndo, provavelmente tendo sido agarrada por Myeong-gi, a mão estendida a ela.

— Eu vou ficar bem! — Nari tentou gritar de volta enquanto sentia a mão de Gi-Hun agarrar a dela, a arrastando para uma sala.

Ela apertou a mão do homem mais velho quando sentiu suas pernas tremularem e a respiração dela se tornar mais pesada, enquanto ela se esforçava ao máximo para manter aquela velocidade ao correr, sendo que tudo que seu corpo mais queria fazer era desistir.

Os olhos dela arderem quando ela contemplou a possibilidade de qualquer pessoa de seu grupo ou que ela conhecia morressem, isso era tão tão assustador.

Gi-Hun rapidamente abriu a porta da sala, empurrando Nari pra dentro enquanto entrava logo depois, trancando a porta atrás deles e Nari deixou seus ombros cederem e um suspiro trêmulo e cansado deixar seus lábios, os olhos dela ardendo com a vontade de chorar.

“cinco, quatro, três, dois, um… fim da última rodada.”

— Tá tudo bem?

— Não, a… a Young-mi…

sem pensar muito Nari se inclinou e enterrou a cabeça no peito de Gi-Hun, que arregalou minimamente os olhos, surpreso e sem saber o que fazer por alguns minutos, em seguida quando se recuperou ele deu tapinhas desajeitados nas costas da garota, tentando confortar ela.

— Shh, tá tudo bem.

— Eu sinto muito. — ela murmurou, não querendo dar trabalho a ele, mas precisando do abraço.

Nari não estava preparada para ver a morte de pessoas, muito menos de pessoas que ela gostava e conhecia. Ela se sentia péssima por tudo que estava acontecendo.

⤷‧₊𖥻 NOTAS ! ★

꒰ ׅ ࣪ ⊹ Oioii! O que acharam?

꒰ ׅ ࣪ ⊹ Finalmente chegou o capítulo Socializar e eu confesso que me senti muito confusa porque tinha planejado muita coisa pra ele e eu mal consegui passar certinho, mas espero que vocês tenham gostado.

꒰ ׅ ࣪ ⊹ Infelizmente a Nari não vai mais poder emprestar suas presilhas de estrelas pra Young-mi...

꒰ ׅ ࣪ ⊹ Ouçam por favor, no próximo capítulo Light Shower da Melanie Martinez ou Cinnamon Girl, pequeno spoiler, mas só ouçam!

꒰ ׅ ࣪ ⊹  Talvez os capítulos demorem mais pra sair de agora em diante, mas ainda vou tentar postar dois capítulos por semana, ou pelo menos um.

꒰ ׅ ࣪ ⊹ Esse foi simplesmente o maior capítulo que eu escrevi em TODA a minha vida (não sou acostumada a escrever tanto em um único capítulo), então ainda tô meio chocada.

꒰ ׅ ࣪ ⊹ Este capítulo também não foi revisado!

꒰ ׅ ࣪ ⊹ Por favor, se você estiver gostando desta história votem e se puder comentem, isso é muito importante para que a história possa fluir !!

꒰ ׅ ࣪ ⊹ Espero que tenham gostado, beijos, Agui 💗

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