⠀⠀﹙05﹚┊⠀⠀ALIAD0S OU INIMIGOS PT.2
HUNTRESS 〤 CAPÍTULO 5
❛ aliados ou inimigos PT 2 ❜
— Consegue ver alguém próximo a ele? — perguntou o Arqueiro através de um sussurro, se referindo ao atual alvo da sua afiada flecha, para a mulher que o escutava do outro lado da linha, a qual, por sua vez pelo amplificador de visão embutido em sua máscara, permanecia observando do teto cada passo dado por ele em solo
— Não, ninguém! — ela afirmou após com os seus olhos seguir a direção para qual o arco flexionado de Oliver apontava — Mas de qualquer forma tenta ser silencioso. Alguém pode ouvir os gritos dele pela janela se você errar.
SEM DAR RESPOSTA ALGUMA, Oliver afastou a flecha da corda do seu arco, mostrando que havia aceitado a sugestão da mulher, pouco antes de começar a caminhar abaixado em direção ao capanga do qual tinha se referido a pouco.
Tal atitude, imediatamente fez com que um sorriso que expressava uma clara mistura entre surpresa e orgulho brotasse no rosto da Wayne. Afinal, ver o Queen aceitando sugestões de outras pessoas que não fossem Felicity e Diggle, era um milagre e tanto, evidenciando assim, a confiança que tinha em sua atual aprendiz e parceira.
Desta forma, após seguir o conselho de Helena e ter nocauteado o homem com suas próprias mãos, Oliver que já tinha "limpado" todo aquele cômodo interior do enorme galpão, começou a se dirigir até uma entre as diversas caixas da madeira que estavam amontoadas ali para serem transportadas e distribuídas provavelmente naquela mesma semana para toda a Gotham City.
Chegando nela, o loiro passou o arco por debaixo de um dos seus braços até que a corda ficasse transversalmente disposta em seu peito, apenas para que ambas as suas mãos ficassem totalmente livres. Feito isso, com seus próprios dedos ele começou a forçar a tampa da caixa a sua frente, na intenção de abri-la, mas como a mesma já havia sido selada com pregos, tal atitude acabou sendo inútil.
Sendo assim, a próxima atitude tomada pelo homem vestido de verde acabou sendo pegar uma das pontudas e resistentes flechas de sua aljava para abrir a força o grande objeto.
— Parece que aquele cara não mentiu pra você! As armas que tem aqui são iguais a aquelas que nós encontramos em StarCity, e as munições tem o mesmo calibre que o legista disse que matou aqueles garotos!
O que Oliver não esperava era que após a sua afirmação, escutaria apenas um infernal silêncio no rádio. Não houve resposta alguma por parte de sua parceira que com certeza em uma situação normal teria dito alguma coisa. Algo com certeza estava muito errado errado!
— Caçadora? — chamou em um tom de voz baixo, enquanto empunhava seu arco novamente, com o qual passou a mirar em direção ao teto, buscando Helena ou ao menos sua sombra, com seus olhos
Segundos após isso o silêncio foi quebrado por um quase imperceptível som de estática, que foi logo seguido pelo barulho de respiração do outro lado da conexão, mostrando que a mulher estava novamente na escuta.
— Está tudo bem! — falou buscando parecer o mais tranquila possível sem causar alteração alguma em sua voz ou expressão corporal — Só me distraí um pouco, acho que trouxe uma flecha quebrada!
Por mais que pareça algo aleatório até de mais para se dizer em uma situação como aquela, a expressão "flecha quebrada" foi um dos muitos códigos criados por Oliver, para os momentos em que a dupla estivesse separada, e precisasse se comunicar sem que ninguém que ouvisse entendesse ou suspeitasse de nada.
— Se precisar de qualquer ajuda me chame!
— Pode deixar! — desta vez a voz da Wayne saiu na forma de um mero sussurro que sabia que o parceiro entenderia devido a proximidade do comunicador com sua boca
A pouquíssimo tempo atrás, enquanto observava cada passo dado pelo arqueiro, Helena havia perdido o seu foco, devido a um som do que pareciam ser passos pouco atrás de si. Aquilo, ainda que ela fosse treinada para saber como reagir em situações semelhantes, fez o seu corpo travar e seu coração dar um pulo que chegou a parecer que o mesmo sairia pela sua garganta, enquanto cada um dos seus músculos implorava para ela reagir. Mesmo assim, agido de maneira diferente a aquela que seu corpo desejava, a Caçadora já esperando que um arma estivesse sendo apontada para a sua cabeça, se esforçou para manter-se firme, deixando apenas o seu lado racional domina-la.
Enquanto permanecia parada e completamente atenta aos seus sentidos a jovem dos grandes cabelos pretos continuou atuando. Figindo da melhor maneira que podia que não havia notado nada, para que desta forma conseguisse pensar na melhor forma de reagir a tal situação.
Quando finalmente chegou a uma decisão quanto a o que faria, logo que terminou sua última fala para Oliver, a Wayne, agindo da forma mais rápida e precisa possível aproveitou-se do fato de que sua besta já estava em mãos para sem nem se quer preopupar-se em ficar em pé ela disparou uma das suas flechas na direção de onde o som havia vindo. E como resultado? Bem, só por ele já era fácil de afirmar que todo o árduo e constante treinamento com Queen tinha valido apena.
Aquele tiro acabou servindo como um excelente aviso, já que a flecha passou de raspão no pescoço de quem a observava a distância, o que é claro, devido a enorme surpresa o fez cambalear para trás, enquanto uma das suas mãos automaticamente foi atraída até o local onde a lâmina havia raspado, para garantir que não havia sido nada grave.
Naquele pequeno intervalo de segundos, a brecha que Helena precisava para ver com o que exatamente estava lidando foi dada, de modo que enquanto o desconhecido dava dos passos para trás, digerindo o que havia acabado de acontecer, ela recarregava sua arma, aproveitava para observar todos os detalhes do homem a sua frente que seus olhos captavam, dando destaque a três específicos pontos.
Para começar, é claro que o reluzente e até um tanto amedrontador capacete vermelho que ele usava para ocultar a sua identidade foi o primeiro a atrair a sua atenção. Como ele respirava por baixo daquela coisa?
Depois disso, suas pupilas desceram, permitindo que ela notasse o símbolo da mesma cor que estava sendo levemente encobrido pela jaqueta em seu peito, o qual acabou sendo o motivador da sua primeira hipótese: será que ele era um dos novos treinandos do Batman?
O terceiro e último detalhe foi justamente o que lhe fez refutar essa mesma hipótese de uma vez: a quantidade de armas de fogo que ele carregava consigo. Batman jamais aceitaria isso devido a história com seus pais, não era possível que nesses oito anos ele teria mudado tanto assim, ao ponto de abandonar o próprio código, ou era? Acreditando que a resposta para a sua pergunta ainda era negativa, em sua mente restou apenas uma explicação para aquele traje.
— Você é ele não é? — ela perguntou se levantando, já passando a mirar com sua besta na direção do desconhecido, mas como agora ele já estava "recupeado' do seu susto a consequência de tal atitude, foi ouvir o som da mesma arma que ele passou a apontar para a Caçadora, sendo destravada — O cara de quem eles estão com medo? O tal Capuz?
Após ter feito aquela pergunta, uma leve risada robotizada ressoou até os seus ouvidos, demonstrado ironia através deste ato, ação que é claro, não agradou nem um pouco a mulher.
— Você não é de Gotham! — afirmou com um certo ar de soberba, incinuando uma especie de superioridade, pouco antes de começar a caminhar vagarosamente para longe das sombras, se aproximando a cada passo da iluminada paraboia pela qual Helena a pouco observava o Queen para testar a mulher sua frente e ver até onde conseguiria ir sem acabar recebendo uma flecha no peito
É evidente que diante de tal desafio a vigilante não ficou parada, de modo que assim que o suposto cavaleiro começou a andar, sem abaixar sua arma, ela passou a fazer o mesmo.
— Esse símbolo no seu peito... é um imitador? Ou merece ele? — perguntou assim que ambos começaram a andar em circulos. Estava mais do que claro que os dois estavam analisando um ao outro, o que sem dúvidas era a única razão pela qual eles estavam se falando
— Deixa eu advinhar, você é mais uma daquelas fãs do Batman que depois de assistir muitos filmes de super heróis acham que podem fazer o mesmo que ele, mas que no final acabam morrendo na primeira noite?
— Engraçado você dizer isso, a flecha que eu mirei no seu pescoço me diz o contrário!
— O que, está falando da flecha que você errou?
— Alguns de nós não atiram pra matar.
— E é por isso que eu disse que "alguns de nós" não vão passar da primeira noite! — assim que o homem terminou sua fala, os olhos azulados cobertos pela máscara de Helena, se cerraram, ao mesmo tempo em que para conter sua irritação ela pressionou seu lábio inferior entre os próprios dentes
— É... eu com certeza já tenho a resposta para a minha pergunta.
— Eu mereci? — perguntou com um sorriso irônico por baixo do seu capacate, o qual para a sua sorte a Wayne não conseguia ver
— Não, não mereceu! — desta vez foi Helena que demonstrou emoções negativas através da sua fala de modo que o seu desprezo acabou ficando extremamente aparente. Não e atoa que o encapuzado na mesma hora segurou sua pistola com mais firmeza, já ciente que essa conversa não duraria muito tempo
— O que me entregou?
— Seu pensamento de piscicopata já foi o suficiente!
Ainda que até então ele estivesse levando aquela situação de uma maneira leve, por acreditar que devido as conclusões que tinha tirado até então sobre a liguagem corporal que a mulher a sua frente aprenteva, a mesma talvez não representaria um perigo para sí, essa convicção mudou assim que Helena terminou de pronunciar suas últimas sílabas. Não por pensar que ela estava com a intenção de mata-la por ser uma dos capangas do Máscara Negra, e sim porque uma das palavras daquela frase haviam lhe causado um enorme incomodo.
— É melhor escutar o que eu vou falar, garota porque eu só vou te dar um aviso! Saia daqui, enquanto eu não estou atrás de você!
— E por que não está atrás de mim? O que te garante que eu não trabalho para o Sionis?
— Você sabe usar uma arma! Ele não gasta dinheiro de verdade com capangas, a não ser com aqueles que protegem aquele traseiro rico dele, e também tem a questão de você ter a coragem de chamar Roman pelo nome verdadeiro em um dos galpões dele.
Após ter ouvido a fala do desconhecido atentamente, a Caçadora soltou o ar pelo nariz demonstrando um certo conflito interno se passando dentro de sua mente. Ainda que não tivesse deixado isso claro para Oliver, Helena definitivamente não queria estar ali. Não era atoa que diferente do que era o seu padrão, ela havia escolhido permanecer como olheira ao invés de partir para a linha de frente.
Este fato talvez em outra situação, com outra pessoa, poderia ter deixado tal decisão muito mais fácil, talvez até óbvia, afinal, ela estava ali para interferir nos planos de Roman e na melhor da hipóteses faze-lo recuar. E pela forma como aqueles homens haviam falado sobre o homem a sua frente, não restavam dúvidas de que os interesses dos dois estavam alinhados.
No entanto, da mesma forma que as falas dos contratados do Máscara Negra serviam como um apoio positivo, também atuavam como um enorme sinal vermelho, ainda mais quando somados a tudo o que a jovem devido a sua profissão sabia sobre a noite que apavorou toda a sua cidade a pouco mais de um ano atrás.
Se este homem era mesmo tão louco quanto aquele que, junto a sua milicia foi o responsável por deixar toda Gotham as escuras, nas mãos de assassinos, ladrões, piscicopatas e estupradores! Ele podia agir como se fosse diferente de homens como o Roman, mas não era, e naquele momento, cabia a Wayne para-lo o quanto antes.
— Ah, foi mal chapauzinho vermelho, — ela falou assim que enfim tomou a sua decisão. Nem mesmo os seus problemas pessoais seriam o bastante para faze-la fechar os olhos ao ponto de deixa-lo escapar para continuar matando mais pessoas inocentes — mas eu não posso fazer isso!
Ao ouvir a decisão dela e ver que ao contrário do que havia concluído anteriormente a nova vigilante de Gotham seria sim um problema para sí, o capuz tratou logo de agir da forma mais rápida possível buscando ser o primeiro a dar um tiro. Assim, pressionando o gatilho do seu revólver, e acertando em cheio a besta roxa que a mulher empunhava o homem garantiu que nenhuma flecha fosse disparada contra sí novamente. O problema é que ao faze-lo, por ser impulsivo até demais, ele não pensou que em pouco tempo a Caçadora deixaria de ser o sua maior dor de cabeça.
— Tentando equilibrar a nossa relação? É fofo, mas sabe... eu sou do tipo que acredita que uma boa conversa é o segredo de um relacionamento saudável!
— Jura? Nem deu pra reparar! — o de traje vermelho afirmou ironicamente, fazendo com que um sorriso brincalhão surgisse nos lábios da Wayne
Nesse meio tempo, assim como antes, para garantir que ela não iria se armar mais uma vez, o cavaleiro permanecia parado, ainda sem tirar sua mira da jovem, a qual por sua vez, pegava disfarçadamente três pequenas bombas de fumaça em seu cinto de utilidades, que foram jogadas no chão antes que o disparo dado por ele assim que notou a movimentação, pudesse atingi-la.
Essa ação por sí só já deu a brecha necessária para que ela saisse da sua posição anterior, se jogando para o lado para desviar da bala, e logo depois correndo até onde sua besta havia caído, enquanto seu combatente levava alguns poucos segundos até os seus sentidos se acostumarem completamente com a nova condição do ambiente Jason desorientando por alguns segundos antes que seus sentidos assimilassem e se adaptarem a o que havia acabado de acontecer
— Isso não funciona comigo! Eu consigo te acompanhar no escuro!
— Meu querido, não existe homem no mundo capaz de acompanhar uma mulher!
Quando disse isso, Helena já estava posicionada atrás do homem, pronta para acertar um golpe na parte de trás dos joelhos do mesmo que fosse capaz de faze-lo cair de joelhos no chão, no entanto, antes que pudesse, o outro mascarado devido ao seu treinamento foi rápido o bastante para surpreende-la e assim conseguir se virar na direção dela a tempo para amparar o chute com uma de suas mãos, ao mesmo tempo em que com a outra tentou acerta-la com a coronha de sua arma, o que só não aconteceu porque e Caçadora o parou bem a tempo.
Depois disso, as próximas ações de ambos não foram tão diferentes, já que quando um atacava, o outro defendia e arriscava um contra-golpe, o que se repetiu outras exatas 5 vezes, que só serviram para deixaram os dois lados completamente frustrados.
Foi apenas ao fim da sexta e última que um deles conseguiu fazer um golpe passar pela defesa do outro, através do qual, após ter atingido em cheio o estomago do homem a sua frente, fazendo-o pela dor se inclinar para a frente, aproveitou-se usando o apoio da perna levemente flexionada dele para utiliza-la como uma escada para enfim saltar sobre o ombro do rapaz, de onde finalizou seu ataque ao após travar os braços deste com suas próprias canelas, conseguir tomar o impulso necessário para desiquilibra-lo e leva-lo ao chão.
Somente depois disso, as consequências da atitude tomada a pouco pelo seu adversário chegaram, pois, enquanto Helena usava toda a sua força para tentar nocaltea-lo através do sufocamento que aquela posição lhe permitia fazer, o comunicador em seu ouvido voltou a ser útil.
— Caçadora? Nós temos um problema! — a voz do arqueiro sergiu em seu ouvido repentimanete, dando um surto tão grande na mulher, que por muito pouco não deu a brecha que o capuz estava aguardando para se soltar
— Tô meio ocupada agora! — ela enfim falou, em um tom que saiu bem mais elevado que seu natural, deixando visível o tamanho do esforço que estava fazendo naquele intante, já que a diferença de força entre os dois era nítida
— Os homens do Sionis, estão armados e subindo para o telhado! Não sei o que aconteceu, mas você precisa sair daí agora!
— O tiro...
Naquele mesmo instante uma chave virou na cabeça da Wayne, a qual de uma vez só fez os seus músculos relaxaream, soltando o cavaleiro do seu mata-leão, permitindo-o enfim respirar, ao mesmo tempo em que sua cabeça trabalhava a milhão pesando os malefícios e os benefícios do que estava pensando em fazer.
— É melhor estar pronto pro segundo round, chapauzinho! — disse enquanto fazia o esforço para fica em pé, ao mesmo tempo em que o ouvia tossir
Como resposta, tudo o que a Caçadora recebeu foi o silencio devido ao estranhamento, o qual é claro, acabou sendo seguido pela virada de cabeça do homem na direção da sua arma que estava caída no chão.
— É sério? — ela perguntou deixando claro a sua indignação — Olha só, já deu desse lance de passivo-agressivo, valeu? Tem um bando de homens subindo aqui para encherem nós dois de bala, mas o senhor "eu vou te salvar com o meu aviso", está mais preocupado em atirar em mim do que salvar a própria vida. Foi o seu tiro que causou isso então é melhor você fazer jus a esse símbolo do seu peito e me ajudar!
Após isso, mais uma vez o silencio se fez presente, mas este só durou até o momento em que ele suspirou "abanando a bandeira branca", começando enfim a se levantar.
— Tem ideia de quantos são? — indagou com aquela mesma voz robótica e abafada pelo capacete, a mesmo tempo em que empunhava mais uma vez sua pistola, antes de guarda-la de volta no coldre, causando um estranhamento na mulher, que a princípio preferiu não comentar nada a respeito
— Não! Só sei que são muitos! — afirmou dando o seu melhor para não deixar o seu nervosismo trasmaparecer. Não importava quantas vezes Helena já havia lidado com um conjunto homens armados dispostos a tirarem a sua vida, ela nunca conseguiria ficar tranquila em uma situação como aquela — O que é isso? — pergutou assim que o seu olhar, buscando uma distração momentânea
— É uma granada anuladora! Ela vai desativar temporariamente qualquer aparelho eletrônico em um raio de 10 metros por nove minutos. Pelo menos assim nós vamos nos livrar das balas! — logo após ouvir essa afirmação, a Caçadora balançou sua cabeça positivamente, mostrando que havia entendido e que estava de acordo com aquilo
Depois disso, para se livrar de tudo aquilo que poderia trapalha-la de alguma forma, a Wayne prendeu a besta em sua cintura, deu um simples clique na lateral da sua máscara para desativar o visor eletronico, e por fim levou suas mãos até os próprios ombros para poder se soltar da capa que os cobria.
Feito tudo isso, enquanto fazia uma contagem regressiva em sua mente, estipulada através do som que ecoava pela escadaria de aço, ela finalmente voltou a olhar para o seu parceiro temporário, ela só não imaginava o tamanho da surpresa que teria ao fazer isso.
Enquanto ela estava se preparando e se adequando as novas condições em que ele teriam que lutar, o capuz fazia o mesmo, não só substituindo suas armas por facas de combate, mas também retirando o seu capacete vermelho, revelando com esse simples ato seus cabelos tão negros quando os de Helena, e parte do seu rosto já que uma boa parcela do mesmo estava coberta com uma máscara preta.
— Consegue se virar sem os seus brinquedos? — indagou com o cenho franzido, o que desta vez era perceptível devido a ausência do "capuz", assim que notou aquela que a pouco ele havia considerado como um problema, lhe observando
Sem responde-lo, Helena soltou o ar pelo seu nariz, indignada com a pergunta e inclinou o seu corpo levemente para baixo apenas para pegar os dois bastões que estavam presos nos suportes de cada uma das suas pernas. Feito isso, já com os objetos em mãos ela caminhou até o cavaleiro ficando mais uma vez frente a frente com ele, deixando claro apenas com esta atitude que a resposta para a pergunta dele era positiva. Atitude esta que pela primeira vez naquela noite arrancou o princípio de um sorriso de canto de boca do cavaleiro, o qual no mesmo segundo buscou disfarça-lo.
— Eu ví isso! — a Wayne afirmou em um tom brincalhão tendo certeza de que por baixo daquela máscara ele havia revirado seus olhos
Após isso, voltando o seu foco para o que realmente importava os dois voltaram os seus olhares para escadaria de incendio, já aguardando o instante em que o combate iria começar.
— É agora, se prepara! — Helena anuniou após usando sua audição aguaçada, escutar as vozes que agora estavam mais perto do que nunca, fato este que acabou sendo seguido pelo alto som de algo batendo com força contra a porta
Quase naquele mesmo segundo a porta de emergência que dava acesso ao telhado foi arrebentada, o que deu o sinal necessário para que o capuz ativasse e arremessasse o anulador na direção dos homens que avançavam na direção da dupla. Tal atitude a princípio fez com que aquele conjunto de capangas eles gritassem, aterrorizados pela ideia de que fosse uma granada normal, já que caso fosse o caso, eles não teriam como escapar da explosão, porém ao notarem que o impacto não veio, eles apenas ignoraram o pequeno objeto e voltaram a caminhar na direção deles como se nada tivesse acontecido
— Isso vai funcionar mesmo? — Helena perguntou claramente receosa através de um sussurro para o homem que para garantir a proteção um do outro, estava com as coluna encostada na dela
— Já está funcionando! — foi tudo o que ele respondeu, segundos antes de um dentre aqueles vinte homens se manifestar, dando a ordem para que todos começassem a atirar.
Por puro reflexo, em virtude de não saber se aquilo iria mesmo correr como o esperado, naquele mesmo segundo, a Wayne fechou seus olhos com força, e voltou abri-los quando ao contrário do esperado, ao invés do som de disparos em sua direção, tudo o que ela escutou foram diversas exclamações de dor vindas de todos os cantos.
Devido a ação do anulador, aqules homens um a um conforme apertavam os gatilhos das suas respectivas armas, foram levemente eletrocutados, de maneira que alguns jogaram suas armas longe, enquanto os demais teimavam tentando faze-las funcionar.
— Vai apanhar para eles igual apanhou pra mim? — ela perguntou com um sorriso brincalhão em seu rosto enquanto segurava seus bastões com mais firmeza, se preparando para o que viria a seguir
Foi então que o combate enfim começou, ao mesmo tempo em que um ficou responsável por cobrir as costas do outro, Helena se manteve focada em um grupo de 9 homens, enquanto o capuz dividia a sua atenção entre os outros 11. Em meio a isso, diversos socos e chutes foram dados, fraturas foram causadas e ossos foram quebrados, mas os dois devido a proteção que ambos se deram ao fim de tudo ficaram absolutamente intactos até chegar o momento em que todos aqueles contratados do Sionis estavam no chão, dando enfim um tempo para que os dois respirassem.
— Então... — a Wayne se manifestou ao mesmo tempo em que observava o homem caminhando até onde havia deixado o seu capacete, pouco antes dela começar a caminhar até ele — Talvez você não seja assim tão ruim quanto eu pensei! — disse dando um breve sorriso quando o outro vigilante se abaixou para pegar a capa dela e entrega-la para a mesma
— Não tinhamos uma luta pra terminar? — ele perguntou permitindo que mais uma vez um pequeno sorriso disfarçado brotasse na lateral dos seus lábios, pouco antes deste acabar sendo escondido pelo objeto vermelho que ele colocou de volta na cabeça
— E porque exatamente você está dizendo isso no passado? — indagou antes de delicadamente levar suas mãos até a jaqueta de couro deste, apenas para que pudesse afasta-la com o intúito de ver o símbolo que ele tinha estampado no peito. O que surpreendentemente o mesmo autorizou
— Você luta como ele! — disse, fazendo com que Helena imediatamente levantasse o seu olhar para encara-lo devido a supresa que aquelas palavras haviam lhe causado — A única diferença é que você usa mais a agressividade. O que eu ainda não sei é, se isso é pelo fato de que você é pequena e por isso tem que usar toda a sua força ao seu favor, ou é porque você quebrou o código dele e já matou antes.
Assim que o ex cavaleiro terminou a sua fala, Helena imediatamente cerrou os seus ohos, os quais apenas com o seu simples olhar o analisam mais uma vez.
— É melhor você cuidar disso! — ela falou quebrando o silêncio após um tempinho, se referindo ao arranhão que a sua flecha havia deixado no pescoço do mesmo
— Pretende ficar? Aqui em Gotham, ou tudo isso foi por causa de uma rixa específica com o Sionis?
— Logo você vai saber!
Mais uma vez a Wayne se limitou a poucas palavras, dando prioridade a tirar as suas conclusões finais sobre ele, do que a qualquer outra coisa, o que é claro que em dado momento fico evidente ao outro jovem, fazendo-o soltar um suspiro frustrado.
— Como isso vai ficar? Vai tentar me impedir mais uma vez? Pensa em me levar pra Arkham? — perguntou com um sarcasmo nítido em sua fala
Antes de falar qualquer coisa a Wayne respirou fundo, desviando o seu olhar para a rodovia mal iluminada que podia ser vista ao longe.
— Hoje não, você ficou e me ajudou ao invés de me usar como isca e fugir! Ganhou pontos comigo, chapéuzinho vermelho, mas é melhor torcer para eu não te encontrar de novo!
— Sabe que eu vou explodir esse lugar, não sabe? Eu senti a sua mão roubando o meu detonador. Sabe que eu não vou deixar voce ir embora sem me devolver ele! — afirmou atraindo o olhar da mulher mascarada de volta para sí
— E o que vai fazer com eles? O trabalho deles pode ser uma merda, mas até caras como eles tem família!
— Ainda que eu não goste, esse tipo de pessoa sempre dá um jeito de sobreviver! Vou dar tempo para eles sairem antes de detonar tudo de vez.
— Esse tipo de pessoa? — perguntou mostrando uma indignação clara em sua voz — Então você é assim? Juri, juiz e jurado em um único homem? Decidindo quem vive ou morre só com um olhar?
— É, eu era! Hoje pelo menos eu dou uma chance pra eles escaparem.
— Mas ainda sim não hesita antes de puxar o gatilho?
— Nunca! — dessa vez o tom dele foi o que evidenciou uma enorme seriedade, mostrando que quanto a aquilo ele tinha a sua convicção
— Passado ruim?
— Eu acho que essa é quase uma regra pra todos os vigilantes em Gotham! — diante a fala do mesmo, a mulher de olhos azulados deu um pequeno sorriso o qual ao invés de alegria, expressou um certo pesar
— É, acho que sim! A gente se ve por aí chapauzinho. — disse caminhando até a beira do telhado, subindo no parapeito deste antes de olhar para o encapuzado mais uma vez — É bom não fazer eu me arrepender! — falou através de uma clara ameaça, ao mesmo tempo em que jogou o pequeno detonador de volta para ele
Feito isso, já ciente de onde Oliver estaria lhe esperando, a Caçadora pulou em direção ao solo, e antes que o alcança-se segurou a sua capa, abrindo-a de maneira que conseguisse planar com o auxílio do forte vento, deixando o Capuz Vermelho para atrás, apenas observando-a daquele mesmo lugar. Agora enfim, o seu próximo destino era o hospital do norte de Gotham.
( 4964 palavras )
FINALMENTE A ATUALIZAÇÃO VEIO AÍ!!
Meu povinho, eu queria aproveitar esse final de capítulo para deixar claro algumas coisas que eu acho que ainda não deixei
1) Essa fanfic não tem ligação NENHUMA com o universo dos titãs, nenhuma mesmo! Nada do que acontecer na nova temporada irá afetar algum acontecimento aqui!
Maaaas, ela é sim bem baseada na linha temporal de Arrow, não é atoa que muitos personagens da série aparecem aqui.
2) As inspirações que eu tenho como base para montar o contexto dessa história são: as animações do Batman, (principalmente a "Batman contra o capuz vermelho"); a série Gotham; e acima de todos o jogo "Batman Arkham Night"; e por último, a trilogia do cavaleiro das trevas.
Agora eu finalmente vou embora, espero que tenham se divertido bastante com essa capítulo e que tenha dado para matar a saudade. Assim que eu puder eu apareço com o próximo. Beijinhos minhas estrelinhas, amo vocês ❤❤
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