ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ( 𝟎𝟔 ). ELOGIOS E RESPIRAÇÕES COMPARTILHADAS
⋆.ೃ࿔*:𓇼' C A P Í T U L O S E I S ˚˖𓍢ִ໋🌷͙֒
౨ৎ : elogios e respirações compartilhadas
⏝⏝⏝୨୧⏝⏝⏝
Quando criança Nari tinha um sonho muito claro: Ser uma grande confeiteira de sucesso. Ela teria uma grande loja, que teria filas enormes esperando por ela, todos falariam bem sobre a loja e ela viveria bem com sua mãe, em uma casa grande sem a mulher precisar se matar de trabalhar mais, e ela estaria vivendo o sonho dela.
Mas aparentemente isso não seria possível, não se Nari morresse ali, além disso, ela praticamente já estava perdendo as esperanças de conseguir sequer abrir uma pequena loja de bolos. Além do aluguel não ser tão barato e os ingredientes pros bolos estarem começando a ficar caro, ela estava perdendo os clientes dela que faziam encomendas com ela, já que havia sido aberta uma confeitaria na esquina de sua casa, então ela tinha que se contentar em terminar sua faculdade de medicina, para ganhar um bom salário, mesmo que não fosse o que ela queria. Ela começou a faculdade este ano, e estava muito difícil de pagar, mas ela não desistiria, mesmo que não fosse o sonho dela, afinal, sonhos não pagam contas.
Um suspiro deixou os lábios da garota enquanto ela agarrava o pão e a caixa pequena de leite que estavam dando, esse que ela queria muito poder entregar a Jun-Hee, mas não poderia, porque caso o fizesse, ela poderia desmaiar a qualquer momento, já que ela precisava urgentemente comer alguma coisa.
Quando ela se virou para sair da fila ela acabou se deparando com a jogadora 380, o olhar dela desceu para o peito da garota, notando o tecido de velcro azul ali, e ela percebeu que ela tinha votado no O. Ela já esperava isso, mas ainda tinha sido uma surpresa pra ela. Ela queria se sentir irritada ou decepcionada com a garota, mas não podia, ela não sabia como era a vida da garota ou a dívida dela, e ela não podia esperar que todo mundo que ela conhecia ali votasse no X só porque ela queria.
Ela sorriu minimamente para Semi, antes de se afastar, andando até onde Jun-Hee estava, mas seu olhar se desviou dela, notando a jogadora 095 sentada nos degraus sozinha, as lágrimas ainda em seus olhos enquanto ela comia silenciosamente, e Nari compartilhou o mesmo sentimento que ela: medo e vontade de chorar. Então ela não pensou muito quando andou timidamente até a garota, mordendo os lábios inferiores incerta enquanto parava em frente a ela.
— Posso me sentar aqui?
A garota levantou a cabeça para olhar para ela, piscando momentaneamente, olhando para o velcro colado ao lado na blusa verde dela, indicando que ela era do lado X e se lembrando de que foi ela quem discutiu com o jogador 100, assentindo timidamente em seguida.
Nari sorriu minimamente enquanto se sentava ao lado dela, dando uma mordida no pão enquanto um silêncio se instalava entre elas. Ela queria fazer amizade com a garota, mas não sabia direito como fazer isso.
— Você está com medo, né? — Nari perguntou de forma retórica, porque ela já sabia a resposta. — Eu também tô.
— Eu queria nunca ter vindo pra esse jogo. — a garota murmurou.
— Eu também, mas eles nos enganaram… a gente nem sabia sobre o que aconteceria ou o que se tratava de verdade.
A jogadora 095 assentiu, concordando com o quanto tudo isso era injusto. Elas nem poderiam ir embora, graças ao fato de que outras pessoas estavam decidindo por elas seus destinos. Elas poderiam morrer no próximo jogo, mas ninguém ali parecia se importar com os outros, só com eles mesmo e com o dinheiro que estava naquele maldito porquinho dourado.
Um silêncio se instalou entre elas, não muito confortável, mas não desconfortável como antes, ambas já um pouco mais confortável uma com a outra, ao ver que compartilhavam visões parecidas sobre o lugar.
— Eu gostei do seu estilo de cabelo — Nari sussurrou, como se fosse um segredo.
— Sério?
A leve esperança na voz baixa da garota faz Nari sentir a tensão em seu corpo pela votação lentamente deixar seu corpo. Desde a votação ela estava sentindo uma grande simpatia pela garota mais baixa, sabendo que elas compartilhavam sentimentos parecidos, e ela não estava totalmente errado. Pelo menos agora ela talvez pudesse ter outra amiga ali, era bom ter alguma amiga que entendia ela e seu medo, que não fosse Jun-Hee, não entendam ela mal, ela ama Jun-Hee, mais que tudo em sua vida, mas era bom compartilhar sentimentos com alguém que não fosse ela também.
— Sério! Ele é muito lindo. — Nari assente. — Eu tenho umas presilhas de cabelo em formato de estrela em casa, combinaria muito com você. Quando sairmos daqui eu te empresto ela… se a gente se ver.
— Obrigada.
Um silêncio se instalou novamente, dessa vez um pouco mais confortável antes que a garota dissesse repentinamente:
— Young-mi.
— O que?
— Esse é meu nome.
— Ah, muito bonito. Meu nome é Nari, Nari Hae
Um sorriso mínimo surgiu no rosto de ambas, enquanto Nari balançava levemente as pernas, fazendo seus pés se arrastarem no chão já que ela não era tão baixa assim, seus olhos se voltando ao grupo dele, eles pareciam então em conflito, mas Jun-Hee permaneceu quieta, olhando em volta, parecendo procurar alguem, o que fez a garota de cabelos negros mordeu os lábios inferiores para conter um sorriso, pensando que Jun-Hee provavelmente estava procurando por ela.
Ela foi arrancada de seus pensamentos quando sentiu uma pessoa alta de se aproximar das duas, e quando ela ergueu o olhar ela se deparou com a jogadora 120, que olhava entre as duas curiosas, o que a fez se sentir tímida ao se levantar.
— Eu tenho que ir agora, Young-mi. — Nari disse, enquanto mordia mais um pedaço de seu pedaço de seu pão. — Mas foi muito bom conversar com você, a gente se vê depois! — Ela então se virou para a jogadora 120. — Ah, oi!
— Oi.
Young-mi acenou um tchau para a garota, que já havia dado as costas e se afastado, ela estava um pouco decepcionada pela conversa ter acabado tão rápido, ela tinha gostado da pequena troca de palavras entre elas. Havia sido agradável.
— Toma Jun-Hee. — 001 estendeu sua caixa de leite a garota, que tinha os cabelos presos em um rabo de cavalo. — Se recupera pro próximo jogo.
Os olhos de Nari se fixaram nos dois enquanto ela se sentava ao lado de Jun-Hee, mordendo outro pedaço de seu pão, agradecendo mentalmente por eles finalmente terem lhe entregado alguma comida, já que ela estava com muita fome e facilmente poderia ter desmaiado se não estivesse comendo agora.
— Ah, não precisa, tá tudo bem!
— Não, eu não quero, pega. Eu também não tomo leite. — In-Ho negou com a cabeça enquanto a garota finalmente aceitava a pequena caixa de leite.
— Muito obrigado!
— Pega o meu pão também, eu não mereço comer. — 390 disse, parecendo se sentir culpado por ter votado em continuar o jogo.
— Então me da o seu leite aí. — Dae-ho disse, fazendo o homem encarar ele minimamente feio.
“As luzes irão se apagar em 10 minutos, jogadores por favor, preparem-se para dormir.”
Um suspiro deixou os lábios de Nari enquanto ela andava ao lado de Jun-Hee, ambas as garotas carregando travesseiros e cobertores, demais observavam Gi-Hun, In-ho, Jang-Bae e Dae-ho colocando colchões embaixo das camas e dois no meio, como se fosse um colchão de casal.
A garota Hae ainda não havia entendido direito o porquê tudo aquilo era necessário, mas apenas fez o que Gi-Hun estava mandando, já que como ele jogou o jogo antes, ele sabia o que estava fazendo… pelo menos era o que ela esperava.
— A gente tem mesmo que fazer isso? Eu não gosto de dormir embaixo. — 390 proferiu, e Nari assentiu rapidamente.
— Quanto apagarem as luzes, alguém pode vir atacar a gente.
— O que? Mas quem?
— Aqui o prêmio também aumenta se a gente se matar. Essa é uma das regras do jogo.
— Gi-Hun, cê não acha que tá estressado demais desde cedo? As pessoas não iam ter coragem de fazer isso. — a voz de In-Ho interrompeu a conversa.
— Olha, no jogo anterior um monte de gente morreu nessas brigas de noite. Aqui nesse lugar. Você não faz ideia de como as pessoas mudam… quando elas ficam aqui dentro. — ele retrucou, se aproximando do jogador 001.
— Tá, já entendi… eu não pensei nisso, mas faz sentido. Esquece.
Um silêncio desconfortável pairou no ar entre eles, com uma leve tensão enquanto Nari engolia em seco, seu olhar percorrendo o quarto enquanto todas as pessoas arrumavam sua cama, seu olhar caindo na jogadora 095, e como se sentisse seu olhar, Young-mi ergueu o dela e a encarou de volta, acenando timidamente, e Nari sorriu minimamente enquanto retribuía o cumprimento.
— Quando as luzes se apagarem a gente se reveza, eu fico no primeiro turno. Vocês decidem a ordem de vocês.
Nari observou Gi-Hun se afastar e sentar no chão entre as duas camas beliches e em frente a cama que foi posta no meio delas, onde ele teria uma boa visão do quarto, Nari não prestou muita atenção na conversa dos outros, que provavelmente estavam combinando seus turnos.
Ela desviou o olhar dele, suspirando enquanto se aproximava de sua cama, odiando a ideia de ter que dormir embaixo da estrutura, enquanto as luzes se apagavam, deixando eles no completo escuro.
— Dorme comigo hoje? — Jun-Hee pediu, um pouco tímida e Nari quase achou graça disso.
Nari e Jun-Hee faziam bastante festas do pijama, então as garotas já dormiram e compartilharam muito a cama juntas, e ver Jun-Hee estar tímida por algo que elas já fizeram inúmeras vezes antes dela engravidar era um pouco engraçado. E mesmo ela não conseguindo ver pelo escuro, as bochechas de Jun-Hee estavam quentes, e provavelmente um pouco vermelhas, ela havia corado.
— Mas e Dae-ho?
— Ele disse que pode ficar embaixo da sua, se isso significa que vou me sentir mais confortável se você dormir do meu lado.
— Que cavaleiro. — Nari disse, rindo um pouco, mas ela não mentiu. Dae-ho parecia um cara legal.
A garota então se arrastou até a cama que estava no meio, onde ela e Jun-Hee dormiriam, já que a garota estava grávida e dormir embaixo de uma cama seria desconfortável e pequeno demais para ela, que estava com uma grande barriga. Ambas as garotas se deitaram na cama, ajeitando-se confortavelmente enquanto suas cabeças se enterravam no travesseiro e os cobertores a protegiam do frio gelado das paredes.
— Eu tô com medo. — a voz da garota Kim quebrou o silêncio em um sussuro, enquanto Nari voltava seu olhar para encarar a garota grávida.
Ambas estavam deitada de lados, para que ficassem de frente uma pra outra, seus olhos se ajustando no escuro e podendo ver um pouco das feições uma da outra.
— Do que?
— Desse jogo… e se eu ou…
— Isso não vai acontecer Jun-Hee, você pode ter certeza. — Nari a interrompeu, agarrando a mão dela e entrelaçando-a com a sua. — Eu vou garantir que você esteja bem, prometo.
Um silêncio confortável pairou no ar enquanto Jun-Hee assentia, ainda não totalmente certa de que tudo ficaria bem, mas tentando acreditar nas palavras de Nari, enquanto seus olhos se moviam para analisar o rosto dela, com a garota fazendo o mesmo, ambas encarando uma a outra através das sombras do quarto, o som da respiração de ambas sendo as únicas coisas ouvidas por elas.
— Sabe… eu seria um pai melhor que ele. — a Hae quebrou o silêncio, se referindo a Myeong-gi, o que fez a garota Kim rir baixinho.
— Sério?
— Sim, eu nunca te deixaria, e o bebê me amaria, eu seria um pai incrível e traria presente sempre que pudesse e…
— Então você quer ser a mãe do bebê?
— Ah… eu esqueci que seria mãe e não pai. — Nari murmurou enquanto pensava sobre, fazendo Jun-Hee morder os lábios inferiores pra se tentar impedir de rir, mas sem sucesso. — Bem, sim, eu quero ser a segunda mãe do bebê. Duas mães é melhor do que um pai. E o bebê me adoraria, eu iria mimar muito essa criança e na reunião de pais quando você não conseguisse ir, eu iria, e as crianças de lá iam me adorar e me achar muito bonita, até por que eu sou bonita né? E…
— Sim, você é muito bonita. — Jun-Hee concordou com as palavras da garota, ainda divertida por Nari estar divagando daquela forma.
Nari já foi elogiada várias vezes antes por Jun-Hee, elas estavam acostumadas a sempre elogiar uma a outra, querendo deixar claro suas opiniões sobre a beleza delas, mas parecia diferente dessa vez, o tom de voz de Jun-Hee aprecia diferente, como se fosse algo mais… as bochechas de Nari esquentaram enquanto ela tinha certeza de que estava corando, e ela agradeceu por estar escuro demais para que Jun-Hee sequer notasse.
E foi só então que ela percebeu que elas estavam próximas, o mais próximas que podiam já que a barriga de Jun-Hee impediam elas de estar totalmente coladas, mas as respiração de ambas se misturavam, fazendo com que elas pudessem sentir as respirações delas contra seus rostos, e Nari sentiu uma sensação estranha na barriga, implorando mentalmente para que não fosse as famosas borboletas, porque isso significava que ela estava em uma situação muito ruim.
— Eu acho que quero usar o banheiro. — Jun-Hee interrompeu o momento, quase parecendo desconfortável enquanto se levantava.
— É… é… eu também. — Nari gaguejou, concordando enquanto se levantava, ainda sem acreditar no misto de sensações que sentia.
As duas garotas andaram em passos devagares e quase hesitantes, como se tivessem medo de acordar ou chamar a atenção de alguém ali que não fosse o homem de olhos atentos como gaviões, que olhava todo o quarto, desconfiado.
— Gi-Hun. — a mais baixa chamou. — Eu quero ir no banheiro.
— É muito perigoso ir lá sozinha.
— Mas por que as mulheres iriam atrás da gente e nós matariam? — Nari questionou baixo, inclinando a cabeça levemente para o lado. — Eu achei que eram só os homem que tinham coragem de atacar os outros pelo dinheiro…
O mais velho a encarou, provavelmente achando que ela era ingênua demais para seu próprio bem, e ela respirou fundo, assentindo, indicando que havia entendido. Ela o lembrou mais uma vez de Mirae, uma garota que ele conheceu três anos atrás, no mesmo jogo. Era quase engraçado a forma como elas eram tão diferentes, mas até que bem parecidas.
— Ei, eu vou com você. — a jogadora 149 se ofereceu.
Gi-Hun ergueu seu olhar para a mulher que estava sorrindo de sua cama na parte de cima da beliche, o que fez Nari acenar para a mulher com um sorriso enquanto ela descia as escadas, Jun-Hee e Nari seguindo ela em seguida.
Assim que chegaram na porta do quarto Jun-Hee estendeu a mão e deu batidas leves na porta, não querendo acordar ninguém, mas o suficiente para que os guardas pudessem ouvir. Quando não receberam respostas algum a garota bateu novamente, fazendo com que a janelinha da porta fosse aberta e revelasse um guarda com a máscara preta com o desenho de triângulo em branco nela.
— Eu quero ir no banheiro.
— Negativo, não é permitido nesse horário.
— Só dessa vez, eu não tô me sentindo bem.
— Negativo, não é permitido nesse horário.
— Vai se foder então… — Nari retrucou.
Além de estarem em um jogo mortal contra a vontade delas, elas iriam mesmo ser impedidas de usar o banheiro? Mesmo sendo um direito básico de todo ser humano? Ela odiava aqueles guardas babacas.
— Com licença. — a senhora interrompeu, passando por Nari e Jun-Hee, e ficando em frente ao guarda — É… é… o seu triângulo… você pode estar usando essa máscara, mas você é uma pessoa né? Então deve ter uma irmã como elas, e uma mãe como eu no mundo lá fora, na vida real. Quando a gente pede pra ir no banheiro é pra cuidar das coisas que acontecem com nós que somos mulheres. — Tanto Nari quanto Jun-Hee assentiram rapidamente, concordando com o que a mulher falava. — Você entendeu né? E não vai fazer a gente ficar nesse aperto, que eu tenho certeza que não.
A portinha foi fechada novamente e Nari o amaldiçoou mentalmente, se arrependendo pela décima vez naquele dia de ter ido para aquele lugar.
— É que… agora que eu fiquei velha eu acabei ficando incontinente, sabe? Então eu não consigo sair de casa sem fralda, mas não me deixaram trazer quando eu vim pro jogo, eu vou ter mesmo que fazer xixi na calça moço? Imagina sua mãe, você ia ter coragem de fazer isso com ela? Ah não, não faz isso com a sua mãe… Eu entrei no jogo pra pagar as dívidas do meu filho agora meu destino é morrer aqui sem poder nem ir no banheiro? O que foi que eu fiz pra merecer isso, eu…
Quando a mulher estava prestes a chorar a porta do quarto foi aberta, revelando o guarda com máscara triangular e seu uniforme cor de rosa, que Nari achava bem mais interessante que o dela.
— Ahm, obrigada. — A senhora agradeceu, deixando Nari e Jun-Hee passarem na frente.
— Oi, será que eu posso ir também? — a jogadora 120 se aproximou, fazendo com que Jun-Hee olhasse pra ela.
— Ah tá tudo bem, ela é mulher, o nome dela é HyunJu. Não faz mal. Pode vir, vem. Vamos, vamos logo. — as garotas saíram do quarto, enquanto Nari andava mais pra trás de Jun-hee, ainda tímida pelo que acontecimento. — Obrigada seu triângulo!
Tudo estava em um completo silêncio enquanto todas subiam as escadas, fazendo com que Nari começasse a se arrepender de querer sair do quarto. Aquilo tudo de escadas era realmente necessário?
— Se você quiser eu ajudo você. — 149 falou com Jun-Hee, fazendo ela e Nari pararem.
— Eu tô bem.
— Como você veio parar aqui nesse estado? Aposto que seus pais estão preocupados.
— Ahm, que pais? Eu não tenho pais. — A garota respondeu, um pouco exasperada enquanto continuava a subir as escadas.
— Não se preocupe, esse assunto só é sensível pra ela, você não fez nada de errado. — Nari deu tapinhas reconfortantes no ombro da Geum-ja antes de ultrapassar ela, entrando no banheiro.
Assim que a porta se fechou atrás das mulheres Nari andou até a pia do banheiro, seus olhos se arregalando minimamente ao encarar seu reflexo, quase se assustando consigo mesma. Ela não estava totalmente feia, mas os cabelos dela estavam um pouco bagunçados, o que a dava uma aparência desleixada. E ela nem ao menos tinha um elástico de cabelo, e ela se xingou mentalmente por ter esquecido de ter levado algum.
— Escuta, se precisar de qual coisa, você me avisa.
— Eu tô bem. — a garota Kim respondeu, entrando em uma cabine.
Nari se virou para olhar o que estava acontecendo, mordendo os lábios inferiores ao analisar a cena. Foi então que ela percebeu que a garota não estava chateada com ela ou com a jogadora 149, ela provavelmente só estava muito preocupada e queria ficar sozinha, mas com a senhora insistindo muito era meio difícil para ela pensar.
— Pera aí, será que ela tá doente? — 120 perguntou.
— Ela tá grávida. — a senhora suspirou, fazendo Nari revirar os olhos, percebendo que ela talvez fosse meio fofoqueira. — E acho que já tá quase pra nascer, é…
— Ah…
Quando ambas entraram no banheiro, Nari molhou suas mãos antes de passar elas no rosto, pensando que a molhando seu rosto faria com que suas bochechas que estavam quentes, ainda pelo ocorrido com Jun-Hee, ficariam menos coradas. Em seguida ela molhou novamente as mãos, antes de passar os dedos entre as madeixas, tentando arrumar eles de alguma forma, para que ficasse mais organizado.
Ela até tentou fazer um coque após conseguir ajeitar eles minimamente, mas como seu cabelo era liso demais desmanchava e caia só te suas costas, já que ela não havia prendendo nenhum também.
— Aqui. — HyunJu disse, estendendo um elástico pra Nari, que a encarou surpresa. Ela nem havia notado que a garota havia saído de sua cabine.
— Ah não precisa.
— Pode ficar, eu tenho outro. — ela insistiu, fazendo Nari aceitar e sorrir minimamente pra ela.
— Obrigada.
Nari observou enquanto a jogadora 120 prendia seus cabelos curtos em um rabo de cavalo baixo, indo para a pia ao lado da dela e molhando seu rosto com a água gelada, enquanto encarava seu reflexo no espelho, e pela expressão dela, Nari notou que ela provavelmente estava meio insegura com sua aparência.
— Não se preocupe, você tá bonita. — Nari elogiou, voltando seu olhar ao espelho e prendendo seus cabelos longos em um rabo de cavalo alto.
— obrigada.
HyunJu agradeceu, encarando Nari por um longo tempo, se perguntando o porque da garota elogiar ela de forma tão repentina, e em si, o por que dela elogiar ela? Ela havia recebido muitos comentários odiosos sobre ela e sua aparência a vida inteira, então agora era difícil acreditar em um que era verdadeiro.
— Ela ainda tá lá? — 149 saiu da cabine, se aproximando da 120.
— Tá.
A mulher mais velha se afastou de ambas, andando até a cabine em que Jun-Hee estava e batendo levemente na porta com o punho.
— Mocinha… tá tudo bem aí? — bateu novamente antes de apoiar a mão na parede. — Quer alguma coisa? você tá bem?
Soluços foram ouvidos, e Nari voltou sua atenção a porta, se aproximando em seguida enquanto a preocupação borbulhava em sua pele.
— Jun-Hee? — Nari chamou.
149 abriu a porta em seguida, revelando a garota de cabeças baixas e as bochechas manchadas pelas lágrimas, e Nari quis entrar para envolver ela em um abraço apertado, querendo tirar toda a dor dela, mas isso não foi possível já que a senhora entrou antes.
— Querida, o que foi? Tá com dor? — Ela se ajoelhou, segurando os ombros da garota menor. — Ahn? É aqui? Tá doendo? Aí meu Deus, acho que é o bebê que tá vindo, me fala onde doi e como é essa dor, ahm?
Nari sentiu seu estômago se embrulhar com a ideia do bebê nascer naquele lugar, com aquelas condições, sem cuidados médicos e com Jun-Hee sentindo muito dor por não ter anestesia. Isso não podia acontecer, não lá. O bebê tinha que nascer em um hospital quando saíssem de lá.
— Eu tô com medo. — foram as únicas palavras que deixaram os lábios rosados de Jun-Hee, enquanto a senhora passava os braços por ela, em um abraço antes de esfregar suas costas.
— Tá tudo bem, fica calma, fica calma, calma. — A senhora disse de forma reconfortante, enquanto Nari e HyunJu ficavam do lado de fora da porta, observando a situação. — Vai ficar tudo bem com você e com o seu bebê. Não se preocupa.
⤷‧₊𖥻 NOTAS ! ★
꒰ ׅ ࣪ ⊹ Oioii! O que acharam?
꒰ ׅ ࣪ ⊹ Os próximos capítulos são o do jogo Socializar e eu tô ansiosa pra escrever ele, mas já me adiantado: escutem a música Carousel da Melanie Martinez ao ler o capítulo, tenho quase certeza que vai melhorar a experiência!
꒰ ׅ ࣪ ⊹ Além disso, o que vocês tem achado da Nari? Vocês acham ela insuportável ou legal? É uma dúvida minha, porque eu tenho medo de vocês acharem ela chata, mas também não tiro a razão de vocês caso vocês achemkkkkkk.
꒰ ׅ ࣪ ⊹ Gente, ultimamente eu tô vendo muita gente tacando hate e odiando a Jun-Hee de graça no tiktok, tô sem entender nada. Será que é o efeito manada mais uma vez? (Todo mundo ama o personagem/pessoas, aí uma pessoa diz que não gosta e automaticamente todo mundo não gosta também)
꒰ ׅ ࣪ ⊹ Finalmente a 120 e a Nari interagiram, mesmo que por poucos parágrafos e poucas falas uma com a outra, pelo menos a Nari conseguiu falar com a idola dela do jogo 🙏🏼
꒰ ׅ ࣪ ⊹ A Nari tava igual aquela mulher do "espalhando amor pela rua" (acho que era isso) nesse capítuloKKKKKKK, que ódio
꒰ ׅ ࣪ ⊹ Este capítulo também não foi revisado!
꒰ ׅ ࣪ ⊹ Por favor, se você estiver gostando desta história votem e se puder comentem, isso é muito importante para que a história possa fluir !!
꒰ ׅ ࣪ ⊹ Espero que tenham gostado, beijos, Agui 💗
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top